Resumo global para o exame nacional de Português 11 Ano PDF

Title Resumo global para o exame nacional de Português 11 Ano
Author Alexandre Ribeiro
Course Português
Institution Ensino Secundário (Portugal)
Pages 38
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Summary

Fernão Lopes, Crónica de D. João I Contextualização histórico: A crónica de D. João I é, na realidade, uma legitimação da nova dinastia, a dinastia de Avis, iniciada após um período conturbado entre dois reinos na monarquia portuguesa que vai de 1383 a 1385 (crise política). Esta crónica é considera...


Description

Fernão Lopes, Crónica de D. João I 1. Contextualização histórico: A crónica de D. João I é, na realidade, uma legitimação da nova dinastia, a dinastia de Avis, iniciada após um período conturbado entre dois reinos na monarquia portuguesa que vai de 1383 a 1385 (crise política). Esta crónica é considerada a crónica medieval mais importante, quer pelos acontecimentos que relata, quer pela qualidade literária da sua prosa. Foi publicada pela primeira vez em Lisboa a 1644 e está dividida em duas partes: → a 1ª ocupa-se no espaço e no tempo desde a morte de D. Fernando até à eleição de D. João I; → a 2ª relata o reinado deste monarca até à paz com Castela em 1411. 1.1. Pequeno resumo da obra: A primeira parte da crónica descreve a insurreição de Lisboa na narração célere dos episódios quase simultâneos do assassinato do conde Andeiro, do alvoroço da multidão que acorre a defender o Mestre e da morte do bispo de Lisboa. Ao longo dos capítulos, fundamenta-se a legitimidade da eleição do Mestre, consumada nas cortes de Coimbra, na sequência da argumentação do doutor João das Regras, enquanto desfecho inevitável imposto pela vontade da população. Nesta primeira parte, o talento do cronista na animação de retratos individuais, como os de D. Leonor Teles ou D. João I, excede-se na composição de uma personagem coletiva, o povo, verdadeiro protagonista que influi sobre o devir dos acontecimentos históricos. Na segunda parte, o ritmo narrativo diminui, tratando-se agora de reconhecer o rei saído das cortes, e é de novo pela ação do povo que a glorificação do monarca é transmitida, como, por exemplo, no modo como o acolhe a cidade do Porto. Um outro momento de maior relevo é consagrado, nesta parte, à narrativa da Batalha de Aljubarrota, embora aí não ecoe o mesmo tom de exaltação com que, na primeira parte colocara em cena o movimento da massa popular. 2. Afirmação da consciência coletiva: A crónica de D. João I constitui uma afirmação da consciência coletiva, no sentido em que o verdadeiro herói que povoa na obra não é um herói individual como habitual (não é um cavaleiro, um nobre…) mas sim um herói coletivo – o POVO. Fernão Lopes mostram-nos com imenso realismo, vivacidade, pormenor descritivo e emotividade o povo que se revolta, que irrompe as ruas de Lisboa à procura do Mestre, que defende a cidade contra os castelhanos, que passa fome e privações por causa do cerco. A voz do povo, o sentir dos homens e das mulheres, dos mesteirais, dos homens-bons, é muitas vezes transmitida através de uma voz anonima e da multidão. Outras vezes é a própria cidade que parece revelar essa consciência do todo, assumindo quase o estatuto de uma personagem coletiva. O povo manifesta o seu patriotismo e o seu apoio ao Mestre. O povo é o verdadeiro herói da revolução e da crónica de Fernão Lopes. 3. Atores individuais e coletivos: ▪ Atores coletivos: as gentes de Lisboa, quer como uma massa, uma coletividade, quer como grupos sociais (Ex: lavradores, homens-bons, as mulheres). ▪ Atores individuais: ✓ Mestre de Avis- é caracterizado como um homem vulgar, hesitante e vulnerável às fraquezas. É um homem receoso, no seguimento do assassinato do conde Andeiro. Apesar destes defeitos – que o tornam uma personagem profundamente realista –, D. João I mostra também ser capaz de atos espontâneos de solidariedade, o que o converte numa figura cativante. Líder “desfeito”, mas também solidário com a população, durante o cerco de Lisboa.

