Fichamento “Introdução ao Estudo Crítico da Literatura”, de Danziger e Johnson PDF

Title Fichamento “Introdução ao Estudo Crítico da Literatura”, de Danziger e Johnson
Author Leandra Francieli
Course Estudos dos gêneros literários
Institution Universidade Federal de Uberlândia
Pages 5
File Size 109.4 KB
File Type PDF
Total Downloads 93
Total Views 120

Summary

Fichamento do capítulo Definição de literatura, presente no livro " Introdução ao Estudo Crítico da Literatura", de Danziger e Johnson....


Description

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA Prof.: Carlos Augusto de Melo Disciplina: Leituras do Texto Literário Aluna: Leandra Francieli Silva dos Santos

Data: 10/05/2017 Turma: L Matrícula: 11711LET209

FICHAMENTO “Introdução ao Estudo Crítico da Literatura”, de Danziger e Johnson OBRA DANZIGER, Marlies K.; JOHNSON, W. Stacy. Definição de literatura. In: Introdução ao Estudo Crítico da Literatura. Tradução de Álvaro Cabral/Catarina T. Feldmann. São Paulo: Cultrix/EdUSP, 1974. p. 9-30. 1. Concepção de literatura “O que é literatura e qual é a melhor maneira de defini-la?” (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 9), essa é a pergunta que inicia o debate sobre a busca da definição para o termo literatura. Busca essa que pode encontrar diversos resultados, já que a literatura pode ser definida como qualquer coisa escrita em prosa ou verso, ou qualquer texto que tenha um valor reconhecido na sociedade, dentre outras concepções. “Para os nossos propósitos, será preferível começar por defini-la de um modo tão amplo e neutro quanto possível, simplesmente, como arte verbal [...] e o seu meio de expressão é a palavra [...]” (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 9). 2. Arte nem sempre escrita Apesar de a literatura ter como meio de expressão a palavra, ela não precisa necessariamente ser escrita, “[...] é útil considerar a literatura uma arte verbal, [...] deixando em aberto a questão sobre se as palavras são escritas ou faladas” (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 9-10). Contudo, muitas civilizações, desde a grega antiga à escandinava, francesa e inglesa, produziram importantes tradições orais. Inclusive, extensos poemas narrativos como a Ilíada e a Odisséia, de Homero, as sagas irlandesas e o Beowulf anglo-saxônico foram, presumivelmente, cantados ou entoados por rapsodos e bardos profissionais antes de terem sido passados a escrito (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 9).

3. Mais de um significado A língua sofre inúmeras mudanças ao longo dos anos. Com palavras e/ou frases ambíguas, polissêmicas e metafóricas, ela se torna um meio de comunicação extremamente complexo que exige uma atenção na hora de saber qual sentido atribuir às palavras. [...] a mesma palavra pode ter vários significados distintos [...]. Para começar, a língua está sujeita a transformações históricas. O leitor moderno não pode confiar num dicionário publicado há várias centenas de anos. O grego antigo já não é imediatamente compreensível para um grego moderno; nem o anglo-saxão para um inglês dos nossos dias (p. 10). Evidentemente, as conotações vocabulares mudam, assim como a gíria de ontem se converte no uso consagrado de hoje e a elegância de há um século soas aos ouvidos modernos como falso e vulgar preciosismo (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 12).

4. A natureza do texto A origem de um texto pode ser um grande problema que envolve a literatura. Manuscritos antigos costumam sofrer deste mal, pois suas datas de criação e originalidade muitas vezes são questionáveis. Um exemplo é o The Canterbury Tales, que possui mais de oitenta manuscritos estudados pelos Professores Manly e Rickert. As obras impressas também podem apresentar tal complicação, como no caso da dramaturgia isabelina, onde muito de seus dramaturgos não foram responsáveis pelas publicações de seus trabalhos. E, mesmo quando o autor participa da publicação, problemas textuais podem surgir, como a dúvida de qual versão deve ser publicada quando há um grande intervalo de tempo entre a original e a revista. Não podemos, simplesmente, considerar axiomático, sobretudo no caso de obras mais antigas, que o texto tenha passado sem contratempos e grandes mudanças do autor ao impressor e deste ao leitor. Por muitas e diferentes razões, uma obra pode ter uma história complicada e confusa. O manuscrito que a registra pode ser de uma data muito posterior à da composição original, ou incompleto, ou não merecer confiança, por algum outro motivo (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 14).

