Trabalho A escolarização de Jovens e Adultos analfabetos ou com baixa escolarização 2019 PDF

Title Trabalho A escolarização de Jovens e Adultos analfabetos ou com baixa escolarização 2019
Course Pedagogia
Institution Universidade Norte do Paraná
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Trabalho sobre a escolarização de Jovens e Adultos analfabetos...


Description

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA PAULA DANIELLE SANTOS ALAPONE

“A ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ANALFABETOS OU COM BAIXA ESCOLARIZAÇÃO”.

ITAPETININGA 2019

PAULA DANIELLE SANTOS ALAPONE

“A ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ANALFABETOS OU COM BAIXA ESCOLARIZAÇÃO”.

Trabalho de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Metodologia Científica Educação de Jovens e Adultos Fundamentos da Educação Educação Formal e não Formal Didática: Planejamento e Avaliação Práticas Pedagógicas: Gestão da sala de aula.

.

ITAPETININGA 2019

SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

2

CONCLUSÃO ...................................................................................................... 7

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 8

1 1 INTRODUÇÃO

O Ensino de Jovens e Adultos no Brasil (EJA) está inserido na meta do Estado brasileiro de erradicar o analfabetismo juntamente com a de proporcionar à população cuja faixa etária não se adéqua mais ao ensino fundamental e Ensino Médio, a complementação de sua formação escolar. Embora as cartilhas do governo enfatizem a necessidade de promover entre os sujeitos do EJA o aprendizado para a formação escolar, também está enfatizada a formação de sujeitos sociais críticos e aptos a lidar com as exigências de um mundo em transformação. Mas o que se observa, na prática, são pessoas voltando aos bancos das salas de aula em busca de uma certificação básica, a fim de, em sua maioria, estarem mais aptos ao mundo do trabalho. O conceito do que seria uma pessoa na fase adulta é classificado juridicamente aos 21 anos. No entanto, em se tratando do Ensino de Jovens e Adultos, considera-se o ingresso a partir dos 15 anos, quando se estabelece um marco. Segundo a UNESCO, essa idade é a fronteira para o cumprimento ou não do mínimo de escolaridade. Inicialmente, ao longo da trajetória de ensino de adultos no Brasil, a proposta seria suprir, preencher a escolaridade faltante com o objetivo tanto de alfabetizar como o de cumprir metas relativas à escolarização da população. Em qualquer caso, objetiva-se suprir uma situação de carência. Ou seja, compensar de alguma forma uma qualidade de instrução, ainda que essa compensação se estruture muitas vezes de forma meramente burocrática. Considerando os ideais presentes nos receituários do EJA, tanto por parte do Estado4, como parte das propostas iniciais centradas em Paulo Freire sobre essa modalidade de ensino, há uma distância considerável entre esses ideais e o que ocorre na prática.

2 DESENVOLVIMENTO 1.

“A escolarização de Jovens e Adultos analfabetos ou com baixa

escolarização”. Por muitos anos os alunos que não possuíam a oportunidade de estudar e desenvolver o intelecto dentro da escola, em idade considerada "normal", acabava não possuindo oportunidade de trabalho e de uma boa colocação no mercado. Na verdade, eram delegados aos campos profissionais de menor remuneração. Mas, com a evolução educacional tornou-se possível a escolarização daqueles que não puderam ou não tiveram a oportunidade de um ensino regular. Apesar de ser uma luta antiga na sociedade, a conquista pelo ensino dos jovens e adultos, foi o Professor e estudioso Paulo Freire o percussor pela luta de ensino de qualidade para os jovens e adultos. Paulo Freire defendia a ideia de que a única forma de educar e proporcionar o conhecimento a esse público era atrelar a educação ao dia a dia, a fim de facilitar a percepção dos educandos, diante dos assuntos abordados na sala de aula. No decorrer do tempo, foi sendo aperfeiçoado o ensino conhecido como EJA, sendo que muitos desses alunos tiveram a oportunidade de se formar em nível superior, galgando outras oportunidades no mercado de trabalho. A educação de jovens e adultos, historicamente, tem papel secundário no cenário da educação brasileira, impulsiona-nos, como educadores, a compreendê-la, para melhor contribuir para a reversão desse quadro, assim como para dar-lhe visibilidade. Percebemos que a cada fase histórica correspondeu um mínimo, gradativamente alargado e mais complexo de conhecimentos - não apenas por necessidade da produção e da sociabilidade como em decorrência das lutas dos trabalhadores - em um processo marcado pelas contradições inerentes à própria organização

societária.

