Louis Jacques Mandé Daguerre (18 de novembro de 1787-10 de julho de 1851) PDF

Title Louis Jacques Mandé Daguerre (18 de novembro de 1787-10 de julho de 1851)
Course Métodos e Técnicas de Pesquisa e de Desenvolvimento de Produtos em Midialogia
Institution Universidade Estadual de Campinas
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Artigo sobre Louis Jacques Mandé Daguerre, um dos pais da fotografia...


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Louis Jacques Mandé Daguerre (18 de novembro de 1787-10 de julho de 1851) Guilherme Vieira Hipólito Vian R.A.:217341 RESUMO Este artigo tem o objetivo de informar sobre a vida e a trajetória do segundo pai da fotografia, Louis Jacques Mandé Daguerre, artista, químico e estudioso que foi fascinado pela luz, o que o tornou um dos pioneiros da fotografia. Além disso, tem o objetivo de informar sobre o que influenciou o mesmo a interessar-se pela luz e estudar a mesma, a sua relação com outros pioneiros da fotografia como Joseph Nicéphore Niépce. Por fim, é esperado mostrar ao leitor os caminhos abertos pelo seu processo fotográfico conhecido como daguerreotipia, tal qual quão importante foi a sua mesma e o seu papel desempenhado na sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Louis Daguerre; Daguerreótipo; Fotografia Pioneira; História da Fotografia; Daguerreotipia. 1. INTRODUÇÃO Desde os primórdios, reconhecemos o fascínio que o ser humano possui em estudar as coisas, reconhecer a si mesmo, seus próprios

pensamentos e

reconhecer o mundo em que este está inserido. Por tal motivo, sabemos que o homem foi muito curioso com as questões concernentes ao assunto da luz e a iluminação, o que o levou a estudar os seus fenômenos, os seus comportamentos e o que está poderia trazer para a humanidade. Com isso, devido aos estudos físicos da luz, descobriu-se a câmara obscura, um objeto que possui um orifício em uma de suas faces e, nas condições adequadas de iluminação, cria uma imagem inteiramente inversa em seu interior, o que auxiliou os artistas a chegarem cada vez mais perto de uma representabilidade verossímil em suas obras.

Ao longo do tempo, tal conhecimento da luz foi utilizado para a representação do que seria mais perto de uma verdade, como foi utilizado por gregos antigos e holandeses do século XVII. Com isso, na França do século XIX, estudiosos começaram a usar a câmara obscura como meio para estudar os mesmo de como registrar uma imagem sem mais a interferência do artista, usando-se apenas a luz. Assim sendo, Joseph Nicéphore Niépce registra a primeira imagem conhecida até hoje, sendo o primeiro pai da fotografia. Logo em seguida, Louis Jacques Mandé Daguerre interessa-se por tal estudo da iluminação, tal qual as formas de registrar uma imagem de modo mais instantâneo e o aprimoramento das técnicas de Niépce. Dessarte, veremos a vida de Daguerre e como este influenciou a fotografia, tal qual o seu relacionamento com Niépce, os seus inventos e a importância que os seus estudos e técnicas trouxeram para a fotografia do século XIX.

2. TRAJETÓRIA DE LOUIS DAGUERRE 2.1 Nascimento, infância e adolescência

Louis Jacques Mandé Daguerre, considerado como sendo o “segundo pai da fotografia” nasceu em 18 de novembro de 1787 na comuna francesa de Cormeillesen-Parisis, poucos anos antes da tão importante revolução francesa, o que acabou afetando consideravelmente o seu estudo fundamental, feito na École Publique in Orléans, na mesma cidade onde seu pai, um caixeiro da propriedade do Rei, trabalhava. Louis foi uma criança que esteve sempre muito perto da área de desenvolvimento das artes, visto que sempre esteve em contato com o campo do design e cenografia do edifício da l’Opéra de Paris, foi um aprendiz de arquiteto com apenas 13 anos e foi aluno de um dos primeiros pintores de paisagens, Pierre Prévost. Todos estes conjuntos de fatos auxiliaram Daguerre em sua futura trajetória como um interessado nos estudos da luz. A adolescência de Daguerre foi marcada por seu envolvimento mais profundo com a arte, onde este com 17 anos, estudou arte em Paris e foi aprendiz do designer de palco da l’Opéra. Além disso, trabalhou como assistente de inúmeros artistas e, também, como desenhista de palco.

