Resenha (Teoria das Mídias Digitais Linguagens, ambientes, redes) PDF

Title Resenha (Teoria das Mídias Digitais Linguagens, ambientes, redes)
Author Yasmin Araújo
Course Comunicação e Cibercultura
Institution Universidade Federal de Alagoas
Pages 9
File Size 113 KB
File Type PDF
Total Downloads 43
Total Views 134

Summary

Download Resenha (Teoria das Mídias Digitais Linguagens, ambientes, redes) PDF


Description

No livro “Teoria das Mídias Digitais: Linguagens, ambientes, redes. ” Fala sobre as relações entre os seres humanos e as mídias digitais e um processo de mudança do que se pensa sobre política, cultura e até sobre si mesmo, seus problemas, relacionamentos e limitações. Diz que as mídias digitais fazem parte do nosso cotidiano, desde quando acordamos é impossível não as incluir no nosso dia a dia, porém, tem que saber ter um equilíbrio entre duas posições: o “hype” e o “contra-hype”, Terry Flew nos lembra disso ao se referir sobre o excesso e a desconfiança com as mídias digitais, sendo que ambos possuem fatos que sustentam ambas posições. As mídias digitais permitiram diversas formas de relacionamentos humanos, mas se pode questionar o quanto isso foi negativo, apesar de os números de conectados serem grandes, há um grande de número de desconectados também, por motivos políticos, econômicos e entre outros, mas existem formas que estão procurando diminuir está exclusão social. Os conceitos para mídias digitais são diversos e quase sempre confundidos com outras expressões, porém, essas mídias digitais se contrapõem aos “meios de comunicação de massa” e as “mídias analógicas” pois as mídias analógicas tem como base algo material, já nas mídias digitais este material físico desaparece, para explicar melhor, sua principal característica é de transformar os dados em sequências de números que podem ser desvendados por um computador, o que o torna diferente dos meios analógicos, pois está característica é inexistente no mesmo. Através desses

dados

transformados em sequências de números

possibilitou o

desenvolvimento que trouxe à tona a enorme e desejada Internet, a partir do século XX através de uma rede de operações militares na época da guerra fria. Aos poucos que esse sistema se tornou um uso para hábitos comuns, mas só em 1994 -1995 que houve seu início no Brasil e entrar no nosso cotidiano. Em 1995 particularmente de modo cada vez mais rápido as mídias digitais e a Internet se espalhou não só em uso de computadores, mas também de celulares. E por conta disto houve uma necessidade do conceito de mídias digitais, vários pesquisadores desenvolveram explicações com o propósito de entender melhor as mídias digitais, houveram diferentes conceitos da filosofia as Neurociências e com diversos pontos de vistas. O objetivo do autor é explicar a importância dos conceitos e os objetos de estudos, algumas teorias específicas que serão explicadas ao longo do livro. Quando entramos no assunto “novas mídias” surgem diversas palavras para definir seu termo, como citando diversas características da mesma, mas Lev Manovich busca ir mais a fundo

