Raymond Quivy-Resumo - Resumo do livro inteiro - Manual de investigación en ciencias sociales PDF

Title Raymond Quivy-Resumo - Resumo do livro inteiro - Manual de investigación en ciencias sociales
Author hidlson djesus
Course Metodos de estu e habilidades para a vida
Institution Universidade Eduardo Mondlane
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Resumo do livro inteiro...


Description

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Escola de Comunicação e Artes Licenciatura em biblioteconomia Primeiro Ano – Laboral Disciplina: Métodos de Estudo e Habilidades para vida

Resumo: Manual de investigação em ciências sociais Discente:

Docente:

Hidlson de Jesus Valentim

dr. Delso Cossa

Maputo, maio de 2019

O objectivo principal da obra é a concepção do projecto de investigação e a coordenação das operações com coerência e eficácia. São abordados os seguintes temas: formulação de um projecto de investigação, o trabalho exploratório e a construção de um trabalho de pesquisa, através da recolha, tratamento e análise dos dados. Pretende-se que o livro seja um manual, usado como método de trabalho para que qualquer investigador em ciências sociais, iniciante ou experiente, o possa usar para conceber por si próprio um processo de trabalho. O PROCEDIMENTO Os autores apresentam três actos do procedimento científico e as respectivas etapas da metodologia a seguir em ciências sociais, bem como as três formas do que não devemos fazer. Três formas do que não devemos fazer. 1. A gula livresca ou estatística: consiste em “encher a cabeça” com uma grande quantidade de livros, artigos ou dados numéricos, esperando encontrar correctamente e de forma satisfatória, o objectivo e o tema do trabalho que se deseja efectuar. Esta atitude conduz invariavelmente ao desalento, dado que a abundância de informações acaba por confundir as ideias. Assim, em vez de devorar, o ideal será ler em profundidade poucos textos cuidadosamente escolhidos e interpretar alguns dados estatísticos, Procurar sempre tomar o caminho mais curto e mais simples para o melhor resultado, o que implica, nomeadamente, que nunca se inicie um trabalho importante sem antes reflectir sobre o que se procura saber. 2. A às hipóteses: consiste em precipitar-se sobre a recolha dos dados antes de ter formulado hipóteses de investigação e em preocupar-se com a escolha e a aplicação prática das técnicas de investigação antes mesmo de saber exactamente aquilo que se procura e, portanto, para o que irão servir. Só é possível escolher uma técnica de pesquisa quando se tem uma ideia da natureza dos dados a recolher, o que implica que se comece por definir bem o projecto. 3. A ênfase que obscurece: muitos dos investigadores, para assegurarem a sua credibilidade julgam ser útil exprimirem-se de forma pomposa e ininteligível, verificando-se que estas declarações de intenção exprimem-se numa gíria oca e

enfática, que mal esconde a ausência de um projecto de investigação claro e interessante, capaz de mostrar simplicidade e clareza. Uma característica essencial e rara de uma boa investigação é a autenticidade. Não há bom trabalho que não seja uma procura sincera da verdade. Os três actos do procedimento científico 1.

ruptura: na qual se rompe com os preconceitos e falsas evidências;

2. construção: que consiste na elaboração de um “sistema conceptual organizado”, com lógica, em que se faz a explicação do fenómeno, o plano de pesquisa a definir e a experimentação; 3. verificação- onde a proposição deve ser verificada pelos factos. As sete etapas do procedimento Os três actos do procedimento científico não são independentes uns dos outros.outros. No desenvolvimento concreto de uma investigação, os três actos do procedimento científico são realizados ao longo de uma sucessão de operações que são reagrupadas em sete etapas. Primeira etapa – A pergunta de partida Uma investigação é, por definição, algo que se procura. É um caminhar para um melhor conhecimento e deve ser aceite como tal, com todas as hesitações, desvios e incertezas que isso implica. O investigador deve obrigar-se a escolher rapidamente um primeiro fio condutor tão claro quanto possível, de forma que o seu trabalho possa iniciar-se sem demora e estruturar-se com coerência. A melhor forma de começar um projecto de investigação é sob forma de uma pergunta de partida, através da qual o investigador tenta exprimir o mais exactamente possível o que procura saber, elucidar, compreender melhor. Critérios de uma boa pergunta de partida 

