Orthomyxovirus - Estudo da família Orthomyxoviridae PDF

Title Orthomyxovirus - Estudo da família Orthomyxoviridae
Course Virologia veterinária
Institution Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Pages 3
File Size 195.6 KB
File Type PDF
Total Downloads 21
Total Views 131

Summary

Estudo da família Orthomyxoviridae...


Description

Orthomyxoviridae → Classificação: A família Orthomyxoviridaeabriga importantes patógenos humanos e animais, associadosessencialmente com infecções respiratórias. Adenominação da família deriva do latim e reflete uma importante característica biológica desses vírus, pois myxo significa muco, e ortho significa verdadeiro. Ou seja, são os verdadeiros vírus domuco, em uma referência à sua propriedade depenetrar através do muco e infectar células do epitélio respiratório.Os ortomixovírus causam as infecções respiratóriasde pessoas e animais conhecidas como gripe ou influenza. Assim, são conhecidos comovírus da influenza ou vírus da gripe. A família Orthomyxoviridae é dividida em quatro gêneros: 

  

Influenza A: abriga vírus que infectam uma variedade de espécies de aves, de mamíferos e humanos. São os principais componentes desta família, pela sua distribuição e importância sanitária. Possuem oito segmentos genômicos e duas glicoproteínas principais de superfície: HÁ (hemaglutinina) e NA (neuraminidase). Essas glicoproteínas apresentam uma notável variabilidade antigênica; Influenza B; Influenza C; Thogotovirus.

→ Estrutura geral: Os vírions dos ortomixovírus são grandes,pleomórficos, com envelope e contêm sete ou oitomoléculas de RNA de polaridade negativa comogenoma. → Variabilidade genética: A natureza segmentada do genoma proporcionacondições para a ocorrência de recombinações do tipo ressortimento. Nesses eventos,ocorre a redistribuição de segmentos genômicos entre duas cepas virais originando outro vírus,com genótipo e fenótipo mistos. Esse mecanismogenético permite aos vírus da influenza evoluirrapidamente, e tem sido responsabilizado pelosurgimento de cepas altamentevirulentas associadascom doença severa e alta mortalidade,principalmente em humanos. Essa variabilidade genética permite a infecção de vários hospedeiros além do seu hospedeiro natural. → Variabilidade antigênica: Outra característica marcante dos vírus da influenza é a alta variabilidade antigênica das glicoproteínasde superfície, principalmente a HÁ(hemaglutinina) e NA (neuraminidase). Essa variabilidade permite ao vírus persistir indefinidamente na população,através de mutações e seleção de variantes,que não são neutralizadas pelos anticorpos produzidospelo hospedeiro. → Epidemiologia: Os hospedeiros naturais dos vírus da influenza são aves aquáticas e migratórias de váriasespécies. Nessesanimais, o vírus replica nointestino sem produzir sinais clínicos e é excretadoem altos títulos nas fezes. Por essa razão,considera-se que as aves aquáticas se constituemem um imenso reservatório de vírus da influenza,podendo transmiti-los a pessoas, mamíferos eaves domésticas. → Nomenclatura:Até o presente, já foram identificados 16diferentes tipos de HA e nove tipos de NA, quepermitem a formação de centenas de possíveis subtipos H/N (H1N1, H2N2, etc). A nomenclatura dos isolados e cepas dos vírus da influenza segue um padrão universal, considerandoo tipo de vírus (A, B e C), hospedeirode origem (quando não for de humanos), origem geográfica, número da cepa, ano de isolamentoe o subtipo da HA e NA. Exemplos: influenzavírus A/Hong Kong/1/68(H3N2) – vírus isolado de humanos durante a pandemia de 1968; ou influenzavírus suíno A/swine/Iowa/15/30 (H1N1) – cepa de referência do vírus da influenza suína. Aluna Quézia Rodrigues Carbalan. Fonte: Virologia Veterinária - Flores

→ Envelope: O envelope lipídico apresenta tipos diferentes de estrutura proteica que são: 





HA e NA: são projeções (espículas) glicoproteicas. As projeções são formadas por homotrímeros da HA e homotetrâmeros da NA. As glicoproteínasHA e NA são típicas proteínas integrais de membrana,apresentando uma região externa grande,uma região transmembrana hidrofóbica e umapequena cauda interna. Ambas reconhecem a mesma estrutura: o ácido siálico. M2: proteína com atividade de canalde íons. A M2 é uma proteína integral de membrana presente em poucas cópias no envelope viral. De fato, a M2 funciona como um canal de íons que possui um papel importante em duas etapas distintas do ciclo, durante a penetração e, posteriormente, durante a maturação dos vírions. Logo, ela não constitui uma espícula. M1: é o componente mais abundante dos vírions, a qual desempenha um papel estrutural importante, conferindo certa rigidez à estrutura dos vírions e também é importante durante o processo de morfogênese.