Um

princípio,

entretanto,

manteve-se

inalterado

e

fundamental às forças dominantes: manter sob controle as condições de acesso ao conhecimento, para assegurar seu poder. Assim, com a nova constituição de 1988, prevê-se que todas as pessoas tenham acesso à educação, sendo reforçada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996.30 De acordo

3 com a LDB,31 é determinado que o Plano Nacional de Educação seja elaborado em concordância com a Declaração Mundial de Educação para Todos, e com base na LDB, foi constituída a Educação de Jovens e Adultos como modalidade de ensino através da resolução CNB/CEB Nº 1, de 5 de julho de 2000, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Ressalta-se ainda o direito a jovens e adultos à educação adequada às suas necessidades peculiares de estudo, e ao poder público fica o dever de oferecer esta educação de forma gratuita a partir de cursos e exames supletivos.32 Com o fim do Mobral em 1985, surgiram outros programas de alfabetização em seu lugar como a Fundação Educar, que estava vinculada especificamente ao Ministério da Educação. O seu papel era de supervisionar e acompanhar, junto às constituições e secretarias, o investimento dos recursos transferidos para a execução de seus programas. No entanto, em 1990, com o Governo Collor, a Fundação Educar foi extinta sem ser criado nenhum outro projeto em seu lugar. Para Arroyo (2007) a EJA tem que ser uma modalidade de educação para sujeitos concretos, em contextos concretos, com histórias concretas, com configurações concretas. Sendo que, qualquer tentativa de diluí-los em categorias amplas, os desfigura. Para o autor, nos últimos anos foram tempos de deixar mais recortadas essas configurações da concepção de jovem e adulto. A inclusão da EJA na legislação configura-se como uma opção política que precisa ser legitimada pela prática pedagógica. Vale lembrar que a legislação prevê como forma de oferta da EJA os cursos e exames. Portanto, na base da organização e da orientação do trabalho pedagógico na EJA, está o desafio de desenvolver processos de formação humana, articulados a contexto sócio histórico, a fim de que se reverta à exclusão e se garanta aos jovens e adultos, o acesso, a permanência e o sucesso no início ou no retorno desses sujeitos à escolarização básica como direito fundamental. Por sua vez, a escolarização de jovens e adultos pode ser considerada em toda sua trajetória como proposta política redimensionada à plataforma de governo na tentativa de elucidação de um problema decorrente das lacunas do sistema de ensino regular. Sendo assim, muitas confusões surgem nas definições encontradas na literatura acerca da nomenclatura de EJA. Não significa que essa modalidade de ensino, hoje Educação de Jovens e Adultos, tenha diferentes definições, mas pela própria história da evolução da EJA no Brasil e no

4 mundo nas diferentes faces do desenvolvimento histórico da sociedade, o tratamento dos termos associados foi-se confundindo e se configurando como complementação de estudos e suplementação de escolarização. Para os professores, já docentes ou em formação, é fundamental saber como acontece e vem acontecendo o processo de alfabetização nestas fases da vida, é nítido que com os jovens e adultos a alfabetização não acontece da mesma forma como na infância, os adultos precisam ser incentivados para que tenham motivação e não deixem que os problemas rotineiros os afastem da escola, o professor precisa conhecer as metodologias atuais e as que foram aplicadas e tiveram êxito para melhor atender ao seu aluno que independente de ser criança ou adulto também necessita de formação crítica e social. A educação de jovens e adultos é um direito assegurado pela lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), é assegurado gratuitamente aos que não tiveram acesso na idade própria e segundo a LDBEN o poder público deverá estimular o acesso e a permanência do jovem e do adulto na escola. A função social da escola é a formação de indivíduos críticos e criativos que possam exercer plenamente a cidadania, participando dos processos de transformação e construção da realidade. Ter clareza da função social da escola e do homem que se pretende formar é essencial para que a prática pedagógica seja competente e socialmente comprometida, assim mais claramente as funções do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), mostram para a sociedade atual seu valor e necessidade de existir. Dentro dessa perspectiva, são educadores não apenas os professores por possuírem o conhecimento específico em cada área, mas também todos aqueles que seguindo uma linha de conduta comum ao perfil da escola se envolvam de maneira atuante no processo educacional visando conjuntamente o pleno desenvolvimento do educando e exercendo seu papel com compromisso e dedicação. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a modalidade de ensino destinada a garantir os direitos educativos dessa numerosa população com 15 anos ou mais que não teve acesso ou interrompeu estudos antes de concluir a Educação Básica. Conforme assinala Oliveira (1999), a modalidade não é definida propriamente pelo recorte etário ou geracional, e sim pela condição de exclusão socioeconômica, cultural e educacional da parcela da população que constitui seu

