Relatório de Aulas Práticas – Análise Experimental do Comportamento - Sniff PDF

Title Relatório de Aulas Práticas – Análise Experimental do Comportamento - Sniff
Author Fabiano Moura
Course Análise Experimental do Comportamento
Institution Faculdades Integradas Urubupungá
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INTRODUÇÃO Behaviorismo (Behaviorism em inglês, de behaviour (RU) ou behavior (EUA): comportamento, conduta), também conhecido como comportamentalismo, é o conjunto das teorias psicológicas que postulam o comportamento como o mais adequado objeto de estudo da Psicologia e este comportamento geralmente é definido por meio das unidades analíticas respostas e estímulos investigados pelos métodos utilizados pela ciência natural chamada Análise do Comportamento. De acordo com Bock (1993), o termo behaviorismo foi proposto por John Boradus Watson, em seu artigo publicado em 1913, que apresentava o título “Psicologia: como os behavioristas a veem”. Seus estudos basearam-se no condicionamento clássico, conceito desenvolvido pelo fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936) que desenvolveu um trabalho sobre a atividade digestiva dos cães. Ainda conforme Schultz (1975), Watson defendia o meio ambiente e relegava a hereditariedade ao segundo plano. Conforme ele destaca, para Watson, o ser humano depende quase que inteiramente daquilo que aprende ao longo de sua vida. Explicitando um pouco mais a importância deste precursor da ciência psicológica, Bock et al (1993) destaca:

Watson buscava a construção de uma Psicologia sem alma e sem mente, livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos e que tivesse a capacidade de prever e controlar. Apesar de colocar o "comportamento" como objeto da Psicologia, o Behaviorismo foi, desde Watson, modificando o sentido desse termo. Hoje, não se entende comportamento como uma ação isolada de um sujeito, mas, sim, como uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o seu "fazer" acontece. (p.46)

Bock (1995) ainda afirma que a teoria comportamental, ou behaviorista, tem por finalidade a investigação das interações do indivíduo e seu contexto, isto é, entre as suas ações (suas respostas) e o seu meio (as estimulações). Para ela “os psicólogos desta abordagem chegaram aos termos "resposta" e "estímulo" para se referirem àquilo que o organismo faz e às variáveis ambientais que integram com o sujeito”. (BOCK ET AL, 1993, p. 46).

Ainda segundo Bock (1993), o teórico que mais se destacou, continuando os estudos de Watson, foi B. F. Skinner (1904 - 1990) e o behaviorismo de Skinner tem influenciado as práticas psicológicas dos profissionais da América e outros países da América Latina, inclusive o Brasil.

O Behaviorismo de Skinner tem influenciado muitos psicólogos americanos e de vários países onde a Psicologia americana tem grande penetração, como o Brasil. Esta linha de estudo ficou conhecida por Behaviorismo radical, termo cunhado pelo próprio Skinner, em 1945, para designar uma filosofia da Ciência do Comportamento (que ele se propôs defender) por meio da análise experimental do comportamento. (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001. p.46)

Skinner baseou suas teorias na análise dos comportamentos observáveis através de anos dedicados a experiências com ratos e pombos. Ele desenvolveu o que se tornou conhecido por "Caixa de Skinner", também conhecida como câmara de condicionamento operante, é um aparelho fechado que contém uma barra ou chave que um animal pode pressionar ou manipular de modo a obter alimentos ou água como um tipo de reforço. O objetivo deste trabalho é observar diretamente o comportamento do sujeito experimental, utilizar o método experimental- manipular algumas variáveis e registrar os efeitos dessas alterações sobre o comportamento do sujeito e realizar a análise dos resultados que permitirá entender o fenômeno comportamental.

1. O BEHAVIORISMO RADICAL DE SKINNER Nascido em Susquehanna, no estado norte-americano da Pensilvânia, em 1904, Skinner foi criado num ambiente de disciplina severa e foi um estudante rebelde, cujos interesses, na adolescência, eram a poesia e a filosofia. Formou-se em língua inglesa na Universidade de Nova York antes de redirecionar a graduação em psicologia em 1930 e terminou seu doutorado em 1931, que cursou em Harvard onde tomou contato com o behaviorismo. Segundo Skinner, o behaviorismo radical é a filosofia da ciência do comportamento humano, onde o meio ambiente era o responsável pelo comportamento humano. Skinner era claramente contra a utilização de elementos não observáveis para explicar a conduta humana.

