Title | Resumo Infecto P1 |
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Course | Clínica Médica |
Institution | Pontificia Universidade Católica do Paraná |
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Resumo Infecto P1 Guilherme Kallaur
HIV Epidemilogia o No Brasil 0,6% da população o Em Curitiba 1% da população; maior prevalência em regiões próximas da praia o Independe das faixas etárias o 15 -25 anos mais comum em homens que mulheres o Em 2015 aumento em idosos o Os maiores transmissores são pessoas que não tem o Dx de HIV o Homossexuais 10% o Há maior prevalência nas capitais, em relação ao interior
Morfologia É um retrovírus, possui a enzima transcriptase reversa, que converte seu RNA em DNA, assim é integrado no genoma da célula hospedeira Vai infectar os linfócitos CD4 A adição do DNA viral ao DNA do linfócito é feita pela integrasse A maturação da partícula viral é feita pela integrase Essas 3 proteinas são os alvos dos medicamentos no tratamento da AIDS Entrada do vírus: CCR5/CXCR4 Diagnostico Necessário 2 testes sorológicos positivos para fechar dx de HIV: ELISA, MEIA, quimioluminescencia ou imunoblot Janela imunológica: 2 a 4 semanas após a infecção PCR e detecção de antígeno p24 são exames confirmatórios, mas também podem ser usados para detectar o vírus mais precocemente Western-blot: pesquisa de anticorpos específicos ao vírus Estadiamento -Baseado na contagem de células CD4 o A – Assintomáticos ou infecção aguda pelo vírus. CD4 > 500 cel/μL o B – Sintomático ou não A/C, com CD4 entre 200-499 cel/μL. - Sinais inespecíficos de imunossupressão (a partir de 2 a 5 semanas) candidíase oral ou vaginal recorrente sem uso de atb prévio (esofágica é fase C), herpes simples recorrente, diarreia, emagrecimento, astenia, alterações mucocutâneas, dermatite seborreica, citopenias, febres sem explicação, alterações neurológicas (neuropatias periféricas, alterações cognitivas, demência precoce, meningite asséptica), linfadenopatia, varicela zoster, linfoma de células B.
o C – Portador da doença AIDS, com CD4 < 200 cel/μL História natural da doença
Em 4 semanas / fase aguda maior pico; maior carga viral maior que 106 logaritmo de 6 é comum na fase aguda ou fase terminal
Em geral, a partir de 6 meses (latência), cerca de log 4 anticorpos ainda trabalhando, conseguem reduzir um pouco Quem mais transmite = maior carga viral = fase aguda pico de carga viral o Carga viral indetectável 105 UFC/mL Parcial de urina: investigar leucocitose – ITU>10 4 PCR o Negativo: cistite o Positivo: pielonefrite Raio X e ultrassom: indicado a partir do 2º episódio de pielonefrite Tratamento Cistite: Ciprofloxacina ou nitrofurantoína Pielonefrite: Ciprofloxacina *A norfloxacina não é usada para ITU *Gentamicina não é 1ª escolha pois é nefrotóxica Erros comuns ao se tratar ITU’s - Usar como tratamento sulfametoxazol-trimetoprim (mais de 30% das cepas de E. coli são resistentes) ou ampicilina (15-20%) - Tratar bacteriúria assintomática (gestantes são exceção) - Atribuir à bacteriúria a origem da sepse de foco indeterminado (30% das mulheres e 20% dos homens com mais de 60 anos apresentam bacteriúria, especialmente se institucionalizados)
MENINGITE Etiologia S.pneumoniae
Neisseria meningitidis Haemophilus influenzae
Transmissão É transmissível, mas essa evolução é relativamente rara. O contato com o sorotipo estabelece imunidade, por isso meningites são mais comuns em crianças. Fisiopatologia É uma infecção do espaço subaracnóide, que envolve a colonização nasofaríngea, invasão local, bacteremia e invasão da meninge, nessa ordem. É uma doença difusa, pois o patógeno é disseminado pelo fluxo do LCR. Em resposta à infecção, são liberados mediadores inflamatórios, que causam a trombose de vasos corticais e isquemia cerebral. O resultado é edema cerebral, com aumento da pressão intracraniana (PIC). Se não houver controle da doença, a PIC pode aumentar de forma a superar a PA, momento em que não há mais perfusão e a pessoa evolui à óbito. Sintomas Tríade da meningite: Febre + rigidez de nuca + alteração da consciência Diagnóstico LCR - A punção lombar é feita com incisão entre L3 e L4, na altura da espinha ilíaca. Se não punsionar, imediatamente é feito ATB. Se for feita punção, o ATB é administrado depois de ser realizado o procedimento. Isso porque o ATB estará presente no LCR e a cultura será negativa. Em ambos os casos, é solicitada hemocultura.