Clareza



Exequibilidade



Pertinência

Segunda etapa: A exploração consiste em explorar o terreno para conceber uma problemática de investigação. Comporta operações de leitura, seguidas de resumos, que nos asseguram a qualidade da problematização, e de entrevistas e métodos, que nos permitem contactar com a realidade vivida pelos actores sociais. A exploração comporta as operações de leitura, as entrevistas exploratórias e alguns métodos de exploração complementares. As operações de leitura visam essencialmente assegurar a qualidade da problematização, ao passo que as entrevistas e os métodos complementares ajudam especialmente o investigador a ter um contacto com a realidade vivida pelos actores sociais. Leitura: quando um investigador inicia um trabalho, é pouco provável que o assunto tratado nunca tenha sido abordado por outra pessoa, pelo menos em parte ou de forma indirecta. Por isso, é necessário explorar as teorias, de ler e reler as investigações exemplares e de adquirir o hábito de reflectir. A leitura ajuda a fazer o balanço dos conhecimentos relativos ao problema de partida. Escolha e a Organização das leituras: Os critérios da escolha A escolha das leituras deve ser feita com muito cuidado para qualquer que seja o tipo e a amplitude do trabalho. Um investigador dispõe sempre de tempo de leitura limitado. O objectivo é fazer o ponto da situação acerca dos conhecimentos que interessam para a pergunta de partida, explorando ao máximo cada minuto da leitura. Primeiro princípio: definir uma boa pergunta de partida Segundo princípio: evitar sobrecarregar o programa, seleccionando as leituras. É preferível ler de modo aprofundado e crítico alguns textos bem escolhidos a ler superficialmente milhares de páginas. Terceiro princípio: procurar, na medida do possível, documentos cujos autores não se limitem a apresentar dados, mas incluam também elementos de análise e interpretação, que incitem e estimulem a reflexão crítica e a imaginação do investigador.

Quarto princípio: recolher textos que apresentem abordagens diversificadas do fenómeno estudado e modelos de análise susceptíveis de inspirarem hipóteses interessantes. Quinto princípio: à medida que avançamos no trabalho, torna-se necessário que a leitura seja entrecortada de períodos de reflexão, debate e discussão. Onde encontrar estes textos? Segundo Quivy e Campenhoudt (2005), Antes de se precipitar à uma biblioteca, é necessário que se saiba oque se procura. Sugestões para ajudar a encontrar textos adequados sem gastar demasiado tempo 

Pedir conselhos a especialistas que conheçam bem o nosso campo de pesquisa e, mediante as suas sugestões, fazer uma escolha mediante os critérios definidos;



Não negligenciar artigos de revista, dossiers de síntese, entrevistas de especialistas publicadas na imprensa. Apesar de não serem relatórios específicos, não deixam de conter elementos de reflexão e informação que podem ser úteis;



Atentar nas revistas especializadas por trazerem os conhecimentos mais recentes na matéria ou um olhar crítico sobre conhecimentos anteriormente adquiridos e pelo facto de publicarem sempre comentários bibliográficos sobre as obras mais recentes;



Recorrer às bibliotecas científicas que comportam reportórios especializados;

As entrevistas exploratórias Essas entrevisfas tem como funcão principal revelar determinados aspectos do fenômeno estudado em que o investigador nao teria espontaneamente pensado por si mesmo e, assim, completar as pistas de trabalho sugeridas pelas suas leituras. As entrevistas exploratórias contribuem para descobrir os aspectos a ter em conta e alargam ou rectificam o campo de investigação das leituras. Servem para encontrar pistas de reflexão, ideias e hipóteses de trabalho e não para verificar hipóteses preestabelecidas. Com quem é útil ter uma entrevista? Há três categorias de pessoas que podem ser interlocutores válidos, a saber:



primeira: docentes,investigadores especializados e peritos no domínio da investigação implicada pela pergunta de partida.



segunda: testemunhas privilegiadas que tenham um bom conhecimento do problema.



terceira: público a que o estudo diz directamente respeito.

Em que consistem as entrevistas e como realizá-las? Os fundamentos do método Os fundamentos metodológicos da entrevista exploratória são procurados principalmente na obra de Carl Rogers, que propõe que a análise e exploração do tema só dá frutos se for dirigida pelo “cliente” em vez de ser pelo “terapeuta”. Este método centra-se na nãodirectividade. A aplicação em investigação social 

À parte de evitar que o seu interlocutor fale durante muito tempo sobre assuntos que não têm qualquer relação com o tema inicialmente previsto, esforçar-se-á por adoptar uma atitude tão pouco directiva e tão facilitante quanto possível. Na prática, os principais traços desta atitude a adoptar ao longo de uma entrevista são:



fazer o mínimo de perguntas possível, bastando uma breve exposição introdutória acerca dos objectivos da entrevista e do dela se espera;



intervir de forma aberta, exprimindo com as suas características conceptuais e os seus quadros de referência a sua própria “realidade”;



abster-se de se implicar a si mesmo no conteúdo;



procurar que a entrevista se desenrole num ambiente e num contexto adequados, tendo o cuidado de avisar o entrevistado da duração provável da entrevista;



gravar as entrevistas, sendo que deve ser de evitar tomar sistematicamente notas durante a entrevista.

