A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos PDF

Title A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos
Author Letícia Rodrigues
Course Literatura Brasileira (EAD)
Institution Centro Universitário do Distrito Federal
Pages 26
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A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos. PDF DA UNIVERSIDADE....


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Literatura Brasileira Poética

Material Teórico A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos

Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Helba Carvalho

Revisão Textual: Prof. Ms. Malu Rangel

A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos

• Introdução

• O Processo de Catequização no Brasil

·

Nesta

unidade,

faremos

uma

reflexão

sobre

a

poesia

de

Gregório de Matos no contexto do Brasil-Colônia. Além disso, discutiremos as principais características da época, o Período Barroco, no

século

XVII, envolvendo

as questões sociais,

religiosas, históricas e literárias presentes.

Atenção

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

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Unidade: A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos

Contextualização Link: •

http://arquivos.cruzeirodosulvirtual.com.br/materiais/disc_graduacao/2014/1sem/2mod/lit_ bra_poe/un_I/contextualizacao.pdf

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Introdução Ponto de Partida

(Disponível em http://pt-br.mouse.wikia.com/wiki/1-_O_Barroco. Acesso em 19/07/2013).

Observe e analise a imagem acima. Como você a interpreta? Observe cuidadosamente as cores e as formas. O que ela te faz lembrar? A pintura nos remete a um paradoxo, no qual o sagrado e o profano estão inseridos. Ela nos revela a oposição entre o claro e o escuro, a representação do Bem e do Mal, do pecado e do perdão, representados por meio do amor entre o homem e a mulher e também pela figura escura de um abutre, que representa o profano. Tais paradoxos e dualidades marcaram a arte barroca e estão presentes na obra literária do poeta Gregório de Matos (século XVII), conhecido pelo epíteto de “Boca do Inferno”, cuja vida e obra estudaremos nessa unidade.

Contexto Histórico Antes de entrarmos na obra poética de Gregório de Matos, vamos conhecer um pouco dos aspectos históricos e culturais da época colonial. Sabemos que quanto mais informações obtivermos

a

respeito

do

contexto

histórico,

maior

será

o

nosso

poder

de

apreciação

e

entendimento da obra literária. Vamos entender e interpretar esse conceito de Barroco, que é revestido por influências religiosas e mudanças de pensamento da época. Como todos sabem, o homem dos séculos XVI e XVII encontrava-se envolto nos dogmas da Igreja Católica, principalmente. As dualidades e os paradoxos regiam sua vida, que se concretizava por meio de regras a serem seguidas, obedecidas e controladas pelo Clero em nome da fé cristã. Os fatos que deram início aos conflitos entre o homem e a Igreja, aconteceram, mais precisamente, a partir da fusão da religião com a política, ou seja, da união do Estado e da Igreja. Como você deve se lembrar, aprendemos, desde o Ensino Fundamental, que essas duas

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Unidade: A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos instituições, na época, sempre foram sinônimo de poder e riqueza e, para manter essa união

e

poder, se utilizavam de meios controladores e punitivos para com a sociedade. As consequências desses desmandos distanciavam a Igreja cada vez mais da sua verdadeira missão, que era difundir e expandir a fé cristã católica, de acordo com os ensinamentos morais deixados por Jesus por meio da Bíblia. A Igreja e o Estado concretizavam força e poder e, por isso, controlavam a vida não só das camadas populares como também da classe de letrados, filósofos e aristocratas. Nesse período, surge uma nova classe social na Europa, a burguesia, classe dos comerciantes, contrária ao poder e as imposições da Igreja. Contudo, o ponto que deflagrou o conflito do homem com a igreja aconteceu quando o Papa Leão X declarou que qualquer cristão poderia comprar o perdão por seus pecados por meio do pagamento de

indulgências.

Essa declaração desencadeia a Reforma Protestante, quando Martinho Lutero rompe com a igreja e passa a combater seus ideais. Muitos países da Europa se convertem a essa nova doutrina, porém Portugal e Espanha conservam sua fé cristã. Em 1542, o Concílio de Trento reúne os líderes da Igreja e criam uma série de medidas tomadas pela Contrarreforma, com o propósito de combater o movimento dos protestantes, expandir a religião católica e estendê-la às colônias no Oriente e Ocidente. Esse período é marcado por conflitos, perseguições e mortes. A Inquisição, criada pelo Tribunal do Santo Ofício, combate os judeus e islâmicos, considerados pecadores, além de atuar como investigadores de pessoas suspeitas de heresia e bruxaria e punir os fiéis rebeldes que passam a

praticar as novas doutrinas protestantes.

