Resumos E Respostas - resumo sobre Melville Jean Herskovits, Franz Boas, Leslie White e Durkheimn PDF

Title Resumos E Respostas - resumo sobre Melville Jean Herskovits, Franz Boas, Leslie White e Durkheimn
Author Lilian Fragoglietti
Course Sociologia
Institution Ensino Médio Regular (Brasil)
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resumo sobre Melville Jean Herskovits, Franz Boas, Leslie White e Durkheimn...


Description

3 A) O antropólogo Melville Jean Herskovits é um autor caracterizado principalmente pela influência boasiana, notório inclusive em seus temas de pesquisa, que são basicamente reelaborações de questões formuladas por Boas. Em seu método de pesquisa, Herskovits incumbia uma perspectiva histórica, novamente devido à Boas. Ele utilizava de fontes secundárias disponíveis e julgava que estava adotando uma abordagem histórica para apreender, sobretudo, a questão da mudança cultural, ou seja, o autor acreditava nos princípios metodológicos boasianos a respeito da duração da pesquisa de campo, da importância do aprendizado da língua nativa, mas não os punha de fato em prática. Suas experiências de pesquisa de campo foram muito curtas e envolviam a contratação de intérpretes e a recepção de informantes em sua casa, aos quais ele pagava por entrevistas e informações. Neste viés, Herskovits em Antropologia Cultural, apresenta desde definições conceituais básicas no campo da antropologia à dados etnográficos colhidos em diferentes contextos, como é feito na definição do campo da Antropologia e no conceito do termo. A Antropologia, para o autor, é o estudo do homem e suas obras, ou seja, centra-se no homem e leva em conta todos os componente da experiência humana, estes que são a existência biológica, humana e cultural do presente e do passado. A antropologia apresenta-se dívida em dois campos: a antropologia física e a antropologia cultural. A antropologia fisica refere-se à forma física do homem, logo, é o aspecto mais especializado na antropologia, pois mostra-se como uma ciência biológica que se interessa somente pelos homo sapiens. Diferencia-se da biologia devido à presença do questionamento sobre se um fato se dá devido ao inatismo ou se é devido origem cultural. E admite as influências das convenções sociais sobre o tipo físico de um povo. Logo, observa-se que a antropologia física estuda problemas como a classificação das raças, processos de hereditariedade e a influência do meio natural sobre o homem. A antropologia cultural refere-se ao comportamento aprendido do homem, dispondo das sociedades que se encontram deslocadas da corrente da história cultural europeia e de suas respectivas culturas como objeto de estudo. Esta divisão segue o ideal de que as tradições e formas humanas de vida são expressão de um comportamento baseado na aprendizagem, logo, busca estudar a cultura da sociedade através dos mecanismos que o homem cria para lidar com o meio natural e o ambiente social, como a tecnologia, a vida econômica, as instituições sociais, arte, política e religião.

B) Além das divisões da antropologia citadas na questão a cima, há também as subáreas da antropologia: A arqueologia pré-história e a Antropologia linguística. A

primeira baseia-se na investigação e análise de aspectos que servem de motor ao desenvolvimento primitivo da espécie humana, durante o período que antecede o descobrimento da escrita. Já a Antropologia linguística trata das variedades da palavra, esta que estabelece os sistemas fonéticos, vocabulários e estruturas gramaticais de línguas que não conhecem a escrita. Logo, esta subárea trata de estudar as relações entre os hábitos verbais e o pensamento humano, estando atento às significações das formas da linguagem. É função do antropólogo linguista tratar a priori das formas de linguagem, normas fonéticas e a consistência de seu uso, as variações dialetais, a relação de uma língua com a outra e o simbolismo nas línguas, para somente após isto, abordar as questões próprias dos linguistas, que é a ligação do hábito verbal à compreensão humana. Desta forma, define-se a importância do paradigma linguístico na análise de cultura, sendo esta a utilização do entendimento da língua nativa de uma sociedade para apreender as particularidades presentes na sociedade em questão, como ocorreu na estudo que transcreveu os fonemas, o emprego dos sons em diferentes intensidades e os tons das línguas raros nas línguas indo-européias com o intuito de estudar a cultura da sociedade.

C) A antropologia, a partir do conceito a qual o autor define, tende à analizar o comportamento humano por viés histórico, interessando-se por todos os aspectos da vida e cultura do indivíduo e da sociedade. Portanto, busca compreender as características culturais de cada meio social em prol da definição de sua evolução e sua influência em outros momentos da história, abordando, sobretudo, os problemas sociais dessas culturas. Porém, Herskovits alega ser essencial, para compreensão da cultura, estudar o contexto histórico da sociedade, ou seja, compreender seu passado, pois, toda sociedade está em constante evolução, assim como os costumes e tradições que são justamente os resultados das transformações ocorridas no decorrer da história.

