Contranarrativas - Luisa Farias PDF

Title Contranarrativas - Luisa Farias
Author Luisa Farias Rodrigues
Course Comunicação E Cidadania
Institution Universidade Federal de Santa Maria
Pages 5
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Summary

Trabalho desenvolvido para a disciplina de Comunicação e Cidadania do curso de graduação Comunicação Social - Relações Públicas da Universidade Federal de Santa Maria. Reflete sobre as potencialidades das contranarrativas como estratégia de combate do discurso de ódio a partir da análise do Dia Naci...


Description

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS COMUNICAÇÃO E CIDADANIA ALUNA: LUISA FARIAS RODRIGUES

Contranarrativas como ferramenta no combate ao discurso de ódio 1. Justifique a importância intercultural de buscar alternativas para furar “bolhas” na ambiência virtual; A personalização de informações criadas a partir de algoritmos é algo bastante comum no ambiente virtual. Isso porque, ao navegar pela internet, deixamos rastros. Ou seja, informações como dados pessoais, gostos, interesses em determinados produtos, entre outros, que são armazenadas e servem para que as plataformas possam prever conteúdos que serão do nosso interesse. Dessa maneira, quando estamos online, recebemos informações de acordo com nossos interesses o que acaba reduzindo nossas possibilidades de aprendizado e de busca pelo desconhecido. Neste contexto, as contranarrativas surgem como forma de furar essa espécie de “bolha” que nos cerca. Com o intuito de combater discursos extremistas nas redes sociais, movimentos contranarrativas pregam o respeito à diversidade através de diferentes formatos de conteúdo. Conteúdos como esses são importantes, pois promovem encontros e discussões entre diferentes grupos e que as “bolhas” da internet favorecem o afastamento. O uso de contranarrativas além de aproximar, diminui tensões proporcionando um ambiente para o diálogo, exposição das diferenças e consequentemente na prevenção de manifestações de intolerância. 2. Cite e explique os principais tipos de contranarrativas. Ao construir uma contranarrativa, é muito importante identificar e conhecer o público que se deseja alcançar. Para ter um resultado satisfatório e fazer com que a informação chegue ao maior número de pessoas de determinado grupo é fundamental escolher o formato de conteúdo mais adequado. Eles são:



Dados e informações – antes de iniciar um diálogo é importante buscar dados e informações qualificadas para esclarecer os fatos. Existem diversas agências especializadas na checagem de informações e ainda há diversos postais e sites de institutos de pesquisas, universidades e pesquisadores que estudam e dominam o tema;



Inspiração – apresentar narrativas sobre pessoas inspiradores são ideais para apresentar e conectar o outro a diferentes contextos e realidades de vida;



Testemunhos – trazer depoimentos de pessoas que tiveram atitudes discriminatórias e que reconheceram o seu erro pode ser uma boa forma de sensibilizar outras pessoas, pois pessoas que têm esses maus hábitos, tendem a compartilhar um mesmo ponto de vista;



Humor – memes e sátiras atingem o público de maneira emocional e têm maior potencial de alcance, pois viralizam com facilidade nas redes;



Conversas – encontros com conversas qualificadas podem aproximar diferente grupos, apresentar diferentes pontos de vista e prevenir discursos de ódio;



Resposta – um simples texto mostrando um diferente ponto de vista de maneira didática pode ser suficiente para combater atitudes discriminatórias;



Analogias – fazer uso de analogias facilita no entendimento e faz com que as pessoas percebam atitudes que já foram normalizadas em nossa sociedade;



Inverter a lógica – esse tipo de contranarrativa propõe, após identificar a circulação de uma mensagem, transformá-la em algo oposto, com uma nova abordagem;



Tornar público – expor discursos de ódio em ambientes públicos faz com que a mensagem tenha outra dimensão, fazendo com que o seu autor reconheça a dimensão e danos que suas palavras podem ter.