5 público-alvo. Os desafios colocados para a garantia do direito dos jovens e adultos à Educação são complexos, mas muitos podem e devem ser enfrentados pelas equipes escolares, sob a liderança da direção e da coordenação pedagógica, a começar pela convocação da comunidade para a mobilização da demanda pela EJA, a formação dos educadores para a criação de um ambiente acolhedor da diversidade e a flexibilização dos modelos de atendimento. Quando a abordagem acerca da avaliação recai sobre a Educação de Jovens e Adultos fica impossível não praticar uma avaliação dialógica que vá na contramão do sistema vigente por séculos na educação brasileira, até porque um dos fundamentos da EJA é proporcionar ao indivíduo a formação de sua consciência crítica acerca de sua própria identidade numa perspectiva educacional de aprendizado contínuo para além dos valores do mercado. Na avaliação que se deve aplicar na educação de jovens e adultos essa especificidade da natureza histórica humana deve ser preservada por ser o processo de ensino-aprendizagem um campo de confronto saudável entre pessoas que estão ensinando e aprendendo mutuamente, pessoas que supostamente estão abertas ao diálogo. A avaliação que ajuda o aluno a aprender é reconhecida pelos estudiosos, como um processo a permitir a identificação dos rumos a serem corrigidos, tendo em vista favorecer a aprendizagem. Sua função consiste em informar acerca de como está se dando o processo ensino/aprendizagem, pois aponta aspectos que, ao serem analisados, revelam tanto os conhecimentos já conquistados como as dificuldades a serem transpostas. Ao possibilitar o acompanhamento do processo, essa proposta avaliativa assume contornos formativos, pois ela detecta os pontos frágeis da aprendizagem, para que haja a intervenção por parte do professor com formas de ensinar a decorrerem no aumento do saber dos alunos. A avaliação formativa é concretizada mediante estreita relação professor/aluno, favorecendo a obtenção de “[...] informações relativas aos meandros por entre os quais o aluno caminha na estruturação do conhecimento, [para] auxiliá-lo a seguir em frente” (SOUZA; BORUCHOVITCH, 2009, p. 205). Ela se efetiva a partir da tomada de consciência do docente e do discente, no referente ao papel que cada um pode desempenhar, para que a evolução do conhecimento

6 seja uma constante. Busca-se, com essa proposta avaliativa, acompanhar tanto o processo do ensino como da aprendizagem, pois se o aluno não está ampliando seus conhecimentos é preciso conceber e desencadear ações que o levem à superação dos pontos ainda frágeis. Para isso, o docente precisa “[...] analisar a construção do conhecimento realizada pelos alunos” , pois é essencial saber “[...] os pontos fortes e os fracos do processo ensino/aprendizagem” . Assim, a avaliação formativa requer, do professor, analisar o resultado produzido pelos alunos e ainda a sua própria forma de organizar o ensino, por necessitar de constantes reformulações, quando o objetivo se volta para a promoção do saber. O estudante da EJA não deve ser estigmatizado como alguém que nada sabe e o educador não pode se comportar como o único portador do saber. Há, na verdade, pessoas que tiveram que abandonar as salas de aulas por algum motivo e que retornam com uma bagagem de experiências e conhecimentos adquiridos em outros espaços educadores. Portanto, a avaliação não deve ser uma prática desprovida de significados para esses jovens e adultos, que retornam cheios de expectativas e esperanças e que muitas vezes não encontram o acolhimento solidário, tenham ânimo em continuar sua trajetória enquanto estudantes. Percebese que no processo de evasão a avaliação persiste como um dos fatores causador da exclusão principalmente nas salas da educação de jovens e adultos. A avaliação ainda constitui-se num acerto de contas entre aquele que sabe e aquele que não conseguiu aprender, quando na verdade deveria ser um instrumento de amplo diagnóstico a favor da produção do conhecimento, da formação e emancipação dos sujeitos envolvidos no processo - professor e estudante – e também da qualidade do ensino. A avaliação também propiciará condições para a obtenção de uma melhor qualidade de vida quando assentada sobre a disposição de acolher. Aí está o ponto de partida da construção do conhecimento. Se houver o acolhimento do estudante na sua totalidade, a prática docente já estará eliminando um grande obstáculo na avaliação na educação de jovens e adultos, pois, construirá, a partir desse acolhimento, o diálogo para que o processo de ensino e aprendizagem seja significativo para todos os sujeitos envolvidos, subsidiando as decisões necessárias para atingir a meta da educação ( LUCKESI, 2007).

