Fichamento “ A face existencial da Gestalt-terapia”-Epistemologia e História das Psicologias I – Fenomenologia, Existencialismo e Humanismo PDF

Title Fichamento “ A face existencial da Gestalt-terapia”-Epistemologia e História das Psicologias I – Fenomenologia, Existencialismo e Humanismo
Course Epist E Hist Das Psic I(Fenomen Exist E Humanismo)
Institution Universidade Federal do Ceará
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Atividade proposta como requisito avaliativo para a disciplina de epistemologia e historia das psicologias I, com intenção de ser geradora de debates em sala de aula. ...


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Fichamento “ A face existencial da Gestalt-terapia”



No inicio do século XX

2017

a humanidade enfrentava um período extremamente

complicado, mergulhada em sofrimentos e desesperos generalizados com os períodos de guerra. O existencialismo nasce e se desenvolve nesse contexto que causou o questionamento do racionalismo desmedido que reinava até então. “O existencialismo pode ser entendido como um conjunto de doutrinas filosóficas cujo tema central e a existência humana em sua concepção individual e particular, tendo por objetivo compreender o homem como ser concreto nas suas circunstancias e no seu viver, conforme se mostra na sua realidade”. Todos os pensadores dessa linha tem como elo a preocupação em compreender a complexa existência humana. 

Para o existencialismo o homem é um ser livre, atribuído da responsabilidade de construir sua própria existência visto a sua liberdade. Sartre, um dos seus grandes nomes, afirma que “a existência precede a essência”, essa frase implica numa negação de qualquer determinismo que queira condenar o homem a “ser algo”, sem possibilidades de quaisquer mudanças, “o homem surge no mundo como um ser particular, sem a possibilidade de definição previa, e somente depois poderá vir a ser”. Somos incumbidos, enquanto humanos, de lidar com as intempéries quaisquer que se apresentem a nós, e decidimos como responderemos a elas, apesar de sermos limitados pelas condições do contexto que estamos elas não nos determinam. Assim, o existencialismo opõe--se a toda concepção universal ou segmentada de homem que priorize qualquer característica humana em detrimento de outras, como a razão, por exemplo, defendida por pensadores da época.



O homem é um “ser para a morte”(Heidegger), nos angustiamos ao percebermos nessa posição mas é justamente essa finitude que nos faz valorar a vivencia. Essas posturas existencialistas influenciam a pratica e a construção teórica da Gestaltterapia, considerar o cliente dentro desses pressupostos supracitados é levar ele a tomar conhecimento de seu projeto de vida e assumir a responsabilidade pelos rumos de sua existência. O sujeito é o melhor leitor de sua própria história, de sua subjetividade, o conceito de awareness torna possível essa experiência presentificada, a única forma de se entender o homem é no aqui/agora. Buber enfatiza a importância do “inter-humano”, das relações na constituição do humano, para ele todo viver verdadeiro é encontro e o evento dialógico é o que ocorre na esfera do “entre”; Heyner nos trás a concepção e que o homem é

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2017

antropologicamente existente na qualidade de relação com outro e, com essas afirmações temos a influência nos teóricos da Gestalt-terapia que afirmam que a relação terapêutica é um encontro existencial, o existencialismo dialógico apresentas sua influência no conceito de “fronteira de contato”, o entre da relação entre sujeito e ambiente. 

Considera-se a Gestalt-terapia como dialógica por se considerar a relação terapêutica um encontro existencial constituinte do solo que sustentara todo o processo de experimentação e reconhecimento de si.

“A Influencia do

existencialismo dialógico se apresenta ao que é denominado de “fronteira de contato”, o entre de Hycner assume essa nomenclatura e se define por “ a fronteira na qual a pessoa e o ambiente se encontram e interagem [...] contato implica relação, não apenas para o desenvolvimento das potencialidades humanas, mas também para a própria constituição de si mesmo, sendo a awareness entendida como contato pleno, fundamental para o estabelecimento de uma relação autentica”.Aqui

acontece

um

importante

encontro

entre

fenomenologia,

existencialismo e a pratica da Gestalt-terapia: Para se reconhecer o cliente em sua autenticidade deve-se passar pela suspensão fenomelogica, libertando-se dos pressupostos sobre aquele que ali se apresenta. 

A Gestalt-terapia é uma abordagem existencial por ser uma proposta de reflexão sobre a existência humana, buscando auxiliar a pessoa a ampliar sua consciência de si no mundo, a fim de capacita-la a fazer escolhas autenticas e responsáveis e a se organizar de maneira significativa pra si.



