Análise do texto \"Uma Introdução à Arquitetura\" de Silvio Colin PDF

Title Análise do texto \"Uma Introdução à Arquitetura\" de Silvio Colin
Course Introdução À Arquitetura E Urbanismo
Institution Universidade Federal do Ceará
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Análise do texto "Uma Introdução à Arquitetura" de Silvio Colin, falando sobre a arquitetura enquanto atuação, produto cultural e fruto de uma época e uma sociedade....


Description

Introdução à Arquitetura

24.03.14

Professor: Bruno Braga

“Uma Introdução à Arquitetura”, Sílvio Colin. A conceituação, segundo o autor, pode ser vista de três formas diferentes, que se referem às funções que a arquitetura possui: a atuação, como profissional da área; como um produto cultural, como fruto de uma época e de uma sociedade; e como arte, quando os valores estéticos se sobrepõem aos valores práticos. O arquiteto deve entender tanto de técnica quanto de arte, o que inclui conhecimento sobre geometria e formas, assim como estudos sociológicos e históricos sobre valores artísticos e históricos com os quais a arquitetura se funde. A arquitetura como produto cultural é fruto da sociedade e da época. Pode-se analisar as construções de uma civilização para se conhecer mais sobre ela. Por exemplo, o Coliseu de Roma, as casas de banho, as igrejas da Idade Média e as casas brasileiras no período colonial. A estrutura do espaço, como a disposição de cômodos e objetos traduzem questões culturais de um período, como aposentos destinados às mulheres no fundo do lote, senzalas, banhos públicos para os populares em Roma, etc. Trazendo esta análise para os dias atuais, na sociedade japonesa, por exemplo, a expressão cultural através da arquitetura se dá pelos ambientes pequenos, bastante funcionais e práticos, adequados à vida em uma metrópole populosa e densamente povoada. É possível reconhecer a arquitetura como arte quando se valoriza mais os aspectos estéticos que os funcionais. Quando a construção traduz alguma expressão, ganha um sentido ou tem um caráter simbólico, ela existe como arte, pois sua estrutura deixa de ser puramente usual e passa a ser contemplativa. A diferença da arquitetura em relação às outras expressões artísticas, como a pintura, escultura, música, etc é que esta encontra-se limitada devido à questões técnicas. Como também possui caráter essencialmente funcional (pois a estrutura arquitetônica só adquire esse caráter quando é apropriada), ela deve ter, além da estética, um propósito, que está sujeito à ergonomia, à iluminação, à adequação às atividades humanas, dentre outras coisas. Por isso, o caráter artístico é um adendo às construções, e não existe uma liberdade de expressões artísticas. Além disso, diferente de outros tipos de arte, a arquitetura faz parte do cotidiano - não é uma peça exposta em um museu, ou uma música em um CD. Ela faz parte do cenário urbano, doméstico e profissional dos indivíduos. Sendo assim, está sob constante avaliação dos que fazem uso dela, adquirindo uma responsabilidade extra: estar em harmonia com outros elementos do cenário. Como Vitrúvio escreveu em “Os dez livros da arquitetura”, não se pode definir a arquitetura dentro de uma frase. Cada elemento envolve referências de diversas áreas do conhecimento, inclusive desempenhando um papel simbólico através do significado que se passa. Sobre o pensamento de Vitrúvio, ele também afirmava que as construções têm três pilares: solidez, utilidade e beleza. A solidez diz respeito ao caráter estrutural, pois é primordial que a construção seja rígida e seja feita dos materiais corretos. Quanto à utilidade, deve-se criar um ambiente que atenda às necessidades dos indivíduos para que seja ocupado. A beleza é uma questão relativa, porém, deve-se ter uma harmonia entre as formas e sua organização dentro do espaço, além de elementos que chamem atenção para a estética das construções. As funções de uma construção possuem caráter sintático, semântico e pragmático. A função sintática refere-se ao papel que ele tem dentro do espaço urbano: não pela atividade que é desempenhada dentro dele, mas pelo motivo de ele estar localizado em tal ponto. Essa função relaciona-se com o meio externo, o local onde ele está inserido. A função semântica é a simbologia que o prédio tem, o significado de seu papel dentro de uma sociedade; por exemplo, as igrejas expressam religiosidade, as escolas expressam o papel da educação, etc. A função pragmática refere-se às atividades desempenhadas dentro

do local: cada prédio tem uma finalidade, logo, seus elementos estarão de acordos com o que será exercido no espaço que foi construído.

