Title | Aula 4 - Erro alimentar & Carências nutricionais |
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Course | Pediatria |
Institution | Universidade Federal da Paraíba |
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Erro alimentar O primeiro passo do pediatra é a orientação alimentar através do aleitamento materno – exclusivo até os 6 meses e dieta complementar a partir daí. A alimentação complementar pode ser estabelecida a partir de 4-5 meses, para quem não está em aleitamento exclusivo
10 passos para a promoção de alimentação saudável Fazer de alimentos “in natura” a base da alimentação Limitar o consumo de alimentos processados Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, se possível, com companhia Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias Dar preferência, se fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora Utilizar óleos, gorduas, sal e açúcar em pequenas quantidades ao cozinhar Pequena quantidade de sal a partir dos 10 meses e açúcar após 2 anos de vida 7) Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados 8) Fazer compras em locais que ofertem varidades de alimentos “in natura”ou minimamente processados 9) Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação vinculadas em propagandas comerciais 1) 2) 3) 4) 5) 6)
Epidemiologia O erro alimentar gera consequência tanto de obesidade quanto de desnutrição 33% das crianças entre 5 e 9 anos e 33,5% dos adolescentes entre 12 a 17 anos têm excesso de peso 56,9% dos adultos com 20 anos ou mais estão com excesso de peso e 20,8% são obesos 7% das crianças > 5 anos possuem desnutrição crônica, ou seja, com repercussão no déficit de altura 4,1% das crianças entre 5-9 anos estão com desnutrição aguda Enquanto a desnutrição tem déficit de todos os nutrientes , a obesidade tem déficit de micronutrientes
Componentes da alimentação
Legumes e frutas Carboidrato integral Carne vermelha (em menor quantidade), frango e peixe Azeite e outras oleaginosas
Regra de ouro Preferir alimentos in natura Evitar processados ou ultraprocessados Valorizar a cultura local Alimentação variada e colorida Custo Prevenção do erro alimentar A prevenção do erro alimentar é o principal objetivo Da gravidez até os 2 anos
Prevenção: primeiros 1.000 dias de vida Primeiros 1.000 dias de vida Até 20% dos genes são influenciados pela genética, enquanto até 80% da programação metabólica é influenciada pelo estilo de vida, principalmente a nutrição Fundamental para a saúde futura, prevenindo o aparecimento das doenças crônicas do adulto Fatores externos/ambientais o Nutrição materna o Estatura materna o Idade materna/paridade
o o o
Aleitamento materno Escolaridade materna Nível socioeconômico
o o
Afeto Cuidador
o o
Saber que é amada Ganho de peso do RN Intrauterino até 2 anos
Programação metabólica Um insulto ou estímulo aplicado em um período crítico ou sensível pode ter efeitos duradouros ou persistentes sobre a função de um organismo. O período da programação metabólica se caracteriza por ser um período de rápido crescimento (entre 9 meses e 2 anos) 3 terminologias importantes na programação metabólica são: Nutrigenômica: expressão dos genes Ciência que estuda a influência dos nutrientes na expressão dos genes e como eles regulam os processos biológicos Nutrigenética: polimorfismos Analisa o efeito da variação genética na interação dieta-doença, identifica e caracteriza o gene relacionado e/ou responsável pelas diferentes respostas aos nutrientes Epigenética Refere-se a características do organismo que são estáveis ao longo de diversas divisões celulares A janela de oportunidade crítica é até o 2o ano de vida.
Existem 2 teorias para explicar a importância dos 1000 dias de vida: Teoria de Barker: fenótipo poupador O feto que sofre insulto na vida intrauterina se programa para tal condição Exposição crônica aos glicocorticoides na gestação o Estresse, exposição exógena e alteração de barreira placentária provocam alteração do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, o que causaria alterações persistentes do funcionamento do organismo Consequências futuras Alterações persistentes do funcionamento do organismo Processo de epigenética Transmitido entre as gerações (por até 3 gerações) Associa-se com doenças crônicas futuras
Carências nutricionais: vitaminas A e D As vitaminas são micronutrientes de origem orgânica não necessariamente relacionadas entre si, essenciais para reações metabólicas específicas no meio celular e vital para o funcionamento e crescimento do organismo. Os micronutrientes são as vitaminas e os minerais Quando indicar vitaminas em pediatria? o
Suplementar vitaminas em criança eutrófica, além de não trazer nenhum benefício claro, pode até mesmo ser prejudicial
Quais vitaminas são suplementadas na pediatria? o Vitaminas A, D, K Vitamina K No RN Vitamina A Vitamina D Como prevenção, até 2 anos de vida o Vitaminas C e B?
