Portfolio - EJA - Portfólio referente a Educação de Jovens e Adultos PDF

Title Portfolio - EJA - Portfólio referente a Educação de Jovens e Adultos
Author Fernanda Simões Da Silva Costa
Course Educação de Jovens e Adultos
Institution Universidade Estadual do Norte do Paraná
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Portfólio referente a Educação de Jovens e Adultos...


Description

1

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO LICENCIATURAS – 2º SEMESTRE

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: PARA QUÊ E PARA QUEM?

2019

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................. 5 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. . 8 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO O presente portfolio se configura em compreender a Educação de Jovens e Adultos (EJA) ao longo da história e refletir as práticas pedagógicas com esse público. Nesse sentido buscamos analisar o papel da educação frente ao direito à escolarização de Jovens e Adultos conforme institui na Lei e Diretrizes e Bases 9394/96: “a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida”. Pois, ainda é presente analfabetismo no Brasil, assim como diz a taxa no recorte histórico de 2005a2015,aescol ar i dademédi adapopul açãobr asi l ei r acom i dadesuper i ora25anosapr esent ouumael evação,passandode6, 5par a7, 9anos deest udocompl et os. Desse modo, buscamos compreender como o pedagogo pode contribuir para efetivação da função social da escola e como os processos históricos dos jovens e adultos podem interferir na prática pedagógica. Sendo assim, por meio das discussões desse semestre e a realização desse trabalho, percebemos que a história do EJA é marcada por precariedades e descasos. As lutas e reivindicações realizadas, marcada por exclusão e onda preconceito com as pessoas analfabetas, com finalidade de ser compreendida atualmente como direito. Contudo, o objetivo é refletir as práticas pedagógicas que concretizem uma educação de qualidade e apropriação do conhecimento cientifico. Nesse sentido, articulamos com os principais conhecimentos que permeia sobre o assunto na qual favorecerá para ampliar de saberes ao exercício da docência. Para tanto, busca apresentar os fatores histórico que perpassam a EJA, a função social da escola, os desafios e possibilidades para efetivação da alfabetização e a maneira que o professor deve conduzir no processo avaliativo para saber como está a aprendizagem do aluno EJA. Sendo assim, para tal resultado,

discussão e reflexão, permeamos na ideia de Strelhow (2010), Friedrich et. al (2010) e Nascimento e Souza (2013).

2 DESENVOLVIMENTO

De acordo com a literatura estudada, Strelhow (2010) aponta que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino complexa porque envolve dimensões que transcendem a questão educacional. Pois, vale ressaltar que essa complexidade vem das lutas e conquistas, na qual essa modalidade sofreu para reverter o papel de exclusão. São muitos fatores históricos, políticos e sociais que perpassam a Educação de Jovens e Adultos. Historicamente desde o período colonial, a educação tinha cunho especifico direcionado apenas para crianças. Porem, após a saída dos Jesuítas em 1759, o império ficou responsável para organização da educação e emprego. Dessa forma, a partir da Constituição Imperial de 1824, procurou-se dar um significado amplo para educação, e o documento tinha como proposta buscar garantia de todos a educação primária. Porém, essa ideia só ficou no papel. Havia uma grande discussão em questionar sobre a inserção da educação para todos e todas, incluindo homens e mulheres, pobres e negros. Resumidamente, o ato de educação de jovens e adultos eram atos caridosos, um ato de solidariedade e não um direito. E essa concepção permaneceu por meio de muitos movimentos e programas criado pela organização governamental. Dessa forma, cita-se a Reforma Leôncio de Carvalho, Lei Saraiva, na qual em 1879 a Reforma caracterizava o analfabeto como “dependente e incompetente”. E a Lei Saraiva, fortaleceu por meio da Reforma possibilitando apenas as pessoas alfabetizadas o direito de votar. Strellhow (2010) aponta a fala preconceituosa de Rui Barbosa em 1882: “os analfabetos são considerados, assim, como crianças, incapazes de pensar por si próprios”. Essa citação preconceituosa instalou uma onda de preconceito e exclusão das pessoas que não eram alfabetizadas, além disso, nessa citação percebemos com o autor a desvalorização da criança, ao considera-las incapaz. Desde então, houve muitas discussões, movimentos na qual caracterizaram a história do EJA. Os analfabetos não tinham direito de voto e foram considerados