A GESTALT TERAPIA É EXISTENCIAL EM DOIS SENTIDOS: NA CONCEPÇÃO DE SER HUMANO, valorizando a liberdade e a responsabilidade do sujeiro pelas escolhas ao logo de sua experiência mas também NA ENFASE SOBRE A RELAÇÃO.

 a postura do Gestalt-terapeuta em sua dimensão existencial, a qual deve respeitar os princípios básicos do diálogo: inclusão, confirmação, presença e “entrega ao entre”. 1 A inclusão refere-se à postura de se colocar no lugar da pessoa, sem que o psicoterapeuta perca sua própria perspectiva 2 o diálogo implica a presença do psicoterapeuta como uma qualidade do encontro com a pessoa como um todo, o que requer abertura, compaixão, gentileza e humildade de sua parte. Isso está intrinsecamente ligado à postura de “entrega ao entre”, quando psicoterapeuta e cliente entram em contato um com o outro, sem metas preestabelecidas pelo profissional

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3 Essa presença autêntica e a confiança no contato estabelecido entre ambos fundada na awareness proporcionam à pessoa a experiência de uma relação promotora de crescimento, 4 mediante a confirmação de si como ser no mundo, diferente das relações nas quais ela só é aceita ao adotar condutas preestabelecidas pelo outro, ou seja, ao desempenhar um script.  Cuidar é uma atitude que traz implicitamente o desprendimento de si e um coltar-se ao ouro, numa relação de afetividade e interesse genuíno  TEM UMAS COISAS SOBRE DASEINQ EU ENTENDI NADA Ainda no que se refere ao Dasein, Michelazzo (1999) ressalta os três modos de ser no mundo propostos na obra Ser e tempo, de Heidegger: projeto, lançado e decaído. No modo projeto, o ser é um feixe de possibilidades que se mostram na medida em que se desdobra a presença do homem com seus semelhantes e no seu contexto, numa condição de autenticidade. Nesse caso, o homem é capaz de fazer escolhas coerentes com sua perspectiva, ou seja, há uma lógica entre seu pensamento, suas emoções e suas ações, sendo a vida dotada de um sentido. Como lançado, o ser depara também com impossibilidades e limitações as quais ele não escolheu ao ser jogado num mundo anterior à sua existência. Esse modo de ser no mundo refere-se àquelas características que lhe foram dadas no início da vida, sem possibilidade de escolha, como contexto socioeconômico, época e local do seu nascimento, cor de pele ou determinadas limitações físicas. Finalmente, como decaído, o ser encontra-se num estado de existência inautêntica, caracterizada pela banalidade do cotidiano e pela superficialidade, na qual o homem se perde de si mesmo. Nesse modo peculiar de existir, o ser aí experimenta o vazio existencial, decorrente da falta de sentido da vida. No cotidiano, esse vazio pode ser entendido pelos valores, referências e perspectivas que orientam a nossa vida e dão sustento à nossa frágil condição de ser no mundo. A necessidade de dar um sentido à vida é inerente a todo ser humano. Quando nos afastamos de nós mesmos, há uma perda na qualidade do nosso contato conosco e com o mundo e começamos a nos privar do sentido que norteia a nossa existência. A perda do sentido da vida caracteriza, então, o vazio existencial, o qual pode assumir uma diversidade de sintomas, tais como depressão, ansiedade, pânico e fobias, entre outros. Perls (1988) ilustra essa inautenticidade como o modo do shouldism, traduzido livremente como “deveriaísmo”, ou seja, situações nas

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quais a pessoa se conecta com outras referências distintas das suas próprias e age como se fosse a expressão mais autêntica de si. E como se ela desempenhasse um script elaborado por outros e acreditasse tratar-se de uma situação autêntica, quando, na verdade, seu nível de insatisfação se eleva, pois suas necessidades mais básicas não podem ser satisfeitas nesse modo inautêntico de existir. Heidegger fala em dois modos de cuidado: 1 onde se toma as decisões, se assume as escolhas do outro, o foco então é o resultado que se espera que o outro alcance por meio do cuidado e 2 uma postura de voltarse sobre o outro e ajuda-lo a se reconhecer e a fazer escolhas próprias, a ênfase passa a ser a relação e aforma que se esta no mundo ( o gT deve ser o 2, assim o cuidar é fazer com e não fazer por) existencialismo reflete-se na postura do Gestalt-terapeuta não como um conjunto de técnicas, mas em seu interesse por compreender o modo como a pessoa experiencia a si mesma no mundo, seja em seus momentos de existência plena ou de crise...


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