Ovinocultura 2 PDF

Title Ovinocultura 2
Author Júlia Michelli
Course Medicina Veterinária
Institution Universidade do Grande Rio
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Summary

Trabalho sobre ovinocultura da disciplina de Introdução a Med Vet....


Description

Ovinocultura (Criação de Ovinos) Introdução Os ovinos são mamíferos ruminantes, representados pelas ovelhas (fêmeas) e carneiros (machos). Existem, também, outras terminologias utilizadas com relação à idade: Cordeiros (até sete meses), Borrego ou borrega (de 7 a 15 meses), Capão (macho castrado com mais de 15 meses), Carneiro (macho inteiro acima de 2 anos) e Ovelha (fêmea acima de 18 meses).

Relação do Ovino com o Homem A domesticação desses animais ocorreu principalmente na Ásia. Além disso, foi uma das primeiras espécies a ser domesticada pelo homem. Esta relação entre homem e ovino era de extrema importância, porque ambos saíram ganhando: as ovelhas tinham a proteção do homem para que pudessem se reproduzir e para que ocorresse a perpetuação da espécie, e, os homens, uma fonte de alimento e matéria-prima (lã) para protege-lo do clima. A importância dessa relação também é econômica, visto que apresenta grande potencial produtivo (carne, lã, leite, pele, couro e esterco), com alta eficiência para ganho de peso, principalmente nos primeiros meses de vida, aliado a um rápido ciclo reprodutivo, contribuindo de forma significativa para minimizar o déficit de carne demandada atualmente em nosso país. Os primeiros ovinos foram introduzidos no Brasil pelos portugueses na época do descobrimento. Logo se adaptaram e multiplicaram-se. Espalharam-se pelas terras brasileiras e, ao longo dos séculos, sofreram um intenso processo de seleção natural nos diferentes ambientes que se encontravam, a ponto de hoje apresentarem características específicas de adaptação, como precocidade sexual, prolificidade, menor porte, rusticidade, resistência a doenças e parasitas, resistência aos extremos de temperatura e à escassez hídrica e alimentar. Tais características lhes permitiram ser, ao mesmo tempo, resistentes e pouco exigentes, o que garantiu sua sobrevivência e perpetuação.

TIPOS DE CRIAÇÃO OVINA Ovinos produtores de carne: São ovinos pertencentes a raças cuja aptidão é a produção de carne. Esses animais apresentam altas taxas de crescimento e uma musculatura bem desenvolvida. Exemplos: DORPER, SUFFOLK, ILE DE FRANCE, POLL DORSET, MORADA NOVA (também produtora de pele de boa qualidade), SANTA INÊS (também produtora de pele) e SOMALIS. Ovinos produtores de leite: O leite produzido por raças com essa aptidão é ideal para fabricação de queijos finos. Isto se deve aos altos níveis de gordura e proteínas, características do leite ovino. Exemplos: BERGAMÁCIA E LACAUNE. Ovinos produtores de lã: Raças cuja aptidão é a produção de lã. O velo desses animais é de alta qualidade. As fibras são uniformes e resistentes. A ausência de pelos e fibras escuras entre as mechas é fundamental. Exemplos: MERINO E IDEAL. Ovinos produtores de pele: A pele produzida por raças com essa aptidão é muito valiosa. Quanto mais jovem o animal for abatido para contenção a das peles, maior é o valor. Exemplos: KARAKUL, CRIOULA, SANTA INÊS, MORADA NOVA, RABO LARGO.

Ovinos com dupla aptidão: CORRIEDALE (Aptidão para carne e lã de alta qualidade). Obs.: A busca por animais com carcaça e pele de alta qualidade tem crescido (aptidão para carne e pele), e, nesse contexto, a preferência dos criadores é a raça Santa Inês.

