Resumo do Filme - O ultimo dos Moicanos PDF

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Resenha do Filme O ultimo dos moicanos....

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UFT – Universidade Federal do Tocantins Discente: Paulo Henrique de Oliveira Chaves Docente: Rita Domingues Disciplina: Sociedades e Culturas Indígenas

PONTE ENTRE O FILME “O ULTIMO DOS MOICANOS (1992)” COM O TEXTO: “OS INDIOS ANTES DO BRASIL” (CARLOS FAUSTO).

O filme se passa no ano de 1757, ano este onde franceses e ingleses lutavam pela posse das terras em solo americano, contando, para que isso ocorresse seria necessária a aliança com nações indígenas. Nathaniel Hawkeye é um homem branco, e que teve sua família assassinada quando ele era ainda muito pequeno, sendo então acolhido pelo índio moicano Chingachgook. Junto a eles vive ainda Uncas, filho biológico de Chingachgook. Seguindo o rastro de um grupo de árduos guerreiros índios, os três acabam por salvar a vida de Cora e Alice, filhas do oficial inglês Munro, além do oficial Duncan, suposto pretendente de Cora. Porem ocorre atração mutua entre Cora e Nathaniel o que nos serve de pano de fundo para o confronto sangrento que se desenrola no decorrer do filme. Em meio a isso tudo há Magua, um índio Huron, que por sua vez é aliado dos franceses, mas que na verdade, luta tão somente por seus desejos de vingança contra o coronel Munro, ao qual chama pelo apelido de Cabelos Cinzentos.

"O ÚLTIMO DOS MOICANOS" conta a história de um índio guerreiro que é o último representante da sua espécie. A nação moicana foi dizimada pelas guerras, doenças e perseguições. Ele lutava com todas as suas forças da sua alma para continuar vivendo em um mundo hostil e também sem perspectiva de vida. O enfoque deste romance é o conflito, o massacre que ocorreu durante o anglofrancês de controle da América e também o fato das seis nações (ou tribos) de nativos americanos aliaram-se aos franceses com o que torna a viagem em direção a fortaleza mais difícil e perigoso. Presos no deserto o grupo acaba se refugiando em uma caverna escondida para aguardar ser resgatado pelos homens do coronel Munro.

Uma das tragédias dos Índios Americanos é fato de que tiveram eles de deixar o deserto, áreas em que viveram seus antepassados, em alguns casos e, eles acabaram por desaparecer completamente da terra. O filme basicamente traz a tona o massacre que aconteceu nos anos de 1757 onde franceses e ingleses lutavam no que era chamado de A Guerra dos 7 Anos (17561763) lutam pela posse de terras na América do Norte, usando como soldados índios de diferentes tribos. A Guerra dos 7 Anos, que serve como forma de levar a história para o filme envolveu franceses e ingleses entre 1756 e 1763, na disputa de uma série de territórios da Ásia, África e principalmente América do Norte. Além de mostrar a fácil manipulação do índio pelo ocidental, essa guerra, vencida militarmente pelos ingleses, merece muita atenção dos estudantes de História, Ciências Humanas, Professores e todas as pessoas interessadas no assunto, por ter sido um dos principais antecedentes do processo de independência dos EUA, já que ficou representado como um verdadeiro divisor de águas na relação metrópoles-colônia. A ponte que podemos fazer com relação aos textos discutidos em sala é com a obra “Os índios antes do Brasil – Carlos Fausto” mais precisamente na pagina 36 onde tem por subtítulo “No reino dos caciques” onde é citado o momento em que Cristovão Colombo chegou na América e encontrou uma densa população de língua arawake ou mais conhecida como Taino, povo esse que foi dizimado não pela guerra, mas por vários tipos de doenças e maus tratos trazidos pelos homens brancos, que assim como no texto e filme retratam a figura do homem aportando em ilhas pela busca incessante por riquezas, pela busca por fartura de produtos agrícolas. O texto também leva em consideração a não pacificidade entre as relações com os nativos, e que são marcadas desde que se deu o método de troca entre os mesmos, e que desde o inicio é marcada pela troca de violência. Esta violência era descrita pelos pesquisadores no ato da toma do saqueamento de portos como também dos povoados que ali se encontravam. Por sua vez, os índios utilizavam de todo o seu aparato bélico para tentar repelir os seus invasores, os cronistas também relatam a existência de guerra entre grupos indígenas. A presença do homem branco sempre foi um grande problema para as tribos indígenas, pois mesmo não havendo guerra a população indígena sofria com doenças trazidas pelos mesmos. É possível encontrar resquícios desses fatos com o

