Fichamento texto - O processo civilizador - Norbert Elias PDF

Title Fichamento texto - O processo civilizador - Norbert Elias
Course Identidade e Cultura
Institution Universidade Federal do ABC
Pages 2
File Size 68.3 KB
File Type PDF
Total Downloads 51
Total Views 149

Summary

Professora - Arlene Ricoldi
Curso - Identidade e cultura (quadrimestre 2016.2)...


Description

Elias , Norbert - O processo civilizador . Vol.1.p.9-20 ; 189-202 O livro começa abordando a singularidade e relevância na obra de Norbert Elias no que se refere ao estudo das civilizações de costumes, como algo até então não discutido. Ele vai dizer que nada vem da natureza humana, mas sim que há um condicionamento da social o qual molda os comportamentos humanos. Aqui, o autor termina a introdução com um questionamento sobre o qual o texto também tratará – ‘’será que o gradual refinamento dos costumes é o que marca a nossa sociedade?’’ A partir daqui, começa o prefácio onde será ressaltada a errônea crença entre comportamentos ‘’civilizados’’ e ‘’incivilizados’’, usando os comportamentos ocidentais como parâmetro para tanto. Aqui se questiona também – ‘’Como ocorreu esse processo civilizador? E quais as suas forças ou causas?’’E isto que o livro focará em explicar através de uma divisão de capítulos. No primeiro, serão explicados os significados atribuídos ao conceito de civilização na Alemanha e na França. No segundo, tentar-se-á entender como comportamentos e vida afetiva dos povos ocidentais mudaram lentamente após a idade média. Outra observação feita é que tais mudanças ocorrem de acordo com o que a sociedade exige e/ou proíbe, o que gerará os sentimentos de desagrado e medo, sendo estes ‘’medos sociogênicos’’ fundamentais para a transição de comportamentos. O terceiro capítulo buscará compreender por que mudanças das estruturas sociais são capazes de mudar nossos comportamentos, como por exemplo, na mudança das sociedades feudais para as absolutistas, sendo que nesta última o Estado passa a limitar nossas ações e impõe algumas regras sobre nós, o que com certeza influencia nosso comportamento. A esta busca de entendimento, dar-ser-á o nome de sociogênese do Estado, o que será chamado para Max Weber de ‘’monopólio da força’’, sendo este, o grande responsável por modelar o indivíduo. Começa agora o capítulo ‘’mudanças na agressividade’’. Aqui, é necessário que se ressalte a importância a presença dos instintos e impulsos agressivos na formação de espécie de circuito no ser humano, isto é, com função ‘’pulsional’’ particular dentro da totalidade.Como o grande objetivo do livro é explicar os condicionamentos sociais dos nossos comportamentos, aqui, a nossa agressividade será abordada da mesma forma, afinal ela é domada por regras as quais se transformam em autolimitações. Para ilustrar esta tese, nos é apresentada a sociedade medieval, onde a guerra era uma necessidade vital e é vista por muitos como uma das ‘’chansons de geste’’, isto é, de descer como mais forte sobre o inimigo. O medo não era de morrer, mas sim, de ser derrotado. Apesar de causar estranhamento no mundo contemporâneo, tais comportamentos eram úteis, afinal desde a juventude este

era o momento mais esperado da vida, de tal forma que a guerra era o ‘’Estado normal’’ como afirmou Luchaire, historiador do século XIII ou ‘’ a guerra é uma alegre empresa’’ como disse Jean de Bueil. Ainda que era uma ideologia dominante, nem todas as camadas sociais aderiam ao princípio da guerra como a igreja que já dizia ‘’se da morte temes, de sofrimento viverás’’. Apesar dos cavaleiros serem em sua maioria cristãos, havia uma deturpação dos princípios religiosos, o que instigava a vontade de guerrear. Quanto à burguesia, a arma era o dinheiro e a competição comercial era recheada de elementos como o roubo, luta, inimizade entre famílias, vinganças, sendo a violência necessária para conseguir o que se desejava, tão importante quanto para a classe guerreira. Neste mundo urbano, havia autoridades responsáveis por conter essa violência, o que às vezes, gerava momentos de paz, mas em geral estes eram raros. A partir desta amostra, pode-se concluir que nas sociedades medievais, a liberação dos instintos era livre, sendo que suas estruturas emocionais geravam uma sociedade sem segurança, dotada de um futuro incerto, sendo portanto, a estrutura social a responsável por gerar um padrão específico de controle emocional, ao passo que em uma região onde pessoas são forçadas por uma autoridade a viver em paz, a personalidade, por conseguinte, mudará. Trazendo esta discussão para o mundo contemporâneo, podemos afirmar que estas emoções têm sim uma forma refinada na sociedade e sua principal representação está nos esportes, nos quais por meio de uma liberdade moderada é concedida então a permissão para a liberação dessas emoções, como no boxe ou nas festas de São João celebradas na França no século XVI , onde a queima de gatos era uma tradição. Assim sendo, o que era sinônimo de prazer séculos atrás, nos dá nojo da espécie humana nos dias atuais. Por isso, para a compreensão do processo civilizatório, é necessário evitar anacronismos e compreender a estrutura de época e a razão pela qual tais hábitos eram necessários......Sobrevivência, prazer, valentia, poder? Eis a questão...


Similar Free PDFs