Análise o baile da Morte Vermelha PDF

Title Análise o baile da Morte Vermelha
Author Rafaela Moura
Course Literatura Contemporânea em Língua Inglesa
Institution Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
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Summary

Análise literária sobre a obra de Allan Poe, O Baile da Morte Vermelha...


Description

Análise do conto “O Baile da Morte Vermelha” de Edgar Allan Poe ¹Airton Cristiano Viebrantz ²Rafaela Oliveira de Moura Introdução Neste presente artigo será analisado o conto “O Baile da Morte Vermelha” do poeta americano Edgar Allan Poe, nascido em 19 de janeiro de 1808 e morreu aos 40 anos de idade no dia 7 de outubro de 1849. Foi escritor, poeta, crítico e editor, participou do período literário romancista norte americano, conhecido por criar poemas, contos, romance com temas policiais, horror e mistério. E a maioria das suas obras exploravam a temática do sofrimento causada pela morte. Em um dos contos ele aborda esse tema com muita ênfase, o qual iremos falar neste artigo, o conto “ O Baile da Morte Vermelha”. Este conto foi escrito em 1842, com o título no original “The Masque of the Red Death”, o qual também recebeu uma adaptação livre para o cinema em 1964, sob o nome de “A Orgia da Morte”. O conto inicia relatando uma doença mortal chamada de morte vermelha, a qual havia assolado aquele país, nunca antes uma peste tão fatal havia sido presenciada, a doença que manchava o corpo de vermelho, especialmente o rosto, levava seus doentes a óbito em poucos minutos. Levando isto em consideração, o Príncipe Próspero, chamou mil amigos próximos e sadios, retirando-se em reclusão do restante do mundo, cercados por uma alta e espessa muralha. Junto deles, havia provisões para mantê-los, enquanto o mundo lá fora sofria com a terrível peste. Após o quinto ou sexto mês de reclusão, o príncipe promoveu um baile de máscaras de extrema magnificência, todos os convidados encontravam-se no salão que era dividido em 7 salas, cada uma com uma decoração diferente, as quais combinavam com as janelas. A primeira sala era azul, a segunda era roxa, a terceira era verde, a quarta era laranja, a quinta era branca, a sexta era violeta e a sétima era preta. Porém, a última sala possuía as janelas na cor vermelha escarlate, e a luz que adentrava o recinto criava uma atmosfera gótica e assustadora. Dentro desta sala, na parede contrária à janela, encontrava-se um relógio de pêndulo, que badalava a cada vez que se passava uma hora, emitindo um som apavorante, que silenciava a banda e a euforia dos convidados, que paravam suas comemorações durante este momento de desconforto. Dado certo momento, foi percebida a presença de uma figura até então despercebida entre os convidados: uma figura mascarada, alta e esquelética, trajando as vestes da morte, e sua máscara imitava as feições de um cadáver, morto pelas mãos da peste. Aquela figura dirigiu-se ao príncipe Próspero, e nenhum dos convidados atreveu-se a atravessar-se em frente à criatura, que por sua vez, seguiu até a sétima sala. O príncipe enfurecido, seguiu a figura até a sala negra, onde empunhou sua adaga, e aproximando-se do

mascarado, foi atacado por este, que caiu morto na tapeçaria da sala. A multidão então enfurecida com o acontecido avançou contra a criatura, e quando arrancaram-lhe a máscara, com uma expressão de horror, viram que debaixo das vestes e da máscara não havia ser algum, apenas o vazio da morte. E então, um a um, os convidados foram caindo, infectados com a morte vermelha, e o relógio que batia de hora em hora na sala negra silenciou-se. Significado dos símbolos O autor consegue fazer uso de ferramentas carregadas de simbolismo, como o número 7, este é considerado desde a antiguidade como um número misterioso e místico, podendo ser citado como o número da sorte ou do azar dependendo da cultura. O número sete também é citado várias vezes na Bíblia (como a criação em sete dias ou as sete pragas do Egito). Podemos citar também as Sete Maravilhas do mundo antigo; As Sete Maravilhas do Mundo Moderno; Os Sete Chakras; As Sete Cores do Arco-íris; Os Sete Sábios da Grécia Antiga; As Sete Notas Musicais; Os sete dias da semana. Observando a forma como os salões são organizados, podemos relacioná-los às etapas da vida, onde cada um deles indica a etapa da vida do homem, na seguinte forma: 1. Azul - Pré-infância 2. Púrpura - Infância 3. Verde - Pré Adolescência 4. Laranja - Adolescência 5. Branco - Maturidade 6. Roxo - Velhice 7. Preto - Morte Além das etapas da vida, as diferentes salas podem indicar também os Sete Pecados Capitais, sendo assim: 1. Azul - Preguiça 2. Púrpura - Soberba 3. Verde - Avareza 4. Laranja - Gula 5. Branco - Inveja 6. Roxo - Luxúria 7. Preto/Vermelho - Ira Mesmo assim, a primeira teoria é a mais aceitável, pois o conto reflete sobre a inevitabilidade da morte, sendo que a Morte Vermelha surge do último quarto, e é lá também onde ela faz sua primeira vítima, e logo após, inicia a proliferação da sua peste. Aspectos do conto

