Resumo para prova da disciplina: Questões Éticas e Normativas em Psicologia PDF

Title Resumo para prova da disciplina: Questões Éticas e Normativas em Psicologia
Author Julia Pedroso
Course Ética Profissional
Institution Universidade Metodista de Piracicaba
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Summary

Resumo feito com a finalidade de estudar para a prova da disciplina Questões Éticas e Normativas em Psicologia. Conta com os seguintes temas: Objeto da Ética; Moral e História da Ética. ...


Description

Resumo (1ª prova) Questões Éticas e Normativas da Ψlogia Julia Sanches

É na relação com o outro que surgem os problemas e as indagações morais: “O que devo fazer e como devo agir nesta situação?” Assim, os indivíduos se defrontam com a necessidade de pautar seu comportamento por normas e princípios que foram construídos historicamente, e essas normas devem ser reconhecidas como obrigatórias. Estes comportamentos morais, não são naturais, mas sim normativamente estabelecidos pela cultura, assim como o julgamento alheio em relação a determinados comportamentos, o que varia de época em época. Texto 1: Objeto da Ética

Conceitos: 

Comportamento prático e moral: O homem toma suas decisões e atos em relação às situações, ao mesmo tempo julga ou avalia estas decisões e atos.



Moral: Um conjunto de costumes e valores seguidos pelos indivíduos.



Ética: É uma ciência que tem como objeto de estudo a MORAL, buscando analisá-la, compreendê-la e justificá-la. “ETHOS”: modo de ser – “MOS”: costume. A origem da palavra exprime o sentido de um comportamento humano que não é natural Não cabe a ética descritiva formular juízos ou valores sobre a prática moral de outra sociedade ou época. É uma explicação daquilo que foi ou é, e não um julgamento. Busca explicar por que a moral se transforma, mas não, faz uma comparação valorativa, sendo assim, uma ética reflexiva. Caso a ética seja utilizada para comparações valorativas, será uma ética normativa: não indaga por aquilo que é, mas por aquilo que "deve ser”, desenvolve critérios para o juízo moral. Dessa maneira, o valor da ética está naquilo que ela explica e não naquilo que recomenda. A ética está diretamente ligada com as relações humanas, especificamente com a Psicologia, Antropologia, Sociologia, Economia e Direito.



Contribuições da Psicologia para a Ética: Esclarece as motivações e as condições subjetivas do ato moral, como fatores subconscientes que escapam ao controle da consciência e influenciam no comportamento.



Contribuições da Antropologia para a Ética: Investiga e descreve os padrões de comportamento das sociedades antigas



Contribuições da Sociologia para a Ética: Estuda a sociedade humana em geral, investigando os fatores e condições das transformações sociais



Contribuições da Economia para a Ética: Estuda as relações econômicas que os homens contraem no processo de produção.



Contribuições do Direito para a Ética: Aborda o comportamento humano em relação às normas assim como a ética. Porém, neste caso, normas impostas e obrigatórias de maneira coercitiva e com penalizações. Texto 2: Moral e História da Ética

Quando a base material (relações sociais, trabalho) se altera surgem necessidades e idéias para tais estruturas. 

Homens Primitivos: - Sem noção de propriedade (propriedade comunal); - Organizados em tribos; - O trabalho buscava controlar a natureza com atividades rudimentares como a pesca; - Comportamento moral de coletividade, cooperação e solidariedade entre os indivíduos, como uma forma de buscar sobrevivência defendendo-se das tribos alheias. Assim, não havia noção de subjetividade; - O trabalho e a defesa de outras tribos eram deveres; - Virtudes: Valentia, solidariedade, ajuda mútua, disciplina, justiça; - Vícios: Covardia, egoísmo, preguiça; - Não havia classes sociais e assim a moral era para todos; - Os inimigos eram eliminados.



Sociedades Escravagistas: - Nasce a noção da propriedade privada; - Domínio da agricultura, gerando o acumulo de bens; - Consequentemente noção de rico e pobre, dominante e dominado; - Surgem os escravos, na maioria das vezes guerreiros inimigos derrotados; - Consequentemente, o trabalho é visto como não digno dos homens livres; - Os homens livres possuíam uma moral efetiva com fundamentos nas

doutrinas dos filósofos da antiguidade, enquanto os escravos não possuíam; - Deveres dos homens livres: culto ao corpo e ao espírito, respeito às normas; - Deveres dos escravos: obedecer e servir; - Surgimento da política: dirige e organiza as relações entre os membros da comunidade; - Virtudes: Fidelidade e amor a pátria, valor na guerra, dedicação aos valores públicos acima dos particulares; - Vícios: Desrespeito a pátria, valorização dos interesses privados; Como se vê, ainda era valorizada a ajuda mutua, porém com um pouco de consciência da individualidade. 

