Análise dos Edifícios Residencial Corruíras e Quinta Monroy PDF

Title Análise dos Edifícios Residencial Corruíras e Quinta Monroy
Course História Da Arquitetura E Urbanismo
Institution Universidade Federal do Ceará
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Summary

Análise comparativa de duas edificações de tipologia Habitação de Interesse Social, sendo um exemplo nacional, o Residencial Corruíras, e outro um exemplo internacional, o Quinta Monroy....


Description

RESIDENCIAL

&

corruíras

QUINTA monroy

Mirella Raposo Nicole Iannini Wesley Anjos

SUMÁRIO 03 04 07 09 11 13 14 15 16 17

INTR ODU Ç ÃO P R OGRAMA CONCEI TO IMPLANTAÇ ÃO TECNOLOGIA S OLU Ç ÃO FORMAL SIGNIFICADOS CR Í TI CA| AR QUI TETOS COMP R OMI S S OS CONCLU S ÃO | REFER Ê NCI AS

Rua das Corruíras - Vila Campestre. São Paulo - SP (Brasil) Boldarini Arquitetura e Urbanismo Projeto: 2011

Figura1 - Residencial Corruíras

Construção: 2013

INTRODUÇÃO H A B I TA Ç Ã O

D E

I N T E R E S S E

S O C I A L

Durante um longo período, entendia-se por Habitação de Interesse Social grandes conjuntos nas áreas periféricas da cidade, onde se abrigava uma determinada população de baixa renda. Esse modelo de política habitacional foi insistentemente usado para tentar solucionar o problema da falta de moradia. No Brasil, somente após a Constituição de 1988, com a incorporação parcial da função social da propriedade urbana, houve uma maior movimentação acerca de novas formas de se pensar a moradia para a população de baixa renda. A escolha da obra nacional para a análise desse trabalho está dentro do contexto das novas estratégias utilizadas para a construção de habitação de interesse social; além disso, por ser uma obra recente, pretende-se analisar se a sua concepção e execução conseguiu superar os modelos ultrapassados de se pensar em unidades habitacionais de baixo custo. O Residencial Corruíras trata-se de uma obra feita através de uma operação urbana consorciada, em que se realocou uma população de um assentamento informal para uma edificação verticalizada.

Iquique - Região de Tapacará (Chile) ELEMENTAL Arquitetos (Alejandro Aravena) Projeto: 2001 Construção: 2004

Figura 2 - Quinta Monroy

A obra internacional, por sua vez, foi escolhida por estar localizada em um país de contexto histórico que possui semelhanças com o brasileiro. Entretanto, apesar das semelhanças, o Residencial Corruíras e o conjunto Quinta Monroy possuem diferenças marcantes entre as formas de solucionar a demanda e no que oferecem aos seus habitantes..

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PROGRAMA

PA N O R A M A H I S T Ó R I C O N AC I O N A L

Analisando o panorama histórico, nota-se que o tema de Habitação de Interesse Social no Brasil possui períodos bem definidos, em que a questão alternou entre pouca ou muita relevância. Em um recorte dos últimos cinquenta anos, as habitações sociais já apareciam no cenário nacional durante o governo Vargas, mas ainda não haviam diretrizes claras que marcassem uma política de habitação de interesse social. “[...] a habitação social no Brasil tende a ser pensada apenas numericamente; exceto por alguns casos pontuais, as propostas pouco avançam em termos de amplitude conceitual, renovação urbana e participação social democrática. Mesmo assim não parece conveniente insistir apenas na abundância dos fracassos, uma visão confiante na possibilidade de mudança segue sendo necessária e imprescindível.” (BASTOS e ZEIN, 2011)

Figura 3 - Implantação do Conjunto Zezinho Magalhães

Figura 4 - Foto do Conjunto Zezinho Magalhães

Depois do período pós-regime militar, percebemos que o Brasil perde a “preocupação” que antes tinha com as habitações de interesse social. Programas de eixo nacional não existiram durante a década de noventa, apenas algumas particularidades estaduais ou municipais se fizeram presentes. Já no século XXI, pode-se perceber que a política nacional de habitação já começa a reaparecer com mais relevância, principalmente após a regulamentação da Lei do Estatuto da Cidade em 2001 e a criação do Ministério das Cidades em 2003. A temática urbana volta de uma forma mais condensada às discussões do Governo Federal.