O conto possui algumas características específicas, sendo um gênero narrativo, mas seus fatos são contados de forma mais condensada, sendo uma narrativa curta, com poucos personagens, onde o tempo e espaço são reduzidos. No presente conto, encontramos apenas três personagens, o protagonista sendo o Príncipe Próspero, o qual é personagem plano com um caráter egocêntrico e excêntrico, e que após perceber que estava perdendo todos os seus súditos, reuniu-se com 1000 amigos sadios em um castelo todo fechado, sem se importar com o seu povo sofrendo do lado de fora. O antagonista é a Morte Vermelha, a qual provoca todos os males da narrativa, responsável por provocar terror nos personagens, agindo fora e dentro do castelo, levando todos os convidados ao salão que estes evitavam entrar, o salão de tapete negro e janelas de vidraças sanguíneas. E os personagens secundários é a multidão que faz parte do baile de máscaras, sempre possuem o mesmo comportamento durante toda a narrativa, festejando e ficando em pavor e estagnados somente no momento do badalar do relógio de ébano, estes também são vitimados pela Morte Vermelha. A história é narrada em terceira pessoa, um narrador onisciente que conhece a história, os detalhes de espaço e de características dos personagens. A narração é marcada por discurso indireto em sua maior parte, com apenas uma marca de discurso direto, a fala do Príncipe Próspero. “-Quem se atreve? - perguntou com voz rouca para os cortesãos que o rodeavam. - Quem se atreve a nos insultar com este escárnio blasfemo? Segurem-no e removam sua máscara para sabermos quem será enforcado nas muralhas quando o sol nascer!” (POE, 1842 p. 80.) Em seguida a narração continua em discurso indireto e descrevendo a reação dos personagens. A história é narrada em tempo cronológico, sem alterações da ordem do acontecimento dos fatos. Iniciando com a devastação do reino provocado pela morte, então o príncipe e um grupo foge da peste para o castelo, então inicia o baile para comemorar os período de seis meses de fuga e segurança, e encerrando com a aparição da Morte no baile e dando fim à vida dos personagens e à história. Como vimos antes, sobre a simbologia das cores e espaços, percebemos que a ambientação se relaciona com os personagens e com cada situação narrada. O jogo das cores dos ambientes condiz com o estado das pessoas, associando cores claras com a vida e as cores escuras e escarlate com a morte. E fora do castelo estava escuro, dando a entender que a morte dominava, não havendo mais vida. Mas quando a Morte chegou ao castelo, também tornou todo o espaço escuro, tirando assim os motivos das cores alegres e comemorações. Sendo possível perceber em um conto a Beleza, o autor consegue harmonizar os efeitos sonoros das palavras com o significado de cada uma, além de trazer intensidade nas palavras, levando o leitor refletir sobre cada uma, culminando no momento certo de reflexão mais profunda que é durante o badalar do relógio. Dando ao poema um tom de tristeza, pois nesse momento a comemoração cessa, o tempo para, tudo silencia. Levando aquelas vidas refletirem e sentirem medo do mais terrível acontecimento, o da morte. Sendo este o eixo em