D) A busca pela compreensão da cultura apoia-se também nas artes, principalmente na música e na literatura, visando estabelecer relações culturais e sociais por meios desta. A partir disto, nota-se o interesse de antropologia pelas artes dos diferentes povos como forma de estudar a cultura das mesmas. Como por exemplo, o uso dos impulsos estéticos que foram pesquisados, já que o estilo utilizado em uma arte distingue a arte de um povo de uma época, de um artista ou de outra arte qualquer, pois reflete a estrutura social vigente.

Como em toda cultura, os padrões preexistentes são os reguladores que impedem que mudanças se produzam ao acaso, este, inclusive, é o motivo da arte ter um significado específico para um povo e seguir padrões estéticos. As formas literárias com que lida o antropólogo são conhecidas como folclore. Sua análise se faz seguindo em grande parte as mesmas linhas que o estudo de qualquer literatura. Musica é outro parâmetro utilizado para tratar da compreensão de cultura, pois Todos os povos fazem música, e fazem-na obedecendo a padrões, assim como a literatura, de forma a padronizar seus ritmos a cada meio social, alargando os horizontes sobre a vida social do homem de cada povo. Sobretudo, o conhecimento musical proporciona um material registrado para novos conhecimentos musicais para estudiosos da arte, influenciando a mesma. Logo, observa-se que os estudas da arte baseados em diferentes culturas são utilizados como forma de análise e compreensão da cultura e estrutura social, dependendo da história e da sociedade a qual está inserida.

2A ) Em meados das décadas de 1950 e 1960, o relativismo cultural estabelece seu lugar de pauta na antropologia americana, tendo base o paradigma inaugurado por Franz Boas e o debate sobre o conceito de cultura. A partir disto, o antropólogo Leslie White, juntamente com Julian Steward, elabora uma teoria que vai de encontro ao relativismo, tem-se então o surgimento da chamada teoria neo-evolucionismo. A teoria neo-evolucionista de Leslie White, a partir da herança deixada por Morgan e Tylor, busca reinserir a teoria da evolução na antropologia, logo, utiliza-se da afirmação de que a evolução é um fenômeno inegável na história humana e de que há estágios da mesma. Para chegar na conclusão citada o autor, que pretende restabelecer a evolução como complexificação social, rompe com a estrutura unilinear, ou seja, para ele cada sociedade teria seu próprio destino e não estavam fadadas a percorrer a mesma trajetória evolutiva. Dentre os neo-evolucionistas encontra-se o antropólogo Marvin Harris, este que foi influenciado pelo pensamento marxista a respeito do desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção como fundamento das transformações históricas, ou seja, segundo o marxismo, há o surgimento de novas relações de produção ou de classe respectivos ao período histórico presente. Apesar da

concordância de Harris ao conceito citado, ele acrescenta o crescimento demográfico e a escassez de alimentos como determinante nas transformações das tecnologias. Além de sua ligação à teoria de Karl Marx, Harris desenvolve sua tese baseada nos conceitos neo-evolucionistas. A Partir disto estabelece que a evolução cultural caracteriza-se pelo aumento da escalada de energia, pelo aumento da produtividade e pela aceleração do crescimento demográfico. Porém diferencia-se de White quando o assunto é a tecnologia. Para White, o nível de consumo de energia fornecia uma medida para se avaliar o avanço cultural, já para Harris, a tecnologia segue um ciclo a qual termina em falha para com a cultura da sociedade em prol da substituição por novas tecnologias.

B) Ao tratar da temática de evolução cultural, é necessário um entendimento claro do conceito de cultura a qual será usado. O antropólogo Leslie White, considera a cultura como qualquer coisa ou evento que consista ou dependa de simbolização, quando considerada em um contexto extrassomático, ou seja, a cultura deve ser vista não como comportamento, mas em si mesma, fora do organismo humano, sendo sempre dependente de símbolos, pois é a capacidade de simbolização que cria a cultura e o uso de símbolos que torna possível a sua perpetuação. Ainda para White, a teoria da evolução é aplicável à cultura a partir de três pontos de vista: à cultura da humanidade com um todo, à cultura de qualquer grupo específico de pessoas em qualquer região e aos subsistemas dentro de um sistema cultural. Isto se deve à possibilidade de aplicar o conceito de evolução apenas ao que pode ser considerado um sistema. White defende que a teoria da evolução é uma teoria cienKfica de extrema importância na antropologia não biológica, pois ao passo que a ciência ocupa o lugar da teologia na sociedade, esta precisou cumprir com a mesma função que aquela, ou seja, propor explicações para a origem e evolução do homem e da cultura. Estas explicações baseiam-se na aceitação de que a mente humana segue o mesmo funcionamento em todos os lugares, logo, é inerente à vida a ocorrência de semelhanças culturais em áreas não conKguas, porém, ele rompe com o desenvolvimento unilinear presente no antigo pensamento evolucionistas, ou seja, mesmo se deixadas por sua própria conta, as sociedades humanas não passariam necessariamente pelos mesmos estágios.