7 2 CONCLUSÃO Os adultos que voltam aos estudos no EJA buscam, em sua maioria, a certificação do ensino médio para ingresso, ou obter uma situação mais favorável no mundo do trabalho. E também têm intenção de ingressar na universidade pública. Ideologicamente, estão presos a ideia de que estudando os resultados empregatícios serão melhores. E no EJA, também estão jovens que se recusam ao ensino normal por conta do tempo reduzido e das avaliações mais flexíveis. E por último, no EJA estão os alunos problemas, os portadores de algumas necessidades especiais e os que cumprem medidas sócio educativas. O EJA, portanto, é um espaço onde transitam seres humanos que atestam no presente, todos os erros e omissões do passado de um Estado que, composto por uma elite irresponsável, pressionado por exigências de interesses econômicos internacionais e nacionais, vítima da própria falta de visão de seus integrantes, e de todos esses fatores unidos, tenta utilizar a fórmula já gasta do neoliberalismo, de que os problemas não podem ser entendidos em escala social, porque cada um é responsável por seu próprio sucesso ou fracasso. Infelizmente, o que percebo entre o público do EJA, é o mesmo entendimento. Portanto entendo que o ponto principal seria o aumento de verbas para essa modalidade de ensino para que se possa investir em treinamento de professores, instalações específicas para esse públicas, ou no mínimo, mais adequadas. Considerando que uma educação transformadora está fora de questão, entendo que uma reforma na grade curricular com a introdução mais acentuada de estudos sobre sistemas de informação e informática se faz necessárias. Também é necessário o foco naqueles que pretendem prosseguir os seus estudos, e para tanto, considerar as disciplinas sob um ângulo de ingresso nesse ensino. Considerando o pouco tempo de estudo para a formação do ensino médio, é necessária uma formatação desse estudo que atenda ambas as demandas. Notadamente porque para o público do EJA, o tempo é um fator importantíssimo.

8 REFERÊNCIAS ABRECHT, Roland. A avaliação formativa. Portugal: Edições ASA, 1994. ALLAL, Linda. Estratégias de avaliação formativa: concepções psicopedagógicas e modalidades de aplicação. In: ALLAL, Linda; CARDINET, Jean; PERRENOUD, Philippe. A avaliação formativa num ensino diferenciado. Coimbra: Almedina, 1986, p.175-210. ALVARENGA, Georfravia Montoza; SOUZA, Nadia Aparecida de. Avaliação: possível e necessária. Londrina: Núcleo de Estudos e Pesquisa em Avaliação Educacional, 2003. ÁLVAREZ MÉNDEZ, Juan Manuel. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002. ARROYO, Miguel Gonzalez. Juventude, produção cultural e Educação de Jovens e Adultos. In: Leôncio (org.) Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. CATTANI, Antonio D. Teoria do capital humano. In: ______Trabalho e tecnologia: dicionário crítico. Petrópolis: Vozes, 1997

CUNHA, Conceição Maria Da. Introdução – discutindo conceitos básicos. In: SEEDMEC Salto para o futuro – Educação de jovens e adultos. Brasília, 1999....


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