Esse momento de angústia e perseguições não só atingia as classes instruídas, mas, também, as camadas populares. Nesse momento da História, a população não aceita mais ser comandada pelos dogmas impostos pela Igreja e busca autonomia. Percebemos, aqui, que o homem desejava se libertar das imposições da Igreja e do Estado, mas não desejava libertar-se da fé cristã.

Caso você queira saber mais sobre esse período de conflitos e mudanças, assista ao filme Martim Lutero, a •

Reforma Protestante

no youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=Z9E-9tBIpY8.

Para revitalizar o poder da Igreja Católica, criou-se a Companhia de Jesus, composta por jesuítas, que eram responsáveis pela catequização das populações nas colônias do continente americano e asiático. O resultado disso foi a conversão de um grande número de pessoas na doutrina católica, resgatando o prestígio da Igreja.

O Processo de Catequização no Brasil No Brasil, a catequização ocorreu de maneira muito conturbada, pois as pessoas enviadas de Portugal para colonizar o Novo Mundo pertenciam desejavam se enraizar

na Colônia mas,

a uma classe de desajustados, que não

sim, explorá-la, enriquecer e retornar à terra natal.

À

medida que esses homens se estabeleciam, começavam a perceber que no Brasil, ainda que Colônia de Portugal, devido às diferenças culturais e religiosas dos nativos, a rigidez quanto aos ensinamentos e

dogmas da Igreja Católica originários da cultura da Europa, em muitos casos,

eram suspensos. A população, ao ser catequizada nas colônias, passava por um processo de

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conversão religiosa, pois já tinham suas crenças ligadas aos mitos. Como aprendemos, índios e negros já

carregavam

suas

tradições, cultuavam

os elementos da

natureza (Sol, Lua, etc.)

e imagens que, para os olhos da Igreja católica, eram consideradas símbolos de cultos pagãos. Em meio a todo esse processo de adaptação entre povos de diferentes culturas religiosas, os portugueses começaram a criar vínculos com essa nova terra e, a partir da formação de famílias, se enraizaram. Seus filhos, de forma preconceituosa, eram chamados de “mazombos” pela Coroa de Portugal. Conforme Roncari (2005, p.97), os colonos portugueses contavam com uma vida dupla: de um lado, o controle rígido da Igreja católica e da cultura europeia e, do outro, a necessidade de absorver e entender os costumes e crenças das populações indígenas e africanas da Colônia. Em meio a essa nova realidade, impregnada de conflitos existenciais, os portugueses esforçavam-se para manter a vida familiar de acordo com os dogmas da Igreja e as Lei do Estado de Portugal e, em contraponto, relacionar-se com a cultura dos escravos e índios. A literatura surge em meio a esse contexto de Reforma e Contrarreforma, Protestantismo, catequização e controle da Igreja Católica na vida de todos. Assim observa Roncari:

(...) devido a dificuldade de alguém colocar-se ou sequer pensar-se fora da órbita desse poder criado pela associação entre a Igreja e monarquias absolutista; e, em parte , pela própria política da Igreja de controlar e colocar

a arte, em geral,

e a literatura, em particular, a serviço da

propaganda e promoção de símbolos, valores e sentimentos religiosos. (...) todo livro ou publicação deveria receber a aprovação e licença da Mesa do Santo Ofício da Inquisição para não ser censurado (...) e propagar a fé católica. (2005, p.97)

Nosso primeiro momento nesta unidade de estudo foi, então, conhecermos um pouco da história da Europa, mais especificamente de Portugal, e, também, do Brasil Colônia nos séculos XVI e XVII.

Nesse segundo momento de estudo, vamos entender e conhecer melhor as características do Barroco. A partir das leituras anteriores, podemos observar que o estilo barroco nasce em meio a conflitos entre o homem, a Igreja, o Estado, as grandes descobertas ultramarinas e o contato com diversas culturas.

Como afirma Alfredo Bosi, “o Barroco passa por todo esse impacto

dentro de um mundo

preso à Contrarreforma (...) em luta com os novos ideais do Protestantismo” (BOSI, 1994, p.29). Vale lembrar que a arte barroca reflete a tensão entre o Teocentrismo e o Antropocentrismo. No primeiro, Deus é centro do todas as coisas e, no segundo, ocorre uma inversão de papéis. É nesse conflito entre a razão e a emoção que o estilo barroco nasce.

