Complexo granuloma eosinofilico em felinos PDF

Title Complexo granuloma eosinofilico em felinos
Course Patologia clinica veterinária
Institution Universidade Tuiuti do Paraná
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Summary

etiologia, lesoes, diagnostico e tratamento sobre complexo granuloma eosinofilico felino...


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Resumo do artigo Complexo granuloma eosinofílico em felinos: revisão de literatura Introdução. O complexo granuloma eosinofílico (CGE) ainda é uma síndrome pouco conhecida. Nesta síndrome observa-se três formas: granuloma linear eosinofílico (granuloma colagenolítico), placa eosinofílica e úlcera indolente ou eosinofílica. Podem ocorrer superposição e alguns felinos podem apresentar mais de uma das formas. Inúmeras são as especulações etiológicas entre elas as causas virais, genéticas, bacterianas, auto-imunes, parasitarias e alérgicas. A quem mais se destaca são as alergias, sendo de origem alimentar, picada de pulga, atopia e hipersensibilidade a picada de mosquito. A antibioticoterapia pode melhorar ou até resolver algumas lesões, no entanto não se sabe as propriedades que levam a este resultado. A literatura também relata casos relacionados com uma disfunção hereditária. Há especulações sobre uma base auto-imune devido a presença de ulceras eosinofílicas. De acordo com Rosenkrantz, as causas alérgicas são as maiores causadoras do CGE. Existe nos felinos uma doença hipereosinofílica que pode se originar de uma disfunção medular neoplásica ou de uma incapacidade na regulação de uma reação parasitária ou alérgica. Nos epitélios, os mastócitos costumam se associar aos eosinófilos. Ao serem sensibilizados, os mastócitos ficam hiperreativos e sofrem desgranulação a qualquer estímulo de pressão ou traumatismo, as duas células são responsáveis pela necrose do colágeno que junto com enzimas proteolíticas produzem uma reação inflamatória denominada de granuloma em paliçada. Este colágeno necrosado é reconhecido como corpo estranho que poderá se calcificar e ser eliminado até a superfície da pele, aparecendo como uma ulcera elavada com coalgeno necrosado e esbranquiçado no centro. Apesar da causa eliminada, a cura não será rápida devido a ação de agentes secundários. Úlcera indolente. Também denominada úlcera eosinofílica, úlcera dos roedores ou dermatite ulcerativa do lábio superior felina uni ou bilateral. As formas mais brandas surgem como uma erosão rasa, rosada, na rafe mediana ou também em oposição a ponta do dente canino inferior e mais raramente em outro local do corpo. Em casos de erosões com perda de tecidos mais profundos, pode ocorrer a exposição dos incisivos superiores e da gengiva (casos mais graves). Hemorragias estão associadas ao local da lesão no palato duro. Não se relata predisposição racial, mas fêmeas parecem mais predispostas que machos. Úlceras labiais podem virar carcinoma de células escamosas. As lesões histopatológicas são pouco especificas e variam em função do estádio: recente (48 a 96 horas) caracterizada por infiltrado celular basicamente de eosinófilos e úlceras com três dias a três semanas caracterizadas pela degeneração do colágeno. É frequente a presença de fragmentos de pelos na lesão, não estando estabelecidos a relação com a doença. Placa eosinofílica. Áreas alopécicas, em relevo, eritematosas, erosivas e ulceradas, suas localizações mais frequentes são no abdômen, região inguinal, extremidades pélvicas e espaços interdigitais. Não há predisposição de raças, mas as fêmeas são mais predispostas que os machos. É comum achar eosinofilia sanguínea, além de uma linfadenopatia periférica concomitante. O aparecimento destas placas eosinofílicas pode ser precedido por letargia, e podendo até parar espontaneamente, principalmente em animais que apresentam a forma hereditária. Lesões histopatológicas são caracterizadas por dermatite eosinofílica perivascular hiperplásica superficial ou profunda. Deve ser incluído o mastocitoma no diagnóstico diferencial.

Granuloma eosinofílico. Apresenta-se como uma elevação firme, rosada, escamosa e com grau de alopecia variável, geralmente não causa prurido. Pode ocorrer na região posterior dos membros pélvicos, face e cavidade bucal. Na parte caudal da coxa as lesões geralmente são bem circunscritas, elevadas e firmes, já na face e cavidade bucal podem ser papular e nodular. É a causa mais comum de tumefações e nódulos no lábio e queixos tumefactos assintomáticos. Felinos com lesões orais podem apresentar disfagia. Microscopicamente é caracterizado por um granuloma nodular difuso contendo eosinófilos, histiocitos e células gigantes multinucleadas. Diagnóstico. É baseado na anamnese e em exames clínicos, alergogênicos e histopatológicos. Pode se encontrar predominância de eosinófilos nas lesões através da biopsia e exames citológicos. O diagnóstico do processo alérgico deve ser feito de maneira a eliminar as causas uma a uma, em casos de várias formas clinicas observadas deve-se testar várias possibilidades de uma só vez entre quatro a oito semanas junto com uma dieta de eliminação. Também deve ser realizado testes intradérmicos para detectar alérgicas. É recomendado testes para detecção do vírus da leucemia felina e do vírus da imunodeficiência felina, além da contagem sanguínea completa. O diagnóstico diferencial deve considerar: granulomas infecciosos, neoplasias, granulomas fúngicos e úlceras associadas ao vírus da leucemia felina. Tratamento. Para obter o diagnostico etiológico deve ser realizado: eliminação de pulgas quando se tratar de dermatite alérgica a picadas; dietas hipoalergênicas, para intolerância alimentar; imunoterapia especifica com tratamento sintomático para a dermatite atópica. O uso de glicocorticoides sistêmicos é o tratamento mais comum utilizado para todos os complexos granuloma eosinofílico. Muitos podem ser os tratamentos indicados, mas geralmente a terapia mais eficaz é a aplicação de acetato de metilprednisolona 4mg/kg por via subcutânea, com intervalo de várias semanas. Pode ocorrer a melhora ou até a remissão completa das lesões após a antibioticoterapia, portanto é recomendado, quando houverem evidencias citológicas ou histopatológicas de pioderma, uso de doxiciclina, cefadroxil, amoxicilina-clavulanato e enrofloxacina. Não se recomenda compostos progestacionais, devido a seus efeitos colaterais. Produtos com ácidos graxos são citados como eficazes. Em casos em que os corticoides não tiveram sucesso, a ciclosporina teve êxito, mas apresentou efeitos colaterais. Criocirurgias com nitrogênio líquido são muito eficazes no tratamento da úlcera eosinofílica, também pode ser feito a retirada cirúrgica ou terapia com radiação. Conclusão. Apesar dos avanços na dermatologia veterinária, esta síndrome ainda é pouco conhecida. Os padrões de manifestação de lesões estão relacionados com múltiplas causas. Até o momento não foi possível obter um padrão terapêutico eficaz para combater esta síndrome....


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