Grande Zimbabw 1 trabalho principal PDF

Title Grande Zimbabw 1 trabalho principal
Author Etor O Unico
Course Historia de La vida
Institution Universidade Maputo
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Resumo...


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Índice Resumo………………………………………………………………………………II Grande Zimbabwe

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1.

Origem e formação do Grande Zimbabwe

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1.1.

Hipóteses da origem do Grande Zimbabwe

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2.

Organização política do Grande Zimbabwe

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3.

Actividade económica do Grande Zimbabwe

4

4.

Organização social do Grande Zimbabwe

5

5.

Cultura do Grande Zimbabwe

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6.

A Religião no Grande Zimbabwe

7

7.

Decadência do Grande Zimbabwe

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Conclusão

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Bibliografia final

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Grande Zimbabwe 1.

Origem e formação do Grande Zimbabwe É imperioso referir que há várias teorias acerca da origem do Grande Zimbabwe, mas segundo

Fagan (2010, p. 599), afirma que Grande Zimbabwe tive sua origem através de realizações essencialmente africana, construído com material local. Grande Zimbabwe foi habitada por povos de tradição Gumanye1, da linhagem Shona que pertencem á idade de ferro recente entre século X-XI, que se aproxima a cultura Leopard's Kopje. (Ibid., p. 600). Departamento da História da UEM (2000, p. 31) advoga que o Estado de Zimbabwe existiu entre 1250 – 1450, encobrindo os centros de poder do vale do Limpopo. E, teve esse nome pois á aristocracia dominante fez-se rodear as suas habitações de amuralhados de pedra conhecidos por madzimbabwe (no plural) no Zimbabwe (no singular). 1.1. Hipóteses da origem do Grande Zimbabwe Segundo Fagan (2010, p. 601) na tentativa de explicar a formação do Estado Zimbabwe surgiram duas hipóteses, a saber: A primeira hipótese é do historiador Donald Abraham designado hipótese religiosa, que baseia-se nas pesquisas orais de Shonas, onde afirma que estes exerciam uma influencia política entre os chefes vassalos que pagavam-lhes tributo, em marfim e ouro em pó, mais também mantinha relações comerciais com comerciantes árabes, mas o poder central do Estado estava nas mãos dos Chefes e sacerdotes que controlavam o culto do Mwari e os complexos rituais de sacrifícios aos ancestrais, servindo de intermediários entre o Mwari e o povo. (Idem). A segunda hipótese é comercial, afirma que o surgimento do Estado de Karanga devese sobretudo, à intensificação das trocas comerciais com povos da costa oriental que contribuíram para aumento das exportações e importações, e pressupõe que, numa sociedade organizada por grupos de linhagens com mínimo de estratificação social, o chefe deverá ser o homem mais rico em que riqueza é redistribuída aos demais membros da sociedade, e a medida que se ampliam as trocas comerciais, a riqueza se acumula num pequeno grupo, que mais tarde financia construções públicas, que resultaram na construção de enormes muralhas 1 A. Rita Ferreira (1982, p. 44) afirma que povos desta tradição a partir de ano 1100 d. C, graça a sua riqueza decidiram empregar construções melhores de moradias, cercadas por mais altas e mais vastas muralhas.

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de grande cercado e da acrópole, e foi assim que se criou o Estado através de expansão comercial na costa oriental. (Ibid., p. 603). 2.

Organização política do Grande Zimbabwe De acordo Huffman (2010, p.797) o Estado de Zimbabwe dividia-se em três (3) graus

hierárquico a saber: ● Autoridade suprema representado por rei que habitava no Grande Zimbabwe que tinha funções de controlar as actividades administrativas e de extracção de ouro. ● Chefes regionais que habitavam nas casas amuralhados circunvizinhos, que juntos com o conselho de anciões eram responsáveis pela discursão e resolução de problemas. ● Classe inferior que habitava nas aldeias, composta pelos camponeses, artesões, mineiros, pescadores, caçadores, que tinha uma relação de vassalagem com a classe dominante. Com base na divisão hierárquico proposto por Huffman, podemos construir a seguinte estrutura política: Rei – o chefe máximo ou soberano do Estado Conselho de anciãos – auxiliava o rei nas decisões e assuntos do Comunidade aldeã – exercia os ofícios ou actividades económicas do Estado 3.