Sociedade Feudal: - Caracterizada pela divisão de classes sociais: Senhores Feudais (donos de terra), Servos (presos à terra dos senhores feudais, porém, tinham liberdade pessoal) e alguns homens livres (artesãos, comerciantes, também submetidos aos senhores feudais; - Moral Religiosa – Regida pela igreja, que justificava a divisão das classes sociais como uma ação divida “Você é servo porque deus quis assim”. (KKK); - Todos possuem código moral; - Desprezo ao trabalho pelos nobres que valorizavam o ócio e a guerra; - Amor ao trabalho pelos servos; - Virtudes dos Senhores Feudais: Andar a cavalo, nadar, jogar xadrez; - Vícios dos Senhores Feudais: Façanhas cruéis, traição, hipocrisia; - Virtudes dos Servos: Ajuda mútua, solidariedade, temor a deus; - Vícios dos Servos: Desobediência, preguiça, egoísmo.



Sociedade Capitalista: A estrutura feudal sustentada pelas idéias religiosas entra em crise. - Surgimento de uma nova classe social: Burguesia; - O trabalho ganha valor, dignifica; - O lucro está acima de tudo; - Mais valia: exploração; - Espírito de posse e egoísmo; - Individualismo exacerbado; - Comportamento econômico e explorador; - Grandes contradições entre valores: liberdade, igualdade, fraternidade, egoísmo; - Virtudes: Honradez, puritanismo, amor a pátria; - Vícios: Parasitismo social, dissimulação, cinismo.

Texto 3: Doutrinas Éticas Fundamentais

Como foi dito anteriormente, no mundo grego (sociedade escravagista) começa a surgir a idéia de comunidade e indivíduo, e há as primeira concepções concretas de moral e ética. Sócrates, Platão e Aristóteles vivem na época de uma comunidade democrática (Polis). Já Estóicos e Epicuristas vivem a decadência da Polis e produzem reflexões sobre este momento. 

Sofistas (pré-socráticos): Procuram estabelecer um saber centrado no homem e vêem o mundo como não importante par ao conhecimento. Porém, caem no RELATIVISMO e no SUBJETIVISMO - O conhecimento deve ser prático e influenciar na vida pública; - Valorizam a retórica: capacidade de argumentar e convencer o outro – pois nessa sociedade a vida era pública; - Combatiam as tradições, verdades e normas, pois defendiam a idéia de que tudo é transitório;



Sócrates: Concordam com as idéias sofistas de que o conhecimento não deve ser voltado à natureza e também critica as tradições. Porém, discorda com o subjetivismo. “CONHECE-TE A TI MESMO” Para Sócrates o conhecimento lapida o caráter – “Quem age mal, é porque não conhece o bem” – Conhecimento prático e moral - “Bem” para Sócrates é a felicidade da alma - Virtude: conhecimento; Vício: ignorância - A virtude é aprendida e adquirida.



Platão: - Concepção metafísica: Mundo Sensível e Mundo Inteligível. O bem existe em ambos, porém no mundo sensível é imperfeito. - A Doutrina da Alma é composta por: Razão: prudência Vontade: fortaleza Apetite: temperança (equilíbrio, moderação) - O homem torna-se bom quando vive em comunidade, sendo cidadão - O Estado deve ser representado por um filósofo guiado pela prudência - Guerreiros guiados pela fortaleza - Artesãos pela temperança (Os artesãos aparecem em ultimo e os escravos não são citados já que o trabalho era desvalorizado na época).