A aprendizagem da entrevista exploratória A aprendizagem da técnica da entrevista exploratória deve, com efeito, passar obrigatoriamente pela experiência concreta, verificando-se que o sucesso de uma entrevista depende da maneira como funciona a interacção entre os dois intervenientes (entrevistador e entrevistado). No entanto, cada entrevista não deixa de ser um caso específico, e enquanto decorre, o entrevistador deve adaptar o seu comportamento com flexibilidade e pertinência. A exploração das entrevistas exploratórias Devem ser tidos em consideração dois pontos de vista: o discurso enquanto dado, fonte de informação, e o discurso enquanto processo. O discurso enquanto fonte de informação As entrevistas exploratórias servem para abrir pistas de reflexão, alargar e precisar os horizontes de leitura, tomar consciência das dimensões e dos aspectos de um dado problema, nos quais o investigador não teria pensado espontaneamente. Permitem também não nos lançarmos em falsos problemas. A melhor forma de actuar é ouvir repetidamente as gravações, anotar as ideias e pistas, pôr em evidência as contradições internas e as divergências de pontos de vista e reflectir sobre o que podem revelar. discurso enquanto processo A comunicação resultante da entrevista deve ser vista como um processo de elaboração de um pensamento e não como um simples dado. Apesar de não haver um método de análise de conteúdo adequado a todos os tipos de investigação, não devemos esquecer que a análise de conteúdo deve ter uma função essencialmente heurística, ou seja, serve para a descoberta de ideias e de pistas de trabalho. Tercera etapa – A problemática A problemática é a abordagem ou a perspectiva teórica que decidimos adoptar para tratarmos o problema formulado pela pergunta de partida. É uma maneira de interrogar os

fenómenos estudados. A elaboração de uma problemática é uma operação frequentemente realizada em dois momentos. O primeiro momento: consiste em fazer o balanço das diferentes problemáticas possíveis, em elucidar os seus pressupostos, em compará-los e em reflectir nas suas implicações metodológicas. Para esse efeito, parte-se dos resultados do trabalho exploratório. Com a ajuda de pontos de referência fornecidos pelas aulas teóricas ou por obras de referência, tenta-se esclarecer as perspectivas teóricas que subentendem as abordagens encontradas e podem descobrir-se outras. A segunda dimensão da construção do modelo de análise consiste na construção de hipóteses. Estas apresentam-se sob a forma de proposições de resposta às perguntas postas pelo investigador e constituem respostas provisórias e relativamente sumárias que guiarão o trabalho de recolha e análise dos dados e que terão, por sua vez, de ser testadas, corrigidas e aprofundadas. Para a sua formulação também são apresentados dois métodos: o hipotético-indutivo, cuja construção parte da observação, o indicador é de natureza empírica, e a partir dele constroem-se novos conceitos e hipóteses; e o hipotético-dedutivo, em que a construção parte de um conceito que é a base do modelo de interpretação, este modelo gera hipóteses, conceitos e indicadores para os quais se terão de procurar correspondentes no real. Quarta etapa – A construção do modelo de análise O modelo de análise é o prolongamento natural da problemática, articulando de forma operacional os marcos e as pistas que serão finalmente retidos para orientar o trabalho de observação e de análise. É composto por conceitos e hipóteses estreitamente articulados entre si para, em conjunto formarem um quadro de análise coerente. A conceptualização, ou construção dos conceitos, é uma construção abstracta que visa dar conta do real. Para este efeito, não retém todos os aspectos da realidade em questão, mas somente aquilo que exprime o essencial dessa realidade, do ponto de vista do investigador. Trata-se, portanto, de uma construção -selecção. A construção de um conceito consiste, por conseguinte, em definir as dimensões que o constituem e, em seguida, precisar os seus indicadores, graças aos quais estas dimensões poderão ser medidas. Distinguimos os conceitos operatórios isolados que são construídos empiricamente a partir de observações directas ou de informações compiladas, e os conceitos sistémicos