Actividade económica do Grande Zimbabwe As actividades económicas predominantes no Grande Zimbabwe são diversas das

quais a agricultura itinerante, pastorícia, metalurgia do ferro e bronze, artesanato, comércio a longa distancia e o tributo pago ao rei pelos chefes vassalos. De acordo com Sengulane (2007, p. 250) com a chegada dos Bantu, a região austral de África transformou-se numa zona de economia agrícola e pastoril; passou-se a praticar uma agricultura de subsistência, cultivandose sorgo, Mapira, Mexoeira, Milhete e tubérculos, e criava-se gado bovino e caprino. Para além da agro-pecuária, os Bantu trouxeram a metalurgia do ferro, onde dos objectos achados destaca-se enxadas, pregos, machados e, fundiam o cobre fim de produzirem

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objectos, faziam cerâmica, onde as escavações arqueológicas feitas na região foram achados objectos de ouro e de cobre; tigelas; esculturas em pedra. (Idem). A afirmação de Sengulane é fortalecida pelo Fagan (1988, p. 614) destacando que a metalurgia do cobre e do ferro era predominante no Grande Zimbabwe, fabricando vários instrumentos de trabalho. O comércio a longa distancia e o artesanato é também, uma actividade preponderante, conheciam os têxteis e se fabricava cerâmica. O comércio, no Grande Zimbabwe, fazia-se sobretudo com os árabes de Kilwa, na costa da África oriental, simultaneamente com persas, sírios e chineses. Segundo os relatos de al-Masudi, já no século X, havia o comércio entre Kilwa e os povos da região do Grande Zimbabwe. Tais relatos, Sengulane (2007, p. 51) acrescenta elevando que o florescimento de comércio árabe na costa oriental de África tornou o Estado Zimbabwe num importante centro comercial, reforçado pelas ruínas vizinhas ou distantes e, Manyikeni, situado no actual território de Vilanculos, era um importante centro comercial regional do Grande Zimbabwe. O Departamento de História da U.E.M (200, p. 32) entre os séculos XVI e XVII, a zona de Manyikeni fazia parte do território de Sedanda, um estado vassalo do Estado Mwenemutapa. Manyikeni podia controlar a Baía de Vilanculos e assegurar um rápido escoamento de mercadorias, construindo uma dinastia e um entreposto. Nas trocas comerciais, importava-se diversos produtos de pouco valor como missangas de vidro, porcelanas, e garrafas de vidro; provavelmente, esses produtos eram trocados, sobretudo, por ouro, marfim e entre outros produtos, e as principais rotas comerciais eram o rio Save e a via terrestre que ligava o porto de Quelimane a Sena e Tete, ambos na margem do Zambeze. 4.

Organização social do Grande Zimbabwe Beach (1980, p. 43) referência que as descobertas arqueológicas concluíram que a

sociedade no Grande Zimbabué era estritamente organizada, isto é, estava claramente dividida, os mais abastados tinham mais espaço para habitar que as pessoas comuns e tinham uma quantidade admirável de bens importados. De acordo com Huffman (1981, p. 135) os Shonas eram polígamos (possuíam várias esposas). Tradições orais indicam que as pessoas do Grande Zimbabwe viviam por baixo das colinas. Collins (2007, p. 166) acrescenta que nos madzimbabwe, viviam os membros mais modestos da sociedade, abastados de estilo de vida da classe superior.

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Segundo, Huffman (2010, p.794) entre os planaltos de Zimbabwe tinha-se desenvolvido uma aristocracia nas famílias alargadas, clãs e tribos. Os anciãos fundadores das famílias tinham tarefas importantes tais como, organização das tarefas produtivas e ornamentos dos excedentes produzidos pelas populações com o melhoramento das técnicas. Com base nos teóricos dos autores acima citados podemos, construir seguinte esquema da organização social do Grande Zimbabwe: Rei Nobreza, o conselho de ancião, os comerciantes e os chefes militares Comunidade aldeã (camponeses, artesãos e pastores

5.

Cultura do Grande Zimbabwe A organização cultural, do Grande Zimbabwe é muito simples, eles organizavam-se

em linhagem, sistema que consistia num conjunto de indivíduos tendo em comum um ancestral, do qual se reclama, em virtude de uma regra de filiação unilinear (Armindo, 2002, p. 160). Contudo, esse povo praticava o culto de adoração a uma divindade comum "Mwari" (deus ancestral do povo) que consistia em uma ideologia de união entre o povo no seu todo, reforçado a sua coesão. Este assunto, Fagan (2010, p. 612) reforça dizendo que o Grande Zimbabwe tinha a impressão de uma autoridade política e religiosa extremamente poderosa, incontestada, cujo domínio sobre uma população rural dispersa pelo país baseava-se em alguma espécie de crença unificadora, compartilhada por todas as famílias, nos poderes do Mwari divino ou divindade, ou seja, o aspecto cultural, sobretudo político, era uma forma de manter-se a estabilidade no reino, bem como reforçar o espírito de irmandade e solidariedade entre a população. Segundo Huffman apud Liesegang (2017, 140) diz que no Grande Zimbabwe teria existido ritos de iniciação feminina tanto masculino, que era feita num local secreto, neste caso no mato. Os ritos de iniciação serviam de passagem de uma vida de infância para vida adulta, a prática de ritos de iniciação no Grande Zimbabwe, servia como um instrumento de coesão social e para além da prática de ritos de iniciação, praticavam o culto dos mortos ou ritos funerários. (Ibid., p. 147).

