Resumo do filme Voyeur PDF

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Resumo do filme Voyeur...

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ENSAIO CRÍTICO

Voyeur Esse documentário de direção de Myles Kane e Josh Koury, lançado em 2017 na plataforma da Netflix, conta a história por trás da produção do livro “The Voyeur’s Motel”, do jornalista Gay Talese. A premissa da história começa quando Talese conhece Gerald Foos, que se considera um voyeur – prática essa que consistiria em observar pessoas praticando sexo etc, e através disso obter prazer sexual próprio – e que na década de 1960 teria construído um “laboratório” para sua particularidade como Foos o denominou, a partir da construção de um motel onde por meio de frestas no teto ele observou pessoas em situações íntimas ao longo de 30 anos. Talese, que conheceu a história do “voyeur” através de uma carta do mesmo na década de 1980 , quando já se dedicava a estudar práticas sexuais da sociedade há determinado tempo, se propõe a escrever um livro sobre a vida de Gerald Foos, livro este que leva o nome de “The Voyeur's Motel”. O documentário, mais do que contar uma história, pretende mostrar a dimensão jornalística, perpassando o comprometimento e seriedade de

Gay

Talese,

fundamentais

na

que

apresenta

construção

da

ao

público

notícia

e

questões a

éticas

veracidade

no

sustentamento da mesma, além de apurar em muitos detalhes as técnicas do jornalismo, bem como reforçar a prática moral do mesmo. Em todo momento Talese suscinta que o que ele está escrevendo não é uma ficcção, é um acontecimento real e por isso precisa ser

estudado a fundo no intuito de conter menos contrariedades ou erros possíveis. O foco dado “ao voyeur” é coadjuvante. São inúmeras especulações sobre sua personalidade e o que se encaixaria nesse perfil obssessivo do personagem a ponto de criar uma materialidade para suprir seus estranhos interesses. Seria ele um tarado? Um sociopata como sugere uma das editoras do New Yorker. Em contrapartida Gerald Foos se define como um “pesquisador”, mas que pesquisa seria essa que se realizaria atráves da observação espiã da vida privatiza das pessoas? Muitas vezes durante o documentário, Foos expressa seu medo pelas possíveis retaliações após a publicação do livro que conta sua história, pela possibilidade de reações negativas e até mesmo aversão as suas atitudes em relação ao motel e estilo de vida. O documentário apresenta também algumas tensões entre o autor do livro e seu protagonista. O momento mais enfático talvez seja o qual logo após a publicação do livro, Gay Talese descobre através de uma crítica de outro jornalista, que sua informação estava errada quando ele propôs Foos como dono do motel e único participante principal da narrativa durante os 30 anos consecutivos. Segundo o argumento do jornalista, Gerald Foos vendeu o motel para um amigo em 1980, o que para Talese descreditou sua narrativa e também sua imagem como profissional. O “voyeur” e o escritor acabaram por estremecer sua relação até então estabelecida dada a mentira de Foos. E aqui fica clara a ética jornalística como base principal para a construção de toda a relação construída na narrativa até então. Um fato que é descoberto mentiroso pode arruinar a produção até mesmo de um profissional renomado em seu campo. A veracidade mostra-se o alicerce mais poderoso dentro da narrativa jornalística, e sua comprovação torna-se necessária na divulgação de uma história real, do contrário perde-se o alcance de sucesso e credibilidade de seu próprio material....