como praga que “atrapalhavam” o desenvolvimento do Brasil. Muito foram as discussões, projetos e organizações, A partir da década de 40 a educação de jovens e adultas ficou em alta. Com o surgimento da Lei Orgânica do Ensino Primário, criação do SEA (Serviço de Educação de Adultos). Nesse sentido, ambos tratavam sobre o ensino supletivo na qual foi um movimento que durou até o fim da década de 50 denominada de Primeira Campanha Nacional de Educação de Adultos. “Foram criados guias de leituras, que possuíam em seu conteúdo, pequenas frases e textos sobre comportamento moral e com informações sobre saúde, técnicas de trabalho e higiene”. (STRELHOW, 2010.p.52). Na ditadura militar, foi criado o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) em 1965, “com o objetivo de alfabetizar funcionalmente e promover uma educação continuada”. (STRELHOW, 2010, p.54). Esse movimento foi criado por interesse político, pois a habilidade de ler e escrever ficaram limitados. Nesse sentido, responsabilizava-se o sujeito, identificado como uma pessoa vazia e sem conhecimento. No entanto, o objetivo era apenas alfabetizar sem método pedagógico, com recrutamentos de professores sem muita exigência. Com a extinção do MOBRAL em 1985, foi marcada pelo desvio de dinheiro dos recursos culminando numa CPI (Comissão Parlamentar de Investigação). Vale destacar que as pessoas alfabetizadas pelo MOBRAL desaprenderam ler e escrever. Posteriormente a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9394/96, reforçaram a garantia de que todos e todas tenham acesso à educação. De acordo com a LDB, é determinado que o Plano Nacional de Educação seja elaborado em concordância com a Declaração Mundial de Educação para Todos, e com base na LDB, foi constituída a Educação de Jovens e Adultos como modalidade de ensino através da resolução CNB/CEB Nº 1, de 5 de julho de 2000, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. (STRELHOW, 2010,p.55)

Sendo assim, de acordo com Strelhow (2010), o direito a jovens e adultos propõe as necessidades peculiares de estudo, oferecendo o curso gratuito e a partir de exames supletivos.

Desde então foram criados outros programas como

Fundação Educar, Movimento de Alfabetização (MOVA), Programa Alfabetização Solidária, PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária) e Programa Brasil Alfabetizado.

No entanto, consideramos que o Brasil carrega uma herança de todo o tratamento que sofreu em sua história em relação à educação. Os programas criados não tiveram uma organização necessária para que tenha efetivado a alfabetização necessária na nossa sociedade. Pois, destaca-se que esses programas só foram realizados por meio da pressão de órgãos internacionais (UNESCO e ONU) e os movimentos populares que buscaram ampliação de conhecimento na sociedade. Dessa forma, é necessário um corpo docente preparado para atender a demanda de Jovens e Adultos, e a escola com sua função social diante a classe analfabeta e com baixa escolarização. Pois, em busca de compreender a função da escola, no primeiro momento apresenta-se na legislação brasileira na qual institui na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96. Dentre as obrigações que constitui a lei, no que se refere à Educação de Jovens e Adultos, está esclarecido na seção V, em que se assegura a gratuidade, oportunidade educacional apropriada e considerada de acordo com a característica do aluno e suas condições. No entanto, no art 2º “O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.”. Entretanto vale ressaltar que as pessoas que buscam a EJA nos espaço escolares são pessoas que querem melhoria de vida, financeiramente e profissionalmente. Nesse sentido, a escola deve preocupar com essas pessoas, refletir na forma de ensinar, considerar como um compromisso social na qual se constitui em desafio. Esses desafios exige que o educador seja “mediador da apropriação do saber do educando” (FRIEDRICH 2010,p.393). O autor destaca que o professor deve estar no mundo do educando e procurar se informar sobre ele. Isto é, refletir o contexto na qual o aluno está inserido e não tratar ele como uma criança. Pois, é diferente ensinar um aluno da primeira série criança, e outro aluno da primeira série adulto. Portanto, a realidade do adulto é diferente da realidade da criança. Dessa forma o professor deve compreender sobre o processo avaliativo visando entender como está a aprendizagem do aluno que está frequentando a EJA. Nesse sentido, é na avaliação formativa que o educador irá potencializar suas práticas e metodologias para a permanência e o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Sendo assim, essa avaliação “requer abordar os problemas de

