Title | Fichamento de conteudo - manual de linguística |
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Author | Nayara Nicoly |
Course | Linguística textual |
Institution | Universidade do Estado do Rio Grande do Norte |
Pages | 3 |
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Fichamento de conteúdo do capítulo linguística textual do livro manual de linguística do autor Martelotta...
FICHAMENTO DE CONTEÚDO
Linguística Textual (p. 193-204) MARTELOTTA, Mario Eduardo. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2011.
Neste capítulo, Mariangela Rios de Oliveira (2011) se atem às especificidades do objeto de análise: o texto. A autora realiza apontamentos acerca das principais propriedades da textualidade: coesão e coerência. Assim, na tentativa de exemplificar as articulações de forma e de sentido, a autora apresenta dois textos, o primeiro em uma versão falada e o segundo na versão equivalente à escrita. Esses textos, por conseguinte, serviram de elucidação para as explicações acerca dos processos coesivos textuais. Nesse contexto, a coesão, portanto, constitui-se enquanto um elemento fundamental para a construção textual, já que ela é a responsável por estabelecer uma espécie de harmonia entre os componentes do texto. Tal harmonia, desse modo, acontece tanto no âmbito semântico, como no âmbito sintático. Por isso, entre outros aspectos, a coesão faz-se fundamental para a constituição da textualidade. (p. 193-195) Segundo a autora, Halliday e Hasan (1976) destacaram cinco procedimentos básicos de coesão textual. O primeiro, a referência, consiste em um mecanismo de retorno a um termo citado anteriormente no texto ou, ainda, que estabeleça uma relação extralinguística a partir de elementos de fora. A referência pode ser processada, ainda, de duas formas: exofoéricamente e endofoéricamente. Logo, a referência exofórica está relacionada a elementos materializados na escrita que se encontram fora do texto, normalmente utilizada em textos orais. Ao passo que a referência endofórica está ligada ao relacionamento de termos existentes no próprio texto, geralmente são marcados pelos pronomes dele/dela, ele/ela, seu/sua. Nesse sentido, a referência endofórica se subdivide, ainda, em procedimentos anafóricos, que fazem referência a algo que já foi dito anteriormente e procedimentos catafóricos, que fazem referência a algo que ainda será dito, no texto. Todos esses mecanismos contribuem de forma singular para a construção da coesão textual, podendo, inclusive, se apresentarem de forma concomitante. (p. 195-197) O segundo, a substituição, constitui-se como um mecanismo de coesão que utiliza termos para retornar outros citados de forma anterior no texto, porém esse processo, diferentemente da referência, não recupera totalmente o termo a que se refere, somente parte dele, possuindo um caráter estilístico, isto é, a intenção de que repetições sejam evitadas, com o intuito de contribuir para a estética do texto. O terceiro, a elisão, consiste na omissão de termos, geralmente de pronomes, mas que não acarretam prejuízo para o entendimento da sentença, escrita ou proferida. Pelo contrário, a norma culta da língua portuguesa orienta a elisão, com o intuito de retirar possíveis redundâncias do texto. (p.197-198) O quarto, a conjunção, é responsável por estabelecer relações de ordem lógico-semântica no texto, através do uso correto de conjunções de causa, tempo, condição, proporcionalidade, finalidade. Nesse sentido, os operadores discursivos representam excertos da produção que têm o intuito de orientar ou reorientar os
sentidos do texto. O quinto, a coesão lexical, encontra-se relacionada de forma dependente a outros dois procedimentos coesivos: a referenciação endofórica e a substituição. Desse modo, o quinto mecanismo de coesão consiste na utilização da repetição da mesma palavra ou, também, de sinônimos ou hiperônimos, com o intuito de retornar algo dito no texto. Faz-se importante enfatizar, portanto, que existem especificidades acerca da coesão lexical na escrita e na oralidade. (p.198200) Nessa perspectiva, a coerência, por sua vez, é responsável pelo processo de produção de sentidos do texto, que possui o intuito de atribuir um caráter inteligível ao conteúdo escrito. Logo, a autora aponta a necessidade de se levar em consideração o contexto comunicativo referente às competências de sentido que são atribuídas e, por isso, atenta-se a três domínios importantes: o domínio linguístico, que faz referência ao uso de procedimentos gramaticais nos âmbitos fonéticofonológico, semântico e morfossintático e, também, às escolhas de itens lexicais para compor a produção textual. O domínio pragmático, que se refere aos procedimentos interativos, isto é, ao contexto situacional, atos de fala entre os interlocutores, intenção/aceitação e, ainda, as subjetividades de cada participante. Ou seja, todo e qualquer aspecto que possa interferir na produção de sentidos. (p.200-202) Por fim, o domínio extralinguístico, que diz respeito aos conhecimentos de mundo que os interlocutores possuem. Assim, esse conjunto de conhecimentos é formado através de saberes cotidianos, experiências vivenciadas nos mais diversificados contextos e ambientes etc. Logo, o caráter interacional do domínio extralinguístico encontra-se relacionado a questões acerca da organização textual, voltadas aos processos coesivos. Desse modo, a autora infere e evidencia a multifuncionalidade dos constituintes linguísticos quando analisados através da ótica dos três domínios citados anteriormente. (p.202-203)...