Paulo Freire - Fichamento PDF

Title Paulo Freire - Fichamento
Course Métodos e técnicas de pesquisa
Institution Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Summary

FREIRE, Paulo. Considerações em torno do ato de estudar. Ação cultural para a liberdade e outras escritas. 5. ed, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. 3 p....


Description

FREIRE, Paulo. Considerações em torno do ato de estudar. Ação cultural para a liberdade e outras escritas. 5. ed, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. 3 p.

“Toda bibliografia deve refletir uma intenção fundamental de quem a elabora: a de entender ou a de despertar o desejo de aprofundar conhecimentos naqueles ou naquelas a quem é proposta.” (p. 9) “Estudar é, realmente, um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura crítica, sistemática. Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a”. (p. 9) “(…) a “educação bancária” não estimula. Pelo contrário, sua tônica reside fundamentalmente em matar: nos educandos a curiosidades, o espírito investigador, a criatividade.” (p. 9/10) (Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, Editora Paz e Terra, Rio de janeiro, 1977. 4ª ed. (N.E.)) “Em lugar de ser o texto e sua compreensão, o desafio passa a ser a memorização do mesmo. Se o estudante consegue fazê-lo, terá respondido ao desafio.” (p. 10) “Numa visão crítica, as coisas se passam diferente. O que estuda se sente desafiado pelo texto em sua totalidade e seu objetivo é apropriar-se de sua significação profunda.” (p. 10) “(…) é impossível um estudo sério se o que estuda se põe em face do texto como se estivesse magnetizado pela palavra do autor, à qual emprestasse uma força mágica. Se se comporta passivamente, (…), procurando apenas memorizar as afirmações do autor.” (p. 10) “Estudar é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever (…). Desta maneira, não é possível a quem estuda, numa tal perspectiva, alienar-se ao texto, renunciando assim à sua atitude crítica em face dele.” (p. 10) “A atitude crítica no estudo é a mesma que deve ser tomada diante do mundo, da realidade, da existência.” (p. 10) “(…) diante de um livro, este sujeito leitor pode ser despertado por um trecho que lhe provoca uma série de reflexões em torno de uma temática que preocupa e que não é necessariamente a de que trata o livro em apreço.” (p. 11) “Em última análise, o estudo sério de um livro como de um artigo de revista implica não somente numa penetração crítica em seu conteúdo básico, mas também numa sensibilidade aguda, numa permanente inquietação intelectual, num estado de predisposição à busca.” (P. 11) “(…) o ato de estudar, no fundo, é uma atitude em frente ao mundo.” (p. 11) “(…) o ato de estudar não se reduz à relação leitor-livro, ou leitor-texto”. (p. 11)

“(…) o ato de estudar é assumir uma relação de diálogo com o autor do texto, cuja mediação se encontra nos temas de que ele trata.” (p. 12) “(…) o ato de estudar demanda humildade.” (p. 12) “Se o que estuda assume realmente uma posição humilde, coerente com a atitude crítica, não se sente diminuído se encontra dificuldades, às vezes grandes, para penetrar na significação mais profunda do texto. Humilde e crítico, sabe que o texto, na razão mesma em que é um desafio, pode estar mais além da sua capacidade de resposta.” (p. 12) “Neste caso, o que deve fazer é reconhecer a necessidade de melhor instrumentar-se para voltar ao texto em condições de entende-lo.” (p .12) “Estudar não é um ato de consumir ideias, mas de cria-las e recriá-las.” (p. 12)

Luckesi, Cipriano Carlos et al. Fazer Universidade: Uma proposta metodológica.14. ed. São Paulo: Cortez, 2005.pt.3.

CAPITULO I - Leitura como leitura do mundo

“Com o tema ‘Leitura como leitura do mundo’, iniciamos a terceira parte do nosso trabalho. As colocações seguintes abordam questões relativas à leitura e sua prática efetiva. (...), pretendemos manifestar uma passagem entre as questões do conhecimento e a leitura.’’ (p.119) ‘’Pelo conhecimento, (...), aprendemos o mundo e o compreendemos, pela leitura dos textos escrito não podemos nos desligar desta situação, (...), ou ela auxilia um melhor entendimento do mundo ou se transforma em instrumento de puro verbalismo, mecanismo de pura ‘ilustração da mente’ das pessoas, por palavras. Palavras que poderão ser reutilizadas em discursos destituídos de sustentação existencial.’’ (p.119) ‘’Frente a isto, para atender o seu pleno sentido e significado, deve, intencionalmente, referir-se à realidade. Caso contrário, ela será um processo mecânico de decodificação de símbolos. A leitura se processa sobre o conhecimento expresso por escrito; por isso mesmo, deve ater-se a ele e a todo o seu significado.’’ (p.119) ‘’Assim sendo, (...), pretendemos fazer uma introdução ao entendimento da ‘Leitura como leitura do mundo’ e não pura e simplesmente como leitura de palavras, como, na maior parte das vezes, ela tem sido praticada.’’ (p.119) ‘’Como seres humanos, somos, constantemente, inseridos em três dimensões: o passado, o presente e o futuro. Somos seres pluridimensionais, superando a unidimensionalidade do tempo e do espaço.’’ (p.120) ‘’O que somos hoje depende, em grande parte, daquilo que fomos e tivemos condições de ser no passado. Boa parte dos valores que, hoje, vivemos e defendemos depende daquilo que nos legaram os nossos antepassados. (...), o que seremos amanhã depende não só da análise crítica que hoje façamos sobre o nosso passado, como, principalmente, do projeto e compromisso de história que, hoje, queiramos construir e assumir.’’ (p.120) ‘’Assim a pluridimensionalidade que nos é característica nos torna capazes de ‘herdar, incorporar, modificar’. (...) nossa vida é marcada por um constante progresso, em todos os sentidos. Temos possibilidade de possuir e usufruir de moradias melhores e mais confortáveis que aquelas de nossos antepassados. Nossos conhecimentos nos asseguram a possibilidade de maior esperança de vida que a garantida aos que nos antecederam. Nossas técnicas nos dão condições mais amplas de locomoção, informação, comunicação, e meios de conforto bem superiores àquelas que tiveram nossos pais e avós.’’ (p.120) ‘’(...), cada um de nós sempre busca conhecer com maior ou menor profundidade o mundo que nos cerca, e normalmente relatamos de forma oral os nossos conhecimentos e experiências; contudo, muitas vezes, o fazemos por escrito ou por meio dos mais variados sinais e códigos que temos à nossa disposição.’’ (p.121)

‘’(...), a leitura é um ato simples, inteligente, reflexivo e característico do ser humano, porque ela nada mais é que um ato de compreensão do mundo, da realidade que nos cerca e em meio à qual vivemos.’’ (p.122) ‘’A leitura primeira é aquela que cada um faz de sua realidade, através de sua experiência refletida. Somente após esta primeira leitura é que surge, e se justifica, a leitura da palavra. Ela, com efeito, se refere às leituras várias já realizadas por todos e cada um sobre o seu próprio mundo; além do mais, deve conduzi-lo, novamente, a uma leitura direta, primeira e mais profunda, de sua própria realidade de seu próprio mundo.’’ (p.123) ‘’(...), um povo que não lê é um povo isolado no processo da história; isolado das conquistas já realizadas por outros povos desde o inicio dos tempos; isolado das raízes e origens de sua própria realidade histórica e cultural e, por isto mesmo, impossibilitado de conhecer mais profundamente o seu hoje, a razão mais profunda de seus problemas...’’ (p.125)...


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