Resumo da obra de Laura de Mello e Souza PDF

Title Resumo da obra de Laura de Mello e Souza
Course História Sociocultural
Institution Universidade Federal Rural de Pernambuco
Pages 2
File Size 90.5 KB
File Type PDF
Total Downloads 84
Total Views 123

Summary

Resumo da obra Idade Média e Época Moderna, fronteiras e problemas de Laura de Mello...


Description

IDADE MÉDIA E ÉPOCA MODERNA: FRONTEIRAS E PROBLEMAS AUTOR: LAURA DE MELLO E SOUZA

RESUMO Em Idade Média e Época Moderna: Fronteiras e Problemas , Laura de Mello e Souza, baseando-se na ideia braudeliana da temporalidade, que evoca uma interpretação mais profunda dos acontecimentos através de velhos hábitos de pensar e de agir, e dialogando com o pensamento dos historiadores da Época Moderna, lança o questionamento de que até que ponto esta Época Moderna é distinta da Medieval. A partir deste questionamento a autora realiza uma revisão bibliográfica, citando diversos autores medievais e, também, renascentistas, opondo-os e dando destaque a essa relação dicotômica entre absolutismo-modernidade e o reconhecimento da longa duração monárquica feudal, observado que uma boa maioria dos especialistas continuam “vendo o Estado dos séculos XVI, XVII e XVIII como quase sempre absolutista, associado à ascensão burguesa ou à necessidade de arbitrar os conflitos políticos e sociais da época, dotado de aparato legal e burocracia unificados e, na maior parte das vezes, identificado a uma nação” (MELLO E SOUZA, pág. 228). A autora também deu destaque a alguns autores que abordaram o tema de forma mais intermediária, refletindo numa forma de transição, chegando à conclusão que esse “debate sobre a efetiva centralidade de poder do Estado absolutista arranha tanto a ideia de que o absolutismo é especificadamente moderno quanto a que o vê como originário das formas medievais, acentuando o caráter híbrido e, em última instância, transitório da formação estatal” (MELLO E SOUZA, pág. 229). Observa-se o desejo da autora em destacar neste trabalho que há uma tendência historiográfica contemporânea empenhada em limitar a especificidade do Estado moderno, sobretudo o absolutista, e que, ao fazê-lo, subtrai ou pelo menos relativiza um dos melhores argumentos dos “modernistas” ante a ideia de uma Idade Média longa, constatando, então, que “se o Estado, a economia e a sociedade alternam os traços que os aproximam da modernidade com os que os puxam de volta para o mundo medieval, a esfera da alta cultura apresenta clivagens mais nítidas, mesmo assim passíveis de discussões acaloradas” (MELLO E SOUZA, pág. 233). Assim, ela dá destaque a função do Renascimento nessa discussão. “Independente do fato de as fronteiras entre a Idade Média e a Época Moderna serem flexíveis, difusas, sob constante disputa e

reinventadas a cada momento histórico, o Renascimento é um fenômeno desperiodizador por excelência” (MELLO E SOUZA, pág. 238), e continua, “a periodização do Renascimento é, no fundo, uma problematização sobre o onde e o como das mudanças estruturais” (MELLO E SOUZA, pág. 238). Dessa maneira, coloca como característica marcante do Renascimento a autoconsciência e é a partir desta autoconsciência humanista que o Renascimento torna-se muito mais que um marco cronológico, sendo, desde o primeiro momento, um conceito cultural, referindose ao renascimento da civilização. Laura de Mello e Souza conclui sua exposição argumentando que “a divisão entre Idade Média e Renascimento é constitutiva de uma forma mental e de um momento histórico, mesmo que, ainda por muito tempo, tenha havido continuidades [...] o mito renascentista da Antiguidade entranha a morte desta última no exato momento em que se alcança a definição de suas características próprias. Por isso, não há ruptura entre a Antiguidade e a Idade Média, ou, se há, é muito menor do que a existente entre a Idade Média e o Renascimento; porque só este, ou melhor, a filologia humanista, tomou consciência de uma ruptura, cuja maturação, não obstante, tinha-se produzido – e exacerbado – na Idade Média” (MELLO E SOUZA, pág. 246-247)....


Similar Free PDFs