Cultura e espaço humanizado PDF

Title Cultura e espaço humanizado
Author Bruna Marquezan Silva
Course Geografia Cultural
Institution Universidade Estadual de Goiás
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Cultura e espaço humanizado...


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Universidade Estadual de Goiás – UEG – UnUCSEH Curso de Geografia – 2º ano Geografia Cultural Docente: Ms. Wânia Chagas Discentes: Anauê Alves, Bruna Marquezan, Gisele da Fonseca e Gracielle Guichard.

Cultura e espaço humanizado O espaço é o suporte das atividades produtivas dos grupos humanos. Inicia-se pela exploração dos meios naturais através da colheita, da caça, da pesca ou da exploração florestal, e continua pela utilização pastoril das ervas e a valorização agrícola de espaços anteriormente desbastados. Tais explorações mobilizavam vastos espaços. Os lugares de residência daqueles que se engajam nestas atividades são repartidos sobre o conjunto dos espaços valorizados de maneira a não se alongarem os deslocamentos sobre os campos, os bosques ou as pastagens. As formas assumidas pelas atividades primárias dependem das ferramentas que os grupos dispõem. A organização permanente do espaço agrícola implica que sejam efetuadas as restituições indispensáveis para a manutenção da fertilidade. A mecanização causa reagrupamento das parcelas e transformações do aspecto tradicional das paisagens rurais. Observamos que o espaço e as lógicas de atividade são sequenciados por algumas transformações na sua composição, veremos que elas ocorrem pelas possibilidades de estruturação e de sua modificação através do espaço. Compreenderemos que na verdade um interliga o outro, podemos citar como exemplo as fabricas que dependem da energia gerada para funcionar, modificando a paisagem. ( O espaço humanizado é igualmente organizado para permitir aos homens viverem como lhes convêm num contexto cultural dado. O contexto engloba as relações pessoais do individuo, ou seja, a vida social, onde eles passam uma parte de seu tempo no seio de grupos domésticos na maioria grupos familiares; voltados a dedicando-se às tarefas necessárias que possa trazer organização do espaço vivido. A geografia humana insiste sobretudo sobre o peso das lógicas econômicas nas suas interpretações dos espaços humanizados. Ela negligencia, frequentemente, a dimensão simbólica: os homens não podem, entretanto, viver sem dar sentido àquilo que os cerca. A finalidade do trabalho não é somente econômica: aquele que fabrica um objeto tem prazer em lhe dar elegância e ornamentá-lo. Os hábitos, as preferências, os sonhos e as aspirações que os indivíduos adotam nas representações que compartilham possuem dimensões espaciais. As atividades primárias das sociedades camponesas inscrevem-se no quadro de gêneros de vida: a agricultura e a criação de animais e de concepções de mundo e da sociedade que são ritualizados e não podem ser facilmente modificados. Assim que a economia de relação se impõe, a produção agrícola pode vir de grandes explorações, ou de fazendas menores: antes da mecanização, as duas fórmulas eram viáveis. Todos os grupos não tinham as mesmas atitudes neste domínio.

Os estilos de vida que podem ser adotados na cidade diferem muito. É possível, residindo-se em apartamentos nas zonas de alta densidade, ter acesso a serviços múltiplos, espetáculos, teatro ou ópera, à vida noturna; nas zonas de conjuntos habitacionais, as distâncias e a menor concentração limitam as oportunidades: as noites são passadas em família. O espaço humanizado é heterotrópico, porque é feito de elementos que não têm o mesmo peso, não respondem à mesma ontologia e não são sintetizáveis. A paisagem encontra-se, algumas vezes, valorizada por si mesma: deixa de ser somente uma expressão da vida social, toma uma dimensão estética ou funda a identidade do grupo. Os espaços humanizados são, em parte funcionais, e em parte simbólicos. A cultura modela-os através das tecnologias empregadas para explorar as terras ou construir os equipamentos e as habitações; molda-os através das preferências e dos valores que dão às sociedades suas capacidades de estruturar os espaços mais ou menos extensos e explicam o lugar atribuído às diversas facetas da vida social: ajuda, enfim, a concebê-los através das representações que dão um sentido ao grupo, ao meio em que vivem e ao destino de cada um. Todos os membros de uma sociedade não contribuem da mesma maneira para a formação e transformação das paisagens humanizadas. A maior parte das pessoas integra-se as estruturas do espaço construído mais do que as determina. A impossibilidade de questionar a ordem espacial instituída provoca tensões que podem ser perigosas, exprimem-se quando as convenções são derrubadas.

Referencia: CLAVAL, PAUL. Cultura e espaço humanizado. In: _____ A Geografia Cultural. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1999. P. 287-299....


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