→ Hemaglutinina (HA):uma proteína multifuncional, responsávelpela ligação dos vírions aos receptores celulares (ácido siálico) e pela fusão do envelope com a membrana endossomal, permitindo a penetração dos nucleocapsídeos no citoplasma. Logo, é importante na adsorção e penetração.Possui, ainda, a propriedade de aglutinar eritrócitosde animais (atividade hemaglutinante) e contém os principais epítopos que são alvos deanticorpos neutralizantes. A HA é sintetizada como um polipeptídeo único (HA0), que é clivado durante o transportedas glicoproteínas para a membrana plasmáticano final do ciclo replicativo. Essa clivagem, que é essencial para a infectividade dos vírions, origina dois polipeptídeos (HA1 e HA2), que permanece munidos por pontes dissulfeto, formando a proteína funcional HA. Nessa molécula, a HA1abrange a região globular externa, que possui ossítios de ligação aos receptores e os principais epítopos alvos de anticorpos neutralizantes. A penetração do vírus na célula e é precedida por alterações conformacionais drásticas na HA, na qual sua ligação com o receptor celular, que contém um ácido siálico, leva a mudanças conformacionais na H1, que leva a mudanças conformacionais na H2, de modo a expor uma região de aminoácidos hidrofóbicos que promove a fusão de membrana. → Neuraminidase (NA): é responsável pela clivagem do ácido siálico das glicoproteínas celulares, destruindo os receptores. Também tem sido sugerido que essa atividadeé importante para a liberação dos vírions da superfíciecelular durante o egresso, sem a qual os vírions ficariam agregados na membrana. Assim, facilita o brotamento e o afastamento do vírus da célula infectada.

Aluna Quézia Rodrigues Carbalan. Fonte: Virologia Veterinária - Flores

→ Nucleocapsídeo: No interior dos vírions, são encontrados oito nucleocapsídeos, que se apresentam como bastõeshelicoidais flexíveis, provavelmente flexionados e enrolados sobre si. Cada nucleocapsídeo contém um segmento de RNA conjugado com múltiplas cópias da proteína NP (nucleoproteína). O complexo RNA + NP é denominadoribonucleoproteína (RNP) e é relativamenteestável, permanecendo razoavelmente associadodurante os processos de transcrição e replicaçãodo genoma. Associadas às RNPs encontram-se três proteínas menos abundantes (3060 cópiaspor vírion), que são componentes do complexo polimerase (transcriptase/replicase). Esse complexoé formado por três proteínas principais:PB1 (polimerase básica 1); PB2 (polimerase básica2) e PA (polimerase ácida). → Genoma: O genoma dos vírus da influenza A é constituídopor oito moléculas lineares de RNA de sentidonegativo, numerados de 1 a 8. Os segmentos genômicos apresentam a mesma organizaçãogeral: possuem um gene na região central, flanqueado por sequências não-codificantes altamente conservadas nas extremidades 3’e 5’. → Ciclo replicativo: Os ortomixovírus se constituem em exceçõesentre os vírus RNA, pois a replicação do genomaocorre no núcleo da célula hospedeira. Logo, parte do ciclo ocorre no núcleo e parte ocorre no citoplasma. Os vírus da influenza utilizam moléculas de ácido siálico (AS) como receptores, mediada pela glicoproteínaHÁ (adsorção). Imediatamente após a adsorção, os vírions são internalizados por endocitose mediada por clatrina e se localizam em vesículas endocíticas que se dirigem para o interior do citoplasma. Brotamento pela membrana plasmática, em áreas onde ocorre as proteínas de envelope inseridas.

Aluna Quézia Rodrigues Carbalan. Fonte: Virologia Veterinária - Flores...


Similar Free PDFs