Analise do poema a noite dissolve os homens - Drummond PDF

Title Analise do poema a noite dissolve os homens - Drummond
Author Isabella Cristina
Course Estudos Literários: Literaturas de Língua Portuguesa II
Institution Universidade Federal de Mato Grosso
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Summary

Analise do poema a noite dissolve os homens - Drummond...


Description

Texto Analítico IV Isabella Cristina Pereira Britto

26-31. 4M

Permeado pela violência de duas guerras mundiais, a sociedade como um todo vive tempos sombrios durante o século XX. Dessa maneira, questionamentos sobre a visão de mundo e sua dura realidade será projetada na arte, assim como, questões ligadas a esperança e sua relação com a espiritualidade dos indivíduos. No Brasil, tal realidade refletiu em muitas obras de seus poetas, e em artistas aqui presentes como, por exemplo, a pintura “Guerra”, de Lasar Segall e o poema de Drummond, “A noite dissolve os homens”. O quadro, em primeiro plano, se vê elementos como soldados distorcidos, com parte dos corpos dilaceradas e amputadas, de forma que, os mesmos estão enroscados uns aos outros, buscando se proteger. Junto a esses homens possui também figuras sombrias, pitorescas e distorcidas. Em segundo plano, é retratado um campo aberto com poucas árvores retorcidas e entre elas fumaças densas proveniente de bombas. Devido a todo esse ambiente caótico é difícil identificar que existem dois grupos distintos em conflito, pois, sua postura denota uma busca por proteção, assim como, na parte inferior se debatem ao chão, dilacerados pela crueldade e violência da guerra. No decorrer de sua análise, observa-se que todos os soldados tem o rosto voltados para baixo e ocultado por um capacete criando assim uma imagem de pavor e medo, em que, os homens preferem esconder seus olhos a ver tal realidade. Entretanto, as poucas faces que aparecem são as de mortos, que sempre estão voltados para o céu, tais cena sugerem a entrega dos soldados a algo pós morte, vendo no céu esperanças para sua alma, livrando-se do corpo desfalecido e o soltando no mar de mortos de guerra. Outro ponto importante é que os soldados não utilizam armas, isso indica um confronto direto e violento demonstrando assim que a guerra não é produto de armas e bombas mas sim da natureza dos homens. Diante de todo esse horror descrito, uma figura se destaca na tela, é a de um homem decapitado segurando sua própria cabeça. O soldado tem o corpo voltado ao público e parece posar para uma fotografia, postura usualmente utilizada pelas soldados. Dessa forma, conclui-se que ele representa a legião de homens que morreram na guerra, em outra perspectiva sua postura demonstra ao leitor uma reflexão do que o ser humano pode causar uns aos outros.

Além disto, compõe-se na tela cores terrosas, como laranja argila, marrom, cinza, tons de preto e amarelo. Partindo-se desta visão podemos afirmar que a obra ilustra o horror de cores consideradas alegres, como amarelo e laranja, dispostas geralmente de maneira viva e feliz, transmitindo-se assim todo o pavor e violência do conflito com o ambiente mórbido, permeado por deformidades, corpos e dilacerados. Neste mesmo período vemos destaque poéticos com a mesma temática do quadro de Segall, buscando representações da guerra, características vista no poema “Anoite dissolve os homens”, de Drummond. No poema é descrita a noite, composta de medo e turbidez, que denota a falta de esperança ao eu lírico, e que também é mortal. Dessa forma, o noite caracteriza a chegada da guerra, pois, é ela que traz aos homens tais sentimentos. No decorrer do poema é visto sua divisão em duas partes, a primeira retrata os horrores de guerra e suas consequências perante os homens, já na segunda refere-se a aurora, que representa a visão do eu lírico sobre a esperança de uma melhor realidade. De maneira que a primeira possui como tempo o presente, como por exemplo “a noite dissolve”, já na segunda o período é o futuro, como por exemplo, “havemos de amanhecer”, demonstrando assim a possibilidade de melhores tempos. Em sua segunda parte o eu lírico faz referencia a qual guerra se trabalha, no trecho “O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos”. O fascismo retratado vem do período referente a Segunda Guerra Mundial, marcada pela mais forte onda desse regime por todo o mundo. Obstante a esse regime vemos aurora, que é descrita utilizando-se do recurso de personificação atribuindo a ela características humanas, e também a metonímia, em que usa-se uma palavra para representar um objeto como um todo. Com isso, aurora é descrita como tímida, inexperiente e delicada como o toque de teus dedos, decompondo assim a guerra e a dor dos homens, representando, para o eu lírico, a esperança. Observando-se as duas produções apresentadas conclui-se que, a produção artista Modernista da segunda geração, buscou demonstrar todo o sofrimento dos conflitos, com todo o seu horror e violência, porém, sempre permeado pela esperança e salvação do homem....


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