Title | Aula 5 - Vias Respiratórias Inferiores e Vômito x Regurgitação (21 |
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Author | ester cristina |
Course | ANESTESIOLOGIA E TÉCNICAS CIRÚRGICAS |
Institution | Universidade Castelo Branco |
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Aula 5 - Medicação Pré-anestésica (09...
Enfermidades das Vias Respiratórias Inferiores 3. Pneumonia: É uma resposta inflamatória na qual há exsudação de células e líquido nas vias aéreas e nos espaços alveolares. A diferença entre uma pneumonia e uma bronquite infecciosa é a presença dos líquidos nas vias aéreas e nos espaço alveolar. Esse líquido não necessariamente é um edema, pode ser um exsudato, pode ser um muco, por exemplo. Toda bronquite infecciosa pode evoluir para uma pneumonia. A função dos alvéolos é fazer hematose, oxigenar o sangue. Se estes alvéolos são acometidos, há uma dificuldade do pulmão em exercer a sua função principal que é oxigenar o sangue. - Causas: º Infecções bacterianas: São as mais comuns. º Infecções fúngicas; º Infecções virais; º Infecções parasitárias. º Pneumonias autoimunes: Quando as células de defesa do organismo atacam o pulmão. São bem raras de acontecer. - Fatores predisponentes: º Distúrbios clínicos: Gástricos, neurológicos, endócrinos, morfológicos. º Tratamentos imunossupressores; º Desnutrição; º Ambientais. - Sinais clínicos: º Fraqueza; º Depressão; º Anorexia: perda de apetite. º Perda de peso; ºTosse produtiva; º Febre; º Taquipneia; º Dispnéia; º Depressão respiratória; º Cianose. - Exame físico: º Na ausculta podemos ter crepitação: Nesses casos, devemos analisar se é edema ou pneumonia. Se não houver sopro na ausculta do coração, essa crepitação não é devido a edema. Se houver sopro, caso o paciente esteja estável, deve-se fazer um raio-x. No raio-x vemos se o coração está aumentado ao ponto de fazer edema. Porém, as vezes, o radiologista pode ficar na dúvida se o coração está ou não aumentado. Nesses casos, tratamos as duas possibilidades. Usamos o diurético e antibiótico.
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º Silêncio auscultatório: Há uma área onde não se escuta nada nos pulmões, e no raio-x temos uma área de consolidação pulmonar. É uma área onde se tem muita secreção da infecção e o ar não consegue entrar. º Percussão mate: É maciça ou submaciça, dependendo da quantidade de secreção, de líquido inflamatório nas vias aéreas. º Cianose: D evido à má oxigenação; º Secreção: N a tosse. Diagnóstico: Através do histórico e anamnese. Além disso, o exame físico é muito importante. No exame de sangue, muitos animais vão ter leucocitose neutrofílica, mas não necessariamente vão ter desvio. Alguns podem ter neutrofilia sem ter leucocitose. E se for uma pneumonia mais inicial e mais restrita ao pulmão, o hemograma também pode estar normal. A radiografia também ajuda muito. Aspiração traqueal, a broncoscopia e o lavado broncoalveolar dizem qual é o agente etiológico. Tratamento: Independente da causa, deve ser indicado a nebulização com soro. Porque o soro ajuda a fluidificar a secreção, o que dá um conforto respiratório ao animal. Podemos fazer tapotagem (dar tapinhas na cavidade torácica). Devemos fazer uso de broncodilatadores e mucolíticos. O uso de antibióticos, antiparasitários ou antifúngicos vai depender da suspeita clínica ou resultado de exames. Se for usar antibiótico, usamos: Amoxicilina com clavulanato, enrofloxacino, pradofloxacino, sulfas. Em casos mais graves, em que a pneumonia evoluiu para sepse, usamos meropenem. Não deve-se usar inibidores da tosse, pois o animal precisa eliminar a secreção, já que a secreção pode virar meio de cultura para bactérias. Os corticoides ajudam a diminuir a inflamação dos pulmões, porém eles também diminuem muito a imunidade do animal. Mas quando o tratamento com antibióticos não está fazendo efeito ou quando o animal não tem tempo de esperar o efeito do antibiótico, podemos usar corticóides em doses baixas.
Vômitos x Regurgitação
→ Diferença entre eles: Na regurgitação temos pedaços de alimentos não digeridos e aspecto cilíndrico. Apenas o sistema digestivo está envolvido. Temos antiperistaltismo do esofago e relaxamento da cardia. O vômito geralmente é disforme, passa por uma digestão devido ao suco gástrico. Ele pode até ter pedaços de alimento, mas não é o alimento inteiro, pois ele já começou a sofrer alterações pelo suco
gástrico. É um refluxo gástrico. Ambos podem acontecer a qualquer momento após a alimentação. A regurgitação está sempre relacionada ao sistema digestivo. Já o vômito pode estar relacionado ao sistema digestivo ou a outros sistemas. Geralmente as regurgitações estão relacionadas a alterações de esôfago. - Diagnóstico: Feito através do histórico, anamnese, exame físico. Normalmente, não conseguimos palpar o esôfago. Se conseguirmos, tem algo muito errado. A palpação abdominal é muito importante. Vemos se o animal tem dor, onde essa dor está localizada. Para confirmar qualquer suspeita, devemos fazer exames complementares, como dosagem de uréia, creatinina, ALT, GGT e bilirrubinas. Além disso, podemos pedir radiografia de abdômen e ultrassonografia.
