Ciclo Cardíaco - Resumo Guyton e Hall - Fisiologia medica 13 ed. PDF

Title Ciclo Cardíaco - Resumo Guyton e Hall - Fisiologia medica 13 ed.
Author Maria Corrêa
Course Fisiologia
Institution Universidade Federal Fluminense
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Summary

Aborda as Características Gerais do Ciclo Cardíaco, a Relação do ECG com o Clico Cardíaco, Como os Átrios Funcionam como Pré-bombas (Bombas de Escova) para os Ventrículos, a Variação da Pressão nos Átrios, a Função dos Ventrículos como Bombas, o Enchimento Ventricular (Diástole), a Ejeção de Sangue ...


Description

EVENTOS MECÂNICOS DO CICLO CARDÍACO O conjunto de eventos cardíacos, que ocorre entre o início de um batimento e o início do próximo, é denominado de ciclo cardíaco. O tempo médio de duração do ciclo cardíaco é em torno de 0,8 segundos, nos quais 0,3 segundos são destinados à sístole ventricular e 0,5 segundos à diástole. Entretanto, quando a frequência cardíaca aumenta, a duração de cada ciclo cardíaco diminui, incluindo as fases de contração e relaxamento. A duração do potencial de ação e o período de sístole também diminuem, mas não por percentual tão alto quanto na fase de diástole. Isso significa que o coração, em frequência muito rápida, não permanece relaxado tempo suficiente para permitir o enchimento completo das câmeras cardíacas antes da próxima contração. Relação do ECG com o Clico Cardíaco

1. Onda “P”: causada pela despolarização atrial e, por isso, é seguida pela contração dos átrios, causando um discreto aumento de pressão ventricular; 2. Ondas “QRS”: surgem como resultado da despolarização ventricular, o que inicia a contração dos ventrículos e faz com que a pressão dessas câmaras comece aumentar; 3. Onda “T”: representa o estágio de repolarização ventricular, resultando no relaxamento das fibras musculares dos ventrículos; Os Átrios Funcionam como Pré-bombas (Bombas de Escova) para os Ventrículos Cerca de 80% do sangue fluem diretamente dos átrios para os ventrículos, mesmo antes da contração atrial. Então, essa contração representa os 20% adicionais para acabar de encher os ventrículos.

Variação da Pressão nos Átrios 1. Onda “a”: causada pela contração atrial; 2. Onda “c”: ocorre quando os ventrículos começam a se contrair e há um ligeiro refluxo de sangue para os átrios, mas principalmente pelo abaulamento para trás das valvas AV em direção aos átrios; 3. Onda “v”: ocorre perto do final da contração ventricular, no qual há um lento fluxo de sangue das veias para os átrios enquanto as valvas AV ainda permanecem fechadas. Função dos Ventrículos como Bombas Enchimento Ventricular (Diástole) 1. Enchimento Rápido Ventricular (Primeiro Terço da Diástole): durante a sístole ventricular, grande quantidade de sangue se acumula nos átrios direito e esquerdo, já que as valvas AV estão fechadas. Quando a sístole termina, a baixa pressão dos ventrículos da diástole permite que o sangue, moderadamente pressionado nos átrios, force as valvas AV a se abrirem, aumentando o volume ventricular. 2. Enchimento Lento Ventricular (Segundo Terço da Diástole): uma pequena quantidade de sangue nas condições normais flui para os ventrículos, vindo das veias e fluindo diretamente para os ventrículos. 3. Sístole Atrial (Terceiro Terço da Diástole): os átrios se contraem, dando impulso adicional ao fluxo sanguíneo para os ventrículos (20% do enchimento ventricular total). Ejeção de Sangue (Sístole) 1. Contração Isovolumétrica: após o início da contração ventricular, a pressão do ventrículo sobe de modo abrupto, fazendo com que as valvas AV se fechem. Entretanto, é necessário mais 0,02 a 0,03 segundos para o ventrículo gerar pressão suficiente capaz de empurrar e abrir as valvas semilunares (aórtica e pulmonar) contra a pressão das artérias aorta (80 mmHg) e pulmonar (8 mmHg). Portanto, durante esse período há contração ventricular sem que haja esvaziamento das câmaras. 2. Ejeção Rápida (Primeiro Terço da Ejeção): quando a pressão dos ventrículos supera as pressões das artérias aorta e pulmonar, o sangue ventricular força a abertura das valvas semilunares, esvaziando cerca de 70% do volume de ejeção ventricular. 3. Ejeção Lenta (Segundo e Terceiro Terço da Ejeção): ocorre o esvaziamento dos 30% de volume de ejeção ventricular restantes. Obs.: Cerca de 60% do sangue do ventrículo no final da diástole (Volume Diastólico Final) são ejetados durante a sístole. Isso é denominado de Fração de Ejeção. 4. Relaxamento Isovolumétrico: após o final da sístole, há o relaxamento repentino da musculatura ventricular e a pressão das artérias aorta e pulmonar, que acabaram de ser cheias, gera o fechamento das valvas semilunares. Assim, durante 0,03 a 0,06 segundos, o músculo ventricular continua a relaxar, mesmo que o volume do ventrículo são se altere.

