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Nicolau Maquiavel, nascido em 3 de maio de 1469, na cidade de Florença, pensador de formação humanista e pai da ciência política moderna, frequentemente interpretado de maneira negativa, tem suas teorias ecoando até os dias atuais. ...

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BIOGRAFIA Nicolau Maquiavel, nascido em 3 de maio de 1469, na cidade de Florença, pensador de formação humanista e pai da ciência política moderna, frequentemente interpretado de maneira negativa, tem suas teorias ecoando até os dias atuais. Viveu governado pela família Médici, com seu governo interrompido por quatro anos a partir de 1494 pelo frei dominicano Jerônimo Savonarola. Maquiavel inicia sua carreira pública exercendo o cargo de secretário da Segunda Chancelaria aos 29 anos, apenas cinco dias após a execução do frei por heresia e da então restauração da República Florentina. Seu papel foi sempre o de observador, sem autoridade para tomar decisões, o que lhe restava era teorizar e lançar hipóteses sobre o futuro de sua cidade. Nesse período, começou a escrever sua obra histórica, política e literária. Em 16 de setembro de 1512, o Cardeal João de Médici adentrou Florença, censurou formalmente o governo e a república começou a cair. Nicolau foi retirado de seu posto e proibido de entrar no Palácio Velho, sede do governo da cidade, por um ano. Mais tarde, seu nome apareceu numa lista de conspiradores contra os Médici. Foi preso e torturado e, quando sua inocência foi reconhecida, Maquiavel tenta, sem sucesso, retornar à vida pública, então acha melhor recolher-se ao exílio em uma propriedade da família na Vila L’Albergaccio. Aos 46 anos, apresenta a Lourenço II, “O Príncipe”, aconselhando-o como deveria governar para manter o poder absoluto, mesmo que fosse necessário usar a força militar e fazer inimigos, dando exemplos de outros atores que obtiveram vitória por terem virtú o  u derrota por não a possuírem. Nicolau visava a unificação da Itália, para ele, só era possível se defender de outros povos, unindo as cidades italianas. Exilado nos arredores de Florença, Maquiavel escreveu ainda outros títulos literários como: “Os Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio”, “Os Sete Livros sobre a Arte da Guerra”, “As Comédias”, “Tratado da Arte da Guerra”, “Histórias Florentinas” e, algumas poesias e comédias.

O PRÍNCIPE Sua obra-prima “O Príncipe”, um manual sobre a arte de governar, foi escrito à luz do estilo político do príncipe, cardeal e nobre italiano da Renascença europeia: Cesare Bórgia. Alvo de constantes invasões e intrigas diplomáticas, o momento histórico da “Itália” inspirava Maquiavel a teorizar sobre como governar o estado para não perdê-lo.

cap 1 “Para conhecer bem a natureza dos povos é preciso ser príncipe e, para bem conhecer a dos príncipes, é preciso ser povo.” (Maquiavel, O Príncipe, pág. 47) cap 2

Rompe com a ética cristã ao defender a adoção de uma moral própria no tratamento dos negócios de Estado. Considera legítimo o uso da violência contra os opositores dos interesses estatais. Na verdade, o que Maquiavel fez foi estudar a política baseado em fatos, e não em ideias preconcebidas sobre o que seria uma forma de política ideal. Pensar Maquiavel como moderno é um registro pouquíssimo controverso, aliás, a vulgata que dele é feita diz precisamente que se trata do iniciador do pensamento político moderno ao localizar a política em um locus autônomo, tratando-a com um objeto de pleno direito, desprendida da tutela da ética, da teologia e mesmo da filosofia....