Fichamento comentado do texto Operação Historiográfica PDF

Title Fichamento comentado do texto Operação Historiográfica
Author Geovanna Alice Coelho
Course Historiografia
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Pages 4
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Bibliografia do texto em análise: “A Operação Historiográfica”. In id. A escrita da história, p.65-119, Michel de Certeau
Professor: Leonardo Cândido Rolim
Disciplina: Historiografia...


Description

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN Disciplina: Historiografia – 4° período de História (Turno Noturno) Docente: Leonardo Cândido Rolim Discente: Geovanna Alice Coelho

Bibliografia do texto em análise: “A Operação Historiográfica”. In id. A escrita da história, p.65-119, Michel de Certeau

1) “Nesta perspectiva, gostaria de mostrar que a operação histórica se refere à combinação de um lugar social, de práticas ‘científicas’ e de uma escrita.” (p. 66) Basicamente, ainda nos princípios do capítulo, Certeau demonstra os pilares basilares para o fazer historiográfico e a própria constituição dos princípios norteadores

do

trabalho

do

historiador,

levando

em

consideração as relações que existem entre a história produzida e as circunstâncias e fatores que viabilizam a sua elaboração/produção. 2) “É em função deste lugar que se instauram os métodos que se delineia uma topografia de interesses, que os documentos e as questões, que lhes serão propostos, se organizam.” (p. 67) Aqui, delimita-se exatamente o que será o lugar social do historiador, tendo em vista que este “lugar” determina um espaço muito mais amplo e complexo que uma mera instituição acadêmica. É pautado na organização

de

práticas e

métodos

que

regimentam

o

fazer

historiográfico. Partindo desse conceito, Certeau também problematiza os trabalhos históricos produzidos, como se processa a sua validação e o que poderia ser tido como uma “obra de valor” para a História. 3) “Entre muitos outros, estes traços remetem o ‘estatuto de uma ciência’ a uma situação social que é o seu não-dito.” (p.71) Nesse contexto, deve-se ter em vista a primordialidade de relações que existem entre as instituições históricas existentes assim como as condições sociais a elas ligadas, tendo como reflexos de análise os possíveis objetos de construção da pesquisa histórica (“o não-dito”).

Dessa forma, os discursos produzidos possuem profunda associação com o aspecto social, estando situados no contexto de sua elaboração. Negar tais vínculos seria negar a própria produção historiográfica. 4) “A produção histórica se encontra partilhada entre a obra literária de quem ‘constitui autoridade’ e o esoterismo científico de quem faz pesquisa.” (p. 74) A citação remete a diversidade da comunidade de historiadores e quais são os desdobramentos de sua atividade na sociedade. Isso reflete os limites existentes entre o academicismo restritivo e a vulgarização recorrente do saber histórico constituído. Tal situação demonstra as flutuações inerentes à Historiografia e os próprios historiadores em seu ofício, tendo como perspectiva o fato de que o manejo do trabalho e do discurso realizados têm relação direta com o polo social de investigação. 5) “A pesquisa está circunscrita pelo lugar que define uma conexão do possível e do impossível.” (p. 77) Estando o saber histórico associado às possibilidades de análise social dos recortes de pesquisa, torna-se fundamental compreender os diálogos que emanam da noção de “lugar” e sua correlação com o corpo social, de forma a estabelecer as permissões e interdições típicas ao trabalho historiográfico. Esta é uma questão que fornece racionalidade aos significados simbólicos produzidos a partir dos processos iniciais de construção do conhecimento histórico, configurando também a própria permanência da ligação social da História. 6) “Um trabalho é científico quando opera uma redistribuição do espaço e consiste, primordialmente, em se dar um lugar, pelo ‘estabelecimento das

fontes’ –

quer

dizer, por

uma

ação

instauradora e técnicas transformadoras.” (p. 83) Perpassando por todas as problemáticas do fazer historiográfico, assim como também levando em consideração as articulações bidirecionais que se estabelecem entre a natureza e a cultura, na perspectiva de se trabalhar um material e transformá-lo em história (ou vice-versa, salvo as ressignificações e considerações necessárias), torna-se fundamental perceber a essencialidade da revolução documental, fato que permite um alargamento do conceito de fonte. Além disso, os novos

procedimentos de investigação e análise dos desvios (erros e falhas em relação ao modelo formal do estudo proposto) é o que permite o entendimento de novas questões históricas a serem elucidadas. Consequentemente, a junção entre esses processos é o que propicia a renovação e consequente expansão da Historiografia. 7) “O velho slogan das ‘lições da história’ retoma algum significado, desta perspectiva, se, deixando de lado uma ideologia de herdeiros, identificarmos a ‘moral da história’ com este interstício criado na atualidade pela representação das diferenças.” (p. 93) Basicamente,

partindo

do

modelo

das

pesquisas

científicas

contemporâneas, percebe-se o estabelecimento de referências entre as formalizações, ou seja, os sistemas presentes, a fim de criar conexões explicativas com os chamados “restos”, entendidos exatamente como as “as diferenças”, excluídas proporcionalmente das análises realizadas por historiadores, ao longo dos discursos historiográficos produzidos. O próprio Certeau menciona a chamada ascensão das chamadas “zonas silenciosas” da História, viabilizando a geração de um trabalho simbólico que objetive exatamente tornar possíveis as ultrapassagens em torno do saber histórico em constituição. 8) “Na verdade, a função específica da escrita não é contrária, mas diferente e complementar com relação à função da prática.” (p. 107) Levando em consideração a perspectiva do trabalho do historiador estar pautado em limites, é fundamental reconhecer as fronteiras entre a escrita e a pesquisas histórica, ou seja, é a representação da dicotomia entre o esgotável e necessariamente limitado versus as inúmeras possibilidades de estudo dos objetos de investigação histórica. Consequentemente, o desenvolvimento da escrita está submetido à diversos interesses e se configura como parte essencial das práticas sociais em questão. Percebe-se, portanto, que a escrita estabelece um elo mais forte entre os “resquícios” do passado e as apropriações do presente, as quais são feitas pelos sujeitos intrínsecos à dinâmica da trama histórica. “A morte exorcizada nos discursos”, assim como afirma Certeau, confere a ligação ativa no contexto espaço-temporal, abrindo

possibilidades e caminhos para novas interpretações, ressignificando o saber histórico produzido....


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