Funções das Valvas Cardíacas (Abrem e Fecham Passivamente) Valvas Atrioventriculares (AV) As valvas AV (isto é, tricúspide e mitral) evitam o refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios durante a sístole. Ligados aos folhetos dessas valvas há as cordas tendíneas dos músculos papilares que se contraem junto com as paredes ventriculares, puxando as cordas tendíneas e, consequentemente, os folhetos das valvas AV em direção aos ventrículos, impedindo que as valvas sejam muito abauladas para trás, em direção aos átrios. Valvas Semilunares As valvas semilunares (isto é, aórtica e pulmonar) impedem o refluxo da aorta e das artérias pulmonares para os ventrículos durante a diástole. Constituídas por tecido fibroso especialmente forte, os folhetos aórticos e pulmonares formam uma espécie de “bolsões” capazes de se encher quando a pressão das artérias aorta e pulmonar empurra o sangue que chegou após a sístole de volta aos ventrículos. Assim, as valvas semilunares são impelidas rapidamente, diferentemente do fechamento mais suave das valvas AV.

Bombeamento e Sons Cardíacos (Bulhas Normais) Quando há o fechamento das valvas cardíacas, os folhetos valvares e os líquidos que os banham vibram sob influência da variação abrupta de pressão, originando sons que se disseminam em todas as direções do tórax. 1. Primeira Bulha (Início da Sístole): quando os ventrículos se contraem, ouve-se o som do retesamento elástico das valvas AV após se fecharem e das cordas tendíneas, junto com a vibração das paredes adjacentes do ventrículo, provocando turbulência vibratória no sangue. O timbre dessa vibração é baixo e com duração relativamente longa (0,14s). 2. Segunda Bulha (Final da Sístole): ao final da sístole, ouve-se um rápido estilado (0,11s) causado pelo fechamento abrupto das valvas semilunares e a vibração por curto período dos tecidos circundantes. Obs.: O intervalo temporal entre B1 e B2 é menor que o intervalo entre B2 e B1, já que a diástole é mais longa que a sístole.

3. Terceira Bulha (Segundo Terço da Diástole): ocasionalmente, pode-se ouvir uma terceira bulha cardíaca ressonante e fraca. A oscilação do sangue para frente e para trás entre as paredes dos ventrículos, iniciada pelo influxo de sangue dos átrios, seria a explicação mais lógica para essa bulha. Uma possível causa: insuficiência cardíaca sistólica. 4. Quarta Bulha (Contração Atrial): ocorre quando os átrios se contraem e, presumidamente, é caudada pelo influxo de sangue nos ventrículos que desencadeiam vibrações semelhantes às da terceira bulha cardíaca. Possíveis causas: diminuição da complacência ventricular e hipertrofia ventricular esquerda. Sopros Cardíacos (Bulhas Anormais) 1. Sopro Sistólico da Estenose Aórtica: nessa condição, o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo através de apenas uma pequena abertura fibrosa da valva aórtica, o que configura alta resistência à ejeção e gera um efeito de esguicho (sangue jorrando em alta velocidade). Esse fenômeno provoca grande turbulência do sangue na raiz da aorta, gerando vibração intensa da parede aórtica. 2. Sopro Diastólico da Regurgitação Aórtica: resulta da turbulência do sangue jorrado de forma retrógrada para o sangue presente no ventrículo esquerdo diastólico (Volume Sistólico Final) sob baixa pressão, resultando num som “semelhante ao vento”. Isso ocorre, pois há uma deficiência na valva aórtica, permitindo que haja refluxo sanguíneo. 3. Sopro Sistólico da Estenose Mitral: nessa condição, o sangue reflui pela valva mitral para o átrio esquerdo, produzindo um som “semelhante ao vento”, como na regurgitação aórtica, porém ocorre durante a sístole. 4. Sopro Diastólico da Regurgitação Mitral: nessa condição, o sangue passa com dificuldade do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva mitral estenosada e, como a pressão no átrio esquerdo raramente se eleva acima de 30 mmHg, não se desenvolve grande diferencial de pressão que force o sangue do átrio para o ventrículo esquerdo. Por consequência, os sons produzidos são muito baixos, a abaixo das frequências da audição humana. Fonocardiogramas de Corações Normais e Anormais...


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