A criação do Banco Nacional da Habitação (BNH), em 1964, representou a primeira tentativa de criar uma política habitacional voltada para a população de baixa renda, promovendo a construção de moradias populares. Tratava-se de uma “política social” nacional implementada durante a Ditadura Militar, com o objetivo de legimitar-se junto às massas e fomentar o crescimento econômico e a geração de empregos no setor da construção civil. (GONDIM, 2013).

As Zonas Especiais de Interesse Social se mostram importantíssimas para a discussão da habitação social em todo o país. Alguns pontos também são importantes na política habitacional paulista, como a presença de Elisabete França e a criação do Plano Municipal de Habitação em 2005. Em relação à política nacional dos anos 2000, pode-se destacar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o PMCMV (Programa Minha Casa Minha Vida), ambos iniciados em 2007 e 2008.

Dentro dessa linha temporal, entramos no aspecto de moradia social em São Paulo, onde foi criado o Conjunto Habitacional CECAP (Companhia Estadual de Casas para o Povo) Zezinho Magalhães, projeto de Paulo Mendes da Rocha, Vilanova Artigas e Fábio Penteado. Um grande complexo com influências modernistas, construído numa escala similar a um bairro com habitação e serviços (Figura 3 e 4).

Outro exemplo interessante é a situação da Operação Urbana da Água Espraiada. Segundo França, em 2009, a SEHAB (Secretaria de Habitação da Cidade de São Paulo) tinha o grande desafio de elaborar um projeto para aproximadamente quatro mil unidades a serem construídos no território das proximidades do córrego da Água Espraiada. As Operações Urbanas já aconteciam na realidade da cidade de São Paulo desde a década de 90, algumas com maior tato com o aspecto habitaciona. e outras não.

Segundo Zambra (2015), eram 10.680 moradias divididas em seis setores, fazendo referência às superquadras de Brasília. Cada quadra era composta por 32 blocos e tinha por objetivo gerar microescalas para contrapor o aspecto macro do conjunto. Haviam serviços e equipamentos em um raio de, no máximo, 150 metros dos blocos. O declínio da política habitacional que o BNH trouxe se deu pela favelização daquilo que foi colocado como a solução. As COHABs (Companhias Estaduais e Municipais das Habitações), responsáveis pela construção das casas do programa, compravam terrenos nas periferias da cidade, onde o preço da terra era mais baixo. Entretanto, os conjuntos ficavam longe e com difícil acesso aos serviços urbanos, o que afetou negativamente a vida dos habitantes. Além disso, criticava-se o caráter autoritário das remoções e reassentamentos sem a participação da população. Gradativamente, os conjuntos foram se deteriorando, tanto pelo abandono de alguns moradores, que preferiam voltar à situação informal, quanto pela falta de controle dos órgãos governamentais em relação ao uso impróprio das unidades. Configurou-se, assim, a “favelização” do que havia sido apresentado como “solução” para o problema das favelas (ANDRADE, 2006).

“Assim a política habitacional retoma a arquitetura pública na área da habitação como elemento essencial na construção da cidade. O reconhecimento das preexistências e da cultura local, construídas ao longo de décadas pelas famílias que vivem nos assentamentos precários, foi adotado como ponto de partida dos projetos, mostrando que existe alternativa às soluções burocráticas representadas pelos conjuntos habitacionais construídos sem projeto de arquitetura.” (FRANÇA, 2013. p. 308)

O Jardim Edite é um dos exemplos marcantes no contexto das operações urbanas consorciadas de São Paulo e do Brasil. O Complexo Habitacional é bem localizado na maior cidade do país e possui um restaurante escola, uma creche e uma UBS (Unidade Básica de Saúde), anexadas a 252 unidades habitacionais destinadas ao reassentamento da favela Jardim Edite.

