Medula Espinhal e Nervos Raquidianos PDF

Title Medula Espinhal e Nervos Raquidianos
Author Joana Silva
Course Neurociências
Institution Universidade do Porto
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Summary

NEUROCIÊNCIAS I2019/MEDULA ESPINHAL É a extrema importância para o funcionamento global do Sistema Nervoso  Constitui o elo de comunicação entre o encéfalo e o Sistema Nervoso Periférico (SNP), integrando a informação que recebe e produzindo respostas através de mecanismos reflexosESTRUTURA GERAL...


Description

NEUROCIÊNCIAS I 2019/2020 MEDULA ESPINHAL  

É a extrema importância para o funcionamento global do Sistema Nervoso Constitui o elo de comunicação entre o encéfalo e o Sistema Nervoso Periférico (SNP), integrando a informação que recebe e produzindo respostas através de mecanismos reflexos

ESTRUTURA GERAL 

Estende-se desde o buraco occipital até ao nível da segunda vértebra lombar.

Compõem-se de segmentos:

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 Cervical – 8  Torácico ou dorsal – 12  Lombar – 5  Sagrado – 5 Originam-se na medula espinhal 31 pares de nervos raquidianos, passando para fora da coluna através dos buracos intervertebrais A dilatação cervical na região cervical corresponde ao local onde os nervos que servem os membros superiores entram ou saem da medula A dilatação lombar, nas regiões torácica inferior e lombar superior, é o sítio onde entram ou saem os nervos para os membros inferiores. Logo abaixo da dilatação lombar, a medula espinhal afunila formando uma região cónica chamada cone medular, que constitui a extremidade inferior da medula espinhal. O cone medular e os nervos que se estendem para baixo dele assemelham-se a uma causa e são por isso chamados de cauda equina. Um filamento de tecido conjuntivo, o filamento terminal , estende-se desde o ápex do cone medular até ao cóccix e fixa a medula espinhal ao cóccix.

MENINGES DA MEDULA ESPINHAL Três camadas de tecido conjuntivo, as meninges, envolvem e protegem o encéfalo e a medula espinhal.

DURAMÁTER (MÃE FIRME)  

É a camada mais superficial e espessa Envolve a medula espinhal e está na continuidade do epinervo dos nervos raquidianos

A duramáter está separada do periósteo do canal vertebral pelo espaço epidural. Trata-se de um espaço em torno da medula espinhal, que contem vasos sanguíneos, tecido areolar e gordura.

ARACNÓIDEIA 

É muito fina e delgada

O espaço entre esta camada e a duramáter é o espaço subdural, que contém apenas uma quantidade muito pequena de líquido seroso.

PIAMÁTER 

Liga-se muito estritamente à superfície do encéfalo e da medula espinhal

Entre a aracnóideia e a piamáter fica o espaço subaracnoideu, que contem vasos sanguíneos e líquido cefalorraquidiano.

A medula espinhal é mantida no seu lugar dentro do canal vertebral por uma série de cordões de tecido, designadas por ligamentos dentados.

SECÇÃO TRANSVERSAL DA MEDULA ESPINHAL (a) Desenho 3D de um segmento da medula espinhal, mostrando a raiz posterior e uma anterior de cada lado e os radicelos que as formam

Uma secção cruzada na medula espinhal revela que esta consciente de uma porção cinzenta central e de uma porção branca periférica.  A substância branca consiste em axónios mielinizados, formando feixes nervos  A substância cinzenta consciente em corpos celulares neuronais, dendrites e axónios O sulco mediano e o sulco mediano posterior são fendas profundas que separam parcialmente as duas metades da medula. A substância branca de cada lado da medula espinhal está organizada em três cordões:  Cordão anterior  Cordão lateral  Cordão posterior Cada cordão subdivide-se em feixes nervosos e vias.

A substância cinzenta central organiza-se em cornos:  Corno posterior (dorsal) – relativamente delgado  Corno anterior (ventral) – mais largo  Corno lateral – em certos níveis da medula, associados ao sistema nervoso autónomo As duas metades da medula espinhal estão ligadas por comissuras cinzentas e brancas.  

