Title | Exercicios Cap 2 - Exercícios Resolvidos Cap 2 do Livro do Airton Ramos |
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Course | Eletromagnetismo |
Institution | Universidade do Estado de Santa Catarina |
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Exercícios Resolvidos Cap 2 do Livro do Airton Ramos...
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016 Exercícios do Capítulo 2 1) Mostre que a inclusão da corrente de deslocamento na lei de Ampere é compatível com o princípio da continuidade e com a lei de Gauss para o campo elétrico. A lei de ampere incluindo a corrente de deslocamento proposta por Maxwell pode ser escrita na seguinte forma no vácuo:
B o j c + o o
E t
(1)
Apliquemos o operador divergente em todos os termos desta equação. No lado esquerdo, o resultado é nulo uma vez que para qualquer campo vetorial é sempre válido que B=0. Então, do lado direito, obtemos:
j c = o
E t
(2)
Onde aplicamos a comutação entre os operadores () e (/t). Agora, substituindo o divergente do campo elétrico de acordo com a lei de Gauss, E=v/o, obtemos:
v (3) t Que é a equação da continuidade. Isso mostra que a inclusão da corrente de deslocamento na lei de Ampere compatibiliza esta lei com a equação da continuidade e lei de Gauss. jc =
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016 2) Considere um fio condutor de seção circular com raio a no qual circula corrente elétrica com densidade j(,z,t) = jo e/ sen(t-z) uz a partir de t = 0, onde , e são constantes. Calcule a densidade de carga elétrica no condutor. Calcule a carga elétrica total armazenada no comprimento L do condutor. A equação da continuidade relaciona o divergente da densidade de corrente com a taxa de variação da densidade volumétrica de carga. Uma vez que a densidade de corrente tem componente apenas na direção z ao longo do fio, seu divergente envolve apenas a derivada nessa direção. Temos, então:
v jo e/ sen(t z) jo e/ cos(t z) t z
(4)
Obteremos a densidade de carga a partir da integração no tempo da equação acima: t
v t joe/ cos( t z) dt v 0 0
j t o e/ sen( t z)0 v 0 j o e/ sen( t z)
(5)
Uma vez que o problema especifica uma distribuição de corrente em regime permanente sem definir as condições iniciais para a densidade de carga, estamos assumindo condições iniciais que simplificam a resposta:
v 0
jo / e sen(z)
(6)
A carga acumulada no comprimento L do condutor é obtida a partir da integração volumétrica da densidade de carga. L a
Q L, t v 2 d dz 0 0
a / 2jo L sen( t z)dz e d 0 0
a 2jo cos(t z) L0 e / 0 2jo cos(t L) cos( t) a e a /
(7)
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016
3) Considere a Figura abaixo na qual existe um interstício no condutor mas, circula uma corrente elétrica permanente dada por ic(t)=Io sen(t). Considere puntiformes as extremidades do fio no interstício e calcule a densidade de corrente de deslocamento no plano transversal tracejado da figura e demonstre que o fluxo elétrico garante a continuidade.
Figura 1 Nas extremidades dos condutores ocorre a acumulação de carga elétrica e, de acordo com a definição de corrente elétrica, a taxa de acumulação de carga é igual a corrente elétrica nos condutores:
dq1 dq 2 ic (t) dt dt
(8)
As cargas elétricas acumuladas são iguais em módulo, mas têm sinais contrários. Os campos gerados por essas cargas sobre o plano transversal mediano na Figura 1 se cancelam na direção paralela ao plano e se somam na direção perpendicular (direção x). Assim, o campo resultante sobre esse plano é obtida da seguinte forma:
q1 q1 x /2 E( ) 2 u ux cos 2 x 2 2 2 2 2 4 x / 2 4o r x / 2 o (9) q1 x 3/2 u x 2 4 o 2 x / 2 A densidade de corrente de deslocamento sobre o plano é então calculada a partir da taxa de variação da indução elétrica:
jd () o
dE( ) x dq1 x ic (t) ux ux 3/2 2 2 3/2 dt dt 4 2 x / 2 4 2 x / 2
(10)
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016
Integrando a densidade de corrente de deslocamento sobre o plano transversal mediano obtemos a corrente total de deslocamento, que é igual a taxa de variação no tempo do fluxo elétrico total através do plano.
