Atividade avaliativa Cosmovisão Reformada (2020) PDF

Title Atividade avaliativa Cosmovisão Reformada (2020)
Course Introdução a Cosmovisão Reformada
Institution Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Trabalho entregue na disciplina Cosmovisão Reformada da UPM., com o tema Calvinismo....


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Resumo Cosmovisão Reformada Abraham Kuyper afirmava haver três relações da existência humana sendo a relação com Deus, com o homem e o mundo, defendendo a fé cristã como resposta para todas as áreas da vida, por enxergar a soberania de Deus sobre tudo. Além disso, ele via a cosmovisão cristã como meio de se relacionar, iluminar e estimular a cultura até o seu pico mais alto na religião, política, ciência e arte, sendo capaz de responder às questões ligadas à vida humana. Preocupado com a situação social, moral, cultural, política e eclesiástica de seu próprio país e tendo consciência da luta existente entre o cristianismo e o Modernismo, o qual colocava o primeiro em grandes perigos, Kuyper percebeu que princípios deveriam ser equiparados e debatidos, um contra o outro. A partir disso, elaborou alguns pontos principais, sendo eles: (1) O Calvinismo como Sistema de Vida; (2) O Calvinismo e a Religião; (3) O Calvinismo e a Política; (4) O Calvinismo e a Ciência; (5) O Calvinismo e a Arte; e (6) O Calvinismo e o Futuro. Em sua visão, o Calvinismo e seus fundamentos seriam uma forma de resistência e em suas palavras, “[...] a única, decisiva, lícita e consistente defesa das nações protestantes contra o usurpador e esmagador Modernismo”. Desta maneira, firmou-se o pensamento de que o dogma calvinista proporcionava devida influência a áreas que iam além da religiosa, podendo-se associar o calvinismo à arte, ciência e até mesmo à política. O Calvinismo, teria como seu princípio-chave "a doutrina da soberania absoluta e incondicional de Deus sobre a criação "em todas as suas esferas e reinos, visíveis e invisíveis". E o Modernismo negaria uma relação (existência) com Deus, ou se revestia de algum sistema como agnosticismo, com intuito de aniquilar o poder da igreja e manter sua relação de independência. Kuyper considerou que o calvinismo “não apenas podou os ramos e limpou o tronco, mas alcançou a própria raiz de nossa vida humana” o que significa que não se limitava ao dogma religioso e sua esfera. Ao adentrar a política por exemplo, ele afirma existir o surgimento de sistemas poderosos que se desenvolvem com base nos conceitos religiosos, e o calvinismo neste cenário, se torna uma mola motivadora neste campo. Os governos então existem por delegação divina, na qual seu poder não se resume a um contrato social, mas sim pela força exercida por Deus. Além disso, a essência de qualquer governo para Calvino, se baseia na liberdade, e em suas próprias palavras, defende que "os governantes devem fazer o máximo para

impedir que a liberdade, à qual foram indicados como guardiões, seja suprimida ou violada" e que se assim o fizerem, são traidores do ofício. Apenas o Calvinismo, de acordo com Kuyper por derivar sua relação do homem com o homem de sua própria relação com Deus: [...] coloca toda nossa vida humana imediatamente diante de Deus, então segue-se que todos, homem ou mulher, rico ou pobre, fraco ou forte, obtuso ou talentoso, como criatura de Deus e como pecador perdido, não tem de reivindicar qualquer domínio sobre o outro, e que permanecemos iguais diante de Deus, e conseqüentemente iguais como seres humanos (p. 35, 36).

Desta feita, a única distinção entre os homens a ser reconhecida, é aquela que o próprio Deus estabeleça quando confere “[...] a um autoridade sobre o outro, ou enriquece um com mais talentos do que o outro, para que o homem de mais talentos sirva o homem de menos, e nele sirva o seu Deus” (KUYPER, 2003, p. 36). Por isso, o Calvinismo condena as desigualdades e dignifica a pessoa, operando transformações sociais. O conceito de desenvolvimento humano a partir da ótica calvinista retorna à questão do trabalho como uma bênção divina: moralmente eminente e eticamente bom. Essa visão era contrária àquela que reinava as relações em sua época, onde o trabalho e a necessidade econômica eram não apenas complementares, mas um a razão da existência do outro. Junto a outros reformadores, Calvino promoveu a releitura do conceito social do trabalho: O conceito de trabalho, longe de ter uma trajetória linear, homogênea ou estática, consiste numa "realidade" dinâmica que vem sendo

construída,

des-construida

e

reconstruída

historicamente

até

a

contemporaneidade (SILVA, 2004, p.42). O desenvolvimento social, para Calvino, pauta-se portanto no trabalho, sendo este uma reprodução do comportamento de Deus: E baseado em um entendimento do "trabalho divino" que Calvino concebe seu conceito de "trabalho humano"; sendo, em sua concepção, este o translato daquele. Trabalhar é executar o que o próprio Deus faz.(SILVA, 2004, p.53). O desenvolvimento econômico, espiritual e social passam, necessariamente, pelo esforço em desempenhar as mesmas atividades divinas. Porém, não é toda e qualquer atividade que espelha o agir divino: é necessário estar de acordo com a ação de Deus. Não se trata portanto da natureza do ofício, mas sim no seu sentido e no espírito daquele que o pratica. Relacionar o calvinismo com o advento da idade moderna é um exercício de pensar o antagonismo. Calvino defendia a autonomia da igreja em relação ao Estado, enquanto que o pensamento modernista, muitas vezes representado pela figura de

Maquiavel, pregava uma independência das decisões politicas frente aos dogmas religiosos. Essa discordância, longe de estar restrita apenas ao campo das ideias e apenas ao período moderno, resultou em conflitos que permanecem até hoje. Calvino, tal como todos os outros grande reformadores, reconheceram a importância e a legitimidade do Estado (VALENTE, 2008, p.3), devendo este ser respeitado pelos cristãos assim como o fazem com a igreja. Segundo Abel (2012, p.4), “Por um período que se anuncia duradouro, estamos mudando de regime, ao mesmo tempo, sob os aspectos teológico, político e subjetivo. [...]Devemos nos lembrar de que a guerra civil nunca está longe, uma guerra que nos despedaça em nome de nossos 'deuses', de nossos absolutos”. Essa constatação feita pelo autor pode ser relacionada aos sistemas políticos que regem as nações nos dias atuais, em especial a democracia. Calvino eleva a figura do ser humano a uma universalidade, onde ele é detentor do fisico e da consciência, e como tal, possui a responsabilidade por todos os setores da vida.

REFERÊNCIAS

ABEL, Olivier. Igrejas e Estado. Revista Brasileira de História, [s.l.], v. 32, n. 63, p. 195-206, 2012. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0102-01882012000100009. BECKER, Sthephanie. A Visão Calvinista do Poder do Estado. Brasília, 2016 KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. MESQUITA, Nelson. Abraham Kuyper e a Cosmovisão Bíblica, [.s.n] SILVA, Edilson Constantino da. O Conceito de Trabalho em Calvino. Natal, 2004....


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