Vitamina C é importante para imunidade, formação do colágeno, etc, porém, como é hidrossolúvel, se der dose a mais, vai ser eliminada, portanto só repõe se a criança tiver deficiência de vitamina C Complexo B é raro de ter deficiência, exceto em vegetarianos
Classificação das vitaminas Solubilidade o
Lipossolúveis: A, D, E e K
o
Hidrossolúveis: complexo B e vitamina C
o o
Indutoras da síntese proteica A e D Pré-hormônio D
Função o o
Coenzimas Complexo B Antioxidantes C e E
Fatores relacionados às deficiências Biodispinibiidade Quantidades requeridas Distribuição corpórea e capacidade de armazenamento Fase do ciclo de vida do indivíduo Interação medicamentosa
Absorção prejudicada por medicamentos Problemas metabólicos, digestivos ou de absorção Hábitos e estilo de vida Preparação alimentar inapropriada Dieta para perda de peso/monótonas
1. Deficiência de vitamina A A vitamina A possui formas ativas: retinol (armazenamento e transporte), retinaldeído (ciclo visual), retinoico (diferenciação celular) e carotenoides (precursores da vitamina A). O retinol tem origem animal, e os carotenoides têm origem vegetal O livro diz que o ácido retinoico é a forma ativa da vitamina A Características Estável ao calor Sensível ao O2 Armazenamento hepático Importante associação com cegueira Frequente em países em desenvolvimento e na idade escolar Fontes Vegetais amarelo-alaranjados ou folhas verde-escuras Cenoura, brócolis, batata doce, espinafre, abóbora, melão, couve, manga, goiaba, mamão Fígado, peixe, gema de ovo, margarina, leite materno Funções Processo visual Manutenção da pele Hematopoiese Sistema imunológico Expressão genética Diferenciação dos epitélios produtores de muco e queratina
Neurogênese Aprendizado e memória Formação do esmalte dentário Crescimento, osteogênese e espermatogênese Síntese de colesterol Absorção de ferro Hepcidina, que regula absorção de ferro e eritropoese, é regulada pela vitamina A Possível ação antitumoral
Causas de deficiência As causas de deficiência podem ser primárias (falta) ou secundárias. Primárias Dieta carente em vitamina A ou gordura (A gordura é necessária na absorção)
Falta de amamentação Desmame precoce
Desnutrição
Deficiência de zinco e vitamina E
Secundárias Má absorção Hipotireoidismo DM Compromete a conversão do caroteno em vitamina A? Processo infeccioso Baixa reserva
Manifestações clínicas Pele: hiperceratose folicular, ceratinização das papilas gustativas e das mucosas Manifestações oculares: A xeroftalmia corresponde à série de eventos clínicos sucessivos e resulta em: o Cegueira noturna Manifestação mais precoce o Xerose e erosões superficiais da córnea Olho ressecado, sem brilho Xerose conjuntival Xerose corneana o Manchas de Bitot Depósito de material espumoso resultante do acúmulo de células epiteliais descamadas, etc o Úlceração irreversível da córnea Deixa sequelas – cicatriz e queratomalacia (estágio mais avançado da carência, quando ocorre necrose com amolecimentoda córnea, perfuração e extrusão do cristalino e cegueira) o Fibrose e amolecimento da córnea Outras manifestações o o o
Irritação e infecções respiratórias Perda de paladar Perda de apetite
o o
Risco de infecções Maior tendência à litíase renal e ureteral
Manifestações fetais: prematuridade, RCIU, predisposição a infecções neonatais, risco de aborto
Diagnóstico
Inquérito epidemiológico A xeroftalmia ou secura ocular é o indicador usado Indicadores histológicos: Citologia da impressão da conjuntiva ocular (Prova do CICO) o Avaliação histológica das células caliciformes da conjuntiva o Papel de filtro de acetato de celulose
Diagnostico laboratorial
Dosagem de retinol em soro e leite materno Dosagem da proteína carreadora do retinol Dosagem da relação entre RBP (proteína carreadora do retinol) e transtirretina
Dosagem laboratorial da vitamina A 10 – 20 mcg/dl Leve a moderada 100 ng/ml Intoxicação
Tratamento
Atuamente não é recomendado tratar a insuficiência de vitamina D Não há evidências clínicas da suplementação no adulto para previnir doenças crônicas
informações o > 20 ng/ml é o desejável para a população geral saudável o Entre 30 e 60 ng/ml é o recomendado para grupos de risco Idosos, gestantes, pacientes com osteomalácia, raquitismo, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias graves, autoimunes e renal cronica, e pré-bariáticos o Entre 10 e 20 ng/ml é considerado baixo com risco de aumentar remodelação óssea e, com isso, perda de massa óssea, além do risco de osteoporose e fraturas o < 10 ng/ml é muito baixo e com risco de evoluir com osteomalácia (Defeito de mineralização óssea) e raquitismo o Níveis > 100 ng/ml são considerados elevados com risco de hipercalcemia/intoxicação Tratamento preventivo o Exposição direta a luz solar Só com fraldas, 30 minutos/semana ou 6-8minutos/dia, 3x/semana Vestido, 2 horas semanais (17 min/dia), com face e mãos expostas Prática de atividades ao ar livre Consumo regular de alimentos fontes de vitamina D o A ingestão diária necessária é de: 400 UI/dia para < 1 ano 600 UI/dia para > 1 ano Obs.1 Se pré-termo, iniciar 400 UI/dia (peso > 1.500g, se com tolerância de dieta enteral) Obs.2 Existe ainda o tratamento da deficiência e do raquitismo. Avaliação da resposta terapêutica Dosae 25(OH)D ao térmico do tratamento e a cada 3 meses Dosar cálco, fósforo, FA e PTH com 7 dias Realizar raio-X de ossos longos com 15 dias Controle de cura: 6 meses após o traramento Obs. Excesso de vitamina D pode dar complicações Hipercalcemia, hiperfosfatemia, hipercalciúria, risco de nefrocalcinose e nefrolitíase...