Fritjof Capra – O TAO DA Física (1989) Resumo dos capítulos 1 e 2 PDF

Title Fritjof Capra – O TAO DA Física (1989) Resumo dos capítulos 1 e 2
Course Fundamentos de Filosofia
Institution Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
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Resumo sobre o Livro O TAO da Física, de Fritjof Capra, abordando os capítulos 1 e 2....


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UFRB

- UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

FRITJOF CAPRA – O TAO DA FÍSICA (1989) RESUMO DOS CAPÍTULOS 1 E 2.

Cruz das Almas 2019

Capra Fritjof, fala que os conceitos da física moderna mostram, frequentemente, surpreendentes paralelos com as ideias expressas nas filosofias religiosas do

Extremo Oriente. Como as duas criações da física do século xx, teoria quântica e teoria da relatividade, obrigam a perspectivar o mundo muito à maneira de um hindu, budista ou taoísta. Ele expõe que a principal diferença entre o misticismo oriental e ocidental consiste no fato de que as escolas místicas foram sempre marginalizadas no Ocidente, sendo que estas constituem o difusor central do pensamento filosófico e religioso oriental. As raízes da física, como da ciência ocidental em geral, encontram-se no primeiro período da filosofia grega, no século vI a.C, numa cultura em que a ciência, filosofia e religião não estavam separadas. Os sábios da escola de Mileto, na Jónia, não estavam preocupados com essas distinções. O seu objetivo era descobrir a natureza essencial, ou constituição verdadeira, das coisas a que chamavam físicas. A visão monística e orgânica dos milésios era muito aproximada à da antiga filosofia indiana e chinesa, e os paralelos com o pensamento oriental são 23 ainda mais fortes na filosofia de Heráclito de Éfeso. Com a escola de Eleia, que sustentou um Princípio Divino estável acima dos deuses e dos homens. Assim começou uma tendência de pensamento de que resultou a separação entre espírito e matéria, e o dualismo que se tornou característica filosófica occidental. O nascimento da ciência moderna foi precedido e acompanhado por um desenvolvimento do pensamento filosófico que conduziu a uma formulação extrema do dualismo espírito-matéria. Esta formulação apareceu no século xvll na filosofia de René Descartes, que fundava a sua visão da natureza numa divisão fundamental em dois domínios separados e independentes: o da mente e o da matéria. Esta visão mecanicista do mundo foi sustentada por Isaac Newton, que construiu a sua mecânica naquela base e a tornou o alicerce da física clássica. A filosofia de Descartes foi não só importante para o desenvolvimento da física clássica como teve, também, uma tremenda influência na maneira ocidental, em geral, de pensar, até aos nossos dias. A divisão cartesiana e a visão mecanicista do mundo foi, deste modo, simultaneamente benéfica e maléfica. Foram extremamente bem-sucedidas no desenvolvimento da física clássica e tecnologia, mas tiveram consequências adversas para a nossa civilização. É fascinante verificar que a ciência do século xx, originada na divisão cartesiana e na visão mecanicista do mundo. Sendo assim, autor ele traça uma evolução cronológica da Física, mostrando como o mundo era visto de maneira estática e finita desde o pensamento aristotélico até Newton. E passa a ser compreendido a partir do século xx como em constante movimento e em expansão. Já no capítulo 2 o autor ele compara as afirmações feitas por cientistas e místicos orientais acerca do seu conhecimento do mundo. E os pontos q Capra pretendia tornar claros eram estes dois: a natureza do conhecimento envolvido e a linguagem na qual este conhecimento é expresso. Tem sido reconhecido ao longo da história que a mente humana é capaz de dois tipos de conhecimento, ou dois modos de conscientização, designados muitas vezes por racional e intuitivo, e têm tradicionalmente sido associados com ciência e religião, respectivamente. No Ocidente, o tipo de conhecimento intuitivo, religioso, é frequentemente desvalorizado em favor do conhecimento racional, científico, enquanto que a tradicional atitude oriental é geralmente a oposta. Capra relata que o conhecimento racional deriva da experiência cotidiana com os