Contêm axónios que cruzam de um lado para o outro da medula espinhal. O canal central está no centro da comissura cinzenta

(c) Fotografia de uma secção transversal ao nível da região lombar média (x20). As áreas mais escuras são de substância branca, onde se localizam os feixes. As áreas mais claras são de substância cinzenta, onde se localizam os corpos celulares neuronais

Tanto a raiz anterior como a raiz posterior (b) Relação dos neurónios sensoriais e motores com a medula espinhal

são formadas por cerca de 6 a 8 radicelos. As raízes juntam-se ao lado da medula espinhal e formam os nervos raquidianos.

REFLEXOS O arco reflexo é a unidade funcional básica do sistema nervoso.  Capaz de receber um estímulo e produzir uma resposta Tem 5 componentes básicos:     

Um recetor sensorial (1) Um neurónio aferente ou sensorial (2) Um neurónio de associação (3) Um neurónio eferente ou motor (4) Um órgão efetor (5)

O s



As partes do arco reflexo estão numeradas pela ordem em que o potencial de ação passa através delas

potenciais de ação iniciados nos recetores sensoriais propagam-se ao longo dos axónios de neurónios sensoriais para o SNC, onde fazem sinapse com neurónios de associação. Os neurónios de associação fazem sinapse com neurónios motores que, por sua vez, enviam axónios para fora da medula espinhal e, através do SNP, para músculos e glândulas, onde os potenciais de ação dos neurónios eferentes levam os órgãos efetores a responder



A resposta produzida pelo arco reflexo chama-se de reflexo.  É uma resposta automática a um estímulo, que ocorre sem pensamento consciente Os principais reflexos medulares são:    

O reflexo de extensão O reflexo dos órgãos tendinosos de Golgi O reflexo de retirada O reflexo extensor contralateral

REFLEXO DE EXTENSÃO  

É o mais simples, de todos os reflexos O músculo contrai-se em resposta a uma força que lhe é aplicada

O recetor sensorial do reflexo é o fuso muscular. As células são inervadas por neurónios motores específicos, denominados neurónios motores gama, que controlam o contração das extremidades das células do fuso muscular.

A particularidade do reflexo de extensão é não exigir um neurónio de associação entre os neurónios sensoriais e motores.

REFLEXO DOS ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI   

Evita a produção de excessiva tensão no tendão de um músculo em contração Os órgãos tendinosos de Golgi são terminações nervosas que se associam a feixes de fibras dos tendões estes localizam-se nos tendões perto da junção músculo-tendinosa

REFLEXO DE RETIRADA  

Consiste em afastar um membro ou outra parte do corpo de um estímulo doloroso Os neurónios motores alfa estimulam músculos flexores, que afastam o membro do estímulo doloroso

INERVAÇÃO RECÍPROCA 

Associa-se ao reflexo de retirada e reforça a sua eficácia

REFLEXO EXTENSOR CONTRALATERAL 

Está associado ao reflexo de retirada  É

adaptativa, visto que evita a queda por transferir o peso do corpo do membro afetado para o membro não afetado

VIAS ESPINHAIS ESTRUTURA DOS NERVOS PERIFÉRICOS Os nervos periféricos consistem em feixes de axónios, células de Schwann e tecido conjuntivo. Cada axónio ou fibra nervosa é envolvido por tecido conjuntivo – o endonervo. Grupos de axónios são rodeados por mais uma camada de tecido conjuntivo – o perinervo – que forma os feixes nervosos. Uma terceira camada, o epinervo, liga os feixes nervosos uns aos outros para formar um nervo.

NERVOS RAQUIDIANOS

Todos os 31 pares de nervos raquidianos, exceto o primeiro par e os sagrados, saem da coluna vertebral através dos buracos intervertebrais.       

O primeiro par sai entre a caixa craniana e a primeira vértebra cervical Os nervos do sacro saem deste osso único através dos buracos sagrados Oito pares saem da coluna vertebral na região cervical – C1 a C8 Doze pares saem na região torácica – T1 a T12 Cinco pares na região lombar – L1 a L5 Cinco pares na região sagrada – S1 a S5 Um par na região coccígea

Cada um dos nervos é designado por uma letra e um número  A letra indica a região da coluna vertebral da qual o nervo emerge  O número indica a localização em cada região onde o nervo emerge da coluna vertebral MAPA DOS DERMÁTOMOS

As letras e os números indicam os nervos raquidianos que inervam uma dada região da pele