✓ Álvaro Pais- o burguês que espalha pelas ruas de Lisboa que estão a matar o Mestre, influenciando o povo a correr a seu auxílio. ✓ D. Leonor Teles- a mulher que gera ódio na população e é apelidada de “aleivosa” (traidora). 4. Capítulos 11, 115 e 148 da 1ª parte (+ importantes) Uma das importâncias para Fernão Lopes era relatar a verdade objetiva e para isso o cronista não só recolhe e compila registos anteriores, como também pesquisa, confronta e recorre a documentos da Torre do Tombo, de cartórios etc … falamos então de uma critica documental e histórica. ❖ Capítulo 11 (resumo): • O pajem do Mestre de Avis grita pelas ruas, a caminho da casa de Álvaro Pais, que matam o Mestre nos paços da rainha, o que leva as gentes, em agitação, a saírem para a rua e a pegarem em armas; • Álvaro Pais, que já estava preparado, dirige-se com o pajem e outros aliados para o Paços, apelando à população para se junte e corra em auxílio de Mestre; • Chegada às portas do paço, que estavam fechadas, a multidão mostra-se ansiosa e agitada, querendo entrar para confirmar que o Mestre está vivo; • Aconselhado pelos que estavam consigo e atendendo ao alvoroço das pessoas, o Mestre aparece à janela para apaziguar os ânimos. Perante esta visão, a população manifesta um “gram prazer”. • Sentindo-se seguro, o Mestre deixa os paços e cavalga pelas ruas em direção aos paços do Almirante, onde se encontrava o conde D. João Afonso, irmão da rainha. • Pelo caminho, o Mestre contacta com a população, que se mostra aliviada, alegre e disponível. • Próximo dos paços do Almirante, o Mestre é acolhido pelo conde, pelos funcionários da cidade e por outros fidalgos. • Já à mesa, vêm dizer ao Mestre que as gentes da cidade querem matar o bispo. O Mestre faz tenções de o ir socorrer, mas é aconselhado a permanecer ali (o bispo é morto pela população). ❖ Capítulo 115 (resumo): • Ao saberem da vinda do rei de castelo, o mestre e os habitantes de Lisboa começam a recolher mantimentos e muitos vão buscar gado morto para alimentação. • As populações movimentam-se: muitos lavradores deslocam-se para ao pé das mulheres e dos filhos com tudo o que têm para dentro da cidade; outros vão para Setúbal e Palmela; outros ficam em Lisboa e há quem permaneça em terras que apoiam os Castela. • Começa-se por preparar a defesa da cidade: primeiro pensa-se na defesa a nível das muralhas e das torres, tarefa que o mestre dá aos fidalgos e cidadãos honrados, que contam com a ajuda de homens de armas. O mestre mostra preocupação em defender a cidade. As gentes estão em alerta e são cuidadosos. • Depois, analisa-se a defesa das portas da cidade: quem vigia as várias portas e que cuidados devem ter. • Depois, na ribeira foram construídas estacas para impedir e dificultar a passagem dos castelhanos. • Ainda sobre a defesa, há uma construção de um muro à volta das muralhas da cidade que com a ajuda das mulheres sem medo, apanham pedras pelas herdades e cantam cantigas a louvar Lisboa. • O narrador salienta a coragem e a determinação dos portugueses que defendem a cidade ao mesmo tempo que construem uma muralha, comparando-os com os filhos de Israel. • Todos pensavam em sintonia, num bem maior, o que leva o cronista a concluir o capítulo num tom elogioso.

No final, Fernão Lopes, menciona a superioridade do rei de Castela apenas para elogiar o povo português que defendeu a cidade de Lisboa perante um adversário feroz. ❖ Capítulo 148 (resumo): • A cidade está cercada e os mantimentos começaram a falhar, por causa da quantidade de pessoas dentro das muralhas, o que leva a quem vá procurar comida fora do cerco correndo perigo. • As esmolas escasseiam e não há como socorrer os pobres. Começa se a estabelecer quem deve ser colocado fora da cerca: as pessoas miseráveis, os que não combatem, as prostitutas, os judeus... inicialmente os castelhanos recolhiam todos, mas após verem que tal ato se devia à fome, recusaram. • Na cidade há carência de todos os elementos (milho, vinho, trigo). O preço dos produtos é elevado e por isso os hábitos alimentares alteraram-se, levando pessoas a beberem água até à morte ou mesmo procurar apenas grãos de trigo na terra. A carne e os ovos são outros alimentos caros e escassos. • A criança não tem que comer e pedem pela cidade, mães já não têm leite para os filhos e veem-nos morrer. A cidade está agora num ambiente de tristeza, de pesar e de morte. As pessoas rezam. Circula um rumor de que o mestre vai expulsar todos os que não tem comida, mas esse rumor é depois desmentido. • O capítulo termina com um forte apelo ao leitor, representante da “geração que depois vem”, que não teve de enfrentar os sofrimentos descritos anteriormente.

Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente 1. Pequeno resumo: Inês Pereira é uma jovem solteira que sofre a pressão constante do casamento, e reclama da sorte por estar presa em casa, aos serviços domésticos, cansando-se deles. Imagina Inês casar-se com um homem que ao mesmo tempo seja alegre, bem-humorado, galante e que goste de dançar e cantar, o que já se percebe na primeira conversa que estabelece com sua mãe e Leonor Vaz. Essas duas têm uma visão mais prática do matrimônio: o que importa é que o marido cumpra suas obrigações financeiras, enquanto que Inês está apenas preocupada com o lado prazeroso, cortesão. O primeiro candidato, apresentado por Leonor Vaz, é Pero Marques, camponês de posses, o que satisfazia a ideia de marido na visão de sua mãe, mas era extremamente simplório, grosseirão, desajeitado, fatos que desagradam Inês. Por isso Pero Marques é descartado pela moça. Aceita então a proposta de dois judeus casamenteiros divertidíssimos, Latão e Vidal, que somente se interessam no dinheiro que o casamento arranjado pode lhes render, não dando importância ao bem-estar da moça. Então lhe apresentam Brás da Mata, um escudeiro, que se mostra exatamente do jeito que Inês esperava, apesar das desconfianças de sua mãe. Eles se casam. No entanto, consumado o casamento, Brás, seu marido, mostra ser tirano, proibindo-a de tudo, até de ir à janela. Chegava a pregar as janelas para que Inês não olhasse para a rua. Proibia Inês de cantar dentro de casa, pois queria uma mulher obediente e discreta. Encarcerada em sua própria casa, Inês encontra sua desgraça. Mas a desventura dura pouco pois Brás torna-se cavaleiro e é chamado para a guerra, onde morre nas mãos de um mouro quando fugia de forma covarde. Viúva e mais experiente, fingindo tristeza pela morte do marido tirano, Inês aceita casarse com Pero Marques, seu antigo pretendente. Aproveitando-se da ingenuidade de Pero, o trai descaradamente quando é procurada por um ermitão que tinha sido um antigo

apaixonado seu. Marcam um encontro na ermida e Inês exige que Pero, seu marido, a leve ao encontro do ermitão. Ele obedece colocando-a montada em suas costas e levando Inês ao encontro do amante. Consuma-se assim o tema, que era um ditado popular de que "é melhor um asno que me leve do que um cavalo que me derrube". 2. Recursos expressivos recorrentes nesta obra: - Ironia; - Comparação; - Interrogação retórica; - Metáfora.

Os Lusíadas, Luís de Camões 1. Visão global: A epopeia “Os Lusíadas” é uma narrativa em verso destinada a celebrar feitos grandiosos de um herói, neste caso coletivo – o povo. 2. Estrutura interna: ❖ Proposição: o poeta conta os feitos gloriosouus e heroicos dos portugueses. ❖ Invocação: Camões invoca as ninfas do rio Tejo, chamadas de “Tágides”. ❖ Dedicatória: a obra é dedicada a D. Sebastião, rei de Portugal. ❖ Narração: Camões narra a viagem de Vasco da Gama à Índia. 3. Estrutura externa: forma narrativa; versos decassilábicos; rimas com esquema abababcc; estâncias - oitavas; poema dividido em dez cantos. 4. Os 4 planos e a sua interdependência: a) Plano da viagem (plano central): a narração dos acontecimentos ocorrido durante a viagem realizada entre Lisboa e Calecute: • Partida a 8 julho de 1497. • Peripécias da viagem - destaque para a grande coragem e valor guerreiro dos marinheiros portugueses, para a tempestade, o escorbuto, as vitórias sobre traições entre outras. • Paragem em Melinde durante 10 dias. • Chegada a Calecute (Índia) a 18 de maio de 1498. • Regresso a 29 de agosto de 1498. • Chegada da nau de Vasco da Gama a Lisboa em 29 de agosto de 1499. A funcionalidade deste plano é conferir unidade ao poema. É, por isso, uma espécie de “esqueleto” da epopeia. b) Plano da História de Portugal (plano encaixado): relata factos marcantes da História de Portugal: • Em Melinde, Vasco da Gama narra ao rei os principais acontecimentos da nossa história. • Em Calecute, Paulo da Gama apresenta ao Catual episódios e personagens representadas nas bandeiras portuguesas. A função deste plano é relatar e enaltecer a História de Portugal. c) Plano da Mitologia (plano paralelo): A mitologia permite e favorece a evolução da ação: os deuses assumem-se como apoiantes (Vénus) ou como oponentes dos portugueses (Baco):