Hemocultura o Coco gram positivo = S.pneumoniae o Coco gram negativo = Neisseria meningitidis o Bacilo gram negativo = Haemophylus influenza ou E.coli o Bacilo gram positivo = Listeria monocytogenes
Tratamento O tratamento empiríco para meningite é ceftriaxona 2g EV de 12/12h, associado à ampicilina aos pacientes idosos, alcoolistas, gestantes e imunocomprometidos. A ampicilina é adicionada para cobrir a Listeria. Esse tratamento deve ser iniciado em menos de 3h após a admissão do paciente.
ENDOCARDITE INFECCIOSA A doença EI aguda: localmente destrutiva, com progressão rápida para sepse e insuficiência valvular. Tem disseminação local, com formação de abscessos miocárdicos, e sistêmica com abscessos pulmonares, cerebrais, renais e esplênicos. Causada principalmente pelo S. aureus. Não tem bacteremia transitória, tem foco infeccioso atual ou recente, pode ou não ter cardiopatia prévia, pode ou não ter nódulos de Osler, tem manchas de Janeway e a apresentação clínica é toxêmica. EI subaguda: causada por microrganismos menos virulentos como estreptococos, HACEK e S. epidermidis. Tende a afetar válvulas previamente lesadas ou anormais, com defeitos cardíacos congênitos e se apresenta com sintomas constitucionais, como fadiga, astenia, anorexia, perda de peso e sudorese noturna, fenômenos embólicos e formação de complexos imunes circulantes. Tem bacteremia transitória, cardiopatia prévia, tem nódulos de Osler. Apresentação insidiosa, não tem foco infeccioso atual ou recente. Etiologia Aguda: S. aureus, S. pyogenes, S. pneumoniae e Neiseseria gonorrheae Subaguda: Estreptococos do grupo viridans Fisiopatologia - Eu preciso de um dano endotelial predisponente para desenvolver a doença, normalmente causado por um sopro de alta intensidade (como um refluxo de insuficiência mitral, por exemplo). - O refluxo gera um jato de sangue que vai atingir a parede cardíaca, causando dano endotelial no próprio local de fixação das válvulas. Se eu não tenho mais endotélio, a membrana basal fica exposta e sofre depósito de plaquetas e neutrófilos, formando um coágulo (por processo cicatricial) no local, onde será depositada fibrina também. - Eventualmente o coágulo serve como um local de reprodução para a bactéria, um meio de cultura; portanto, ela fica no meio do coagulo para se reproduzir,
ficando inacessível ao sistema imune, pois o coágulo não é perfundindo por células de defesa. - Esse coágulo começa a se soltar com a bactéria, levando à bacteremia (causando os sintomas de sudorese, calafrios, febre, dentre outros), pois pedaços do coágulo com bactérias migram pelo sangue. Além disso, o trombo inteiro pode se soltar e causar embolia, principalmente no cérebro, dando sintomas semelhantes à sepse. Sintomas - é uma doença multissistemica, causa sintomas variados Febre Sudorese Anorexia, perda de peso Dispneia Sopro cardíaco Baquetamento digital Esplenomegalia Lesões de Janeway: manchas com aspecto hemorrágico nas palmas das mãos e solas dos pés Nódulos de Osler: pequenos e dolorosos Machas de Roth: lesões hemorragicas retinianas Diagnóstico Hemocultura Ecocardiograma transesofágico: visualização da vegetação depositada sobre as válvulas Biópsia: padrão ouro Critérios de Duke: Critérios maiores o Hemocultura positiva com agente típico o Ecocardiograma transesofagico com identificação de vegetação o Sopro Critérios menores o Hemocultura positiva com agente não típico o Ecocardiograma transesofagico não típico o Febre > 38ºC o Fenômenos tromboembólicos o Fenômenos imunológicos o Patologia cardíaca presisponente Dx fechado: 2 critérios maiores 1 maior + 1 menor 3 menores Tratamento Oxacilina (aureus e Viridans) + Ampicilina ( enterococcus) + gentamicina (coadjuvante)
Ceftriaxona (todos menos entereococus) + Ampicilina + gentamicina Se teve troca valvar a menos de um ano: Ampicilina + Vancomicina Indicação cirúrgica: o Vegetações maiores que 1cm o Abscessos perivalvares o Quando fungica o Bacteremia por + de 10 dias após inicio do tto (falha terapêutica)
Profilaxia: para procedimentos que trazem risco de bacteremia (dentários, trato respiratório, TGI, TGU) em pacientes com risco de endocardite Padrão: Amoxacilina Alto risco: Ampicilina + Gentamicina
