Nota de leitura Seffner, Fernando. Da Reforma à Contra-reforma PDF

Title Nota de leitura Seffner, Fernando. Da Reforma à Contra-reforma
Author Vic Tor Reis
Course Fundamento de História
Institution Universidade do Estado da Bahia
Pages 2
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Nota de leitura contendo uma síntese dos argumentos centrais do livro de Fernando Seffner sobre a Reforma Protestante....


Description

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS X COLEGIADO DE HISTÓRIA COMPONENTE: EUROPA MODERNA I DOCENTE: JONATHAN DE OLIVEIRA MOLAR DISCENTE: VICTOR REIS DOS SANTOS NOTA DE LEITURA SEFFNER, Fernando. Da Reforma à Contra-reforma. 7. Ed. São Paulo: Atual, 1993, p. 31-69. Fernando Seffner em sua obra “Da Reforma à Contra-reforma” (1993), descreve em alguns capítulos as principais transformações que ocorreram no Cristianismo a partir do século XVI na Europa, começando com a Reforma Protestante de Martinho Lutero na Alemanha, passando pelo Anglicanismo na Inglaterra de Henrique VIII, pelo Calvinismo e terminando com a Contra-reforma Católica. Capítulo 3: Lutero e a Reforma protestante na Alemnha O autor inicia sua discussão apresentando o contexto político da Alemanha no período. “A Alemanha nesta época era constituída por uma série de territórios e cidades que possuíam administração independente e estavam ligados entre si numa forma que lembrava uma federação” (SEFFNER, 1993, p. 31). Além disso, o papa Leão X estava oferecendo indulgências a todos os reis e príncipes que contribuíssem para a construção da nova basílica de São Pedro em Roma. Muitos governantes protestaram contra as exigências da Igreja, que acabavam empobrecendo seus países. Nesta época, Martinho Lutero, monge e professor de teologia alemão, percebendo esses e outros abusos da Igreja, começou a elaborar uma doutrina religiosa que, segundo ele, reformaria a cristandade a partir das escrituras sagradas. Inspirado nas ideias de João Huss, reformador religioso queimado pela igreja em 1415, Lutero pregava “a liberdade da Igreja diante dos papas, sobre a liberdade de consciência individual diante do concílio e sobre a necessidade de reconduzir o mundo cristão à simplicidade apostólica” (SEFFNER, 1993, p. 34). Outro elemento da reforma de Lutero era a salvação pela fé, pois para ele o livre-arbítrio dos homens não era garantia nenhuma de entrada no céu: “O livre-arbítrio foi corrompido pelo pecado de Adão, e, por isso, somente a fé pode salvar-nos” (SEFFNER, 1993, p. 34). Desta forma, reunindo todas suas teorias e questionamentos à igreja, no dia 31 de outubro de 1517, Lutero escreve suas 95 teses, nas quais ele faz uma crítica ferrenha ao papa, à venda de indulgências e à grande fortuna dos clérigos. Publicadas primeiramente em latim, ele as traduz para o alemão e divulga pra toda a população, que as aceita imediatamente. Após publicar suas teses, Lutero é convocado pelo papa para se retratar, porém ele recusa e permanece na Alemanha. Não demora muito para ele ser excomungado e passa a ser perseguido. Porém ele “recebe o apoio dos príncipes alemães, que viam na Reforma a possibilidade de romper com a submissão financeira a Roma e tomar as propriedades da Igreja na Alemanha” (SEFFNER, 1993, p. 41). A Reforma Luterana teve impacto também entre a população camponesa. Explorados tanto pela igreja quanto pelos senhores e príncipes, eles se inspiraram nos questionamentos de

Lutera diante da Igreja, na ideia de liberdade do homem cristão e na valorização da simplicidade em oposição aos luxos e riquezas do clero. Dessa forma, “intensificaram-se as agitações entre camponeses. Inúmeros pregadores - pastores ou leigos - falavam da necessidade do camponês de se libertar das obrigações que sobre ele recaíam” (SEFFNER, 1993, p. 44). Os camponeses esperavam o apoio de Lutero, entretanto, este condenou as rebeliões camponesas pois acreditava que elas trariam apenas caos e derramamento de sangue. Além disso, ele não concordava com algumas das reinvindicações dos camponeses, por exemplo, a liberdade de escolha dos pastores, o controle sobre o destino do dízimo ou o fim do controle dos senhores. “Este artigo deveria tornar todos os homens iguais, e isto é impossível. Pois um reino terreno não pode sobreviver se não houver nele uma desigualdade de pessoas, [...] ainda que os príncipes sejam malvados ou injustos, nada os autoriza a rebelar-se contra eles” (SEFFNER, 1993, p. 46). Capítulo 4: A Reforma na Inglaterra A Alemanha não foi o único país a ter uma reforma religiosa. Na Inglaterra a igreja católica estava sofrendo um processo de isolamento, tanto no governo quanto na sociedade. Devido ao fato da igreja ter seu próprio tribunal, retirar impostos e mandar boa parte deles para Roma, boa parte da sociedade inglesa, a burguesia comercial e a Coroa não viam com bons olhos essa situação. “O clero católico estava mergulhado numa situação de pouca respeitabilidade perante a população” (SEFFNER, 1993, p. 51). Segundo o autor, apesar dessa impopularidade da igreja católica na Inglaterra, o estopim de fato para a Reforma inglesa se deu através do rei Henrique VIII. Casado com Catarina de Aragão, filha dos Reis Católicos, Fernando e Isabel da Espanha, ele teve apenas uma filha com ela, Maria. Catarina engravidou outras vezes, porém deu luz a natimortos ou crianças que morreram nos primeiros meses de vida. Assim, “desejando um herdeiro masculino para o trono, Henrique VIII pediu ao papa a anulação de seu casamento com Catarina” (SEFFNER, 1993, p. 53). No entanto, o papa não concedeu o seu pedido. Ao mesmo tempo, as críticas à igreja cresciam cada vez mais. Reunidos no Parlamento inglês, representantes da nobreza e da burguesia concordavam em reduzir as riquezas e o poder do clero católico e em apoiar o divórcio do rei, em prol de um herdeiro masculino ao trono. As tensões entre o rei e o papa só aumentavam, até o momento em que Henrique VIII conseguiu o apoio dos bispos ingleses e finalmente casou-se com Ana Bolena. A igreja da Inglaterra reconheceu o divórcio e coroou Ana Bolena como rainha. O papa Clemente VII declarou nulo o novo casamento, ilegítima a sua descendência e excomungou o rei. Batizava-se a nova Igreja nacional com o nome de Ecclesia Anglicana (Igreja Anglicana) e davam-se ao rei todos os poderes sobre moral, organizações, credo e reforma eclesiástica, poderes que anteriormente cabiam à Igreja (SEFFNER, 1993, p. 54).

Capítulo 5: Calvino e a doutrina da predestinação Outra reforma nos dogmas do cristianismo surgiu através da figura de Calvino. Apesar de ter se convertido ao luteranismo em 1530, ele criou outros princípios para sua teologia, cuja ideia principal é a da predestinação. “A ideia de predestinação está amparada no dogma cristão da onisciência divina – Deus tudo sabe e tudo vê. Sendo assim, Deus sabe, desde sempre, quem vai ser destinado à salvação e quem vai ser destinado à condenação” (SEFFNER, 1993, p. 57)....


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