“Skinner enfatiza que para a ciência do comportamento humano qualquer condição ou evento que tinha algum efeito demonstrável sobre o comportamento deve ser considerado. Quando descobrimos as causas, temos condições de prever e controlar este comportamento na medida em que podemos manipulá-lo. Para Skinner, as variáveis que explicam o comportamento humano não estão no seu interior, mas sim fora do organismo, em seu ambiente imediato e em sua história ambiental. ” (La Rosa, 2003)

Sua teoria baseia-se na ideia de que o aprendizado ocorre em função de mudança no comportamento manifesto. Essas mudanças no comportamento são o resultado de uma resposta individual a eventos (estímulos) que ocorrem no meio, uma resposta produz uma consequência. Quando um padrão particular EstímuloResposta (S-R) é reforçado (recompensado), o indivíduo é condicionado a reagir. O organismo pode emitir respostas, em vez de só obter respostas devido a um estímulo externo. Skinner criou a caixa de Skinner onde ele colocou ratos de laboratório para que fossem condicionados. Ele propõe então a distinção entre eventos privados e públicos.

Os

eventos

compreendem

estímulos

antecedentes,

respostas

e

consequências que, quando são observáveis por mais de uma pessoa ou ao mesmo tempo, são chamados públicos.

Sua preocupação central foi estudar o controle de comportamentos observáveis, assim os estados internos não eram importantes na sua teoria. Ao desenvolver a ideia de comportamento operante ele propõe como sendo todas as coisas que fazemos e que tem efeito sobre o ambiente ou que operam sobre ele.

2. CONCEITOS 2.1 Condicionamento Operante O condicionamento operante, diferente do condicionamento clássico, o qual se apoia no pareamento de dois estímulos para obter um comportamento, baseia-se no pareamento de um estímulo e uma resposta, ou seja, é o sujeito operando sobre o meio, de modo a gerar consequências. Se estas forem agradáveis, tal comportamento será repetido e, ao contrário, fará com que a frequência de tal comportamento diminua ou cesse (SKINNER, 1974). O comportamento é diretamente eliciado por algum estímulo e é uma reação fisiológica do organismo modelado a partir de nosso repertório inato. As respostas que gerem mais reforço em média, tendem a aumentar de frequência e se estabelecer no repertório, ou seja, em um contexto semelhante tendem a ser novamente emitidas. O Comportamento que modifica o ambiente e é afetado por suas modificações.

2.2 Modelagem e sua importância A modelagem é a técnica usada para se ensinar um comportamento novo por meio de reforço diferencial de aproximações sucessivas do comportamento alvo. De acordo com a liberação dos reforços surge um resultado final, um novo comportamento e isso é feito através de um processo gradual. Este procedimento é importante para que o processo de aprendizagem possa ser acelerado, já que o comportamento é variável. Então, o reforço deverá ser

aplicado imediatamente após a primeira aproximação do comportamento similar ao desejado. E assim sucessivamente, até que o comportamento alvo seja adquirido.

2.3 Nível operante e seu papel na intervenção comportamental Nível operante é o "nível de linha de base de um operante; a taxa com que uma resposta ocorre antes de ser reforçada" (Catania, 1999, p. 411). Ao

ensinar

algum

comportamento

novo,

temos

que

saber

quais

comportamentos são emitidos pelo indivíduo antes do início do processo de ensino. Ele proporciona a oportunidade de observar e registrar os comportamentos de seus sujeitos antes que passe por qualquer manipulação experimental.

2.4 Extinção operante e descrição de seus efeitos. Quando ocorre o procedimento de suspensão de reforço e o processo dele decorrente (retorno da frequência do comportamento ao nível operante, ocorre a extinção operante. A suspenção do reforço que provoca uma gradual diminuição da frequência da ocorrência do comportamento desaparece.