MONONUCLEOSE INFECCIOSA Etiologia - vírus Epstein Barr (EBV) Transmissão - Transmissão horizontal e veiculada pela saliva, onde o vírus é presente na fase aguda da doença. é de baixa contagiosidade, pois requer contato intimo das secreções orais (“doença do beijo”). - Prevalente em crianças e adolescentes Fisiopatologia - Após a contaminação oral, a infecção ocorre primariamente ao nível da orofaringe - Infeccao das tonsilas orofaringeanas viremia precoce através dos linfócitos B que circulam pelas estruturas linfoides - A infecção dos linfócitos B leva a uma intensa proliferação de linfócitos T hiperplasia ganglionar generalizada, esplenomegalia e hipertrofia das amigdalas - Os linfócitos T ativados são aqueles que reagem contra a infecção (descompactam sua cromatina para transcrição de proteinas) chamados de linfócitos atípicos - O vírus pode gerar uma infecção lítica: destruição e necrose das células epiteliais, o que resulta no sintoma de faringite - O vírus também pode fazer uma infecção latente: incorporação do genoma
viral ao genoma dos linfócitos B, ficando imortalizado dentro da célula humana Sintomas Período de incubação: 30 a 45 dias Síndrome mono-like (tríade de sintomas) Odinofagia Rash após uso de beta-lactamicos em 90% dos casos Esplenomegalia em 50% dos casos Sintomas hematológicos: + de 50% mononucleares e + de 10% linfócitos atípicos Sorológicos: anticorpos heterofilos temporários
Síndrome mono-like - Mono-like são as doenças que parecem ser mononucleose e apresentam febre, linfócitos atípicos e linfonodomegalia – é um termo usado para se referir ao caso do doente quando não se tem a certeza de que ele está infectado pelo EBV. É uma síndrome que tem a tríade de sintomas, não é necessariamente uma doença. FEBRE + LINFADENOPATIA + LINFOCITOS ATIPICOS Agente etiológicos: todos possuem linfócitos atípicos, mas inferior a 10%
CMV: Febre + linfadenopatia Toxoplasmose: febre + linfadenopatia Rubéola: febre + linfadenopatia + rash HIV agudo: febre + linfadenopatia
Complicações A maioria dos casos tem evolução benigna 1) Hematológicas: comportamento alterado dos linfócitos B a. Anemia hemolítica b. Trombocitopenia severa c. Neutropenia severa 2) Obstrução de vias aéreas superiores: devido a inflamação das amigdalas 3) Neurológica: autoimunidade 4) Ruptura esplênica 5) Potencial oncogenico 6) Infecção crônica pelo EBV Diagnostico O dx é praticamente feito pela tríade de febre, faringite e linfonodomegalia cervical, apoiada na presença de linfócitos atípicos. A comprovação etiológica é obtida pelo achado de anticorpos heterofilos, sendo apenas necessário o recurso ao estudo sorológico especifico nos casos duvidosos
Critérios de Centor: etiologia bacteriana
1 ponto: sem ATB 2-3 pontos: teste rápido para comprovação 4 pontos: ATB
Tratamento - Doença benigna, autolimitada - Apenas sintomático
PNEUMOCISTOSE - 60-90% dos pacientes HIV+ desenvolvem essa doença Etiologia - Pneumocystis jirovencii - Fungo unicelular de baixa virulência - Não responde a drogas antifúngicas como anfotericina e azóis -Dx diferenciais: Tuberculose miliar MAC Pneumonia bacteriana ou viral Histoplasmose Criptococose Transmissão - Pela via humana e pelo ar.
- Reativação da infecção latente - Frequente reexposições - é um patógeno pouco virulento, na maioria das vezes causa infecções assintomáticas, sendo mais relevante em imunocomprometidos Grupos de risco: HIV com CD4 200 por 3 meses o Secundaria: após a doença o SMX +TMP
NEUROTOXOPLASMOSE Etiologia - Protozoário Toxoplasma gondii Sintomas - é um AVE em câmera lenta, sinais de HIC. Evolução subaguda (2-3 semanas) Febre Cefaleia Vômitos Perda de forca em alguns músculos Convulsão -Toxoplasma também pode acometer: o Pulmão o Coração o Retina Diagnóstico Sorologia para toxoplasmose (IgG) Tomografia: lesões focais múltiplas principalmente em gânglios da base Biópsia - Dx diferenciais: o Criptococose o Tuberculose o Linfoma o Chagas Tratamento Tratamento empírico - SPAF: Sulfadiazina + Pirimetamina + Acido Folínico -Acido folinico previne as alterações hematológicas provenientes do uso da pirimetamina Profilaxia secundária: SPAF até CD4>200 por 3 meses Profilaxia primaria: Bactrim se o CD4...