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RESIDENCI AL CO R R U Í RAS O Residencial Corruíras, assim como o Jardim Edite, faz parte da Operação Urbana Consorciada da Água Espraiada (figura 6). Entretanto, Corruíras é implantado numa região pouco menos atrativa economicamente que o Edite. A obra de Marcos Boldarini é estritamente residencial, não apresenta serviços dentro do lote, possui 244 unidades habitações e somente o salão de leitura e o salão de festas fogem da tipologia de habitação. O Residencial Corruíras, apresenta unidades de 50m² com dois quartos e a variante de unidade acessível. (Figura 7 e 8)

Devido à alta declividade do terreno, o edifício se apoiou na topografia e fez torres com 7 e 9 pavimentos, diminuindo o valor da construção (Figura 9). A disposição dos edifícios em planta deixa um pátio interno com corredores passando em todos os pavimentos. No terceiro andar, quatro apartamentos são trocados por duas salas de leitura e dois salões de festas. Nos dois andares inferiores, só existem os blocos de maior altura (9 andares), enquanto nos demais o pavimento tipo se repete (Figura 10).

A proposição de equipamentos no mesmo terreno sugere tanto uma melhor situação para a comunidade, de prestação de serviços, como um auxílio em renda por se tratar de uma localização tão cara, inserindo o edifício economicamente do entorno imediato. O projeto consiste em três torres com quatro unidades por andar. Utiliza-se de elevador devido gabarito alto (Figura 5). Nos primeiros pavimentos, o uso do elevador é dispensado em detrimento de uma economia dos custos de manutenção do predio (Figura 6). Figura 9 - Corte Residencial Corruíras

Figura 5 - Planta pavimento tipo do Jardim Edite

Figura 6 - Planta pavimento tipo do Jardim Edite (sem elevadores)

Figura 10 - Planta dos Pavimentos tipo do Residencial Corruíras

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Figura 21 - Esquema Quinta Monroy

“El desafío de nuestro primer proyecto fue acomodar 100 familias utilizando un subsidio de 7,500 dólares, que en el mejor de los casos, permitía la construcción de una vivienda de 36 m². Un segundo problema, el sitio de 5000 m², que costaba el triple de lo que un proyecto de vivienda social puede, usualmente, permitirse. Ninguna de las soluciones propuesta por el mercado podía resolver la ecuación. Entonces pensamos una tipología de edificio que efectuara un uso de suelo eficiente y que a su vez, permitiera la ampliación de las casas. Después de un año, el valor de cada propiedad superó los 20.000 dólares. Sin embargo, las familias prefirieron quedarse y seguir con la ampliación de su casa en vez de venderlas.” (Arquitetos do escritório Elemental)

O programa governamental, um escritório comprometido com o que lhe foi proposto e uma comunidade ativa na participação do projeto com um intenções de permanecer naquela área foram pontos cruciais dentro do projeto de Quinta Monroy. Chile é um país com problemas habitacionais similares ao Brasil e assim como acontece aqui, a participação das comunidades no processo projetual de suas obras também é algo pouco usual. A habitação social de Aravena quebra com esse padrão, ao deixar as famílias fazerem parte tanto do aspecto projetual do edifício, como da construção do edifício. Todos os louros do edifício vieram dessa postura inicial. O tripé governo, escritório e população são essenciais para a construção de qualidade das habitação de interesse social.

