O prazer do texto PDF

Title O prazer do texto
Course Redação Publicitária A
Institution Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Resumo sobre o texto "O Prazer do Texto" de Roland Barthes...


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Redação Publicitária A --- Prof.ª Adriana Kowarick 24 de abril de 2017

Escrever no prazer não necessariamente implicará numa leitura de prazer. O escritor precisa procurar o leitor, o texto precisa “querer” que o leitor converse com ele. “Não é a “pessoa” do outro que me é necessária, é o espaço: a possibilidade de uma dialética do desejo, de uma imprevisão do desfrute: que os dados não estejam lançados, que haja um jogo.” O autor discorre sobre dois tipos de textos, os de prazer e os de fruição, e parece favorecer (preferir) os textos de prazer. O texto de prazer seria um texto de leitura fácil, no qual o foco do leitor fica apenas na ficção, de onde tira seu prazer; já o texto de fruição dita o ritmo da sua leitura, mais atenta, onde o leitor precisa enfrentar a linguagem para chegar ao conteúdo. “Texto de prazer: aquele que contenta, enche, dá euforia; aquele que vem da cultura, não rompe com ela, está ligado a uma prática confortável da leitura. Texto de fruição: aquele que põe em estado de perda, aquele que desconforta (talvez até um certo enfado), faz vacilar as bases históricas, culturais, psicológicas, do leitor, a consistência de seus gestos, de seus valores e de suas lembranças, faz entrar em crise sua relação com a linguagem.” “Daí dois regimes de leitura; uma vai direto às articulações da anedota, considera a extensão do texto, ignora os jogos de linguagem; a outra leitura não deixa passar nada; ela pesa, coloca-se ao texto, lê, se se pode assim dizer, com aplicação e arrebatamento.” O texto “tagarela” seria o texto que é cansativo, fala demais e de maneira frígida, sem provocar o desejo. “O enfado não está longe da fruição: é a fruição vista das margens do prazer.” O prazer do texto vem da “fenda” entre a cultura e a destruição, segundo o autor. O que se deve procurar é o espaço entre essas duas margens, linhas nítidas porém tênues, entre o conforto e o desconforto, causando no leitor uma sensação incômoda mas prazerosa ao ser superada. “Nem a cultura nem a sua destruição são eróticas; é a fenda entre uma e outra que se torna erótica. O prazer do texto é semelhante a esse instante insustentável, impossível, puramente romanesco, que o libertino degusta ao termo de uma maquinação ousada, mandando cortar a corda que o suspende, no momento em que goza.” “O prazer do texto é esse momento em que meu corpo vai seguir suas próprias idéias – pois meu corpo não tem as mesmas idéias que eu.” O texto é atópico porém não é sem sombra. “No texto de prazer, as forças contrárias não se encontram mais em estado de recalcamento, mas de devir: nada é verdadeiramente antagonista, tudo é plural.”

“Alguns querem um texto [..] sem sombra, cortada da “ideologia dominante”; mas é querer um texto sem fecundidade, sem produtividade, um texto estéril. O texto tem necessidade de sua sombra: essa sombra é um pouco de ideologia, um pouco de representação, um pouco de sujeito.” Comenta a erotização do novo. Critica as “instituições oficiais da linguagem” por apenas repetirem (estereótipos). “Isto é o meu prazer, mas não a minha fruição: esta só tem possibilidade de aparecer com o novo absoluto, pois só o novo abala a consciência (fácil? de modo algum: nove em dez vezes, o novo é apenas o estereótipo da novidade).” “O estereótipo é a palavra repetida, fora de toda magia, de todo entusiasmo, como se fosse natural, como se por milagre essa palavra que retorna fosse a cada vez adequada por razões diferentes, [...]” Um texto pode não me dar prazer ao ser relido. O prazer depende do meu eu histórico: “uma combinatória muito delicada de elementos biográficos, históricos, sociológicos, neuróticos (educação, classe social, configuração infantil, etc.)”....


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