2.2 Daguerre e o Diorama Visto que Daguerre estava muito envolvido com efeitos visuais relacionados com a luz e seus desenhos feitos profissionalmente para peças teatrais, este juntase com Charles Marie Bouton e desenvolveu um tipo de maquete que relaciona-se com o panorama (estudado anteriormente por Daguerre juntamente com seu professor, Prévost) denominada “Diorama”, que nos dá um efeito de movimento quando combinado com a iluminação e a noção de ação e que foi uma das principais formas de entretenimento do século XIX.

Figura 1: DAGUERRE, Louis. Diorama, 1842-1847, http://preservacaoaudiovisual.blogspot.com.br/2013/12/o-ultimo-diorama-de-daguerre.html

Com isto, Daguerre e Bouton obtiveram sucesso e apresentaram tal invenção em diversas metrópoles culturais, como : Londres, Liverpool, Berlim e até mesmo nos Estados Unidos da América. Ademais, o interesse de Daguerre acerca do estudo da luz começou a se acentuar cada vez mais, tal qual o estudo e o uso de uma câmera obscura para a pintura de seus dioramas, que já era utilizada para a maior representabilidade da veracidade de uma imagem, desde o século XVII, pelos Holandeses.

2.3 Experimentos químicos e Niépce Daguerre tinha a noção dos estudos de Nicéphore Niépce, que capturou a primeira imagem registrada, em 1827 e, interessado na “escrita da luz” realizada pelo mesmo por meio da reação da luz ao Betume da Judéia numa placa metálica, quis saber mais sobre o processo inventado e denominado por Niépce, a heliografia (ou “escrita do Sol”). Logo após a sua experiência com o Diorama, Louis começou a fazer experiências químicas com cloreto de prata e fósforo, com o intuito de tentar capturar uma imagem e interessa-se mais ainda pela heliografia. Posteriormente, Joseph Nicéphore Niépce viajou para a Inglaterra para mostrar para Francis Bauer, um artista botânico real, exemplos de processos heliográficos (incluindo a primeira fotografia, denominada Point de vue du Gras, realizada em uma placa de estanho). Não obstante, quando requisitado para apresentar o seu processo de criação para a sociedade real, Niépce recusou, para não revelar os segredos da mesma. Após isso, tentou achar na Inglaterra algo que poderia ser aplicado em sua técnica, porém, não o achou e decidiu retornar à França. Com isso, é contatado por Daguerre para lhe contar sobre a heliografia. Com isso, em 1829 Niépce e Daguerre formaram uma sociedade para o estudo da técnica, com o intuito de facilitar a mesma e gerar mais facilmente e mais detalhadamente as imagens.

3. DAGUERREÓTIPO 3.1 Morte de Niépce e início da daguerreotipia

Após a morte de Niépce, em 1833, e sem a conclusão de um processo rápido efetivo de captura de uma imagem, este deixa o seu legado para Louis Daguerre e Isidore Niépce, seu filho. Devido ao estudo sobre as técnicas heliográficas, Niépce utilizava uma placa de prata no lugar de uma placa de estanho, porém ainda utilizava-se o betume, o que ainda fazia com que uma imagem demorasse horas para ser reproduzida. Daguerre, por sua vez, continuou a pesquisa que fora desenvolvida juntamente com Nicéphore e descobriu que poderia utilizar outros

materiais que facilitariam o processo de captura, pois constatou que ao sensibilizar uma placa metálica com iodeto de prata obtinha uma imagem mais nítida em menos tempo de exposição. Porém, foi observado que ao retirar a placa metálica da câmara, a prata ia escurecendo aos poucos, eliminando a imagem formada por inteiro. Entretanto, em 1835, por acidente Daguerre descobre que através dos vapores de mercúrio consegue preservar a imagem por mais tempo e, portanto, o que restava era apenas eliminar o excesso de iodo, o que pôde ser feito através da lavagem das placas metálicas com o sal de cozinha. Em 1837, Daguerre propõe à Isidore a alteração do nome do processo até então conhecido, já que fora quimicamente alterado de forma gritante e, com isso, passa a utilizar um novo processo com apenas o seu nome, excluindo totalmente Niépce de suas descobertas, o que ficou conhecido como daguerreotipia. Com isso, Daguerre capturou a sua primeira imagem em 1838, que ficou conhecida como Boulevard du Temple e, em finais o mesmo ano, lança uma campanha de 400 subscrições a 1000 francos procurando obter apoios para comercializar a sua invenção, no que o mesmo não possui sucesso.