• Os deuses apoiam os Portugueses: consílio dos deuses no Olimpo. • Consílio dos deuses marinhos. • Ilha dos Amores. A função deste plano é conferir beleza, ação e diversidade ao poema, ajudando no processo de divinização dos Portugueses. d) Plano do poeta (plano ocasional): Considerações, críticas, lamentos e opiniões do poeta, expressas nomeadamente, no início e no fim dos cantos. Este plano serve para o poeta transmitir as suas posições face ao mundo, aos outros e a si mesmo. ❖ O plano da viagem e o plano da mitologia ocorrem em simultâneo. ❖ A articulação entre o plano da viagem e da mitologia sai reforçada pelo estatuto que os Portugueses conquistam, após chegarem à Índia – estatuto de divindade, por terem concretizado algo de sobre-humano, como um prémio é-lhe oferecida uma recompensa digna de deus- Ilha dos Amores. ❖ O plano da História de Portugal é um plano encaixado, que apresenta episódios de guerra e líricos. ❖ O plano da história de Portugal funciona como analepse e prolepse. ❖ O plano das intervenções ou reflexões do poeta será vital para o entendimento do pendor humanista da epopeia. 5. Reflexões do poeta: Luís de Camões, n´Os Lusíadas, não consegue calar a voz crítica da sua consciência nem a sua emoção. Então, interrompendo o tom épico, umas vezes, a sua palavra ganha uma feição didática, moral e severamente crítica. Outras vezes, expressa o lamento e o queixume de quem sente amargamente a ingratidão, ou os desconcertos do mundo.

Padre António Vieira, Sermão de Santo António 1. Visão global: ❖ Capítulo I Exórdio – exposição do plano a desenvolver e das ideias a defender a partir do conceito predicável. “Vos sois o sal da terra” é o conceito predicável (texto bíblico que serve de tema e de acordo com o objetivo do autor, pretende demonstrar fé). Este elemento bíblico serve de tema/ tese ao Sermão e a partir do qual vai desenvolver a sua argumentação: os pregadores são o sal, a terra os homens.

O sal impede que os alimentos se estraguem. → Os pregadores impedem a corrupção. O sal que salga - evita a corrupção; O sal que não salga - é inútil e desprezado; O pregador é como o sal – se a palavra não chega aos ouvintes ou não produz os seus frutos é porque algo está errado. ❖ Capítulo II – Louvores em geral Exposição - referência às obrigações do sal. Indicação das virtudes dos peixes em geral. Crítica ao homem. • As duas qualidades dos ouvintes são ouvir e não falar.