Ovinocultura Brasileira A ovinocultura está presente em grande parte do território brasileiro, sendo o rebanho nacional de 17,6 milhões de cabeças. Os maiores produtores o Rio Grande do Sul e o Nordeste, entretanto, vem se desenvolvendo significativamente no Centro-Oeste, seja pelo aumento efetivo do rebanho, como pelo aumento no número de propriedades envolvidas nessa atividade. A produção de carne ovina representa hoje uma atividade cuja participação socioeconômica é crescente e vem se firmando cada vez mais como alternativa de viabilidade da pequena e média propriedade rural. Esses fatores aliados as características da espécie como docilidade, porte pequeno, alta prolificidade, relativa rusticidade, permitem sua exploração mão-de-obra familiar, instalações simples, porém funcionais e adequadas ao tipo de exploração. A procura pela carne ovina é promissora, em função da grande aceitabilidade do produto.

Sistemas de criação Sistema extensivo: Adapta-se melhor a criação tradicional de ovinos de corte, principalmente criação de subsistência. Esse sistema não requer instalações muito elaboradas, basta uma área sombreada para garantir o bem-estar dos ovinos. Eles são criados soltos, em áreas extensas, com fonte de água natural. Por esse motivo, o ovinocultor não consegue controlar os ovinos, o que gera baixa produtividade. Sistema semiextensivo: Durante o dia os animais são soltos e, ao anoitecer, são confinados. A dieta é feita por volumosos, concentrados, mistura mineral e água de qualidade. Esse sistema permite ao produtor melhor controle sanitário e zootécnico, mas é indispensável construir baias adequadas para facilitar o manejo. Também tem que haver cercas nos piquetes, e o cocho deve ser privativo. Sistema intensivo: O rebanho é submetido a confinamento total, contando que haja uma área de solário. É adequado a produção de ovinos de corte cujo abate é precoce (Cordeiro premium). É um sistema que exige alto investimento e uso da mais avançada tecnologia para melhores resultados. No manejo alimentar, são ofertados ao rebanho alimentos concentrados, volumosos, mistura mineral e água fresca. Obs.: o confinamento total facilita a transmissão de várias doenças, agravando os problemas comportamentais e o bem-estar animal. Instalações Manejo alimentar

Reprodução dos Ovinos As ovelhas são consideradas poliéstricas estacionais, ou seja, possuem ciclos estrais normais durante uma determinada época do ano. Os ciclos estrais se caracterizam pelo período durante o qual a fêmea aceita o macho, ou seja, quando ela é sexualmente receptiva. Existem vários fatores que influenciam os ciclos reprodutivos das ovelhas, como o tipo de alimentação, a temperatura ambiental, a presença dos machos e a estação do ano (mais importante). Neste sentido, o fotoperíodo, nome que recebe o tempo do dia em que o animal está exposto ao sol, determina os

ciclos estrais da ovelha. Dependendo desta exposição, os ovários começam a funcionar, devido a produção de hormônios que são estimulados pela luz. Isso é importante para que os filhotes nasçam em uma época com clima favorável (primavera), aumentando a chance de sobreviverem. Algumas características são visíveis quando a fêmea está no cio: Vulva avermelhada e úmida, micção mais frequente que o habitual, ovelha berra com muita insistência e agita o rabo de um lado para o outro na presença do macho.

Gestação e Parto A gestação das ovelhas dura aproximadamente 5 meses. Neste período, deve-se observar a alimentação dos animais, já que requerem mais comida. É ideal adicionar grãos e cereais a sua dieta diária, porém deve haver cuidado para não haver superalimentação. Também é recomendável separar a ovelha prenha dos outros animais, evitando maus-tratos e golpes que podem resultar em aborto. Pode-se presumir que a ovelha vai parir quando ocorre inquietação, perda de apetite e isolamento dos outros animais. Após a preparação para o parto, a vulva incha, fica avermelhada e a pele fica ‘’solta’’; depois começam as contrações e, após isso, a bolsa estoura. Logo após, o animal se deita e estende seu pescoço, olhando para cima, e é nesse momento que o se esforça para expulsar o animal. O parto da ovelha é um processo natural e que não requer intervenções humanas, apenas se o cordeiro estiver mal posicionado. Se isso ocorrer, é necessário lavar bem as mãos e introduzir uma na vulva do animal e acomodar a cria cuidadosamente. Depois que a ovelha tiver terminado o trabalho de parto, é necessário dar a ela água fresca.