nessa busca pela definição de “nova mídia” através de seu livro The Language of New Media, e o primeiro passo dele é que em vez de perguntar o que as novas mídias podem realizar, ele descreve essas funções e busca encontrar o que é de fato essa nova mídia e para isso é preciso não defini-la como um único objeto, mas sim uma pluralidade de aparelhos, dispositivos e entre outros. Outra característica da nova mídia é os meios de comunicação e o computador, é quase impossível hoje vermos elas de forma separadas, mas a um tempo atrás isto era bem simples de analisar. Então, as mídias digitais é a junção entre os antigos meios de comunicação, cinema, fotografia, rádio e máquinas de calcular. As capacidades matemáticas do computador junto com as características de produção e linguagem dos meios de comunicação resultou em um único domínio, a nova mídia. Ter um espaço totalmente tomado pelos computadores, consequentemente pelos smartphones, tablets e entre outros que com o tempo pode caber na definição de “computador” e isto se deve a queda de preços e a facilidade, o que contribuiu para abrir diversos caminhos para o computador, quando no início eram usados para calcular. Apesar de suas novas funções, elas não deixaram de ser máquinas de calcular, pois tudo o que vemos, seja uma imagem ou uma letra, se passa por um cálculo matemático feito pelo computador, que recebe o comando e obedece, transformando números em diversas coisas no mundo digital e estes cálculos é a linguagem da nova mídia. No decorrer do texto Martino diz que Manovich lembra algumas histórias de como surgiu alguns meios de comunicação, como a “máquina analítica” que foi precedente do computador, e cita outros como o cinema, fotografia e vinil. O surgimento desses meios de comunicação permitiu uma expansão e um meio de armazenar informações, o que foi uma grande evolução tendo em vista que a única forma de registrar algo na época era a escrita e cada uma dessas mídias citadas a cima possuía suas próprias características, ou seja, o suporta material de cada meio de comunicação era diferente de todos os outros, mesmo quando havia alguma semelhança e isto levou ao desenvolvimento de linguagens para cada uma dessas mídias, o que resultou em muitas possibilidades, entretanto, seu material físico tinha algumas limitações, por exemplo o filme de Alfred Hitchcock o “ Festim diabólico” que teve sua história contada em apenas um take, o que fez com que seu autor desse conta das limitações dos meios à sua disposição. Foi a partir do século XX que tudo isso começa a mudar com as funções dos meios de comunicação e o computador se mesclam, onde estas mídias podem ser computadas, e o encontro delas resultou na nova mídia.

As novas mídias, por diferentes que sejam entre si, têm algumas características comuns relativas à maneira como elaboram suas produções. Esse substrato é responsável, entre outras coisas, pelas inúmeras possibilidades de aplicação, daí a preocupação de Manovich em encontrar princípios comuns a todas elas em vez de ficar descrevendo aplicativos, equipamentos ou programas. (MARTINO, 2015, p.215).

Para explicar melhor Manovich cita cinco princípios que dizem a respeito à natureza das novas mídias que são: Representação numérica, onde as novas mídias são um código digital onde seus elementos são convertidos em um código numérico que sendo combinados foram a versão digital da foto. Modularidade, que é o fato delas serem compostas por partes separadas, ou seja, seus componentes podem ser desmontados e reorganizados em um número aparentemente infinito de combinações, e esse códigos são combinados em códigos maiores formando o que é visto, lido e ouvido. Automação é a combinação numérica binária com a modularidade das estruturas da nova mídia que permitem que tarefas sejam executadas automaticamente de acordo com as informações passadas pelo usuário, como por exemplo os games. Ou até fazer isto a frente do indivíduo em base da análise de suas ações recentes. Variabilidade é a possibilidade de mudança constante e imediata, como por exemplo, o jornal impresso é fechado e invariável, pois se publicam uma notícia de capa e a mesma perder a importância não há como mudar, somente no outro dia, diferentemente de um site que é constante e variável, a variabilidade nada mais é que a facilidade de criar produções mais ou menos semelhantes de um mesmo objeto, poderia me arriscar a citar o memes como algo variável e constante. E por fim a Transcodificação, que é a computadorização da mídia, ou seja, a transformação das mensagens da mídia em dados de computador, da forma que os elementos reconhecíveis estão de um lado, como imagens, sons, figuras e do outro lado, essas informações são armazenas de trabalhadas a partir da lógica matemática do processador. Na mídia contemporânea, a realidade é um produto muito valioso, e a mídia tenta passar essa realidade para pessoas, porém, quanto mais se tenta isto, mais fica distante, pois é preciso de um aparato tecnológico para tal função, o que acaba transformando a realidade com suas próprias características, ou seja, quando mais se procura mostrar a realidade, mais ela é modifica, e este paradoxo foi chamado de “Remediação” por Bolter e Grusin que é entendida como a “ação da mídia” que é transformar a mídia em uma apresentação e esta ideia está ligada a essa dupla lógica, ou seja, ao mesmo tempo que as mídias buscam ser transparentes, para explicar melhor, passar despercebidas mostrando a realidade, essa representação exige funções de mídias mais complexos e desenvolvidos e houve outra aproximação ao conceito de remediação, que foi dada por Martín-Barbero (2007) no artigo de Cadima, onde ele diz:

