Artigo-acrobata da dor PDF

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Artigo sobre o poema acrobata da dor...

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Nos quartetos o “eu-lírico” não deixa claro quem é o Acrobata da Dor, com o uso dos verbos (Gargalha, Ri) ele deixa a entender que pode ser qualquer um, inclusive nós, leitores. Mas ao longo do poema, enquanto descreve o sentimento como de um palhaço, que embora sofra, controla suas emoções e mantém o riso. Essa voz, que só será revelado no final do soneto, ri de sua própria desgraça (“Gargalha, ri, num riso de tormenta,/Como um palhaço, que desengonçado,/Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado”). O uso das palavras “ri”, “ironia” e “dor” juntas, destaca o dualismo entre o riso e a dor, e no poema, o riso só está presente porque há a dor, sendo um riso irônico. Toda essa ironia presente na situação apresentada pelo “eu-lírico” que possibilita um pensamento sobre o “eu-interior” presente em cada um de nós, caracteriza a exploração do inconsciente presente na época do simbolismo, em que havia essa busca e valorização pelos estados da alma. Diante de um período conturbado, em que uma incerteza pairava sobre a sociedade, um conflito interno e externo. Logo a diante teríamos a virada do século. E com ela mudanças e novas oportunidades, mas ao mesmo tempo traz medo e inseguranças quanto a um futuro melhor. E todo esse sentimento doloroso é explorado e trabalhado no poema, representando todo o pessimismo presente nas obras de Cruz e Sousa. Em que o autor exprime a dor de ser homem, a dor de ser negro e a dor de ser espírito. Pois o sofrimento não é apenas carnal, ele transcende para a esfera interior, sendo este estado grotesco pertencente a ele....