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Anotações das aulas de Introdução ao Documentário...

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Resumo Introdução ao Documentário

Questões centrais para Compreensão do Documentário -Intenção, autoria, representação da realidade. (intenção de fazer o documentário – intenção social) -Conceito de verdade, aprofundamento. - Manifesta na indexação da obra, conforme percebida pelo espectador. O documentário, antes de tudo, é definido pela intenção de seu autor de fazer um documentário (intenção social), manifesta na indexação da obra, conforme percebida pelo espectador. Autoria – não é necessário seguir uma linha editorial de uma empresa jornalística – explorar a subjetividade – representar um ponto de vista •

O documentário é a possibilidade de executar um projeto audiovisual sem ter que seguir a linha editorial de uma determinada empresa jornalística.

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O documentário permite que o documentarista explore a subjetividade.

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Ele representa pontos de vista de indivíduos, grupos, instituições (NICHOLS, 2005, p. 31) Coloca diante do espectador a defesa de um determinado ponto de vista e assume isso.

Reprodução – imitação de fotografia, quadro. Representação – ideia de interpretação •

“O documentário “não é uma reprodução da realidade, é uma representação do mundo em que vivemos. Representa uma determinada visão de mundo, ...”(Nichols, 2005, p.47)

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Reprodução= imitação de fotografia, quadro, etc.

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Representação= ideia, interpretação

Documentário é a representação do mundo em que vivemos – representa uma determina visão do mundo. Não é possível fazer uma reprodução da realidade – documentário depende de muitos fatores, entre eles, a linha editorial do veículo, que representa a realidade baseada nas suas convicções. - Televisão passa uma falsa impressão de trazer todos os lados do acontecimento.

- Documentário traz aspectos do mundo que já compartilhamos, porém de forma social e palpável. Documentário representa o mundo da mesma forma que um advogado defende os interesses de um cliente – apresenta a defesa de um determinado ponto de vista. Conceito de verdade no documentário – mostra uma verdade, de determinado ponto de vista, não é “absoluta” – o que é apresentado é uma interpretação do ocorrido. •

O documentário não é neutro e assume isso. Ele geralmente irá apresentar a sua leitura do tema. Ele levanta questionamentos e inquietações que possam servir de reflexão.

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Parte-se do princípio de que não é mostrar a “verdade absoluta”, e sim uma verdade determinada a partir da interpretação, inerente a qualquer produção audiovisual.

Objetividade x Subjetividade Documentário deixa claro que não é um todo e sim uma parte dela. •

Para Cremilda Medina (2008,p.30), a distância que existe entre a realidade objetiva e a representação dessa realidade é percorrida pelo esforço de interpretação.

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O documentário sempre deixa claro que o que está na tela não é o todo absoluto do fato , mas partes dele profundamente exploradas.

Aprofundamento Quanto mais você recorta, mais você consegue se aprofundar no assunto. - relação com jornalismo interpretativo - discute causas e consequências, busca a reflexão •

A determinação de um viés, um filtro, acontece desde a escolha do tema, passando pelo roteiro, gravação e montagem (edição)

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Relação com Jornalismo interpretativo.

Discute causas e consequências, busca a reflexão 1895 – primeira transmissão cinematográfica foi um documentário. O primeiro documentário, que foi nomeado assim, em 1922 (época do cinema mudo) – Nanook – sobre uma família que mora no norte do Canadá. •

Para Fernão Ramos: O documentário “proposições” sobre o mundo histórico.

estabelece “asserções” ou

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PROPOSIÇÃO: sentença passível de comprovação ou não (neste caso, apresentada no documentário). É a afirmação, por meio de argumentos, de que algo é verdadeiro.

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ASSERÇÃO: Proposição que o autor assume como verdadeira, independentemente de seu conteúdo. Ex: a defesa de um advogado. Criação de um argumento que é desenvolvido no documentário.

Discussão Texto 1 – Bill Nichols 2 tipos de documentário 1. Satisfação de desejo 2. Representação social O documentário possui três formas de fazer a representação 1. 2. 3. 4.