Figura 2: DAGUERRE, Louis. Boulevard du Temple, 1838. https://seanmunger.files.wordpress.com/2016/02/boulevard-du-temple-paris-by-daguerre-1838.jpg?w=816

3.2 A daguerreotipia torna-se pública

Mesmo após a falha na tentativa de apoio em seu invento, Louis ainda consegue apresentar o mesmo para o cientista Dominique François Arago, diretor do Observatório de Paris, na corte do rei Louis-Phillipe. Arago fica fascinado com o daguerreótipo e lhe concede uma apresentação pública na Academia Francesa de Ciências, o que acontece em 1839, mesmo que Louis não revele ao público os segredos da execução da imagem. Pouco depois, daguerre cede a invenção à França, em troca de uma pensão vitalícia, apresentando a sua invenção ao seu país e disseminando a daguerreotipia. Por conseguinte, o processo passa a ser público e agora pode ser massificadamente utilizado por todos que tivessem condições de obter um daguerreótipo e que queiram imortalizar a sua imagem, tal qual o consumo de imagens de entes queridos e retratos, que poderiam ser feitos agora de maneira muito mais fácil e, indo adiante, proporcionou posteriormente o estudo e as variações das técnicas já estudadas por Niépce e Daguerre.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude de todos os fatos supramencionados, podemos concluir que Louis Jacques Mandé Daguerre foi um homem com uma mente brilhante, muito mais do que apenas um estudioso e amante da luz, era também um químico, artista e inventor. O mesmo desenvolveu um trabalho muito assíduo juntamente com a luz, estava muito interessado relacionar-se com esta e, além disso revolucionou a forma com que a sociedade iria se tratar com a fotografia. Primeiramente, o mesmo possibilitou a fixação mais rápida da luz em um meio por meio de seus estudos químicos, o que sempre tentou ser feito por Niépce, que utilizava uma substância que demorava cerca de 8 horas para fixar-se. Além disso, explorou a arte e inventou o diorama, o que faz uma interação do artista com o espectador, de modo que a sua obra relaciona-se com este. Por fim, a massificação da reprodutibilidade da imagem foi altamente intensificada por Daguerre, quando este cedeu sua obra ao público. Com isto, a

representação de algo é verossímil pôde ser acessado por todos que possuíam um pouco de dinheiro e um “daguerreotipador” por perto, ao invés de ter que encomendar caras pinturas ou até mesmo fazer uma litografia. Com isso, saímos de uma cultura de que imagens estão dispostas em lugares monumentais e que são encomendadas por pessoas com alto poder aquisitivo, e passamos a ter imagens que servem para o registro de memórias do que quer que se ache importante e até mesmo de forma para que haja a comprovação de um fato.

Bibliografia TURAZZI, Maria Inez. O 'homem de invenções' e as 'recompensas nacionais', notas sobre H. Florence e L. J. M. Daguerre. São Paulo, 2012. HACKING, Juliet. Tudo sobre fotografia. London: Quintessence Editions, 2012. BARGER, Susan; WHITE, William. The Daguerreotype: Nineteenth-Century Technology and Modern Science. Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, 1991. LERNER, Jillian. The drowned inventor: Bayard, Daguerre, and the curious attractions of early photography, History of photography . Scotland: Former Editors, 2014. PINSON, Stephen.Speculating Daguerre: art and enterprise in the work of L. J. M. Daguerre. Chicago: University of Chicago Press, 2012. WOOD, R. Derek. A state pension for L. J. M. Daguerre for the secret of his daguerreotype technique. Bromley, 1997. BARGER, M. Susan. Daguerreotype research at the materials research laboratory, The Pennsylvania State University: 1979-1984. Washington, D.C.: The American Institute for Conservation of Historic & Artistic Works, 2009.

Calaça, M. C. (s.d.). DAGUERREOTIPIA: PROCESSO HISTÓRICO NA CONTEMPORANEIDADE. Acesso em 15 de março de 2018, disponível em Universidade Federal de Goiás: http://deploy.extras.ufg.br/projetos/seminariodeculturavisual/images/anais/40_daguer reotipia.pdf Vieira, P. (1 de junho de 2013). A Óptica e a Fotografia Analógica. Acesso em 15 de Março de 2018, disponível em Universidade Federal do Rio Grande do Sul: https://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n32_Vieira/arquivos/experimental/3_a_optica_e_a_foto grafia_analogica.pdf...


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