aprendizagem, pois, de posse dos resultados, o professor precisa intervir adequadamente, conforme necessidade de cada aluno” (NASCIMENTO e SOUZA, 2013). Dessa forma os autores caracteriza que o professor deve auxiliar o aluno para que construa outras possibilidades avaliativas. Queremos dizer que, a avalição ajuda o aluno aprender, e, ao mesmo tempo, é um processo que permite e identifique rumos a serem corrigidos para favorecer a aprendizagem. Segundo os autores, a função desse processo é informar a situação do ensino/aprendizagem do aluno, detectando os pontos frágeis para que o professor faça a intervenção com outras formas de ensinar ao decorrer do saber do aluno. Contudo, para conduzir o processo avaliativo o professor deve se envolver com os alunos, instigar questionamentos e possibilitar que todos tirem suas dúvidas e discordem em discussões decorrentes. Pois se não obter o resultado esperado, é necessário o professor alterar sua metodologia de ensino com novas propostas e com mesmas finalidades. Nesse sentido, com objetivo de compreender se o aluno aprendeu e avançou nos conhecimentos, é preciso que avaliem continuamente. Portanto

é

necessário

questionar

para

observar

se

o

aluno

está

compreendendo. E, quando o educador atingir os objetivos, a posição é refletir sobre o que revela e tomar atitude mais adequada ao favorecimento. Ao oferecer orientações a ajudarem os alunos no alcance do resultado pretendido, este professor, demonstra ter clareza do objetivo a ser atingido. Ele acompanha a trajetória da aprendizagem, ajustando o ensino em conformidade com as necessidades sinalizadas pelas dificuldades identificadas. (NASCIMENTO e SOUZA, 2013 p.6)

Compreendemos que essa é maneira correta de conduzir o processo avaliativo, pois, quando acompanhamos o aluno em sua caminhada, sua aprendizagem se concretiza, assim seu desenvolvimento

e aprendizagem

correspondem ao seu direito à educação. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que o portfólio foi essencial e importante para nossa reflexão sobre a prática docente diante a modalidade de ensino da EJA.

Vale ressaltar que os programas que foram criados, além de ser por meio de interesse

político que

fragmentados

com

visava formar

problemas

de

cidadãos

planejamento

eleitores, eram programas metodológicos

na

prática

pedagógica. Contudo, o mesmo não teve uma organização necessária para que tenha efetivado a alfabetização de maneira adequada. O exemplo dado é o MOBRAL, em que os adultos que participaram desse programa, não foram alfabetizados corretamente. Assim entende-se que a escola possui sua função social de manter a permanência do aluno na instituição escolar. Para que isso aconteça, professor que se posicionará para trabalhar com adulto, deve refletir sobre suas atitudes e ampliar o que vai ensinar em sua prática como todo. Isto é, devemos planejar, criar estratégias educacionais que visam a concretização da aprendizagem do aluno EJA. No entanto, o professor no seu processo da avaliação formativa, deve interagir com o aluno com objetivo de incentivá-lo na sua caminhada e buscar processos metodológicos que visa à alfabetização.

REFERÊNCIAS BRASI L.Leinº .9. 394,de20dedez embr ode1996.Est abel eceasdi r et r i z esebases daeduc açãonaci onal .Di ár i oOfici aldaUni ão,Br así l i a,DF,23dez .1996.

FRI EDRI CH,Már ci a;BENI TE,AnnaM,C;BENI TE,Cl audi oR.M. ;PEREI RA, Vi vi aneS. P.Tr aj et ór i adaescol ar i zaçãodej ovenseadul t osnoBr asi l :de pl at af or masdegover noapr opost aspedagógi casesvaz i adas .Ensai o:av al .pol . públ .Educ. ,Ri odeJanei r o,v .18,n.67,p.389410,abr . / j un.2010. NASCI MENTO,Mar iCl ai rMor o;SOUZA,Nadi aApar ec i dade.AVALI AÇÃO FORMATI VA:APRÁTI CAEM CONSTRUÇÃO.Semi nár i odePesqui saPPE. Uni ver si dadeEst adualdeMar i ngá.2013 STRELHOW,Thy el esBor car t e.BREVEHI STÓRI ASOBREAEDUCAÇÃO DE JOVENS EADULTOSNO BRASI L.Pont i f í ci aUni v er si dadeCat ól i cadoRi oGr ande doSul ( PUCRS). Revi st aHI STEDBROnl i ne,Campi nas,n. 38,p.4959. 2010...


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