O Ano da Morte de Ricardo Reis PDF

Title O Ano da Morte de Ricardo Reis
Author Patricia Rodrigues
Course Português
Institution Ensino Secundário (Portugal)
Pages 12
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Summary

Warning: TT: undefined function: 32O Ano da Morte de Ricardo ReisRepresentações do Século XX: A cidade, O tempohistórico, Acontecimentos PolíticosA ação decorre em Lisboa no fim de 1935 e maioritariamente em 1936. Politicamente, trata-se do início do Estado Novo, regime repressivo dirigido por Salaz...


Description

O Ano da Morte de Ricardo Reis

Representações do Século XX: A cidade, O tempo histórico, Acontecimentos Políticos

A ação decorre em Lisboa no fim de 1935 e maioritariamente em 1936. Politicamente, trata-se do início do Estado Novo, regime repressivo dirigido por Salazar.

A ação cruza-se com acontecimentos históricos tendo em conta personagens como Ricardo Reis, Lídia e o fantasma de Fernando Pessoa, que estando em Lisboa, acompanham os acontecimentos sociais e políticos e são afetados por eles. • Reis é interrogado pela polícia e cruza-se com espanhóis fugidos à Guerra Civil Espanhola • Irmão de Lídia morre na Revolta dos Marinheiros O romance de Saramago apresenta-nos uma análise crítica deste período, uma reflexão sobre a história centrada em questões sociais, políticas e ideológicas. Esta é uma época de ascensão dos regimes nacionalistas espanhol, italiano, alemão e português. O povo português parece estar em estado de indiferença e passividade, pelo menos, a maioria. A propaganda do regime e os jornais divulgam uma imagem idealizada, enganadora e artificial das realidades portuguesa e europeia. Ricardo Reis assiste ao espetáculo do mundo e vai ganhando consciência do contexto político nacional. A personagem e o narrador vão comentando criticamente a evolução da situação política da época. Contudo, Ricardo Reis não intervém de forma a contribuir para a mudança desse estado de coisas. O romance questiona a história. O narrador observa o passado de um ponto de vista diferente do da história oficial e atenta nos atos de antecipação e mudança do país. O narrador tem uma perspetiva transformadora que contrasta com o conservadorismo e hierarquia do Estado. Temas como poder e liberdade estão presentes no romance.

A capital é um local de memórias do passado e a deambulação pelas ruas de Lisboa funciona como um labirinto do qual a personagem não consegue sair.

Ricardo Reis encontra-se na cidade apenas com o objetivo de a observar. A deambulação física é simultaneamente uma viagem na história e na Literatura: • Cesário Verde • Os Maia • Heterónimos de Pessoa Mas a figura mais convocada é Camões. A estátua do poeta é frequentemente referida. Deste modo, José Saramago como que aproxima Fernando Pessoa de Camões através de citações frequentes na obra. Fernando Pessoa, apesar de morto, dispõe de nove meses antes de desaparecer. Mostra que a morte lhe conferiu sabedoria que, no entanto, é inútil já que não é possível alterar nada do que fez em vida.

As estátuas de Camões e Adamastor são memória de tempos gloriosos, de grandeza do povo português. A figura do épico mostra o contraste entre o passado áureo e o presente asfixiante. O Adamastor pode representar os novos medos e perigos que os portugueses enfrentam. Agora não no mar, mas perante a ameaça política do Estado Novo. O romance começa com a frase ‘’ Aqui onde o mar acaba e a terra principia’’ e termina com a mesma frase, mas invertida.

Se o mar das descobertas representava o sonho e a conquista da glória, no presente o povo está aprisionado na terra oprimida e espera a sua libertação e regeneração. A cidade é habitada por um povo apagado, medíocre e sem força vital. A cidade é imagem de contrastes económicos e sociais.

O Reis de Saramago distingue-se no Reis de Pessoa: • O primeiro é citadino e não segue na vida as filosofias do estoicismo e o epicurismo • O Reis de Saramago demonstra que é impossível ficarmos indiferentes ao sofrimento dos outros, ao autoritarismo e às circunstâncias que nos rodeiam. Saramago faz alusões à Mensagem de Pessoa, para que as pessoas olhem para o passado do País e pensem no decadente presente e alimentem a esperança de futuro diferente e melhor.

Estrutura da Obra: • Romance • Acontecimentos relatados por ordem cronológica linear • Remete para acontecimentos passados ou futuros (Revolta dos Marinheiros, 25 de Abril) • Narrador tece comentários aos acontecimentos como se recusasse a indiferença e a passividade face às circunstâncias em que o povo português vive. • Presença de textos de jornais, locuções de rádio... • Falas das personagens são representadas pelo modo de relato do discurso indireto livre.

Representações do amor

O irmão de Lídia era o principal responsável pelos conhecimentos políticos dela. Quando Lídia engravida decide ter a criança sozinha, não forçando Ricardo Reis a assumir a mesma.

Marcenda recusa o pedido de casamento feito por Ricardo Reis, abdicando da possibilidade de abraçar a vida e o amor e de se libertar do jugo do pai. Torna-se cada vez mais irreal acabando por desaparecer da narrativa definitivamente.

Linguagem e Estilo • Intuito de contribuir para a renovação da literatura portuguesa • Pontuação inovadora e irreverente • Discurso direto livre, com falas apenas introduzidas e separadas por vírgulas e letras maiúsculas • Dispensa deliberadamente os pontos de interrogação e exclamação, mesmo quando faz alguma questão • Fluidez e ritmo • Atitude de diálogo entre o narrador e o leitor • Recurso ao polissíndeto • Ironia e Sarcasmo sobretudo no exercício de denúncia e crítica • Efeito humorístico causado pela ironia e pelo sarcasmo.

Resumo:...


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