Pé Torto Congênito PDF

Title Pé Torto Congênito
Course Clinica Cirurgica I
Institution Universidade de Marília
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Pé Torto Congênito É uma criança que nasce com deformidade nos pés ou no pé (EVAS – equino vago adulto supinado). Ao nascer a criança pode apresentar várias deformidades nos pés. Uma das mais importantes é a equinovaro.

Pé varo: virado para fora. Pé valgo: virado para dentro. Pé equino: flexão plantar. Pé calcâneo: dorsiflexão. No pé torto congênito ocorre pé equinovaro.  Deformidade congênita dos pés mais importante: flexão plantar (equino) e virado para dentro (varo). Outras formas existem, mas essa é a mais importante.  Desafio muito grande para ortopedia, pois o tratamento tem resultados variáveis. Às vezes o resultado no pé esquerdo é diferente do direito. Motivo de discussões em congressos até hoje. Classificação:   

Postural – corrige com alguma facilidade, sem outras alterações do esqueleto (só o pé tem deformidade) Idiopático - não corrige com tanta facilidade, porém sem outras alterações (só o pé tem deformidade, é menos flexível, mais rígido) Sindrômico – geralmente rígidos e resistentes ao tratamento, fazendo parte de outras alterações (ex: displasia de quadril, torcicolo congênito, outros sistemas como o cardiorrenal porque se forma ao mesmo tempo do musculoesquelético)

Alguns sinais indicam presença de rigidez ou não. Se só tem esse problema, ou é postural ou idiopático. Quando apresenta outras alterações concomitantes é sindrômico (ex mielomeningocele, artrogripose). Incidência:    

Variável, mais ou menos 1:1000 nascidos vivos Diferenças raciais (0,6:1000 em Orientais e 6,8:1000 em Havaianos e Polinésios) Sexo masculino 2:1 50 a 60% bilateral

Tendência familiar: pais normais com um filho acometido tem chance de 2,5% de ter outro filho com PTC (porcentagem baixa). Pai ou mãe com PTC tem chance de 3 a 4% de ter filho ou filha com PTC (um pouco maior, traz probabilidade de tendência genética) – Ponseti, 2005 Etiologia: desconhecida, provavelmente multifatorial.  Fatores intrínsecos: hereditários, parada do desenvolvimento após terceiro mês, defeito embrionário (deformidade primaria do tálus), alterações neuromusculares, vasculares etc.  Fatores extrínsecos (ambientais): má posição intra-uterina, aumento pressão intra-uterina, oligohidrâmnios etc. Anatomia patológica:  Alterações ósseas: Tálus menor, com colo ausente ou curto, desviado medial e plantar em relação ao corpo. Além de outras alterações.

 Alterações articulares: talonavicular e calcaneocuboidea em graus variados de luxação.  Retração de partes moles (músculos, ligamentos, tendões, cápsulas): principalmente da região póstero medial e plantar. Na região côncava vai haver encurtamento dessas estruturas (tríceps sural, calcâneo). Na região convexa vai ter alongamento. No tratamento se faz alongamento de estruturas encurtadas.

Diagnóstico clínico:  Fácil, deformidades típicas;  Pé menor (se for unilateral principalmente), pregas cutâneas posteriores e plantar (quanto mais profunda, mais grave), atrofias musculares (panturrilha), pode ter pequeno encurtamento do MI correspondente;  Avaliar deformidades concomitantes (síndromes) – examinar quadril, coluna, pescoço, braços, alterações cardíacas e renais;

 Avaliar flexibilidade, que vai perdendo com a idade. Se for tratar tardiamente, o pé que era postural vai se tornando cada vez mais rígido, tornando-se idiopático.

A criança pode ter nascido normal e, com o passar do tempo, adquiriu doenças (paralisia, doenças neuromusculares) que cursaram com deformidade dos pés (pé torto adquirido).

Diagnóstico radiográfico:  RX sem importância para diagnóstico inicial (estrutura cartilaginosa) – melhor para controles;  Pede-se para documentar que é um pé torto, mas não traz subsídios para o tratamento;  Em crianças maiores dá para traçar linhas e ângulos que podem nos dar orientações a respeito da gravidade do caso. Entretanto, a criança deve ser tratada logo após o nascimento.

Tratamento:  Objetivos:  Pé plantígrado – quando a criança for andar a planta toca o solo  Pé flexível – tenha movimento  Pé indolor  Precoce – primeira semana;  Manipulações (alongamentos, técnicas especiais) e gessos semanais (em todo o pé até raíz da coxa) método de Ponseti.  Maioria corrige ou diminui a extensão da eventual cirurgia (liberação de partes moles). Se não resolver, a cirurgia será menos agressiva.

Método de Ponseti: polegar na face lateral da cabeça do tálus, fixa ele dentro do tornozelo e com a outra mão corrige progressivamente a deformidade. Feito semanalmente, com gessos semanais. As vezes com 3 a 4 gessos pode corrigir, mas na maioria das vezes precisa de mais tempo.

É importante aplicar o último gesso com o pé em hiper-correção: 70 graus de abdução e 20 graus de dorsiflexão (posição que será mantida).

Em 80% das vezes ainda tem pé que fica um pouco equino. Isso não é desejável. Em pés posturais, só com gesso já consegue corrigir. Em casos idiopáticos, exige-se uma tenotomia percutânea do tendão calcâneo + gesso por 3 semanas. Em crianças menores podemos seccionar o tendão, por conta da grande capacidade de regeneração do tendão, se forma uma ponte, sem necessidade de fazer sutura.

Manutenção: órtese de Dennis-Browne – uso contínuo por 3 meses e depois por 14 a 16 horas por dia até o início da marcha, a seguir uso noturno até 3-5 anos. Se não usar, o pé volta a deformidade inicial. Ocorre abandono da manutenção pelas mães pelas dificuldades socio econômicas ou culturais, sendo necessário reiniciar o tratamento.

Em uma porcentagem pequena, não conseguimos corrigir as deformidades  Falha do tratamento anterior – alongamentos de partes moles, ou seja, estruturas tendinosas, capsulares e ligamentares “a lá carte” até completa correção das deformidades no mesmo ato cirúrgico. São necessárias grandes incisões para conseguir um bom resultado. A cirurgia é ampla, estressante e muitas vezes complicada. Com a cirurgia, ocorre fibrose e o pé não tem flexibilidade ideal, por isso é importante iniciar com o método de Ponseti....


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