Ensaio Curto PDF

Title Ensaio Curto
Course Língua Portuguesa I
Institution Pontifícia Universidade Católica de Goiás
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Summary

Ensaio Curto...


Description

ENSAIO CURTO LOURES, Telma. PUC Goiás, 2001 Ensaio curto é uma dissertação científica destinada à apresentação do que o autor pensa a respeito de um determinado assunto, dentro de uma determinada temática. Toma-se como critério a ideia de que tamanho é relativo e é curto se comparado a redações que imita: monografia, tese. Comparado com outros textos didáticos, não é tão curto assim, pois poderá apresentar até doze parágrafos. Para a elaboração do ensaio, algumas etapas deverão ser observadas: planejamento, introdução desenvolvimento e conclusão. Com a presente exposição, pretende-se mostrar a necessidade de se preocupar com cada uma das partes da redação para expressar com clareza e persuasão a ideia que se quer defender. De posse do assunto a ser dissertado, o ensaísta deverá traçar um rápido planejamento do que se irá apresentar. Isso será feito em forma de esquema. O mais prático é o quadro sinótico. Colocase o assunto a ser abordado no ápice da chave e o divide em três partes: tópico frasal, palavraschaves e o objetivo. Embora pareça estranha a tarefa, o redator deve se preocupar, em primeiro lugar, com o último elemento da chave, o objetivo. Ele será composto por duas partes: cliché e ponto de vista. Toma-se o primeiro como divisa e o segundo como ideia a ser defendida no texto inteiro. É em função do ponto de vista que se disserta. Ele será, mais tarde, o núcleo e a conclusão. Para esclarecer o objeto da proposta apresentada no objetivo, lançam-se, no mínimo duas, e no máximo, dez palavras-chaves. Elas serão os núcleos dos parágrafos do desenvolvimento. É preciso chamar a atenção do leitor para que ele tenha interesse de ler a ideia a ser veiculada no “ensaio”. Em função disso, elabora-se o tópico frasal, a manchete do parágrafo ou da dissertação. Pronto o planejamento é hora de se preocupar com a introdução do texto. No esquema, o ensaísta começou pela última parte e foi subindo para a primeira. Nesta fase, começa-se da primeira para a última parte. Como todos os elementos foram planejados minuciosamente, o único trabalho do redator nessa fase é o de unir as partes esquematizadas. Criam-se palavras, expressões ou frases que sirvam para ligar o tópico frasal às palavras-chaves, estas ao clichê e este ao ponto de vista. Montando a introdução, os leitores perceberão, de imediato, que ela se trata do resumo do texto inteiro. Esse recurso é muito importante para facilitar a tarefa do leitor no que se refere ao entendimento do conteúdo apresentado no texto. Em se tratando de examinador como destinatário ou público alvo, este poderá, por meio da introdução, fazer o diagnóstico da qualidade do trabalho. Essa parte representará para o ensaio a função que o sumário tem para o relatório e a ementa para os documentos de comunicação orientar o leitor para a leitura do texto. Orientando-se pelas indicações das palavras-chaves, o ensaísta fará o desenvolvimento da dissertação. É nesta parte que se começa o trabalho de persuasão. É preciso mexer com o leitor para que ele se desacomode em suas ideias sedimentadas a respeito do assunto. O ponto de vista do ensaísta é inédito e fruto das suas experiências. Tão somente ele pensou daquele modo. Sua vitória consiste em obter qualquer manifestação do leitor, aplausos, complementação da ideia apresentada ou até mesmo uma crítica construtiva. O importante é que ele se incomode e dê uma resposta muito importante no sentido de fazer com que as ideias não se dispersem. A conclusão é a alma do ensaio. É em função dela que gira a introdução e o desenvolvimento. Ela apresentará como núcleo o ponto de vista, o primeiro elaborado no esquema. Esse núcleo,

previamente traçado, fará com que o ensaísta teça a coerência do último parágrafo com todos os outros parágrafos, pois foi em função do ponto de vista que as outras partes foram elaboradas. Automaticamente, preocupando-se com essa abordagem, o ensaísta dará rápidas pinceladas pelo texto todo, coisa que seria dificultada se fosse a esmo. A conclusão terá para a dissertação a função que o ponto de vista tem para o parágrafo de introdução. É o xeque mate das ideias do autor sobre as do leitor. Muitos redatores reclamam que escrevem bem o texto, mas sentem dificuldades para concluí-lo ou desfechá-lo. Com o uso do planejamento, esse fantasma será banido de uma vez por todas, pois antes de se pensar no início, há de se pensar no fim do trabalho. É por causa do fim que se traçam os meios. A conclusão terá como núcleo o ponto de vista. Sendo atencioso, o aprendiz perceberá que foi o primeiro elemento pensado para o ensaio. Se alguém levantasse um ponto de vista e o público-alvo o aceitasse de pronto, não seria necessário escrever o texto. É o caso dos pensamentos consagrados de vários autores. A dissertação só acontece, porque o leitor tem dificuldade para aceitar o ponto de vista do autor, obrigando-o a apresentar maiores esclarecimentos sobre seu posicionamento acerca do assunto. Para convencer seu público, o ensaísta arranja suportes, palavras-chaves, traduzidas em critérios e, em torno delas, explica, justifica, exemplifica ou ilustra seu ponto de vista. Do mesmo modo que não adianta ter mercadoria nova, ponto de vista, embrulhos bonitos com laçarotes, palavras-chaves, sem ter quem os aprecie e é preciso elaborar a propaganda para encontrar fregueses, é preciso pescar leitores para o ensaio. Os tópicos frasais exercem, no ensaio, a função do comercial para a mercadoria, da manchete para o jornal. Ele deve ser apresentado em período curto, completo, atraente e relacionado com o assunto. Assume a forma de pergunta, de definição de conceito, de paráfrase, de pensamento do autor. É importante que o redator perceba a relação das etapas da escrita com as etapas de qualquer tarefa da vida. Não se entra no carro e começa a rodar para depois decidir para onde vai: é em função de onde se quer ir que o motorista toma o veículo e o direciona. Partindo deste para outros exemplos, o leitor perceberá que, para o fantasma da incerteza, a solução é o planejamento.

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