3. Crie

uma

contranarrativa

em

relação

a

uma

narrativa

de

ódio\intolerância\desinformação que você se deparou nas redes sociais. Em 25 de julho celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A data tem origem no 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas que ocorreu entre 19 e 25 de julho de 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana. O objetivo do encontro era discutir, denunciar e buscar soluções na luta contra o

racismo e sexismo sofridos pelas mulheres negras. O encontro ficou marcado na história e foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, a data serviu de inspiração para a criação do Dia Nacional da Mulher Negra e o Dia de Tereza de Benguela, celebrados também no dia 25 e instituídos através da Lei nº 12.987 do dia 02 de julho de 2014. Datas comemorativas são importantes, pois envolvem questões históricas e culturais e trazem para o cotidiano das pessoas debates importantes. E, neste caso, o Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra têm como objetivo nos fazer lembrar e homenagear a contribuição das mulheres negras para a construção da sociedade brasileira. Uma dessas mulheres é a rainha quilombola Tereza de Benguela que liderou por duas décadas o Quilombo do Quariterê, também conhecido como Quilombo do Piolho que localizava-se a 562 km de Cuiabá, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade. Tereza assumiu o comando do quilombo após a morte do seu marido José Piolho e os únicos registros sobre sua liderança estão nos Anais de Vila Bela. Segundo esses últimos, governava a modo de parlamento e possuía uma casa destinada para as reuniões do conselho. Outra curiosidade é que no Quilombo do Piolho todo o armamento e objetos de ferro usados para prender os escravos eram transformados em instrumentos de trabalho e eram utilizados no campo, onde os negros e índios que viviam lá plantavam e colhiam seus alimentos. Tendo em vista a data comemorativa, diversos portais de notícias publicaram matérias sobre a história de Tereza de Benguela e o Dia Nacional da Mulher Negra. Um desses portais foi o G1 – O portal de notícias da Globo que compartilhou a publicação em seu perfil oficial na rede social Facebook. Imagem 1 - Publicação da matéria sobre o Dia Nacional da Mulher Negra

Fonte: Facebook

A publicação recebeu diversos comentários negativos. Muitas pessoas expressaram indignação com a existência de uma data dedicada exclusivamente às mulheres negras. Segundo elas, celebrar a data é uma forma de se praticar o preconceito e exclui outras mulheres não negras. Além disso, nota-se também a crença em um Brasil racialmente democrático, pois frases como “todos somos iguais” são recorrentes e a culpabilização dos negros é constante. Imagem 2 - Comentários realizados em matéria sobre o Dia Nacional da Mulher Negra

Fonte: Facebook

A desinformação coopera para a existência do preconceito. A partir da análise realizada na publicação utilizada como objeto de estudo, observa-se que muitos comentários foram feitos antes mesmo da leitura do texto. Por isso, como ferramenta no combate a desinformação optouse pela criação de uma série de peças gráficas informativas voltadas para as redes sociais Facebook e Instagram. Peças gráficas que unem imagens e dados tendem a gerar mais engajamento nas redes sociais, pois oferecem informação de maneira direta, são de fácil compartilhamento e chamam mais atenção do que textos. Deste modo, propõe-se como contranarrativa seis peças criadas com intuito de contar a história de Tereza de Benguela, o surgimento do Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e recomendações de canais que debatem questões raciais e de gênero, principlamente de mulheres negras criadoras de conteúdo. O material está disponível para acesso em: https://cutt.ly/xsR34tF.

REFERÊNCIAS

ALENCAR, Itana. Dia Nacional da Mulher Negra: G1 convida baianas a falarem sobre conquistas, descobertas e reflexões de 2020. G1 – O portal de notícias da Globo, 2020. Disponível em: < https://cutt.ly/XsRVuaV >. Acesso em: 25 de julho de 2020.

G1, O portal de notícias da Globo. Dia Nacional da Mulher Negra: o que elas dizem sobre as conquistas, descobertas e reflexões de 2020. Facebook, 25 de julho de 2020. Disponível em: . Acesso em: 25 de julho de 2020. ONU lembra lutas antirracistas e feministas no Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Nações Unidas Brasil, 2020. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/onulembra-lutas-antirracistas-e-feministas-no-dia-da-mulher-negra-latino-americana-ecaribenha/>. Acesso em: 25 de julho de 2020....


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