Roncari (2005, p.97) define a literatura no Brasil no século XVII como “útil e agradável”, destinada ao homem branco à serviço dos valores e interesses religiosos, além de ser responsável por propagar a fé cristã e os sentimentos da Igreja. Não podemos esquecer também que a circulação de livros e/ou qualquer manifestação artística eram controladas pelo Santo Ofício da Inquisição que tinha poder para liberar ou censurá-las. Por isso, muitas vezes, os artistas eram

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Unidade: A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos obrigados a expressar seus sentimentos de acordo com ensinamentos e dogmas da Igreja e do Estado. Mesmo com esse controle, a manifestação artística, no caso, a literatura, não poderia ignorar e descartar esse ambiente social de insatisfação e abuso de poder que impediam o homem de agir, pensar e o tornava refém da Igreja Católica. Porém, alguns escritores e pintores revelaram e manifestaram esse lado de libertação e rebeldia do homem.

Também não podemos ignorar que a literatura era destinada aos proprietários rurais, senhores e donos de fazendas que conservavam uma vida no campo e estruturavam sua vida na colônia em meio as plantações de algodão, cana de açúcar e tabaco. Esse proprietário de terras não só guardavam o poder e controle de suas famílias como também de todos os que viviam e trabalhavam para eles, tais como: mulher, filhos, escravos, empregados domésticos, agregados que deviam obediência para ter proteção. Não era permitido a nenhum deles possuir uma vida independente.

Roncari afirma:

O grande proprietário rural, na figura do pai e senhor e autoridade sobre o conjunto de seus familiares

estendia domínio

e homens livres que

precisavam (...) submeter-se a ele, muitas vezes, decidindo seus destinos; os escravos,(...) seu mando era absoluto (...) vida e morte. (1995, p.99)

Como pensarmos em vida literária em uma sociedade tão rústica? Quando

pensamos

nessa

sociedade

em

formação

no

Brasil,

descobrimos

que

poucos

frequentavam os colégios dos jesuítas e, quando o faziam, eram os que pretendiam seguir carreira eclesiástica. Alguns proprietários rurais contratavam professores particulares, mas o aprender ler e escrever

não era

permitido para as mulheres, por exemplo, que aprendiam

apenas a lavar, a coser e a fazer renda.

A vida social acontecia em algumas cidades litorâneas como Salvador, na Bahia, que era o centro do poder político e administrativo da Colônia, onde ficava o Senado da Câmara, o governador geral e os grandes representantes da autoridade da Coroa portuguesa no Brasil,

além de Pernambuco,

no Recife. Nessas cidades se estabeleciam comerciantes e os proprietários rurais que possuíam casas nesses centros, utilizadas para passar temporadas. Algumas pessoas viviam na cidade: brancos e mestiços livres, que viviam de ofícios como os de alfaiate, marceneiro, ourives, ferreiro, santeiro, oficiais das tropas, soldados, serviçais, etc. Trabalhavam, ainda, nas casas das autoridades e senhores de terras. Para os escravos e africanos, a regra no campo e na cidade não sofria nenhuma alteração: independente do tipo de serviço, continuavam escravizados.

No Brasil do século XVII, as práticas literárias germinaram nesse ambiente “urbano” da Bahia e de Recife, envolvidas por uma sociedade de base rural que se relacionava com as tribos indígenas e africanas e continuava a carregar as raízes da cultura europeia. Essa convivência com diferentes raças, costumes, religiões e crenças causaram certa tensão, e o universo literário da época se perpetuou entre duas vertentes: a do sagrado e a do profano. No período, a poesia é

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considerada um exercício presente no cotidiano: criavam-se trovas, glosas, romances em versos, desafios, poesias satíricas, trocas de cartas e leitura de sermões nas igrejas. Podemos dizer que a prática literária estava ligada, de forma intrínseca, à oratória, pois, na sua maioria, os gêneros textuais citados eram recitados, declamados e pregados por mestres da oratória, visto que a maioria da população não sabia ler nem escrever. É nesse período que a literatura passa a fazer parte da vida urbana. O poeta Gregório de Matos ganha fama e destaque no meio literário e agrada

ao

público em geral.

Nesta unidade da disciplina Literatura Brasileira, que estuda a poética, vamos nos concentrar, agora, na poesia e estilo de Gregório de Matos, cujos poemas são de cunho lírico-amoroso, filosófico, religioso e satírico.

Em um primeiro momento, vamos trabalhar a definição do sagrado e do profano presente na poesia gregoriana. Para esse entendimento, selecionamos o livro O Sagrado e o Profano: a essência das religiões, baseado nas leituras de Rudolf Otto, livro que analisa a experiência das religiões, escrito por Mircea Eliade que, por meio de um estudo fenomenológico e histórico, procura nos

mostrar a relação

do homem com

os fatos religiosos desde os primórdios,

e

como essa visão foi se transformando perante o modo de pensar e agir do homem moderno e materialista. Estamos no mundo da dualidade e do paradoxo: do sagrado e do profano, do Bem e do Mal, do céu e do inferno, do pecado, do perdão divino carregado de punições e castigos, e é nesse berço

que a poesia de Gregório de Matos se concretiza e enraíza.