C O N S I D E R A Ç Õ E S É possível perceber que mesmo em dois lugares completamente diferentes, ambas as obras conversam em alguns aspectos e demonstram suas particularidades com muita clareza. Citando o Regionalismo Crítico de Frampton, disponível em “Uma Nova Agenda Para Arquitetura", vê-se que esse Regionalismo busca uma possibilidade do habitar numa arquitetura que tenha mais significado do que experiência. Compartilha do reconhecimento da sua construção regional, vernacular e sua peculiar sensibilidade a luz, ao vento, e as condições térmicas que dita uma resposta arquitetônica adaptada ao lugar específico. Os edifícios trabalhados mostram exatamente esse aspecto, como uma arquitetura regional bem feita pode dar tanto a arquitetura. As janelas protegidas com venezianas de Corruíras assim como a predominância dos cheios sobre os vazios, na situação da obra chilena. Vemos que esse olhar claro deixa a habitação social no seu mais puro eixo natural que é o eixo habitacional, a sensação de pertencimento e liberdade pessoal que apenas as casas podem dar. Outro ponto a ser frisado na comparação entre os dois é o que fala Pedro Arantes, no livro “Arquitetura na Era Digital Financeira”: “[...] mas há uma particularidade da produção do valor-trabalho em obras de difícil execução e de formas únicas. Ela não ocorre, por exemplo, como na encomenda pública convencional, de escolas, hospitais e habitação social, cujas edificações são, em geral, razoavelmente padronizadas, bem como o seu custo por metro quadrado. A relativa homogeneidade dessas obras permite que sejam facilmente mensuráveis.” (ARANTES, 2010)

A habitação social não é tema para vinculações artísticas máximas ou experiências mirabolantes. Esses temas são tratados com mais regras, com mais tato de controle a exageros. Ele não fortifica o turismo, ele não dá um retorno cultural ou de status para a situação. É um tema de pouca importância em um plano atrativo e artístico. A habitação social parte de premissas sociais, funcionais e orçamentárias, sendo necessário aliar todos esses fatores e pensar em estratégias para construir edificações de qualidade e durabilidade para as famílias vulneráveis.

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I M P L A N TAÇ ÃO R E S I D E N C I A L

C O R R U Í R A S

Figura 22 - Vista Aérea Residencial Corruíras

O Residencial Corruíras está localizado em um terreno com declive acentuado, próximo ao córrego Água Espraiada, consolidando o vazio urbano que se encontra ao lado da favela Minas Gerais como alternativa de reassentamento das famílias removidas da área. Sua implantação oferece uma percepção interessante do relevo e da paisagem adjacentes, ao mesmo tempo em que imprime uma nova morfologia ao bairro. O bairro Jabaquara, onde o conjunto se encontra inserido, apresenta características urbanas e sociais diversificadas. Há o predomínio de residências unifamiliares, mas há também áreas em processo de verticalização, bem como assentamentos informais. A localidade conta com equipamentos de infraestrutura e mobilidade urbana, como o Aeroporto de Congonhas e o terminal rodoviário intermunicipal de Jabaquara, este último agregando linhas para diversos pontos da região metropolitana. O terreno é singular e de topografia íngreme, contando com uma diferença de cota de 22 metros. Os acessos se dão pela Avenida Gen. Daltro Filho e pela Rua Corruíras. Aproveitando-se do declive, foram projetados dois conjuntos formados por lâminas de sete e nove andares conformados em torno de um pátio central, onde o acesso principal se faz a médio nível por meio da Av. Gen. Daltro Filho. Desse modo, o prédio é dividido em dois blocos, a partir do térreo elevado, compondo o conjunto de forma escalonada. O projeto do Residencial Corruíras privilegiou o aproveitamento de toda a área computável para construção de moradias, determinando um uso exclusivamente residencial. Ao buscar alcançar o maior adensamento possível, garantiu uma boa orientação de todas as unidades habitacio-

Figura 23 - Entorno Resdencial Corruiras

nais com a menor área de ocupação do solo, contribuindo para um elevado índice de permeabilidade no terreno. Desse modo, a área que não se encontra ocupada pelas construções respeita a topografia existente, tendo sua superfície gramada, sem grandes cortes nem terraplanagens, porém, por ser muito íngreme, não possibilita a sua utilização para atividades. Portanto, os espaços de uso coletivo ficam restritos aos pátios interiores, caracterizados por superfícies de concreto e determinadas áreas gramadas. Estes espaços não contêm equipamentos de uso coletivo. A incorporação de vegetação é bastante limitada, se fazendo presente apenas em calçadas, seguindo o padrão do bairro.