“Pensar a Arquitectura”, Peter Zumthor. O capítulo do livro expõe o pensamento de que a arquitetura, mesmo para os que não têm conhecimentos teóricos sobre ela, faz parte da realidade do indivíduo e relaciona-se com ele. Tudo o que nos rodeia em nossa vivência é arquitetura. O espaço é percebido, porém a composição dos elementos não tem significado, pois precisa-se observar atentamente e fazer uma investigação de função e composição dos objetos e estruturas. Há também uma diferenciação entre o projeto e a arquitetura. Esta só existe quando é material, quando existe execução e concretização. Aquele é apenas um esboço da arquitetura, pois não existe forma, apenas uma concepção do espaço. O motivo pelo qual o projeto não é considerado arquitetura é porque o espaço arquitetônico não se dá somente a partir de uma ideia de espaço, mas por outros elementos também, como os materiais, a solidez, a estrutura e a apropriação do espaço, e tudo isso só é possível de se observar quando a obra está completa. A arquitetura têm caráter essencialmente material e prático, pois ela desempenha função na vida dos indivíduos. Sendo assim, suas referências partem de objetos pré-existentes, tomados para estabelecer relações com o espaço estrutural das construções. Precisa-se das formas para delimitar o espaço, e precisa-se de um espaço para as formas ocuparem. Então, o arquiteto precisa, em seu projeto, ter em mente noções de composição, de harmonia, de estruturas e de imaginação, para unir esses elementos em um único espaço que atenda às demandas de sua função.

Tratado de Arquitetura, Vitrúvio. Vitrúvio introduz dois conceitos importantes para a análise: significado e significante. O significado é aquilo que é proposto, e o significante é a tradução lógica de seus conceitos. Assim, para ser um arquiteto, não basta possuir conhecimentos sobre a área, mas entender tudo o que está ao redor para conseguir traduzir os significados dentro do espaço. O autor diz que deve-se saber de um pouco de cada campo de conhecimento, pois eles estão ligados à arquitetura. Afinal, a vida humana e suas produções culturais, histórias e cotidianas estão inseridas dentro de um espaço e um contexto, e eles precisam estar em consonância com aquilo que é proposto. Assim, o conhecimento plástico, artístico, literário, filosófico e histórico também são do ofício de um arquiteto, já que, como arte e como produto cultural e utilitário, engloba as manifestações da sociedade, assim como é englobado por elas… Todos os conhecimentos encontram uma ligação dentro da arquitetura. Em seguida, o autor começa a trabalhar com conceitos sobre a arquitetura em si, como o sentido de organização do espaço com harmonia entre seus elementos, o que está sujeito a uma adequação e a uma estética agradável. Destaca-se também a importância da proporcionalidade, o que contribui para a elegância das formas. É também de sua contribuição os princípios de solidez, utilidade e beleza: esses pilares foram estabelecidos para o exercício da arquitetura: a solidez é um elemento indispensável para qualquer construção, e, por isso, segundo Vitrúvio, não se deve economizar no alicerce. Quanto à utilidade, ela se dinamiza a partir da divisão dos espaços, de forma que eles fiquem de acordo com o ofício que será realizado no local. A beleza está ligada aos elementos estéticos, assim como ao decoro, e é alcançada principalmente através da comensurabilidade - equilíbrio dos elementos da própria obra e na correspondência de uma determinada parte, dentre as partes separadas, com a harmonia do conjunto da figura. Assim como no corpo humano, deve-se haver uma simetria na totalidade, e esta deve ser usada

como base para o restante dos elementos que compõe a obra. Em seu livro, Vitrúvio escreve como arquiteto. Ele diz que por o seu ofício exigir conhecimento em diversas áreas, ainda que não atue nelas, não há como atingir a perfeição, ainda que se deva procurar alcançar a excelência. Sendo assim, ele não será um mestre em tudo, mas terá um conhecimento mediano em uma vasta gama de campos. E como arquiteto, seu dever é utilizá-los para que, dentro de sua área principal, a arquitetura, ele possa compreender o espaço e construí-lo seguindo os preceitos de disposição, ordenação, coerência, solidez, utilidade e beleza....


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