Uma outra aproximação ao conceito de remediação foi proposta por Martín-Barbero (2007), sugerindo a dualidade entre palimpsesto e hipertexto. Importaria, aqui, pensar a translação de um modelo centrado no linear, para um outro nível, descentralizado e plural, justamente na passagem do palimpsesto ao hipertexto. No entanto, esse efeito de translação não é apenas memória e sentido, mas também construção social e simbólica, sobretudo quando as componentes tecnológicas e os dispositivos técnicos interferem no próprio processo criativo, evoluindo para uma remediação ou para uma conversão/translação, o que significa que o novo processo, sobretudo em contextos digitais, é, em si mesmo, um híbrido no qual essas duas componentes se completam e se reforçam. (Martín-Barbero, 2007 apud CÁDIMA, 2011, p.195)

A teoria da mídia ser invisível é de denominada de imediação, que significa a tendência do meio desaparecer em relação ao seu próprio meio, e isto pode ser visto desde o Renascimento, através das pinturas, quando alguém era chamado atenção pela imagem ao ponto de se esquecer dos pigmentos que foram precisos para forma-la, e hoje em dia podemos ter essa mesma imediação em filmes, quando o público é atraído pelo roteiro, som, imagem e não ver os elementos técnicos básicos para se realizar um filme. Com o processo de imediação se tornou bem mais complexa essa transparência em relação à mensagem, com meios técnicos mais evoluídos, o autor do livro diz o seguinte sobre este processo voltando a pintura citada a cima: Ao se olhar para uma pintura, a “mídia”, isto é, o tecido e os pigmentos, permite apenas a criação de uma imagem fixa em duas dimensões. Por mais fiel que seja, há limites muito claros para a representação da realidade em um quadro. Na fotografia, por sua vez, a realidade está mais próxima: um retrato, ao menos à primeira vista, é uma representação mais direta da realidade. Um quadro pode ser pintado ao longo de anos, mas uma foto precisa capturar o instante real (e, vale lembrar, isso é ponto de discussão na teoria fotográfica). A foto, portanto, é mais “real” do que a pintura. Mas, para isso, precisa de um aparato técnico maior. Do mesmo modo, o cinema é mais “real” — sempre entre aspas - do que a foto, porque o movimento da tela permite reproduzir os movimentos da realidade. (MARTINO, 2015, p.222-223).

Com isto o autor mostra que através disso as mídias digitais abriram possibilidades de criações por computador ou da realidade virtual, com algo totalmente complexo, capaz de utilizar essas mídias como imagem, sons e entre outras coisas, para mostrar a realidade e é assim que surge a hipermediação, que é a multiplicação de mídias e a sua utilização é uma característica contemporânea. Para um espaço totalmente tomado pelas mídias que procuram se tornar invisíveis em relação à realidade, essa lógica da dupla mediação é dada como remediação por Bolter e Grusin, podemos explicar esta remediação através do quadro da Mona Lisa que pode ser encontrado na internet, ela é uma dupla mediação, pois a imagem está em uma mídia, o quadro está em outro meio, e se torna dupla porque uma realidade é no quadro e a outra na tela do computador. Esta capacidade de remediação é uma característica das mídias digitais segundo Bolter e Grusin, a remediação ocorre quando na tentativa de aproximar os indivíduos ela faz o uso de várias outras mídias, e os autores ver essa tentativa

de mostrar a realidade até mais que a própria como uma caraterística principal da linguagem das mídias digitais. De acordo com Martino ao analisar boa parte da vida atual, gastamos muito da mesma vendo uma tela ou tocando nela, e que a junção dessas atividades está no centro de uma junção de elementos fundamental para as mídias digitais que é as interfaces, que o mesmo a define como: “Em uma primeira definição, interfaces são os elementos de ligação entre as máquinas e os seres humanos que as operam. Permitem a interação praticamente imediata entre ambos, de maneira que os seres humanos façam o que precisam e as máquinas o que devem fazer. ” (MARTINO, 2015, p.226). Que nada mais é que um meio de conversa entra a máquina e cérebro o humano, por ambos serem diferentes até o momento, ou seja, sendo um ponto de encontro entre os humanos, ocorrendo uma interação, para compreender melhor em seu artigo acadêmico Paula Caroline Schifino Jardim Passos e Patricia Alejandra Behar diz assim: Para Lévy (1993) as interfaces são aparelhos e materiais que permitem a comunicação entre um sistema informático e os humanos. Esses dispositivos podem ser entendidos como superfícies que fazem ligação entre usuário e sistema, transmitindo informações e permitindo acesso às funcionalidades. (LÉVY, 1993 apud PASSOS; BEHAR, 2011, p.2-3)