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Q U I N TA

M O N R O Y

No pavimento superior, são edificados 3x6m, com pé-direito de 5m, e 3x6m livres nas laterais. Portanto, em dois lotes, são construídas duas habitações do tipo térreo e três habitações de dois pavimentos. O conjunto Quinta Monroy trouxe fluidez ao espaço, com ruas internas e unidades habitacionais bem distribuídas. E, apesar das unidades ocuparem boa parte do terreno, o arquiteto conseguiu desenvolver espaços de convívio entre as edificações, essenciais para uma boa qualidade espacial em conjuntos habitacionais de baixa renda. Buscou-se introduzir espaços para uso coletivo, compostos por praças e vias internas para circulação de veículos e pessoas, destinados essencialmente à população local. Cada uma das praças é rodeada por 20 habitações, conformando pequenas comunidades dentro do conjunto com a intenção de manter as relações entre as famílias. Ao trazer maior qualidade de vida para as famílias, mantendo-as no loteamento, foi possível reviver um terreno de grande valia sem que houvesse gentrificação.

Figura 24 - Vista Aérea Quinta Monroy

O conjunto habitacional Quinta Monroy está localizado na pequena cidade de Iquique, ao norte do Chile. A cidade se encontra entre o mar do Pacífico e as montanhas desérticas de Tarapacá, sendo detentora de um rico centro histórico e de ocupação variada. Figura 25 - Entorno Quinta Monroy

O projeto do Quinta Monroy está localizado em uma área central – entre o porto e a zona hoteleira. Já o centro histórico e a área turística se encontram há aproximadamente 2,6 quilômetros do conjunto. O terreno, de topografia plana, que hoje se encontra em um contexto urbano consolidado, costumava ser utilizado para atividades agrícolas e se encontrava em área periférica. Eventualmente, o loteamento foi ocupado de maneira irregular por famílias de baixa renda que não usufruíam de padrões decentes de habitabilidade, uma vez que não contavam com infraestrutura e saneamento básico. O entorno é diversificado, rodeado por comércio, serviços e equipamentos urbanos, e, por esses motivos, se fez imprescindível a permanência da população no terreno já previamente ocupado. Houve também a preocupação em encaixar a a tipologia das edificações do conjunto com as demais construções próximas, onde predominam gabaritos baixos, entre dois e três pavimentos, e que se utilizam da largura total do lote. Com exceção do conjunto de torres residenciais junto à Avenida Diego Portales. A implantação em lâmina se mostrou mais adequada para acomodar o maior número de famílias, ao mesmo tempo em que garantia melhor insolação e ventilação para as unidades, fatores estes que não eram contemplados nas antigas construções. O terreno foi dividido em lotes de 9x9m dispostos lado a lado, onde uma faixa de 3m ao fundo acomoda o pátio. No térreo, são construídas habitações de 6x6m, deixando 3x6m livres para autoconstrução por parte de seus residentes, e conta com pé-direito de 2,5m.

Figura 26 - Entorno Quinta Monroy

C O N S I D E R A Ç Õ E S Ambos os conjuntos habitacionais analisados, tanto o Quinta Monroy quanto o Corruíras, foram implantados em contextos urbanos semelhantes, localizados em áreas centrais e se opondo à tradicional implantação desse modelo específico de moradia em regiões periféricas e de menor custo. As construções dos conjuntos tiveram como compromisso principal a requalificação do local, empregando-lhe novo sentido espacial e social ao garantir melhores condições de habitabilidade para as comunidades lá estabelecidas. No entanto, pode-se perceber profundas diferenças entre os dois projetos quando se analisa seus respectivos entornos. Enquanto a solução formal do conjunto Quinta Monroy se preocupa em buscar uma linguagem similar àquela presente nas demais edificações da região, não destoando de seu entorno imediato, o Residencial Corruíras discorda com a sua paisagem adjacente, uma vez que sua localização e projeto arquitetônico enfatizam a diferença gritante de gabarito entre ele e as construções que o rodeiam. Ele não se comunica com o espaço no qual está inserido, como acontece com Quinta Monroy, destacando-se do restante das construções l...


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