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6.

A Religião no Grande Zimbabwe De acordo com Liesegang (2017, p. 156) Grande Zimbabwe para o seu

funcionamento, auxiliava-se das instituições religiosas (médium, sacerdotes), que estavam ligados aos defuntos da dinastia e mantinham controlo através da sua autoridade espiritual. Mesmo ao nível de casas devia haver alguém, talvez uma ou mais princesas, com essa função ritual de sacerdotisas e para a manutenção do fogo sagrado. Tinham também um templo onde celebravam o culto misterioso do rei divino, e também o culto do deus do ouro, tais cultos tinham como intenção a providência de chuvas, que lhes era concebida pelas divindades, e acreditavam também que mwave2, feito do pó de uma árvore venenosa, era uma como técnica que podia ser usado para detectar feiticeiros. (Ibid., p. 146). 7.

Decadência do Grande Zimbabwe De acordo com Sengulane (2007, p. 251) o Grande Zimbabwe foi abandonado no

século XV, conforme as fontes realçam. As razoes económicas terão motivado o facto. No entanto, por outro lado, a população vivia de uma agricultura de subsistência, baseada na exploração intensa da terra, com o esgotamento dos solos férteis, causado pelo sobre pastoreio, originou-se o nomadismo agrícola, que afastava as populações para zonas cada vez mais longínquas do Grande Zimbabwe, ou seja, a procura de melhores terras e/ou férteis para a agricultura. Essas causas supraditas são reforçadas por Fagan (1988, p. 618) realçando que pelo final do século XV, o Grande Zimbabwe começa a ser abandonado por boa parte de sua população. As forcas associadas ao poder económico e político deslocaram-se para o sul e para o este, sob chefia do poderoso clã rozwi que faz emergir um soberano hereditário Mwenemutapa (senhor do saque) que leva uma boa parte da população. Contudo, o Departamento de Historia da U.E.M (2000, p. 32) acrescenta nas razoes da decadência do Grande Zimbabwe, o abandono e/ou a marginalização de Manyikeni, nos séculos XVI-XVII, que terá contribuído na fragmentação do Grande Zimbabwe nos estados Bútua e Mwenemutapa a partir do século XV, orientando para o comercio do vale do Zambeze depois de 1450, bem coo a implantação da autoridade politico - militar portuguesa em Sofala (1505) e na Ilha de Moçambique (1507). 2 O autor sugere que o termo “mwave” significa “inovação”.

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Conclusão Concluímos que não há uma unanimidade nos teóricos acerca do tempo cronológico da existência do Grande Zimbabwe, existe vários postulados com propósito de descrever o gr ande império que foi este Estado, uns são racista justificando que engenhosidade empreendida na construção do Grande Zimbabwe, não pertencia aos africanos, postulado esse que foi derrubado com os estudos com rigor científico. Os vários teóricos concordam que o Grande Zimbabwe, conheceu o seu auge entre 1250-1450, ano este que começa sua decadência gradual. O Grande Zimbabwe foi um Estado que ergueu-se entre Zambeze e Limpopo, caracterizado por casas feitas de pedra, com uma sociedade divida em classes, com uma religião do culto do Mwari ou dos antepassados que serviam de base ideológico para administração desse vasto Estado, pelos reis. Vários factores são invocados para explicarem a decadência ou o fim brusco desse império, os factores económicos e ecológicos parecem ser os mais favoráveis na explicação da decadência do Grande Zimbabwe.

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Bibliografia final BEACH, David N. The Shona and neighbors. Ed. Wiley Blackwell: 1980. Departamento de História da UEM. História de Moçambique. 2ª. Ed. Maputo, Livraria Universitária: 2000. FAGAN, Brian Marry. As bacias do Zambeze e do Limpopo, entre 1100 e 1500. In NIANE, Djabril Tamsir (coord.). História geral de África. Brasília: UNESCO, Volume IV, 2010. HUFFMAN, Thomas N. A África meridional ao sul Zambeze. In ELFASI, Mohammed (coord.). História geral de África. Brasília: UNESCO, Volume III, 2010. HUFFMAN, Thomas N. The rise and fall of Zimbabwe. Ed. The Journal of African History: 1981. LIESEGANG, Gerhard. À Descoberta de Moçambique: Origem Bantu e suas Civilizações. Maputo, Livraria Universitária: 2017. SENGULANE, Hipólito. Das primeiras economias ao nascimento da Economia Mundo. 2ª. Ed. Maputo, Universidade Pedagógica: 2007....


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