objetos e acontecimento, cabe ao domínio do intelectual, que desempenha a função de discriminar, dividir, comparar, medir e categorizar. A abstração é a característica crucial deste conhecimento, já que, com vista a comparar e classificar a imensa variedade de formas, estruturas e fenómenos que nos rodeiam, não podemos tomar as suas características em conta, mas selecionar algumas significativas. Portanto, o conhecimento racional é, um sistema de conceitos abstratos e simbólicos, individualizado pela estrutura sequencial, linear, peculiar maneira ocidental de pensar e dizer. O que ocupa os místicos orientais é a experiência direta da realidade, que transcende não só o pensamento intelectual, mas também a percepção sensorial. O conhecimento que vem de uma tal experiência é denominado conhecimento absoluto pelos budistas, porque não confia nas discriminações, abstrações e classificações do intelecto que, tal como vimos, são sempre relativas e aproximadas. O conhecimento absoluto é, portanto, uma experiência da realidade totalmente não intelectual, uma experiência surgida num estado de consciência invulgar, que se pode chamar meditativo ou místico. Apesar de os físicos estarem sobretudo preocupados com o conhecimento racional e os místicos com o intuitivo, ambos os tipos de conhecimento ocorrem nos dois campos. Isto toma-se notório quando examinamos como o conhecimento é obtido e expresso, em física e no misticismo oriental. Em física, o conhecimento é obtido pelo processo de investigação científica, que pode ser encarado em três fases. A primeira fase consiste em reunir dados experimentais acerca do fenômeno a ser investigado. Na segunda fase, os dados experimentais são relacionados com símbolos matemáticos e é elaborado um esquema matemático que inter-relaciona esses símbolos de uma maneira precisa e consistente. E a terceira fase da investigação, será uma medida do entendimento a que chegaram. Na prática, claro, as três fases não são nitidamente separadas e não ocorrem sempre pela mesma ordem. Este modo de fundamentar experimentalmente todas as teorias é conhecido como método científico, e, como veremos, tem a sua contrapartida na filosofia oriental. A filosofia grega era, ao contrário, profundamente diferente a este respeito. Apesar de os filósofos gregos terem ideias extremamente elaboradas acerca da natureza, por vezes bastante próximas dos modernos modelos científicos, a grande diferença entre os dois é a atitude empírica da ciência moderna, estranha ao pensamento grego. Os gregos obtinham os seus modelos dedutivamente, de alguns axiomas ou princípios fundamentais, e não indutivamente, a partir do que foi observado. Conhecimento e atividades racionais constituem certamente a parte mais significativa da investigação científica, mas não a esgotam. A parte racional da investigação seria, de fato, inútil, se não fosse completada pela intuição, criadora de novos discernimentos e da criatividade dos cientistas. Estes discernimentos tendem a surgir repentinamente e, caracteristicamente, não quando se está sentado à secretária a resolver as equações, mas em situações de descontração. Os discernimentos intuitivos não têm, todavia, utilidade em física se não forem formulados numa base matemática consistente, acompanhada de uma interpretação em linguagem vulgar. A abstração é a característica fundamental desta estrutura. Como já foi mencionado, consiste num sistema de conceitos e símbolos que formam um mapa da realidade. Os componentes da nossa linguagem não estão, assim, claramente definidos. Têm vários significados, muitos dos quais apenas vagamente nos passam pela cabeça e permanecem largamente

no nosso subconsciente quando ouvimos uma palavra. A inexatidão e ambiguidade da nossa linguagem é essencial para os poetas, que trabalham em grande medida com os seus arranjos e associações subconscientes. A ciência deseja, pelo contrário, definições claras e conexões não ambíguas, e, portanto, promove a abstração da linguagem, delimitando os significados do seu vocabulário e padronizando a sua estrutura, de acordo com as regras da lógica. A abstração última ocorre na matemática, onde as palavras são substituídas por símbolos, e onde as operações de conexão dos símbolos são rigorosamente definidas. Assim sendo, os cientistas podem condensar informação numa equação, em uma única linha de símbolos, para a qual precisariam de várias páginas de escrita normal. O autor mostra que é importante compreender a diferença entre os modelos matemáticos e os seu correlativos verbais. O cientista é rigoroso e consciente no que diz respeito à sua estrutura interna, mas os seus símbolos não estão diretamente relacionados com a nossa experiência. Os modelos verbais, pelo contrário, usam conceitos que podem ser intuitivamente compreendidos, mas são sempre inexatos e ambíguos. Não são diferentes, neste particular, dos modelos filosóficos da realidade, e, portanto, os dois podem muito bem ser comparados....


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