5. Censura

A repressão, em outro período, de obras que ousaram a ir contra os costumes, política e religião também é um dos assuntos mostrados por Danziger e Johnson em seu livro. Muitas obras hoje reconhecidas e aclamadas sofreram com essa censura e, algumas delas, tiveram até mesmo parte de seu conteúdo modificado ou excluído para que então pudessem se adequar à publicação. “Ainda mais problemática do que a supressão total de certas obras é a edição de versões expurgadas, porquanto o leitor, neste caso, talvez não esteja a par do que foi retirado” (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 16). 6. Teoria da Imitação Trazendo-nos a ideia de que a literatura é um espelho que reflete ou imita a vida, os autores nos mostram que o próprio termo vida é ambíguo: Quando esta é entendida como o total de experiências particulares da existência cotidiana [...] é bem possível que a imitação resulte numa reprodução muito fiel, quase fotográfica, captando o maior número possível de detalhes e minúcias [...]. Quando, por outro lado, se concebe a vida como um conjunto de aspectos gerais e permanentes da existência – não como ela é, usualmente, mas como deveria ser [...]. Teremos então uma representação consciente do que é típico a descrição do “lavrador”, da “dona-de-casa” ou do “pregador de aldeia” da poesia de meados do século XVIII, cada um deles executando tarefas previsíveis e geralmente reconhecíveis. E teremos ainda a recriação superlativamente idealizada da vida, na qual figuras de inusitada nobreza e elevação passam por experiências algo extraordinárias, como ocorre no teatro clássico e, em particular, na tragédia grega (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 21).

7. Teoria do Efeito Nesta teoria, o importante é o efeito que a literatura causa no seu leitor, ou no espectador, no caso do teatro. Esta definição contém dois lados, o dos que defendem que o leitor ou espectador se emociona com as personagens a ponto de perder o próprio sentido de identidade, e o dos que acreditam que o leitor ou espectador mantém-se a uma “distância psíquica” da obra, sabendo que ela é apenas uma forma de arte e não a vida real. Sobre isso, os autores acreditam que: Ninguém negaria, claro, que a literatura exerce, de fato, um marcado efeito sobre os seus leitores. Mas as teorias pragmáticas e afetivas, tanto quanto as teorias miméticas que consideramos antes, são passíveis de várias objeções. Para começar, é muito difícil dizer-se, com precisão, o que é que o leitor ou

espectador realmente sente; e são necessários muito mais testes e experimentos para se chegar a quaisquer conclusões definitivas (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 23).

8. Teoria da Expressão Na terceira maneira tradicional de ver a literatura, ela é apresentada como um produto do seu criador. No caso do poeta, existem duas concepções clássicas: a de que ele é dotado de inspiração divina, e a de que ele é um construtor que tem plena consciência do que está fazendo. Entretanto, para Danziger e Johnson, nenhuma das três teorias levantadas possui provas suficientes para as tornarem inquestionáveis e absolutas: As três maneiras tradicionais de considerar a literatura, portanto, se bem que chamem a atenção para certas qualidades inegáveis de uma obra literária, são, em última análise, incompletas e insatisfatórias. Salientam a relação entre a literatura e algo mais – sua temática, seu público ou seu criador – ao passo que nós estamos procurando meios que descrevam a qualidade especial e característica que distingue uma obra literária per se (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 25).

9. Ficcionalidade ou universo virtual Caminhando para as últimas páginas do primeiro capítulo, Danziger e Johnson não deixam de informar que, para alguns críticos, por mais que a literatura busque imitar a vida, ela ainda se trata de uma ficção: Pois ainda que a obra seja, usualmente, de um modo ou de outro, um reflexo ou uma recriação do mundo e da vida – aquilo a que os críticos chamavam de imitação – estamos certamente cônscios do fato de que não se trata, enfim, do mundo ou da vida real. O teatro e o romance oferecem os melhores exemplos desse universo virtual, de um mundo que parece ser mas não é real (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 25).

10. Obra como estrutura Outro conceito trazido no livro é o de que a obra literária é uma estrutura, “[...] pensemos numa estrutura [...] como um inter-relacionamento vital e dinâmico de enredo, personagem, tom, estilo e demais peças componentes. Se encararmos a literatura por este

prisma, tomaremos consciência da unidade ou integridade de cada obra, uma qualidade que fica nitidamente demonstrada pelo que sucede quando é tentada a introdução de mudanças fortuitas ” (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 26-27). Levando em conta este conceito, a divisão entre forma e conteúdo torna-se questionável, visto que o tema é trabalhado antes de ser transformado em uma obra. “Uma tal divisão é não só indesejável mas impossível, se aceitarmos a ideia de que o tema é modelado, reformulado e, por último, convertido numa obra literária. Pois como poderemos dizer onde termina o tema e começa a forma?” (DANZIGER; JOHNSON, 1974, p. 28)....


Similar Free PDFs