Com o intuito de definir claramente os critérios que deveriam ser usados para medir os graus de complexificação social de um estágio, o autor utiliza como base a obtenção de energia e a complexidade tecnológica. Ou seja, Quanto mais evoluída uma sociedade, mais refinada e eficiente sua tecnologia e maior a canalização de energia do meio para seus integrantes,logo, tem-se uma relação direta entra a quantidade de energia e o grau de desenvolvimento cultural.

C) Um dos aspectos principais da teoria de Leslie White é em relação à ruptura teórica com os relativistas boasianos ao estabelecer uma concepção de cultura que privilegia o símbolo, sendo este a base da cultura. O homem é o único possuidor da capacidade de simbologizar, ou seja, de originar, definir e atribuir significados, de forma livre e arbitrária, a coisas e acontecimentos no mundo externo, bem como de compreender esses significados. Este significado deve ser compreendido por outros humanos, pois assim é estabelecido sua importância e validação, já que este não pode ser percebido e avaliado com os sentidos, pois não é inerente às coisas e objetos. Os significados são atribuídos, são um tipo de comportamento do homem. Um símbolo é composto de duas coisas: um significado e uma estrutura física, isto é, um objeto, um ato, uma cor ou um som. A estrutura ou forma física é o veículo que transmite o significado. Um símbolo precisa ter uma estrutura física, pois, sem ela, não poderia entrar em nossa experiência. Em oposição, a definição de sinal é estabelecida como uma coisa que indica outra coisa. Há dois tipos de sinais: os que possuem significado inerente à eles e a seus respectivos contextos, e aquelas que não possuem significado intrínseco. Ambos os casos são compreendidos pelos sentidos, diferença fundamental com o símbolo.

D) Em sua obra “Canibais e reis”, o antropólogo Marvin Harris, utiliza-se das concepções de materialismo cultural para interpretar a história da evolução humana. O autor inicia questionando a crença, presente no mundo ocidental, de que o progresso material não acabará nunca, alegando que esta foi formulada a partir dos cientistas vitorianos, que enxergavam uma evolução linear, ou seja, usavam o desenvolvimento da civilização como parâmetro para estabelecer povos como superiores ou inferior aos outros. Junto à esse ideal, logo é tido que a sociedade industrial era tida como superior às formas chamadas de selvagens dos povos antigos, porém Harris discorda de tal alegação, pois ao definir uma lógica materialista da evolução, demonstra que as culturas evoluíram ao longo de trajetos paralelos e convergentes que são previsíveis a

partir do conhecimento dos processos de produção, de reprodução e de intensificação e esgotamento. Com o intuito de refutar a visão vitoriana, já citada, do progresso, o autor alega buscar uma exposição mais realista da evolução cultural, para isto expõe que tudo o que possa a ser considerado como progresso é apenas uma recuperação de valores e padrões pré-históricos ou então um retrocesso. Como a tecnologia, que falhou com a cultura dos antepassados assim como falha com a sociedade industrial. As tecnologias de culturas anteriores falharam consecutivamente em prol da substituição por novas tecnologias, traçando um ciclo de limites de crescimento a serem atingidos, ultrapassados e enfim voltarem a ser atingidos novamente. Logo, estabelece que não há um processo inteligível que governa a manutenção de formas culturais comuns, dá início a mudanças e determina as suas transformações ao longo de trajetos paralelos ou divergentes, pois o motor deste processo é a tendência à intensificação da produção, que por sua vez é uma resposta recorrente à ameaças aos padrões de vida recorrentes do ciclo de limites de crescimento citado a cima.

4)Na obra “As regras do Método Sociólogo”, Émile Durkheim, tem como objetivo demonstrar a possibilidade e o dever de existir uma sociologia objetiva e cienKfica, para isso necessita que seu objeto de estudo seja específico, distinguindo-se do objeto das outras ciências, e que possa ser observado e explicado através de um método. Portanto, estabelece o fato social como principal temática a ser abordada. Este objeto de estudo tem como características: a coercitividade, a exterioridade, a generalidade e a sua consideração como coisa, sendo estas os principais fundamentas para a metodologia do estudo. Os fatos sociais são instrumentos sociais e culturais que determinam as maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo, sendo necessariamente coletivo, independente do indivíduo e possuidores de força para moldar o Ser em sociedade. Contudo para a observação deste fenômeno é necessário o estabelecimento de regras metodológicas de análise. A primeira regra estabelecida pelo autor condiz ao afastamento individual das pré-noções do Ser, não deixando que as explicações populares se deixem vigorar. A neutralidade é essencial para o conhecimento cienKfico, de forma a não comprometer toda a produção à crenças individuais. Por isso o fato social deve ser considerado como coisa, pois assim é considerado como algo ainda não formulado e exterior. A segunda regra tem como finalidade estabelecer com clareza o fenômeno a qual será estudado, pois é pela definição inicial que se constitui o próprio objeto da ciência. Em

prol da objetividade, deve-se estabelecer propriedades que condizem ao objeto, pois estas são todas as informações que o pesquisador possui, logo definem de qual forma este deve ser agrupado....


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