I d jd d S S
x i c(t) 2
0
0
x ic (t) 2 4 2 x / 2 d
x / 2 2
2
3/2
2 d (11)
3/2
x i (t) 1 c 2 2 x / 2 2
i (t) c 0
Assim, verificamos que a corrente total de deslocamento através do ar é igual a corrente total de condução nos condutores. Com isso, a continuidade do circuito é garantida.
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016
4) Mostre que uma distribuição estática e localizada de carga elétrica produz potencial elétrico no espaço que pode ser descrito pela equação a seguir:. V r
1 4 o
v r dV r r V
(12)
Consideremos inicialmente uma carga puntiforme q na origem do sistema de coordenadas. O campo elétrico criado por essa carga é esfericamente simétrico e facilmente calculado segundo a lei de Coulomb na seguinte forma: E r
qr
(13)
4 o r
3
O potencial elétrico em um ponto do espaço pode ser definido como o trabalho necessário para se deslocar, com velocidade constante, uma carga elétrica unitária do infinito até essa posição. Sabendo que a força resultante sobre a partícula de carga unitária deve ser nula, a força externa aplicada deve compensar a força elétrica, ou seja, deve ser Fext=-E. Assim, em termos do campo elétrico existente no espaço, esse cálculo pode ser realizado da seguinte forma: r
V(r) E r d r
r q q d r 3 4o r r 4 o
r
dr q 2 r 4 o
1 q r r 4 o r
(14)
Agora, o potencial elétrico de uma distribuição de partículas carregadas pode ser calculado como a soma das contribuições individuais de cada partícula. V (r)
1 4 o
qn
r r n
(15)
n
Onde rn é o vetor de posição da partícula de carga qn. Quando a quantidade de partículas é muito grande e estão fortemente concentradas no espaço, pode-se usar o conceito de distribuição contínua de cargas, substituindo qn por v dV e realizar uma integração no volume ocupado pela distribuição. V (r)
1 4 o
v r dV r r V
(16)
Esta forma de cálculo de potencial elétrico é correta apenas para distribuições estáticas e localizadas de carga (cargas distribuídas em volumes finitos) e para posições do espaço externas ao volume ocupado pela distribuição.
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016
5) Considerando fontes estáticas, calcule o potencial elétrico associado ao campo elétrico e à condição de contorno indicada (k é uma constante): a) E k
r , V r , , 0 r3
k 2cos ur sen u , V r , , 0 3 r k c) E u , V a, , z Vo
b) E
(17)
d) E k 1u x k 2u y k 3u z , V x 0, y 0, z 0 0
Em todos os casos, o cálculo do potencial elétrico a partir do campo elétrico baseia-se na forma integral a seguir: r
V (r ) V (ro ) E dL
(18)
ro
a) Substituindo o campo elétrico descrito em 17a e dL=dr com integração na direção radial e V(r=) =0:
r
(19)
dr k r 1 V (r ) k 3 dr = k 2 k r r r r r r
b) Substituindo o campo elétrico descrito em 17b e dL=dr com integração na direção radial e V(r=) =0:
V (r) r
k dr k cos 1 ur sen u dr = 2k cos 3 k cos 2 3 2cos (20) r r2 r r r r
c) Substituindo o campo elétrico descrito em 17c e dL=d u com integração na direção radial e V(=a) =Vo: a k d V ( ) Vo u d u Vo k Vo k ln a a
(21)
d) Substituindo o campo elétrico descrito em 17d e dL=dx ux no intervalo de (0,0,0) a (x,0,0), dL=dy uy no intervalo de (x,0,0) a (x,y,0) e dL=dz uz no intervalo de (x,y,0) a (x,y,z) e V(0,0,0) =0: x, y,0
x,0,0
V (x, y, z)
0,0,0
k1dx
x,0,0
x, y,z
k 2dy
k 3dz k 1 x k 2 y k 3 z
x, y,0
(22)
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016 6) Mostre que a expressão abaixo para o potencial magnético provém da lei de Biot-Savart e satisfaz a equação de Poisson. A
