Introdução à Psicologia Diferencial PDF

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Introdução à Psicologia Diferencial - Para quê uma Psicologia das Diferenças Individuais? - a Ciência Psicológica, para ser completa, deve ser capaz de descrever e explicar fenómenos partilhados por todos os indivíduos, nos seus diversos domínios – cognitivos e conativos – bem como fenómenos que os diferenciam e, em última análise, contribuem para a delimitação/definição da sua individualidade e identidade - as diferenças entre indivíduos têm óbvio impacto na adaptação dos seres humanos aos seus contextos de vida –familiar, escolar, profissional, comunitário, etc. – e na identificação dos fatores em que há que intervir, em caso de desadaptação ou perturbação -> nível interindividual (Psicologia Diferencial) - a interação de variáveis psicológicas – cognitivas e conativas – com variáveis demográficas – género, idade, etnia, estatuto socioeconómico, escolaridade, etc.) – pode contribuir para uma melhor compreensão e uma formulação mais completa dos modelos e das teorias da Psicologia Geral, bem como uma avaliação e intervenção melhor contextualizada -> nível intergrupal (Psicologia Correlacional) - a individualidade ou identidade desenvolve-se a partir do modo próprio como cada pessoa representa a cada momento mentalmente o seu contexto de vida e reage a ele, ao longo do seu desenvolvimento – o “caminho faz-se caminhando” e não há dois caminhos iguais -> nível intraindividual (Psicologia Individual) Evolução da Psicologia Diferencial - antecedentes: - filosóficos: - período Clássico: Platão - Idade Média: Teocentrismo - Idade Moderna: Renascimento – antropocentrismo/individualismo - séc XVIII e XIX: Empirismo/Associassionismo (vs Inatismo) - económicos e sociais: - consequências da Revolução Industrial (séc XVIII e XIX) - nova organização do trabalho: Industrial vs Artesanal - democratização das sociedades: mobilidade social - escolarização das crianças -> deficiência mental - procura social da Psicologia -> Psicologia Aplicada - científicos: - Astronomia (Bessel) - Psicofísica (Weber e Fechner) - Estatística (Quetelet) - Biologia (Darwin e Mendel) - Psicologia Científica: Laboratório de Leipzig (Wundt) - estudos pioneiros: - Galton (1822-1911): - contributos metodológicos - contributos teóricos - McKeen Cattell (1860-1944): - estabelecimento da Psicologia Aplicada - impulso à utilização dos testes mentais - Binet (1857-1911): - nova conceção de medida da Inteligência - Escala Métrica de Inteligência - identificação de novo domínio da Psicologia: Psicologia Individual - Binet & Henri (1895-6, L’anné Psychologique) – Psicologia Individual: - estudar a natureza e a extensão das diferenças individuais nos processos psicológicos - estudar as interrelações dos processos mentais no indivíduo de modo a chegar a uma classificação em traços e determinar quais são as funções mais básicas - Spearman (1860-1945): - equações tétradas -> Análise Fatorial

- Teoria dos 2 Fatores: noção de fator g - Psicologia Correlacional (1904) - Stern (1871-1938): - QI de Razão 3

- designação de novo domínio da Psicologia: Psicologia Diferencial (1900) - Personalismo Crítico (problema da individualidade) - On the Psychology of Human Differences, 1900 – Psicologia Diferencial: - estudar a natureza e a extensão das diferenças psicológicas entre os indivíduos e entre os grupos - estudar que fatores determinam ou afetam essas diferenças - estudar como se manifestam as diferenças e como podemos avaliá-las na observação dos indivíduos - vetores de desenvolvimento (até aos anos 50 – séc XX) - desenvolvimento das técnicas de observação: - expansão das técnicas de medida e das suas aplicações - I Guerra Mundial – testes coletivos: - Army Alfa e Army Beta deram origem a: - testes de fator g: PM38: Progressive Matrices (Raven, 1938) - testes culture free: Culture Free Inteligence Test (R. Cattell, 1940) - testes coletivos para uso em novos contextos - contexto Educacional e Organizacional: - SAT: Scholastic Aptitude Test (1926) - Baterias de Aptidões Múltiplas - novos testes de aplicação individual – contexto Clínico: - testes de realização - ex: Escala de Realização de Pinter & Patterson (1917); Teste dos Cubos de Kohs (1920) - Baterias de Inteligência Geral – ex: Standford-Binet (1916); Wechsler-Bellevue I (1939) - testes neuropsicológicos – ex: Bender Visual Motor Gestalt Test (1938) - expansão das técnicas de medida de condutas conativas: - questionários e inventários – ex: Woodworth Data Sheet (1914); Inventários de Interesses Profissionais de Moore (1920) - testes projetivos – ex: Rorschach Inkblot Teste (1920); Thematic Apperception Test (Murray, 1935) - necessidade de disciplinar o domínio da medida psicológica: - The Mental Measurement Yearbook (Buros, 1938) - anos 40: estabelecimento explícito dos fundamentos teóricos da medição – impulso à formalização da Teoria da Medida: Escalas de Medida (Stevens, 1946); Teoria Representacional da Medida - Technical Recommendations for Psychological Tests and Diagnostic Techniques (APA, 1954) - desenvolvimento das técnicas estatísticas: - Galton: - Curva Normal: paradigma da distribuição das diferenças psicológicas nas populações humanas -> Normas - estudo do grau de associação entre observações em diferentes indivíduos de uma mesma família: Regressão e Correlação - Spearman e Pearson: elaboram matematicamente a noção de correlação – Correlação Ordinal - Spearman (1904): método das equações tétradas -> Análise Fatorial - Thomson; Burt: elaboram e aperfeiçoam a metodologia fatorial - Thurstone: critério da estrutura simples (Análise Fatorial) - Fishner; Student: - significância de diferenças entre médias - ANOVA - Análise Multivariada - desenvolvimento das aplicações: - Galton: investigação - McKeen Cattell – contexto organizacional/educacional: - seleção escolar e profissional - seleção para a formação

- reconversão - gestão de carreiras - Binet – contexto educacional e clínico: - diagnóstico da deficiência mental - medida da eficiência intelectual - despiste de dificuldades de aprendizagem - encaminhamento para instituições/serviços especializados - orientação profissional/escolar e aconselhamento vocacional - I Guerra Mundial – contexto militar: seleção e colocação em funções militares - anos 40: medidas conativas – contexto clínico: - diagnóstico clínico - avaliação psicológica...