Antes de mergulharmos entre esses dois mundos, o do homem religioso e o do homem nãoreligioso, devemos conhecer um pouco sobre

a definição e importância do Mito.

Você pode definir e entender o que significa a palavra “mito”? E por que essa definição é importante para esse estudo? Podemos dizer que os mitos foram criados para compreendermos melhor a nossa existência, e estão diretamente

ligados a eventos religiosos.

Desde os primórdios, os mitos existem. Pensamos, então, que segundo seus ensinamentos, narrados e protagonizados por entes sobrenaturais e ligados a fatos reais, somos o que somos. E, por meio das historias sagradas de deuses e semideuses, conseguimos compreender melhor a nossa origem e, ao mesmo tempo, somos ensinados e doutrinados a seguir algumas regras primordiais para nossa convivência

e relação com o outro.

Devemos pensar que, através do mito, muitos de nossos atos, considerados sagrados ou não, se repetem durante toda a nossa existência. E os repetimos porque fomos doutrinados a acreditar que isso é verdadeiro. Por isso, uma série de eventos narrados nos tempos míticos são rememorados e permanecem nos dias de hoje. Os ritos acontecem em diferentes religiões e têm como base

o primeiro ensinamento, a primeira narração.

De maneira geral, para realizarmos um ritual, precisamos conhecer a sua “origem”. Isto é: o mito

narra como ele foi efetuado pela primeira vez e o modo como aconteceu .

Vamos pensar em algo próximo a nós, a comemoração do Ano Novo, por exemplo. Não importa qual calendário é seguido pelos povos, mas o mundo comemora essa data desde os tempos antigos. O homem arcaico passou a comemorar essa data para encerrar um ciclo e começar outro, além de estar relacionada às plantações e às colheitas. Todos nós comemoramos essa passagem, não importa a religião, agradecemos ao ser supremo “Deus” por todas as nossas

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Unidade: A poesia sacra, lírico-amorosa e satírica de Gregório de Matos conquistas e fazemos nossos pedidos para o ano que começa. Cada religião segue um ritual e é nessa forma de comemorar e agradecer que entenderemos a definição do sagrado e do profano.

Para Pensar As pessoas criadas no catolicismo, no Ano Novo, seguem um ritual: assistem a uma missa , rezam e agradecem a Deus pela vida e saúde do ano que passou e do que virá, porém alguns rituais inseridos nessa comemoração, influenciados por outras religiões, que para a Igreja são considerados profanos, foram aceitos e incorporados à comemoração. Muitos católicos oferecem presentes a Iemanjá, pulam sete ondas para ter sorte, brindam com drinques e bebidas alcoólicas, que segundo a ideia arcaica, traz vitalidade e saúde, e

fazem barulho (o estouro dos fogos de artifício afastam os perigos) –

esses atos, na Antiguidade, representavam atos purificadores.

Mesmo sendo uma festa pagã , é

comemorada no mundo todo.

Esses eventos acontecem desde o princípio, e o homem arcaico, através dos mitos, narra essas comemorações. Porém, para ele, todo e qualquer rito tinha uma explicação; ou seja, ele sabia o porquê daquela cerimônia. No mundo moderno, o homem, muitas vezes, segue ritos sem entender sua origem, simplesmente porque deve seguir os costumes religiosos de sua família ou porque absorveu tal costume, que faz parte do viver em sociedade, faz parte da cultura do lugar.

“Viver”

os

mitos

implica,

pois,

uma

experiência

verdadeiramente

“religiosa”, pois ela se distingue da experiência ordinária da vida quotidiana. A “religiosidade” dessa experiência deve-se ao fato de que, ao ritualizar os eventos fabulosos, exaltantes, significativos, assiste-se novamente às obras criadoras dos Entes Sobrenaturais; deixa-se de existir no mundo de todos os dias e penetra-se num mundo transfigurado, aurora, impregnado da presença dos Entes Sobrenaturais. Não se trata de uma comemoração dos eventos míticos, mas de sua reiteração. O indivíduo evoca a presença dos personagens dos mitos e torna-se contemporâneo deles. Isso implica igualmente que ele deixa de viver no tempo cronológico, passando a viver no Tempo primordial, no Tempo em que o evento teve lugar pela primeira vez. É por isso que se pode falar no “tempo forte” do mito: é o Tempo prodigioso, “sagrado”, em que algo de novo, de

forte e de

significativo se manifestou plenamente. Reviver esse tempo, reintegrálo o mais

freqüentemente

possível, assistir

nova...


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