3. O EXPERIMENTO

“O principal equipamento utilizado em um laboratório de condicionamento operante é a Caixa de Condicionamento Operante […]. Esse equipamento foi projetado pelo psicólogo B. F. Skinner para o estudo do comportamento operante, ou seja, do comportamento que produz alterações no ambiente e que é afetado por elas” (TERCEIRO 2010 apud MEDEIROS; MOREIRA, 2007, p. 168)

Em nosso experimento utilizamos o software Sniffy Pro – o Rato Virtual – cuja a programação simula as ações de um rato dentro de um ambiente que imita a estrutura da Caixa de Skinner

O programa permite que você prepare e execute uma variedade de experimentos de condicionamento clássico e operante, e simula os dados obtidos por psicólogos em laboratórios. Nosso sujeito então será um rato virtual simulado no programa Sniffy Pro. 3.1. Materiais e equipamentos Todo o experimento aconteceu no laboratório de informática das FIU e, para sua realização, foram utilizados os seguintes materiais e equipamentos: 

Computador com software Sniffy Pro Instalado;



Cronômetro;



Fichas de anotações e textos complementares de orientação fornecidos pelo Prof. Me. Weslem M. Santos;

 Caderno para demais anotações.

3.2. Procedimentos

O trabalho no laboratório foi composto de 2 integrantes os quais desenvolveram a experiência de forma que fossem atribuídas diferentes tarefas a cada integrante como de controlar o rato, anotar os resultados nas fichas de registro de Nível Operante e treino ao Comedouro para posteriormente, ser lançado em uma tabela Excel a fim de desenvolver gráficos para depois, produzir este relatório. O experimento foi realizado nas seguintes etapas: 

Registro no nível operante;



Treino ao comedouro;



Condicionamento operante (modelagem);



Esquema de reforço continuo (CRF);



Extinção do CRF.

3.2.1 Registro do nível operante.

No nível operante, não foi dado nenhum estimulo ao Sniffy, apenas foi observado seu comportamento e aprendemos também a diferencia-lo. Durante 15 minutos, os comportamentos registrados foram: o levantar, o coçar, a ida ao comedouro, o farejar e pressionar a barra. Levantou-se

Coçou-se

59

88

Ida ao comedouro

Farejou

9

Pressionou a barra

130

5

Tabela 1 - registro do nível operante durante 15 minutos

3.2.2 Treino ao comedouro

Nesta etapa, o objetivo era treinar o Sniffy de modo que ele aprendesse a associar o som do alimentador com a disponibilidade de alimento no comedouro. A técnica executada foi a de pressionar a barra liberando a pelota de comida e ao mesmo tempo produzindo um som todas as vezes que ele se aproximasse do comedouro. Com a ajuda da janela “Operant Associations”, fomos acompanhando o progresso no gráfico. Aos poucos ele foi aprendendo que ao tocar o som, a comida foi liberada e mesmo distante, procurava o comedouro. Encerramos esta etapa após o gráfico da janela mostrar 75% de associação (Sound Food).

3.2.3 Condicionamento operante (modelagem) Durante esta fase, fomos gradualmente modelando o sniffy liberando comida conforme os seguintes comportamentos: 

Quando se aproxima da barra;



Quando se levantasse próximo a barra;



Quando tocava a barra;



Quando pressionava a barra;

Todos os reforços foram liberados por cinco vezes consecutivas, seguindo a ordem acima. Quando a aprendizagem de um processo não fosse fixada, retornávamos ao processo anterior.

3.2.4 Esquema de reforço continuo (CRF) Após o sniffy aprender que todas as vezes que ele pressionar a barra, vai receber o alimento, registramos novamente seus comportamentos (conforme registrado no nível operante) durante 20 minutos.

Levantou-se

Coçou-se

15

38

Ida ao comedouro 187

Farejou 67

Pressionou a barra 288

Tabela 2 - registro CRF durante 20 minutos

3.2.5 Extinção do CRF Nesta etapa, fizemos com que o Sniffy perdesse a associação que havia adquirido, não soltamos mais pelotas quando ele se pressionava a barra. Observamos e registramos seus comportamentos por mais 15 minutos.

4. GRÁFICOS

250 219 200

Total de respostas

181

150 130

100

88 59 49

50

27 10

5

9

0

Curva de frequência acumulada da resposta de pressão à barra

Gráfico 1. Total de respostas de Pressão à barra, Farejar, Levantar, coçar-se e ir ao comedouro, ao longo de 15 minutos nas Condições de Linha de Base (Nível operante) e Reforçamento Contínuo (CRF) 250

200

150

Condição CRF Condição Extinção

100

50

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

Gráfico 2. Curva de frequência acumulada da resposta de Pressão à barra, ao longo de 15 minutos, durante as Condições de Reforçamento Contínuo (CRF) e Extinção Operante