Cada nervo raquidiano tem um ramo dorsal e um ventral.  Os ramos dorsais inervam a maior parte dos músculos responsáveis pelo movimento da coluna vertebral; também transmitem a sensibilidade  Os ramos ventrais subdividem-se em nervos intercostais e plexos Os ramos ventrais dos nervos raquidianos formam:     

O plexo cervical – C1 a C4 O plexo braquial – C5 a T1 O plexo lombar – L1 a L4 O plexo sagrado – L4 a S4 O plexo coccígeo – S4, S5 e o nervo coccígeo

PLEXO CERVICAL – C1 A C4 

Enerva a pele do pescoço e da porção posterior da cabeça

Um dos nervos mais importantes do plexo cervical é o nervo frénico:  Origem nos nervos C3 a C5  Os axónios deste nervos provêm simultaneamente dos plexo cervical e braquial  Descem ao longo de cada lado do pescoço e entram no tórax, continuam a descer até alcançar o diafragma, que inervam

PLEXO BRAQUIAL – C5 A T1 Os cincos ramos ventrais que integram o plexo braquial juntam-se para formar três troncos primários e cada um bifurca-se; estes seis ramos tornam-se depois a juntar para criar três troncos secundários, a partir dos quais emergem cinco nervos para o membro superior Os cinco nervos principais que emergem do plexo braquial para o membro superior são:  O circunflexo – inerva parte do ombro  O radical – inerva as regiões posteriores de todo o membro superior  O músculo-cutâneo– inerva a parte anterior do braço  O cubital e o mediano – inervam a porção anterior do antebraço e da mão

NERVO CIRCUNFLEXO  

Inerva o deltóide e os músculos pequeno redondo Dá também inervação sensorial à articulação do ombro e a parte da pele que o reveste Nervo Circunflexo Origem: Tronco secundário posterior do plexo braquial, C5-C6 Movimentos/Músculos Inervados  

Rotação externo do braço Abdução do braço

Inervação cutânea: Porção infero-externa do ombro

Percurso do nervo circunflexo e músculos que inerva. A figura menor representa a distribuição cutânea do nervo (área sombreada)

NERVO RADICAL Inerva todos os músculos extensores do membro superior, o longo, o curto supinadores e, ainda, parte do braquial anterior



Nervo Radical Origem: Tronco secundário posterior do plexo braquial, C5-T1 Movimentos/Músculos Inervados        

Extensão do braço Flexão do antebraço Extensão e abdução do punho Supinação do antebraço Extensão dos dedos Extensão e adução do punho Abdução do polegar Extensão do polegar

Inervação cutânea: Face posterior do braço e antebraço, dois terços externos do dorso da mão

NERVO MÚSCULO-CUTÂNEO Dá inervação motora aos músculos anteriores do braço Dá também inervação sensitiva cutânea a parte do antebraço

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Nervo Músculo-Cutâneo Origem: Tronco secundário externo do plexo braquial, C5-C7

ântero-

Movimentos/Músculos Inervados   

Flexão do braço Flexão e supinação do antebraço Flexão do antebraço

Inervação cutânea: Face externa do antebraço

NERVO CUBITAL 



Inerva dois músculos do antebraço e, ainda, a maior parte dos músculos intrínsecos da mão, exceto alguns associados ao polegar A sua porção sensitiva corresponde à porção interna da mão

Nervo Cubital Origem: Tronco secundário ântero-interno do plexo braquial, C8-T1 Movimentos/Músculos Inervados Flexão e adução do punho Flexão dos dedos Adução do polegar Controle dos músculos hipothenares Flexão da articulação metacarpofalângica e extensão das articulações interfalângicas Abdução e adução dos dedos da mão

     

NERVO MEDIANO  

Inerva todos os músculos flexores do antebraço, exceto, um e a maior parte dos músculos da região da base do polegar A sua distribuição sensitiva cutânea corresponde à porção externa da palma da mão

Inervação cutânea: Terno interno da mão, dedo mínimo e meta interna do anelar

Nervo Mediano Origem: Tronco secundário ânterointerno e ântero-externo do plexo braquial, C5-T1 Movimentos/Músculos Inervados       

Pronação do antebraço Flexão e abdução do punho Flexão do punho Flexão dos dedos Controle dos músculos do polegar Controle dos músculos thenares Flexão das articulações metacarpofalângicas e extensão das articulações interfalângicas

Inervação cutânea: Dois terços externos da palma da mão, dedos polegar, indicador e médio, e metade externa do anelar; extremidades dorsais dos mesmos dedos