o j r dV 4 V r r
(23)
A indução magnética segundo a lei de Biot-Savart pode ser calculada pela seguinte expressão: B
o j( r r) dV 4 V r r 3
(24)
Sabendo que: 1 r r
( r r) 3 r r
(25)
O integrando na equação (24) pode ser reescrito na seguinte forma: j (r r ) r r
3
1 r r
j
(26)
Podemos usar a seguinte fórmula vetorial para simplificar esta expressão: (27) f F f F f F Onde f é uma função escalar e F é uma função vetorial. Aplicando esta fórmula e reconhecendo que j =0, uma vez que a densidade de corrente não é função de r e sim de r, obtemos: j j (r r ) 3 r r r r
(28)
Assim, a fórmula de Biot-Savart pode ser reescrita na seguinte forma: j dV B o 4 r r V
(29)
Observe que o operador rotacional pode ser retirado do integrando uma vez que ele opera nas coordenadas de r e que a integral é realizada nas coordenadas de r. De acordo com definição de potencial magnético segundo a qual, B=A, deduzimos da equação anterior que o potencial pode ser calculado por:
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A
o j r dV 4 V r r
(30)
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016 7) Considere que o campo elétrico no espaço seja descrito pela seguinte equação:
E E o e zcos( t z) ux
(31)
Encontre a expressão do campo magnético. Usando a lei de Faraday e verificando que o campo elétrico tem componente apenas na direção x, teremos a seguinte equação diferencial a resolver para o campo magnético no vácuo:
1 1 E x H E uy x uz E = t o o z y
(32)
Contudo, o campo elétrico não depende da coordenada y, portanto o campo magnético tem componente apenas na direção y.
E z H o e cos ( t z ) uy t o z E o e z cos(t z ) e zsen( t z) uy o
(33)
Efetuando agora a integração no tempo, obtemos: t t Eo z z uy e cos t z e sen t z ( ) dt ( ) dt 0 0 o z z E e e t t sen( t z) 0 cos (t z ) 0 u y H(0) o o
H H(0)
H(0)
(34)
E o z e sen ( t z ) sen( z) cos( t z) cos ( z) u y o
Uma vez que o problema especifica a distribuição em regime permanente de campo elétrico sem definir as condições iniciais, faremos uma escolha arbitrária que simplifica a resposta.
H(0)
E o z e cos(z) sen( z) uy o
(35)
Com isso, o campo magnético resultante é dado por:
H
E o z e sen ( t z) cos( t z) u y o
(36)
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016 8) Um disco metálico de raio R gira com velocidade angular em torno do eixo z na presença de um campo magnético uniforme H=Ho uz. Calcule a força eletromotriz induzida entre o centro e a periferia do disco.
(a)
(b) Figura 2
Para este cálculo podemos imaginar que o disco é constituído de condutores idênticos com a forma de filamentos cônicos com ângulo muito pequeno (Figura 2b), de modo que dispostos lado a lado, preenchem completamente a superfície do disco. Cada filamento gira com velocidade angular e por isso o ponto localizado na distância radial se desloca com velocidade linear v=u. A força eletromotriz no disco pode ser calculada pela seguinte equação associada à lei de Faraday: R
R
1 U m v B dL = u oH ou z du = oH o d oR 2H o 2 L 0 0
(37)
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016 9) Dois fios condutores de comprimento L estão dispostos paralelamente. Em um deles circula uma corrente elétrica constante Io. Se o segundo é movido radialmente para longe do primeiro com velocidade v, mantendo a orientação paralela, calcule a força eletromotriz induzida nesse fio.
Figura 3 Usaremos a expressão da indução magnética do fio reto obtida no livro.