que são construídos por raciocínio em ruptura com os preconceitos e com a ilusão de transparência. Uma hipótese é uma proposição que prevê uma relação entre dois termos que, segundo os casos, podem ser conceitos ou fenómenos. Por este motivo, é uma proposição provisória, uma suposição que deve ser verificada. Por conseguinte, a hipótese será confrontada, numa etapa posterior da investigação, com dados de observação. Para poder ser objecto desta verificação empírica, uma hipótese deve ser refutável. Isto significa, em primeiro lugar, que ela pode ser testada indefinidamente e ter, desta forma, um carácter de generalidade; depois, que deve admitir enunciados contrários que sejam teoricamente susceptíveis de verificação. Quinta etapa – A observação A observação compreende o conjunto das operações através das quais o modelo de análise é confrontado com dados observáveis. Conceber esta etapa da observação equivale a responder às três perguntas seguintes: - observar o quê? Os dados a reunir são aqueles que são úteis à verificação das hipóteses. São determinados pelos indicadores das variáveis. São chamados dados pertinentes. - observar em quem? Trata-se, depois, de circunscrever o campo das análises empíricas no espaço geográfico e social, bem como no tempo. Dependendo do caso, o investigador poderá estudar o conjunto da população considerada ou uma amostra representativa ou significativa dessa população. - observar como? Esta terceira pergunta incide sobre os instrumentos da observação e a recolha dos dados propriamente dita. A observação compõe-se, com efeito, em três operações: 1ª) conceber o instrumento capaz de fornecer as informações adequadas e necessárias para testar as hipóteses, por exemplo, um questionário, um guia de entrevista ou uma grelha de observação directa; 2ª) testar o instrumento de observação antes de o utilizar sistematicamente, de modo a assegurar-se de que o seu grau de adequação e precisão é suficiente; 3ª) aplicá-lo sistematicamente e proceder, assim, à recolha dos dados pertinentes.

Na observação, o importante não é apenas recolher informações que traduzam o conceito (através dos indicadores), mas também obter essas informações de uma forma que permite aplicar-lhes posteriormente o tratamento necessário à verificação das hipóteses. É, portanto, necessário antecipar, isto é, preocupar-se desde a concepção do instrumento de observação, com o tipo de informação que fornecerá e com o tipo de análise que deverá e poderá ser previsto. A escolha entre diferentes métodos de recolha de dados depende das hipóteses de trabalho e da decorrente definição dos dados pertinentes. Além disso, é igualmente necessário ter em conta as exigências de formação necessárias para uma aplicação correcta de cada método. SEXTA ETAPA – A análise das informações A análise das informações é a etapa que trata a informação obtida através da observação para a apresentar de forma a poder comparar os resultados observados com os esperados a partir da hipótese. No cenário de uma análise de dados quantitativos, esta etapa compreende três operações. No entanto, os princípios do procedimento podem, em grande parte, ser transpostos para outro tipo de métodos. - a primeira operação consiste em descrever os dados. Isto equivale, por um lado, a apresentá-los (agregados ou não) na forma exigida pelas variáveis implicadas nas hipóteses e, por outro lado, a apresentá-los de maneira que as características destas variáveis sejam claramente evidenciadas pela descrição. - a segunda operação consiste em medir as relações entre as variáveis, em conformidade com a forma como essas relações foram previstas pelas hipóteses. - a terceira operação consiste em comparar as relações observadas com as relações teoricamente esperadas a partir da hipótese e em medir a diferença entre as duas. Se esta for nula ou muito fraca, poderemos concluir que a hipótese é confirmada; se não, será necessário procurar a origem da discrepância e tirar conclusões apropriadas. Os principais métodos de análise das informações são a análise estatística de dados e a análise de conteúdo.

Sétima etapa – As conclusões É importante redigir a conclusão com muito cuidado e fazer aparecer nela as informações úteis aos potenciais leitores. A conclusão de um trabalho de investigação social compreende geralmente três partes: 1ª – uma retrospectiva das grandes linhas do procedimento que foi seguido que deverá incluir a apresentação da pergunta de partida na sua última formulação, das características principais do modelo de análise e das hipóteses de pesquisa, do campo de observação, dos métodos utilizados e das observações efectuadas, comparação entre os resultados hipoteticamente esperados e os observados 2ª – uma apresentação pormenorizada dos contributos para o conhecimento originados pelo trabalho 3ª – considerações de ordem prática

Referência Bibliográfica QUIVY...


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