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Embora durante o CRF fossem registrados os dados de 20 minutos, apresentamos no gráfico apenas 15 minutos pois, foi o mesmo período registrado do nível operante. Com o procedimento de nível operante, foi possível determinar uma pequena força em seu condicionamento (a resposta da pressão à barra), antes do comportamento ser modificado pela inserção do reforço. O Treinamento ao Comedouro é uma etapa intermediaria preparatória à modelagem da resposta de pressão a barra. Seu objetivo é fazer com que o animal se aproxime do comedouro quando ouvir o som. Este processo não demorou muito, cerca de 17 minutos. Na modelagem, nosso objetivo era liberar 5 reforços a cada tarefa executada (aproximar da barra, levantar próximo, tocar e pressionar) mas a tentativa de proceder para o passo “Quanto tocava a barra” foi só concluída depois de 4 tentativas e retorno para o passo “Quando se levantasse próximo a barra”.

Aproximar

Levantar

Tocar

pressionar

5

20

17

8

Tabela 3 – quantidade de passos executados para cada comportamento processo de modelagem

Todo o processo levou cerca de 34 minutos, até que o sniffy aprendeu o comportamento e começou a pressionar a barra por si só para ganhar o alimento. O CRF tem como efeito imediato fortalecer a resposta de pressão a barra, e com isso mantê-la em alta frequência no comportamento do sujeito. Na prática, toda resposta de pressão a barra será reforçada pela apresentação imediata de uma pelota de comida, e nenhuma pelota será apresentada sem que tal resposta tenha sido emitida. A tabela 4 demonstra como ocorreu o processo de extinção.

Minut

Pressão

o 1

na barra 25

Levantou

Coçou

farejou

2

4

3

Foi ao comedouro -

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

24 24 3 5 5 1 1 1 -

2 3 3 9 2 7 3 8 1 8 3 9 3 10 1 7 4 8 2 5 3 7 9 2 6 3 9 Tabela 4 – registros da extinção

5 10 8 10 9 12 10 10 8 9 8 9 8 9

2 1 2 2 2 1 1 2 2 1 1 1

Iniciando o processo de extinção, durante os 2 primeiros minutos, o sniffy pressionou a barra 25 e 24 vezes respectivamente (aumentou o comportamento). No 3º minuto, mesmo apertando novamente 24 vezes, notamos o aumento de outros comportamentos como coçar e farejar. A extinção ocorreu a partir do 11º minuto, onde o sniffy já não pressionava mais a barra.

6. CONCLUSÃO

A análise do comportamento é a ciência que busca compreender o ser humano a partir de sua interação com o ambiente. É importante ressaltar que o conceito ambiente, vai muito além, ou seja, refere-se ao mundo físico (coisas matérias), ao mundo social (interação entre pessoas). Como o objetivo final era que o sujeito aprendesse a pressionar a barra para receber o alimento, concluímos que a tarefa foi executada com sucesso. A utilização das técnicas de modelagem e reforçamento contínuo fez com que o sniffy aprendesse um novo comportamento bem como extingui-lo depois. Os experimentos realizados por intermédio do software Sniffy Pro 2.0 permitiram que os alunos visualizem e compreendessem o processo de condicionamento de forma prática e eficaz e como na prática algumas contingências se aplicam.

7. REFERÊNCIAS BOCK, Ana M. B. FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes T. Psicologias: Uma introdução ao estudo da Psicologia – 13.Ed. - São Paulo: Saraiva, 2001.

BAUM, William M; tradução SILVA, Maria T. A. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução - 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

MOREIRA, Márcio B. MEDEIROS, Carlos A. Princípios Básicos de Análise do Comportamento – Porto Alegre: Artmed, 2007.

LA ROSA, J. Psicologia e Educação: o significado do aprender. 7 ed.- Porto Alegre: EDIPUCRS, Cap. 03 p. 50-67, 2003

TERCEIRO, Pedro Nascimento. SNIFFY E O CONDICIONAMENTO OPERANTE, UPE, 2010

Teoria comportamental da aprendizagem de B.F. Skinner. disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/42717/teoria-comportamentalda-aprendizagem-de-bf-skinner#ixzz30Dqzukho. acesso em: 9 dez. 2018

Psicologia e Comportamento Animal. disponível em http://www.comportamento.net/artigos/psi-comportamento-animal/. acesso em: 10 dez. 2018...


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