B
oI o 4
z z1 z z2 u z z1 2 2 z z2 2 2
(38)
A força eletromotriz no fio que se move pode ser calculada a partir da seguinte integração: z2
U m v B dL = vu B u dz u z L
z1
z z2 z z 2 dz vo Io 2 z z 1 dz 4 z z z 2 2 z z z 2 2 1 1 2 1 z2 vo Io 2 2 2 2 z z z z = 1 2 z1 4 v I o o L2 2 2 =
(39)
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016 10) Considere a Figura abaixo na qual o campo magnético é gerado por uma corrente em um condutor retilíneo longo e uma espira quadrada encontra-se posicionada conforme indicado. Calcule a força eletromotriz induzida na bobina nas situações descritas a seguir: a) a corrente no fio varia no tempo segundo a equação i(t)=Io sen(t) e a bobina está parada; b) a corrente no fio é constante com valor Io e a bobina gira em torno do eixo indicado com velocidade angular constante.
Figura 4 A situação descrita na Figura 4a é bastante simples, uma vez que a espira é estacionária. A indução magnética é facilmente obtida com o uso da lei de Ampere.
B
oi (t) u 2
(40)
O fluxo magnético na espira estacionária é calculado por meio da seguinte integração:
m = B dS S
o bi (t) 2
o a/2
oi (t) u bdu o a/2 2
o a/2
d o bi (t) o a /2 ln 2 o a /2 o a/2
(41)
A força eletromotriz é obtida por meio da lei de Faraday:
b a /2 d i(t) d m = o ln o dt 2 o a /2 dt b Io a /2 = o ln o cos t 2 o a /2 Um
(42)
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016 Para o estudo do caso (b) da Figura 4, consideremos a Figura abaixo que mostra uma visão de cima para que possamos analisar a posição instantânea da espira em relação ao campo magnético estático.
Figura 5 A distância entre uma posição qualquer sobre espira e o fio é calculada a partir das projeções do vetor de posição nos eixos coordenados:
r
o l cos
2
l 2 sen2 2o l 2 2 ol cos
(43)
Para cálculo do fluxo magnético precisamos definir os vetores unitários nas direções normal à espira (un) e azimutal em relação ao fio (u). De acordo com a figura acima, esses vetores são descritos por:
u n sen u x cos u y
(44)
u senu x cos u y
(45)
Onde os ângulos e estão relacionados por:
cos
o l cos r
sen
l sen r
(46) (47)
Reescrevemos agora a equação (40) de acordo com a geometria da Figura 5 e considerando a corrente constante.
Airton Ramos, Eletromagnetismo, Ed. Blucher, 1a edição, 2016
B
oI o u 2r
(48)
Além disso, escrevemos a área diferencial para cálculo do fluxo magnético na espira.
dS bdl un
(49)
Onde ds, como mostra a Figura 5, é um deslocamento ao longo da aresta superior da espira. O fluxo magnético pode ser então calculado:
m = B d S S
a/2
a/2
oI o bI u bdl u n o o 2r 2
a/2
sen sen cos cos d l
a /2
r
(50)
Onde foram usadas as equações (44) e (45) na obtenção do último termo. Usando agora as relações (43), (46) e (47) para substituir r, sen e cos, resulta:
m =
o bIo 2
a /2
a /2
l o cos dl l 2 o l cos 2 o
2
a /2 o bIo 2 2 ln 2 cos l l o o a/2 4
2o a /2 oa cos bI o o ln 2 2 4 o a /2 oa cos 2
(51)
Aplicamos agora a lei de Faraday para obter a força eletromotriz. Uma vez que o ângulo varia com velocidade constante , temos:
Um
dm d 2 abo Io 12 22 bI = o o ln 22 o 2 2 sen t dt 4 d 1 4 1 2
(52)
Onde 1 e 2 são os valores extremos instantâneos de r na Figura 5.
1 2o a /2 oa cos t
(53)
2 2o a /2 oa cos t
(54)
2
2...