Retrato ou representação Argumentos para ver o mundo de uma nova maneira Representa o interesse de outros Documentarista faz o documentário, de acordo com seus interesses

O documentário pode mudar o pondo de vista, pois depende da subjetividade do diretor, não de um veículo de comunicação. Ator social seria o personagem da tele reportagem, porém mais aprofundado – você entra na vida da pessoa. Sandro e o ônibus 174 - Documentário mostra o lado de Sandro como um excluído social – sobrevivente a chacina da Candelária.

Fronteira do Documentário e Jornalismo Questão histórica O documentário nasce com o cinema. - o telejornalismo, surge em 1950, junto com a TV Autoria e Criatividade -Documentário: há um espaço mais denso para a expressão do viés autoral. -Reportagem: deve seguir a linha editorial do veículo. Crença na verdade

-O documentário se apresenta como um olhar que interpreta o mundo (mais interpretativo e reflexivo). -Jornal se vende enquanto reprodução do real, sob mitos da objetividade e imparcialidade (mais informativo). Reportagem (relato) O documentário é arte e não mera atualidade. A simples narrativa da atualidade e a reportagem. A reportagem (relato completo de um fato) por mais que o reporte/editor sejam criativos, sempre vai seguir o formato tradicional da TV (OFF, sonoras e passagens), pois é o repórter quem a conduz. Relação com a Arte -O documentário busca as bases para construção da narrativa do cinema. -Pode ser construído de diferentes formas, mas sempre terá como condutores os atores sociais e não um repórter ou diretor/ entrevistador. Ele pode conduzir, mas sua presença não se evidencia. Possibilidade de Formatos 1. Encenação (construção e locução) 2. Depoimentos mais longos, estáticos ou em movimento (encenação – atitude ou encen-ação) 3. Condução feita pelos próprios atores sociais (valorização) 4. Utilização de documentos: trecho de gravações em vídeo; jornais impressos; áudio 5. Utilização de voz over 6. Divisão em capítulos Factual Ao contrário da reportagem, o documentário não está vinculado aos acontecimentos cotidiano. Individual x Parte de -O documentário é um filme do modo que possui de veicular suas asserções e no modo como elas se articulam, enquanto narrativa, com começo, meio e fim. -O documentário é produzido para ser visto no cinema, na internet ou mesmo na TV (individualmente) -A reportagem é veiculada sempre dentro de um programa televisivo, telejornal ou outro tipo de programa.

Documentário na TV (cabo) Tomadas de estúdio, roteiro detalhado com cada plano e atores profissionais – voz over e entrevistas.

Modo de representação -Bill Nichols identifica seis modos de representação que funcionam como subgêneros do gênero documentário – a apresentação dos modos são da forma cronológica que surgiram. Poético (anos 20) -evidencia a subjetividade e preocupa-se muito com a estética “Enfatiza mais o estado de ânimo, o tom afetivo...” Expositivo (anos 20) - dirige-se ao espectador diretamente, propõe uma perspectiva, expõe um argumento ou recontam a história – presença da voz over – não é questionador – mais próximo ao jornalismo Imagem desempenha papel secundário Nem sempre roteirizado com voz over “Aumenta nossa forma de conhecimento” Observativo (anos 60) - busca captar a realidade tal qual ela é. A menor interferência possível (cinema direto/verdade) Imagem desempenha papel fundamental Ideia de duração do acontecimento “Mostra uma força especial ao dar uma ideia de tempo..” Participativo (anos 60 e 70/80) -marcada pela participação do documentarista, que se torna sujeito ativo no processo Entrevista é fundamental “Quando assistimos esperamos representar...” Reflexivo (anos 80)

- observa-se a relação mais forte e direta do documentarista com o espectador - reconhece a maneira que as coisas são, mas também invoca a maneira como poderia ser “Tenta reajustar as suposições e expectativas do seu público e não acrescenta conhecimento novo. Proposta de ver o mundo de maneira inesperada, diferente.” Performático (anos 80) - caracteriza-se pela subjetividade e pelo padrão estético - o que mais se afasta do jornalismo, se aproxima da narrativa cinematográfica “Sublinha a complexidade de nossos conhecimentos de mundo, ao enfatizar suas dimensões subjetivas e afetivas.”

-A identificação de um filme com certo modo não é necessariamente total, pode haver mais de um modo no mesmo documentário....