Aristóteles: - Faz oposição a concepção metafísica de Platão, pois para ele não

existem idéias separadas dos indivíduos; - Introduz a idéia de ATO e POTÊNCIA – um grão é uma planta em potência, a planta é um grão em ato – Deus: o ato puro. O homem é a passagem de potência em ato no esforço para tornar-se humano, buscando a felicidade, que é alcançada através da razão e do conhecimento; - Idéias Normativas: Desenvolver as virtudes (não inatas) adquiridas pelo conhecimento, pois o homem é um ser racional e irracional, em que as virtudes intelectuais se manifestam na primeira parte e as virtudes práticas e éticas na segunda. O equilíbrio consiste no meio termo entre as duas. Exemplo: Justiça – meio termo entre altruísmo e egoísmo - Para a felicidade ser alcançada através da razão deve-se estar em uma condição de saúde, posse de bens materiais, liberdade, maturidade, comunidade. 

Estóicos e Epicuristas: A moral não se define mais pela polis e pela comunidade, mas sim em relação ao universo. - Estóicos: O cosmo tem deus como princípio e tudo acontece pela vontade dele, ao homem cabe seguir seu destino. Ser sábio é viver de acordo com a natureza humana e com o destino que foi traçado. Voltando para seu interior, o individuo se define moralmente e é feliz sem a necessidade de estar em comunidade - Epicuristas: tudo é formado por átomos e não há nenhuma intervenção divina nos fenômenos da natureza e do homem. Já que não há temor religioso, o homem pode buscar o prazer (espiritual e corporal), assim, encontra a felicidade e a auto-suficiência.

A Ética Cristã Medieval: Decadência do mundo grego, o domínio do Império Romano torna o cristianismo a religião oficial. Em virtude da fragmentação econômica e política, a religião passa a dominar a ética e a sociedade. - Ética religiosa: Parte do principio de um conjunto de idéias reveladas por deus: bom, onisciente, todo poderoso, criador e do homem que deve sujeitar-se e obedecer aos mandamentos divinos. O que o homem deve fazer não está relacionado com a Polis ou com o universo inteiro

como era dito anteriormente, mas sim em relação a deus. Para que seja feliz, o homem deve contemplar deus. - Virtudes morais: Prudência, Fortaleza, temperança e justiça (idéias de Platão) ; - Virtudes supremas: Fé, esperança e caridade; Esta ética torna os homens iguais no plano espiritual, independente da classe social (cuja desigualdade era justificada pela vontade divina), sendo assim um grande avanço ao oferecer um tratamento mais digno àqueles que eram totalmente desprezados anteriormente. “todos somos filhos de deus”. - Ética cristã filosófica: O cristianismo é uma religião, não uma filosofia. Mas, neste período produziu-se uma filosofia a fim de esclarecer e justificar questões religiosas. - Santo Agostinho: A elevação à deus não será alcançada neste mundo. Defende a experiência pessoal e a contemplação da interioridade (diferente do racionalismo grego). Foi influenciado por Platão - São Tomás de Aquino: Considera deus como bem objetivo e fim supremo, porém, para alcançá-lo é necessária a contemplação e o conhecimento. O homem deve ser social e político. Influenciado por Aristóteles.

A Ética Moderna: Tendência antropocêntrica (homem como centro do universo) Ponto culminante: Kant - Ética antropocêntrica: Período marcado por mudanças em todas as ordens Economia: Feudal -> capital Social: Surgimento da burguesia Estatal: Fim da fragmentação feudal -> início de Estados modernos Espiritual: a religião perde a forma dominante (razão se separa da fé, assim como o homem de deus e o Estado da igreja) O homem é um ser dotado de razão e torna a natureza objeto de sua ação, levando a um desenvolvimento das ciências, artes, política e moral.

- Descartes: fundador da modernidade, idéia do EU pensante - Iluministas: utilizam a filosofia para combater princípios religiosos e formar um novo homem – igualdade Apesar de ter sido dito que “todos somos iguais” isso não ocorreu na prática, o que levou os burgueses a revolução, buscando igualdade, liberdade e fraternidade. - Ética Kantiana: Idéias centradas no HOMEM. Segundo Kant, a razão tem limites e não é capaz de explicar tudo. As coisas só existem se passarem pela consciência, e a partir disso, o homem é responsável por suas ações, ou seja, o homem dá sua própria lei e tem consciência de seus atos.

Imperativo categórico: toda ação deve ser regida por uma idéia universalmente aceita, ou seja, é dever do indivíduo agir conforme os princípios que ele quer que todos os seres humanos sigam. - Ética formal: deve ser postulada para todos os homens - Ética autônoma: o homem é um sujeito autônomo, livre, portanto se define como ser ativo, produtor e criador....


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