As interfaces nos lembram da remediação, onde ela se torna transparente, pois ao correr do dia-a-dia usamos as mesmas, mas nem percebemos, só nos concentramos nas mensagens e nos conteúdos que chegam a parti dela, uma das funções da mesma é esconder o sistema por trás da máquina, pois se fosse possível ver o que ocorre, iriam ver apenas sequência de números de transformando, mas em vez disso, ver imagens, sons e etc. Diante disto, as interfaces torna as mídias digitais um ambiente bem mais familiar, nos permitindo interagir com outros humanos, assim se tornando um ponto de encontro entre a máquina e o ser humano, até elas se tornarem iguais, caso o contrário continuará sendo desta forma. Algo fundamental para compreender as mídias digitais é o conceito de media literacy, palavra do qual não tem tradução para o português, mas podemos compreender fazendo a ligação da mesma com os estudos de comunicação. Para um primeiro entendimento pode-se traduzir diretamente como “alfabetização para os meios”, ou seja, onde o indivíduo seja alfabetizado para receber a mensagem que vem dos meios de comunicação para o recepto ou até mais do que isso, quando Martino diz: “sugere uma postura redutora no sentido de preparar o indivíduo para lidar com os meios de comunicação em um sentido instrumental, vendo-os como uma ferramenta a ser utilizada - quando não, como uma ameaça potencial. ” (MARTINO, 2015, p.230).

E olhando por outra perspectiva, como a de Ferrés e Postolli, poderia traduzir media literay como “competência midiática” onde é preciso “entender”, mais do que saber “usar”, ou “aprender” como cita a perspectiva anterior, nessa definição pode-se entender essa competência como algo haver com as experiências cotidianas, e assim podemos citar Thomas Bauer, quando ele diz que a noção de comunicação e media literacy é um ponto de partida para a onipresença da comunicação nos espaços sociais, entretanto, diz que há uma diferença nisto, dizendo que uma simples presença de um instrumento física da mídia, com as telas de TV em locais públicos, da participação de fato dessas mídias no cotidiano dos indivíduos, ou seja, na proposta de Bauer as mídias começam a ganhar sentido através de sua intromissão no meio cotidiano. Por fim a media literacy se trata do desenvolvimento de competências, mas não apenas para usar dispositivos midiáticos, mas compreender o fluxo de sentido, e não para aprender, no sentido de educação citado na primeira perspectiva. Sendo assim, a media literacy é uma proposta para apropriação dos meios de comunicação de modo que seja educativo, mas não somente para estudar as mídias, sendo elas somente um dos temas, para viver em uma sociedade midiática se teve ter competências, primeiramente o conhecimento da cultura das mídias como um espaço onde outras coisas podem se articular.

REFERÊNCIAS CÁDIMA, Francisco Rui. Novas convergências digitais: mídia, humanidades e artes. Revista Novos Olhares, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 193-204, jun. 2015. MARTINO, L. M. S. Teoria das Mídias Digitais: linguagens, ambientes, redes. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. pp. 149-182. PASSOS, Paula Caroline Schifino Jardim; BEHAR, Patricia Alejandra. Interação e Interatividade através das interfaces de materiais educacionais digitais. Novas Tecnologias na Educação, Rio Grande do Sul, v. 9, n. 1, p. 1-10, jul. 2011.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE JORNALISMO – 2º PERÍODO (NOTURNO)

Yasmin Araújo Nascimento

LINGUAGENS: O QUE AS MÍDIAS DIGITAIS TÊM A DIZER?

Maceió 2017...


Similar Free PDFs