que a história está girando em volta, o príncipe e os convidados fogem da morte, mas ela ainda sim os encontra realizando assim o maior medo de todos. E ainda que os convivas e o príncipe quisessem prolongar seu tempo de vida, o relógio de ébano os lembrava a cada hora que um momento chegaria o fim de cada. Sendo esse o refrão do conto, as badaladas dos ponteiros do relógio quando se encontram em cada hora exata, causavam um silêncio no castelo e, à meia noite, com as doze badaladas, cessa todo o sinal de vida e de alegria do local. “(...) E o baile seguia vivaz, até que por fim o relógio soou a meia-noite. A música cessou, como já contei, interrompendo também a evolução dos que valsavam; repetiu-se a mesma interrupção incômoda de antes. Agora, porém, eram doze badaladas a soar no relógio e parecia que, em, virtude do tempo que transcorria mais demorado (...)” (POE, 1842 p. 79.) Então, nesse momento viram no salão uma criatura, um convidado mascarado não visto até momento e estava vestido com trajes da morte, com a máscara que imitava a feição de um cadáver, reproduzindo a figura da Morte Vermelha e seu corpo estava coberto de sangue. Esse personagem, representando que era a hora da morte, a hora mais tenebrosa do dia e o momento em que a festa acabaria. Sendo este momento, o clímax da história, a última vez que o relógio soava seu badalar e a aparição da Morte Vermelha causando um terror mortal nos convidados, causando a morte o príncipe Próspero e em seguida, um por um dos seus convidados. Assim, tornando a morte como temática do conto. No entanto, a forma como acontecem as mortes é um tanto curiosa, incomum, extraordinária, assim como, as situações, espaços, máscaras e personagens do conto. Trazendo ao conto uma complexidade e sugestividade. Pois transcende uma morte natural e real, tanto do príncipe Próspero quanto dos convidados. O príncipe com uma adaga, foi de encontro a Morte Vermelha, caindo a adaga ao chão e apenas se ouve um grito agudo e em seguida o príncipe cai morto no carpete sombrio. Desperta assim uma coragem na multidão que invade o salão negro, mas não causando medo algum no mascarado, que permanecia em pé, imóvel, à sombra do relógio de ébano, ao irem de encontro perceberam que não havia ninguém por trás da máscara e então, um por um foram tombando ao chão respingando sangue pelo salão. “(...)A vida do relógio de ébano esgotou-se com os últimos convivas. As chamas do tripé extinguiram-se. E a Escuridão, a Decadência e a Morte Vermelha instauravam seu reinado sem limites sobre tudo.” (POE, 1842 p. 81.) O conto traz uma reflexão sobre o momento da morte e como a vida passa diante de nós. Em que a morte é um final certo para todos, ainda que tentam fugir dela ou evitá-la, ela ainda consegue chegar a cada um.

Podemos ver no conto o uso de metáforas e símbolos e representando a dualidade entre a vida e a morte e o contraste de ambas. A alegria e a tristeza. A claridade e a escuridão. A coragem e o medo. E por fim, percebe-se o destaque a uma característica visualizada no príncipe, o egoísmo, o desinteresse pela situação do outro, ainda mais por ele, que seria justamente quem deveria estar cuidando do povo, mas foi o primeiro a abandonar, querendo ao seu lado somente aqueles que não trariam problemas. Causando uma reflexão quanto aos problemas sociais e ao comportamento dos outros diante da situação.

Referências: POE, Edgar Allan; Medo Clássico: coletânea de contos do autor; Tradução de Marcia Heloisa Amarante Gonçalves; Rio de Janeiro: Darkside Books, 2017, p 75-81. Revista Acadêmica Online, Resenha a Máscara da Morte Rubra. Disponível em: . Acesso em 07 de Agosto de 2017. Análises Literárias, Análise Literária do conto A Máscara da Morte Rubra. Disponível em:. Acesso em 07 de Agosto de 2017. Passei Direto, Análise do conto de Edgar Allan Poe. Disponível em: . Acesso em 07 de Agosto de 2017. Ana Paula Bittencourt, A Ambientação em “A Máscara da Morte Rubra” de Edgar Allan Poe. Disponível em: . Acesso em 07 de Agosto de 2017. Infoescola, A Máscara da Morte Escarlate. Disponível em: . Acesso em 07 de Agosto de 2017. Mundo dos Livros, Resenha Especial A Máscara da Morte Rubra por Edgar Allan Poe. Disponível em: . Acesso em 07 de Agosto de 2017....


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