OUTROS NERVOS DO PLEXO BRAQUIAL  

Servem maior parte dos músculos que atuam na omoplata e braço Dão inervação cutânea às regiões internas do braço e antebraço

Incluem os nervos:     

Grande e pequeno peitorais Grande dentado Grande dorsal Infra-escapular Supra-escapular

PLEXOS LOMBAR (L1-L4) E SAGRADOS (L4-S4) Devido à sua relação de proximidade e sobreposição, os dois plexos muitas vezes são considerados em conjunto como um único plexo lombo-sagrado (L1-S4). Dois importantes nervos que emergem do plexo lombar e entram no membro inferior:  O obturador – inerva a porção mediana da coxa  O crural – inerva a porção anterior da coxa Do plexo sagrado emergem dois grossos troncos que vão constituir o nervo grande ciático – inerva a face posterointerna e postero externa da coxa, a perna e o pé. Outros nervos lombares e sagrados inervam a parte inferior do dorso, a anca e o abdómen inferior.

NERVO OBTURADOR Inerva os músculos que fazem a adução da coxa A sua distribuição cutânea é para o lado interno da coxa

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Nervo Obturador Origem: Plexo lombar, L2-L4 Movimentos/Músculos Inervados   

Rotação externa da coxa Adução da coxa Adução e flexão do joelho

Inervação cutânea: Porção superior interna da coxa

NERVO CRURAL  

Inerva o psoas ilíaco costureiro e o quadricípite femoral A distribuição cutânea sensorial é nas faces anterior e externa da cona e na porção ântera-interna da perna e pé

Nervo Crural Origem: Plexo lombar, L2-L4 Movimentos/Músculos Inervados    

Flexão da coxa Flexão da coxa e da perna Extensão da perna Extensão da perna e flexão da coxa

Inervação cutânea: Os ramos anteriores e laterais inervam a coxa anterior e externa; o ramo safeno inerva a perna (face interna) e o pé

NERVO GRANDE CIÁTICO 

É o maior nervo periférico do corpo o Atravessa a bacia e desce na porção posterior da coxa para o escavado popliteu, onde se bifurca, dando um ramo externo (ciático popliteu externo) e um ramo interno (ciático popliteu interno)  Ciático popliteu interno – inerva a maioria dos músculos posteriores da coxa e da perna; ramifica-se no pé, formando os nervos plantares interno e externo – inervam os músculos plantares do pé e a pele que o reveste  Nervo safeno externo – fornece parte da inervação cutânea da face posterior da perna e superfície plantar do pé  Ciático popliteu externo divide-se nos nervos músculo-cutâneo e tibial anterior – inervam os músculos anteriores e laterais da perna e pé

Nervos Plantares Nervo Ciático Popliteu Interno e Externo Interno Nervo Safeno ExternoOrigem: Nervo ciático Origem: Plexo sagrado, L4-S3 popliteu interno (não se vê) Movimentos/Músculos Movimentos/Músculos Inervados Origem: Nervo ciático popliteu interno Inervados  Extensão da coxa e flexão Movimentos/Músculos Inervados Fl ã d ã d

Nervo Ciático Nervo Músculo-cutâneo Nervo Tibial Anterior Popliteu Externo

Origem: Nervo ciático popliteu Origem: Nervo ciático popliteu externo Origem: Plexo sagrado, L4externo S2 Movimentos/Músculos Inervados Movimentos/Músculos Movimentos/Músculos Inervados  Extensão e eversão do pé Inervados  Extensão dos dedos do pé  Flexão do pé  Extensão da coxa e Torço Extensão Inervação cutânea: dorsaldos dedos do pé flexão da perna anterior da perna e dorso do pé Inervação cutânea: Dedo Inervação cutânea: grande e segundo dedo do pé Superfície lateral do joelho

OUTROS NERVOS DOS PLEXOS LOMBAR E SAGRADO  Nervos grande e pequeno abdóminogenitais  Nervo génito-crural  Nervo fémoro-cutâneo  Glúteo inferioir ou pequeno ciático

Inervam a pele da área suptapúbica, genitais externos, coxa superior, interna e posterior

PLEXO COCCÍGEO – S4, S5 E O NERVO COCCÍGEO 

Faz inervação motora dos músculos do pavimento pélvico e a inervação sensitiva cutânea da pele que recobre o cóccix...


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