• Retoma do conceito predicável. As duas propriedades do sal são – “conservar o são e preservá-lo para que não se corrompa”. - As propriedades das pregações de Santo António: 1. Louvar o bem (“para o conservar”); 2. Repreender o mal (“para preservar dele”). O sermão será, desta forma, aos peixes (e, obviamente aos homens) e está dividido em dois pontos: louvar as qualidades e repreender os vícios. Qualidades e virtudes -> Defeitos dos homens ▪ A obediência -> o deslumbramento face a dar graxa para obter algo em troca. ▪ A “ordem, quietação e atenção” com que ouviram as palavras de Santo António -> a arrogância e a presunção. ▪ O respeito e a devoção ao ouvirem as palavras de Deus-> a violência e a obstinação. ▪ O seu “retiro” e afastamento relativamente aos homens -> a crueldade irracional ▪ “só eles entre todos os animais se não domam nem domesticam” -> o exibicionismo e a vaidade. ❖ Capítulo III – Louvores em particular Confirmação - louvores a alguns peixes em particular e consequente crítica aos homens. 1. O peixe Tobias: - As suas entranhas curavam a cegueira dos homens tendo assim um poder curativo (seu pai, que era cego, recuperaria a visão depois de, a conselho do Anjo Rafael, lhe ter sido aplicado um pouco do fel extraído do peixe). - O seu coração afugentava os demónios. - Vestido de burel e atado com uma corda “este peixe parecia um retrato marítimo de Santo António”. 2. A rémora: - Peixe marinho cuja cabeça funciona como ventosa, o que lhe permite fixar-se a embarcações (procurando conduzir ao bom caminho). - Pequena no seu tamanho, mas com uma grande força, que conseguia imobilizar o leme das naus (travando o mal). 3. O torpedo: - Peixe, parecido com a raia, capaz de produzir pequenas descargas elétricas que fazem tremer o braço do pescador, obrigando-o a lagar a cana (assim o torpedo não é pescado). Simbologia → também na terra os homens extorquem o que não lhes pertence, sem recearem as consequências dos seus atos, ou seja, o castigo divino; as palavras de Santo António transformaram vinte e dois homens desonestos que tomaram consciência dos pecados, se arrependeram e confessaram, o que enaltefica a eficácia de Santo António; Tal como há homens que não sentem as descargas elétricas do tropedo, também há homens que ouvem a verdade e continuam o seu caminho errado; realça a importância que esses peixes poderiam desempenhar para fazer tremer o braço daqueles que se desviam do caminho certo. Assim, a descarga simboliza as palavras de Deus. 4. O quatro-olhos: - Tem dois olhos “para se vingar das aves” e dois olhos “para se vingar dos peixes”. - Simboliza que devemos olhar ou só para cima (considerando que há Ceu) ou só para baixo (Inferno). - Este peixe simboliza o dever que os cristãos têm, isto é, olhando para o céu, mas lembrando sempre que há inferno.

Outros peixes: ▪ Servem de alimento (as sardinhas são o sustento dos pobres e o salmão dos ricos); ▪ Ajudam à abstinência nas quaresmas; ▪ Com peixes, Cristo festejou a Páscoa; ▪ Ajudam a ir ao Céu; ▪ Multiplicam-se rapidamente (apenas aqueles que são consumidos pelos pobres). ❖ Capítulo IV - Repreensões em geral Exposição - indicação das repreensões aos peixes em geral e critica aos homens. • Os peixes, assim como as suas qualidades em geral (ouvem e não falam), irão agora ouvir as repreensões: 1. Não só se comem uns aos outros como os grandes comem os pequenos; 2. Ignorância e a cegueira. • Critica e repreensão aos peixes para melhor explicitar a condenação dos homens. • Aspetos criticados: a “antropofagia social” e a “vaidade no vestuário”. ❖ Capítulo V – Repreensões em particular Confirmação - repreensões a alguns peixes em particular; critica aos comportamentos dos homens ambiciosos, vaidosos, hipócritas e traidores. 1. O roncador: - Embora pequenos e aparentemente vulneráveis, estes peixes emitem um som forte; esta autopromoção revela a sua soberba e arrogância (“quem tem muita espada, tem pouca língua”); - Exemplo de Pedro, discípulo de Cristo: apesar de ter afirmado que defenderia até à morte o se Senhor, bastou-lhe uma simples inventiva de uma mulher para negar que conhecia o seu Mestre; - Se tal aconteceu com S. Pedro, muito menos razões terão os homens para exibirem a sua arrogância; - Outros exemplos bíblicos como David e Golias reiteram o facto dos arrogantes e os soberbos pensarem que são Deus e acabarem diminuídos e humilhados. - Santo António, símbolo de sabedoria, nunca se exibiu as suas capacidades, confinando-se à sua condição de servo de Deus. 2. O pegador: - Parasita que vive às custas do seu hospedeiro; - O parasitismo foi aprendido com os portugueses, porque não há nenhum vice-rei ou governador que parta para as conquistas sem ir rodeado de uma larga comitiva- critica ao aparelho colonial português; - Em termos humanos, os mais preguiçosos acabam como os pegadores, que, quando o tubarão, que lhes serviu de hospedeiro, é pescado, morrem com ele, porque nele estão pegados. - Deus também tem os seus “pegadores”, aqueles que espalham a palavra com David e Santo António, que se pegou a Cristo e ambos foram bem sucedidos. 3. O voador: - Morfologicamente, possui umas barbatanas maiores que a generalidade dos peixes, dai que queira imitar as aves; - Esta ambição de se querer transformar naquilo que verdadeiramente não é só lhe traz sofrimento porque está sujeito aos perigos do mar e do ar – no mar morre enganado pelo isco e no ar morre cego pela ambição desmedida; - Simboliza a ambição, a presunção e o capricho.

- Santo António sempre se demarcou da amb...


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