Manejo Sanitário SINAIS DE SAÚDE Temperatura normal corporal: 39°C (38°C a 40°C).

SINAIS DE DOENÇA Temperatura acima de 40,5°C denunciando febre.

Frequência respiratória em ovinos adultos: 12 a 20/minuto. Alimenta-se normalmente.

Respiração acelerada.

Pelos lisos e brilhosos.

Pelos ásperos, secos, sem brilho, arrepiados e queda de pelos. Constipação, diarreias.

Ruminação normal. Urina de cor amarelada e com cheiro normal.

Depravação do apetite (anorexia).

Comportamento ativo.

Urina com cor escura ou vermelha e com cheiro anormal. Apatia, animal se isola dos demais.

Olhos vivos e brilhantes; Mucosas rosadas e brilhantes.

Olhos fundos e tristes; Mucosas brancas (anemia) ou amareladas (icterícia).

Algumas doenças: Miíase (Bicheira) – Ectoparasita

É causada por larvas da mosca varejeira; a mosca bota seus ovos nas feridas, e, mais tarde, esses ovos se transformam em larvas que provocam intensa obstrução dos tecidos. Caso não seja tratado, o local pode ser reinfestado por mais larvas e servir como porta de entrada para doenças secundárias. Ocorre em todo Brasil, principalmente em períodos quentes e úmidos, que favorecem o desenvolvimento da mosca. Os prejuízos com a bicheira são a diminuição da produtividade de leite, redução do ganho de peso e consequente perda no valor do couro. Pode também levar a morte desses animais. Sintomas: Presença de pequenas moscas na ferida, odor fétido, dor, emagrecimento. Prevenção: Dar uma atenção maior aos animais em períodos quentes e úmidos, quando há maior número de moscas e ferimentos. Tratamento: Aplicar larvicida no local, limpar a ferida com a retirada das larvas e tratar a ferida com repelente e cicatrizantes. Toxemia da prenhez (Manejo inadequado) É uma doença metabólica que acomete as ovelhas no terço final da gestação, geralmente prenha de múltiplos fetos, determinada por nutrição inadequada durante o período gestacional. Sintomas: Ficam apáticas, perdem o apetite, andam em círculos, deitam e recostam a cabeça no flanco; na fase final, a mucosa ocular fica pálida, podendo apresentar cegueira. Prevenção: Separar as matrizes no final da gestação em piquetes de maternidade com pasto de boa qualidade e oferecer feno à vontade no terço final da gestação; Manter o controle de verminoses; Reduzir as condições de estresse; Fornecer alimentos concentrados e incluir cana-de-açúcar na dieta desses animais. Tratamento: Se dá pela administração endovenosa de glicose e cálcio. Ceratoconjuntivite Infecciosa (Doença do olho rosado)- Bactéria É uma oftalmia contagiosa causada principalmente pela bactéria Moraxella spp e locais com lotação animal, instalações pouco arejadas e com grande população de moscas facilitam a propagação dessa doença. Sintomas: Lacrimejamento, febre, anorexia, irritação nos olhos, opacidade, ulceração da córnea e perda da visão. Prevenção: Isolar os animais doentes para tratamento, visto que a transmissão da bactéria se dá de forma direta entre animais sadios e enfermos; Controle da população de moscas e insetos, já que podem servir como vetores desta doença; Redução da exposição a irritantes mecânicos (poeiras); Evitar ferimentos oculares. Tratamento: É feito com colírios e pomadas oftálmicas a base de antibiótico, após a limpeza da região ocular com solução fisiológica....


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