→ Principais afecções esofágicas: A principal alteração esofágica em cães (e que pode acometer gatos também) que vai causar regurgitação é o megaesôfago. 1. Megaesofago: O megaesôfago também é conhecido como hipomotilidade esofágica. É a redução do tônus ou do peristaltismo esofágico. Podemos ter a diminuição do peristaltismo em apenas uma parte do esôfago (megaesofago segmentado) ou em todo ele. O megaesofago pode ser congênito, e os sintomas começam a aparecer assim que o animal para de mamar e começa a comer o alimento seco. Ele pode ser adquirido ao longo da idade, de forma idiopática (ou seja, sem que se saiba a causa) ou secundário a uma doença neurológica. Quando ele é adquirido de forma idiopática, geralmente é em cães de grande porte, com idade entre 7 e 15 anos. Mas nada impede que cães jovens e de pequeno porte tenham a doença. Quando é adquirido, geralmente é por neuropatias, doenças musculares (miopatias), doenças tóxicas, intoxicação por metais pesados, hipoadreno, hipotireoidismo, mediastinite, fístula broncoesofágica, caquexia, estenose pilórica, dilatação gástrica e nanismo. Dependendo da região, deve-se considerar a causa por Trypanosoma cruzi. - Sinais clínicos: º Regurgitação: O tutor chega falando que é vômito. º Má condição corpórea; º Perda de peso; º Halitose; º Dispnéia: Pneumonias por aspiração. º Não há falta de apetite, pelo contrário: O alimento não chega no estômago.
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Diagnóstico: Através do raio-x. Não se vê esofago no raio-x. Quando vemos, é porque o animal ou tem uma dilatação esofágica ou megaesofago. A dilatação esofágica pode acontecer em animais que estão com dispnéia e respiram pela boca, engolindo o ar. A diferenciação é feita com a radiografia contrastada. O certo é fazer o raio-x antes e depois do contraste. Se o contraste ficar retido no esôfago, temos um megaesofago. OBS: Pneumonia por aspiração: Animal com regurgitação crônica. Quando o animal regurgita, o alimento volta para a boca. Em algum momento dessa volta, o alimento pode ser aspirado pelas vias respiratórias. Não precisa ser uma porção grande do alimento, uma pequena porção já é suficiente. Com isso, bactérias começam a crescer no pulmão. - Tratamento: O tratamento é multifatorial, sendo associado o fármaco com manejo. Sempre antes da refeição, devemos usar um p rocinético, para aumentar a motilidade do esôfago. º Cisaprida; º Metoclopramida: É o plasil. Ele costuma causar agitação extrema no animal. Não há o que fazer se o animal ficar assim. Esse efeito passa algumas horas. Deve ser colocado isso na ficha do animal. º Bromoprida. OBS: Não usar procinéticos em suspeita de obstrução ou perfuração. Manejo alimentar: º Vasilhas em plataformas elevadas; º Pequenas refeições várias vezes ao dia; º Alimentos pastosos/líquidos: Evitar alimentos sólidos. No caso do megaesofago adquirido a uma doença secundária, deve-se tratar a doença que está causando o megaesofago. Há uma grande chance do megaesofago reverter. Os procinéticos e o manejo alimentar são os mesmos. 2. Esofagite: É a inflamação do esofago. Pode ser secundária, geralmente a refluxos e a vômitos persistentes. Pois a acidez do estômago acaba corroendo a mucosa do esôfago. Outra causa comum é corpo estranho, como palitos e ossos. Agentes cáusticos, como sabão e algumas plantas, podem ser causas de esofagite. Alguns antibióticos como a doxiciclina, também podem causar esofagite, principalmente em gatos. Então logo depois de dar o antibiótico para gatos, deve-se dar água.
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Sinais clínicos: º Regurgitação; º Hipersalivação e diminuição da ingestão de alimento (não é perda de apetite). º Hiperemia e ulcerações na mucosa esofágica. Essas alterações podem ser vistas através da endoscopia. Diagnóstico: º Histórico de vômito e regurgitação frequente: Pode conter sangue. º Raio-x simples e contrastado pode ajudar; º Esofagoscopia. Tratamento: º Reduzir a acidez gástrica: Usamos drogas antagonistas de receptores H2, como a ranitidina. º Inibidores da bomba de prótons: Como o omeprazol. São indicados apenas nos casos em que temos alterações gástricas. º Procinéticos: Se o animal tiver refluxo. º Proteção da mucosa esofágica exposta: Com o sucralfato. Ele se deposita nas áreas lesionadas. Ele evita que o suco gástrico entre em contato com a mucosa, o que dá tempo da mucosa se regenerar. Além de estimular a cicatrização. º Infecções oportunistas: Uso de amoxicilina com clavulanato, clindamicina e metronidazol. º Inflamação muito intensa: Uso de corticóides (prednisona). º Cirurgia: Só é indicada se a causa da ensofagite for uma doença chamada de hérnia de hiato esofágico....