desaparecimento gradativo das aldeias fortificadas (Pag. 56) onde as mesmas desapareceram possivelmente pelo impacto da colonização e da conquista europeia. Como o próprio texto diz, a região xinguana pode ter sido poupada de expedições de apresamento de escravos até um certo período, por outro lado os efeitos da colonização foram devastadores pois este desaparecimento das aldeias fortificadas se deu por decorrência de várias epidemias. Mas ao contrário do Último dos Moicanos que no filme mostra que realmente sobrou um guerreiro, os povos do Xingú mesmo sendo assolado pela colonização e por toda a violência e disrupção, não se pode excluir o fato de que eles tentaram uma reconstrução e recriação cultural conduzidos pelos povos indígenas. Vale ressaltar que a cultura xinguana é considerada símbolo de uma tradição estática, original e intocada, o que é inverso levando em consideração a história de contatos e mudanças que se deu no inicio do século X d. C. e continua até os dias atuais. O que não se pode dizer o mesmo dos moicanos que foram completamente dizimados na guerra. Um outro ponto que quero chegar é o do preconceito que os moicanos sofriam e que tem total ligação com o texto na parte em que o autor cita os Jê do Brasil centrooriental que eram descritos pelos povos do litoral como: “gente barbara, desprovida de aldeia, agricultura, canoa, rede e cerâmica (justamente os traços que iriam defini-los como marginais). Porem após varias pesquisas, essa imagem de povo primitivo e marginalidade dos Jê não prevaleceram, tudo graças a investigações etnológicas que foram realizadas a partir dos anos de 1920. O preconceito é visto desde os primórdios e vem sendo arrastado e encrustado até hoje, já no caso dos Jê tiveram a sua imagem desconstruída de caçadores nômades para serem descritos como praticantes de uma sofisticada economia bidominal, mescladas por períodos de dispersão com outros e de agregação em grandes aldeias, tornando-se assim grandes aldeias estruturadas. Outro ponto que pode ligar filme a livro é o caso da diminuição da população indígena no Xingu diminuiu por consequência de epidemias como por exemplo a varíola que ceifou muitas vidas nas aldeias ao longo do Xingu, já no filme houve também uma diminuição considerável pela morte de indígenas na guerra mas o motivo

acaba se tornando o mesmo, a presença do homem branco que de certa forma trouxe muito caos para aqueles que ali viviam. Dito isso, podemos citar em dados o número de indígenas que foram sendo dizimados devido as doenças trazidas pelos colonizadores, no ano de 1562, por exemplo, uma epidemia consumiu em 3 meses, cerca de 30 mil índios na Baia de Todos os Santos e no ano subsequente a varíola terminou de consumir as vidas daquele povo matando de 10 a 12 índios por dia, um terço da população aldeada pelos jesuítas sucumbiu. Assim como retrata no filme, não pelo mesmo motivo, mas causados pelas mesmas pessoas. A comunidade indígena sofre até os dias atuais, falta de direitos, falta de emprego, vivendo com a sobra do preconceito e ainda marcado pelos agricultores que tendem com a ajuda do governo avançar mais e mais dentro de áreas preservadas, mas o que os agricultores não sabem é que existe uma linha de frente poderosa pronta para lutar na guerra cotidiana pela preservação das nossas florestas e por todos os nossos direitos. A única coisa que não podem nos tirar é a coragem de lutar pelo que é nosso por direito!...