Resenha - Ramos, Fábio Pestana. Por Mares Nunca Dantes Navegados – A Aventura dos Descobrimentos PDF

Title Resenha - Ramos, Fábio Pestana. Por Mares Nunca Dantes Navegados – A Aventura dos Descobrimentos
Course Brasil Colônia
Institution Universidade Federal de Rondônia
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Resenha crítica do texto...


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RAMOS, Fábio Pestana. Por Mares Nunca Dantes Navegados – A Aventura dos Descobrimentos. São Paulo: Contexto, 2008. P. 11-63. O texto proposto extraído da obra de Fábio Pestana Ramos nos mostra como se deu a empreitada marítima portuguesa, bem como em sua segunda parte como funcionava o cotidiano da época em Portugal, suas formas de poder político, organização social, dentre outros atributos. Já no início do texto, o autor expõe como se deu o surgimento desse império ultramarino, que surge “pela submissão de vários povos, ao longo das costas africana, brasileira e asiática aos interesses de Portugal” (pág. 11). Tal submissão foi obtida em partes pelo controle comercial e na outra parte pela força das armas, que era garantido por um sistema de entrepostos, as feitorias. A feitoria poderia ser uma instituição desde uma choupana até uma edificação mais complexa, mas de todo modo “constituía a célula básica de uma estrutura econômica em escala mundial, um instrumento de interligação, voltado ao suporte comercial marítimo” (pág. 11). Uma das características de prosperidade do império seria a aliança dos grupos sociais, onde prevalecia a perspectiva de trocas que beneficiariam alguns e causaria prejuízos a outros, desta forma os portugueses faziam acordos escolhendo aliados, que se tornariam seus agentes infiltrados nas comunidades locais. O autor também nos mostra que o principal objetivo, dentre alguns outros que fez com que Portugal começasse essa empreitada marítima seriam o caráter mercantil, motivado pela busca das especiarias e, ao mesmo tempo dos cristãos, tal como essa expansão da cristandade serviu também como pretexto para que se usufruíssem das riquezas encontradas no Oriente, onde se teria um rendimento em torno de 24.000% do que se foi investido. As ilhas atlânticas tiveram uma importância muito significativa, pois suas colônias eram muito rentáveis, pois possuíam terras férteis e sua localização que favorecia o fluxo naval, que, estiveram ativas entre os séc. XVI e XVIII, que ligava-se diretamente através de rotas marítimas à Portugal, mais precisamente a sua metrópole. A mão de obra escrava foi também uma característica marcante na navegação portuguesa, pois, com essa prática, por exemplo, a ilha da Madeira tornou-se uma notável produtora de trigo, que foi exportada para o continente europeu.

A incessante busca pelas especiarias, fez com que Portugal investisse maciçamente na inquisição de pimenta, pois era uma especiaria muito valorizada na época, porque era usada principalmente como conservante de alimento. “Contra a escassez constante de alimentos, em meio ao mau cheiro e adiantado estado de putrefação, a saída era a pimenta farta.” (pág. 16) Ainda no séc. XV, Portugal tinha o sonho de ser um império marítimo, mas, haviam alguns problemas um deles seria a questão do esvaziamento do país, acerca dos tripulantes que assumiam papel primordial nas navegações. Nisso, os grandes nobres se sentiam prejudicados pelo empreendimento marítimo, que hes arrancavam a mão de obra da terra. Haviam muitos motivos para se aventurar em auto-mar, porém, o imaginário do homem era povoado de monstros e outras lendas marinhas. Entretanto, essas fantasias que povoavam o imaginário dos navegantes “só seriam expurgadas depois que Gil Eanes, um escudeiro a serviço do infante D. Henrique, ultrapassou o Bojador, em 1434.” (pág.22) Em dado momento, o autor descreve como funcionavam os navios e como eram os tripulantes e sua vida em alto mar. Nessa parte do texto, o autor destaca o processo de evolução da tecnologia naval, até chegarmos à caravela onde “A grande inovação representada pelo desenvolvimento da caravela consistia na capacidade do barco de navegar “a bolina” – ou seja, com vento incidindo lateralmente – percorrendo o mar em “singraduras”, ziguezagues sucessivos, para um lado e outro, o que lhe permitia realizar manobras rápidas e ágeis, e navegar tento em alto-mar como por via fluvial.” (pág. 25)

A caravela era usada, em suma para rotas mais rápidas, pois, tinha pouco espaço para transporte de cargas, assim sendo, era inviável para expedições nas Índias, e perfeita para expedições no território brasileiro. Nessa parte do texto, o autor também destaca o desenvolvimento da nau, que era uma embarcação mais pesada, com maior capacidade de carga e número de canhões, mas tinha uma limitação, era mais lenta que a caravela. O dia-a-dia nas embarcações não era nada fácil, haviam-se vários obstáculos, tais deles destacados pelo autor a questão da higiene que era muito precário, a fome que em si era uma constante, bem como os parasitas que assolavam as embarcações, tais eles citados pelo autor: ratos, pulgas percevejo e piolhos. Concluo que, a navegação foi de longe, um dos pontos mais fortes da economia bem como da sociedade portuguesa, que soube aproveitar o espaço que era favorável a

sua empreitada marítima, onde esse povo desenvolveu mecanismos para a sua melhor experiência no mar....


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