Resenha do texto “Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos - modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer”. PDF

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Resenha do texto “Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos - modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer”....

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Universidade Federal de Goiás Faculdade de Educação Física e Dança Pesquisa e ensino em basquetebol Thalles Guilarducce Costa Resenha do texto “Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos - modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer”. O objetivo do texto é analisar o ensino dos esportes, fazer uma crítica ao modelo tradicional de ensino e propor um novo modelo. A literatura do esporte avançou principalmente a respeito do ensino a partir das semelhanças estruturais entre as modalidades esportivas coletivas. Bayer diz que as modalidades esportivas coletivas podem ser agrupadas em uma única categoria apenas por possuírem seis invariantes: Bola (ou algo similar), Espaço de jogo, parceiros, adversários, alvo a atacar e regras específicas, deixando de fora, nessa perspectiva, esportes eletrônicos, que, hoje, são febre e movimentam muito dinheiro em seus campeonatos e tem visado bastante investimento, deixa de fora também modalidades esportivas coletivas, como o 4x100, 4x400 livres no atletismo, ou o revezamento 4x100 na natação, que não tem uma bola ou algo similar. Partindo desse agrupamento, as modalidades esportivas podem ter um mesmo tratamento pedagógico de ensino. Bayer fala sobre seis princípios operacionais comuns, três de ataque e três de defesa, a partir desses princípios, são definidas regras de ação, que são meios de gestão necessários para se alcançar êxito dos princípios operacionais. Esta proposta crítica a abordagem tradicional, que enfatiza a técnica. Esta nova forma de ensino do esporte rediscute a técnica, aliada a tática, a técnica seria o modo de fazer, enquanto a tática seria as razões de fazer. Surgem então os conceitos de tática individual e tática coletiva, a fim de realizar uma prática de jogo qualitativamente melhor. Nesse sentido, Júlio Garganta frisa duas competências básicas para a aprendizagem e prática do esporte coletivo, a inteligência e a cooperação. Nesse novo modelo, o importante seria o acesso à cultura do esporte coletivo assegurado a todos os alunos, independente da idade, condição atlética ou habilidades esportivas. Os autores, nesse momento, deixam algo muito importante de fora, que é a classe social e escola onde frequenta, pois nem todos tem acesso a qualquer tipo de esporte, por exemplo, os esportes de mais fácil acesso no Brasil são futebol e, talvez atletismo, pois não precisam de quadra ou uma estrutura muito grande para serem praticados, apenas uma rua e alguns chinelos, porém, esportes como natação, nem todos tem acesso a uma piscina, ou basquete, que necessita de uma estrutura básica, que seria uma cesta, também nem todos teriam acesso, ou vôlei, que necessita de uma rede que não é de fácil acesso, sem contar que bola de futebol acha em qualquer lugar e a variados preços, diferentemente de bola de basquete ou vôlei.

Nessa abordagem, as formas eficientes de execução esportiva são colocadas no tempo correto de aprendizagem, a fim de evitar abandono precoce. Também se aborda as fases de aprendizagem do esporte coletivo a partir da compreensão que os alunos vão adquirindo em relação ao jogo, em detrimento das faixas etárias. O ensino tradicional do esporte coletivo sempre privilegiou a técnica, e, com isso, os alunos que tinham um maior domínio sobre ela. Nesse momento final da discussão, Bayer propõe uma estrutura pendular para analisar o ensino dos esportes coletivos. Os princípios operacionais ficam na base, realizando um movimento menor, pois estes são inerentes para compreensão e prática de várias modalidades esportivas. Na região intermediária do pêndulo, estão às regras de ação, que são necessárias para a realização dos princípios operacionais, nesse momento, começa a haver uma tipificação do esporte coletivo, ainda que pequena, sem levar em consideração execução da técnica. Na extremidade do pêndulo, estão os gestos técnicos tipificados as modalidades esportivas, que são mais variáveis, devido suas especificidades técnicas e significados para cada modalidade específica. Este modelo de ensino aprendizagem permite um maior envolvimento dos alunos, principalmente aqueles que não possuem uma técnica apurada, justo por isso, também impede, de certa forma, a segregação, pois não há separação entre os alunos que são melhores tecnicamente, dos que não são, pelo fato do foco ser na tática, ou seja, no jogo coletivo, uma outra vantagem pode ser o desenvolvimento da inteligência de jogo por parte do aluno. Na Europa, esse estilo já tem sido bastante difundido, porém, aqui no Brasil, ainda há a predominância do modelo tecnicista, que cria jogadores técnicos mas pouco precisos e inteligentes em relação a aplicação tática, quando vemos, por exemplo, um jogo de seleções europeias de futebol, como Espanha e Alemanha, ultimas campeãs mundiais, vemos que esses times prezam pela obediência tática, e não tem um jogador que se sobressai tecnicamente, no Brasil é justamente o contrário, temos uma dependência muito grande de um jogador, que se sobressai tecnicamente dos outros, talvez essa seja a nossa deficiência, porém, essas seleções europeias pecam por não ter aquele jogador que faça a diferença, podem ter dificuldades em certos jogos, pois mesmo com uma tática bem apurada, o fator individual pode mudar resultados, no futebol. Porém, em alguns esportes coletivos, a obediência tática já é muito mais importante que o fator técnico, por isso, essa abordagem pode ser muito benéfica, mas, não necessariamente, precisa ser a única a ser levada em consideração quando se trata do ensino das modalidades coletivas, o mais interessante seria a dosagem e o bom senso....