Métodos de abordagem, procedimentos e técnicas na pesquisa PDF

Title Métodos de abordagem, procedimentos e técnicas na pesquisa
Course Metodologia de Pesquisa em Direito
Institution Universidade Federal de Santa Catarina
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Notas sobre os métodos de abordagem, procedimentos e técnicas na pesquisa acadêmica...


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Métodos de abordagem, procedimento e técnicas Um método de abordagem é, em suma, a forma de procedimento (o caminho) utilizada na realização de uma pesquisa científica (o objetivo). Assim, o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 83)

Assim, pode ser considerado o método de abordagem também como método científico. Na condição de guia para o objetivo, tal qual uma estrada pode encontrar bifurcações em seu curso, há mais de apenas um método de abordagem que conduz o pesquisador ao seu propósito. São eles, especificamente, o método indutivo, o método dedutivo, o hipotético-dedutivo e o dialético. O método indutivo é conhecido pela sua ideia de generalização, isto é, parte de um caso específico para uma questão muito mais ampla, através da observação e da experimentação. Como exemplo, podemos nos valer da ideia de um homem que, fascinado pelo clássico poema de Edgar Allan Poe, tornase um aficionado por corvos. Ele passa a admirá-los e, vendo que um deles tem penugem negra – assim como outros dois de seus companheiros –, conclui que todo corvo é negro, avançando assim de um caso específico para um panorama mais abrangente da característica fundamental de um corvo. Podese dizer que a finalidade do método indutivo é “chegar a conclusões mais amplas do que o conteúdo estabelecido pelas premissas nas quais está fundamentado” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009, p. 63). O método dedutivo, por sua vez, funciona de maneira diametralmente oposta ao indutivo (embora também esteja calcado num processo observacional), visto que parte de uma generalização (premissa maior) a um caso particularizado (premissa menor) que implica numa conclusão. É um método, entretanto, limitado, uma vez que a “conclusão não pode em hipótese alguma ultrapassar o conteúdo enunciado nas premissas” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009, p.65). Esse procedimento tem sido largamente utilizado por pesquisadores mais formalistas. Valendo-se ainda da ilustração anterior, uma vez o homem partindo da premissa de que todo corvo é negro, poderia, ao observar um novo corvo, concluir, de imediato, que este é negro. O método hipotético-dedutivo trata-se de uma mescla dos anteriores. “Ele tem em comum com o método dedutivo o procedimento racional que transita do geral para o particular, e com o método indutivo, o procedimento experimental como sua condição fundante.” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009, p. 68). Tem como característica principal a formulação de hipóteses. Já o método dialético é a construção de conceitos que nos permitem diferenciar e examinar os objetos com rigor científico, em outras palavras torna possível “verificar os objetos de análise, justamente por serem postos frente a frente com o teste de suas contradições possíveis” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009, p. 72). Segundo Mezzaroba e Monteiro, Hegel identificou três componentes que formam o método dialético: a tese (uma pretensão da

verdade), a antítese (negação da tese) e a síntese (resultado final do confronto) (2009, p. 72). Conhecidos esses quatro métodos de abordagem da pesquisa, podemos falar brevemente dos métodos de procedimento (ou secundários). Constituem etapas mais concretas da investigação, com formalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos menos abstratos. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 221)

São eles o método histórico (põe os dados da pesquisa em perspectiva histórica), o comparativo (confronto entre os elementos da pesquisa, tendo em vista suas particularidades), o monográfico (estudo de caso), o estatístico (de caráter matemático, aplicado em pesquisas quantitativas), o tipológico (semelhante ao comparativo), o funcionalista e o estruturalista (que parte de um objeto concreto para um nível abstrato). Quanto às técnicas de pesquisa, assim diz Lakato e Marconi: Consideradas como um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência, são, também, a habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos. Correspondem, portanto, à parte prática de coleta de dados. Apresentam duas grandes divisões: documentação indireta, abrangendo a pesquisa documental e a bibliográfica e documentação direta. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 222)

A documentação direta, por conseguinte, subdivide-se em: observação direta intensiva, com as técnicas de observação e entrevista; observação direta extensiva, com as técnicas de questionário, formulário e medidas de opinião e atitudes.

Fontes: MEZZAROBA, O.; MONTEIRO S., C. Manual da Metodologia da Pesquisa no Direito. São Paulo: Saraiva, 2009. 344p. LAKATOS, E. M.; MARCONI A., M. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2003. 311p....


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