Semiótica-Resumos 2ª frequência PDF

Title Semiótica-Resumos 2ª frequência
Course Semiótica
Institution Universidade Lusófona de Humanidades e Technologias
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Resumo Semiótica 2 frequênciaO MitoO mito é um sistema de comunicação, isto é, uma mensagem, não podendo ser um objeto, conceito ou ideia. Mais propriamente trata-se de um sistema semiológico de conotação. O mito aqui não é uma lenda, é um sistema semiológico de conotação. É uma fala. Característica...


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Resumo Semiótica 2 frequência O Mito O mito é um sistema de comunicação, isto é, uma mensagem, não podendo ser um objeto, conceito ou ideia. Mais propriamente trata-se de um sistema semiológico de conotação. O mito aqui não é uma lenda, é um sistema semiológico de conotação. É uma fala. Características: frequentemente usada no quotidiano, assumimos como natural. O mito é uma fala que todos usamos, fácil de compreender e que naturalizamos. A fala é facilmente compreendida. A fala mítica possui estas características embora nem toda a fala seja mítica. Segundo Barthes, mito é uma forma ideológica que as pessoas assumem como natural. Nem toda a fala é mito porque nem toda a fala tem a forma de mito: a linguagem exige determinadas condições para tornar-se mito; O mito é um sistema de comunicação, uma mensagem; O mito não pode ser um objeto, conceito ou ideia. O seu 1º sentido contém 3 elementos: o Significante, Significado e Signo. A sua forma mítica engloba os significantes mais o seu 1º sentido. O conceito mítico engloba o signo, a forma mítica, e 1 º sentido. A significação mítica trata-se da junção de todo, ou seja, a conotação

CONOTAÇÃO/DENOTAÇÃO Denotação- o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das palavras. É utilizado na produção de textos que tenham função referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos assuntos. Denotação visual- tudo o que a imagem representa. (sentido próprio) Conotação- o sentido conotativo modifica o sentido literal das palavras e expressões. A linguagem conotativa é usada nos gêneros discursivos literários e publicitários com intuito de atribuir mais expressividade às palavras. Conotação visual- toda a informação implícita na imagem. (sentido figurado) Charles Sanders Peirce (1839-1914) Peirce foi sobretudo um dos fundadores da semiótica, tal como a entendemos hoje. Defendeu que o pensamento é um processo indissociável dos signos e, portanto, apenas reconhecível e cognoscível através de mecanismos de ordem semiótica. O pragmatismo Peirce foi um dos fundadores do pragmatismo. Para esta corrente, o mundo é o resultado da relação entre fenómenos e, portanto, todas as explicações se devem encontrar no uso da experiência, na dúvida e jamais em qualquer anterior e metafísico que explicasse os factos sem conexão direta com estes. O único critério da verdade para Peirce é aquele que se submete á intersubjetividade com que a comunicação no tempo, vai seriando o mundo á sua disposição, excluindo-se, portanto, nesta ótica qualquer via ligada a subjetivismos particulares. Peirce explica que o real é aquilo em que a informação e o raciocínio acabaram por resultar e que é, portanto, independente de qualquer tipo de devaneios. De nada vale uma verdade proclamar-se verdade, se não for aceite por todos. Tradição pragmática O pragmatismo foca-se mais na ação do que na fundamentação dessa ação. A significação passa, a partir de Peirce, a ser uma espécie de “continum”. Toda a nossa vida moderna está cheia de códigos, signos – de valores sociais, linguísticos e gestuais… Tudo é qualificável, tudo é inserido num código, os objetos são por isso ligados a um código.

Semiose é o processo semiótico. Ato de relação com os objetos e com as coisas. Mas a semiótica não é um código rígido porque é um ato de construção de significação (semiose). Peirce parte mais do domínio - análise lógica. Os signos para ele são aquilo que nos permite pensar, são a base do pensamento. Sem processo semiótico não haveria pensamento. Para os pragmáticos não é relevante procurar a essência das coisas, a sua realidade essencial. Interessa, sim, estudar a relação entre as coisas. A semiótica é, então, um elaborado constante na nossa vida quotidiana. Há elementos que entram em choque e que iniciam uma estrutura. A significação é relacional, esta entre mim e o real, entre mim e o outro. O “entre” aparece na semiose em códigos. Para Peirce não interessa procurar a essência do pensamento, para ele antes dos signos, o pensamento não existia (se é que existia algo antes dos signos). Ele afirma que “os signos não estão no nosso pensamento, é antes o nosso pensamento que está nos signos”. Isto significa que para ele o pensamento é sempre um pensamento – signo. Outra consequência desta ideia de pensamento – signo, é que esta relação não nos deve fazer pensar que para Peirce o signo seja o todo psicológico, e que uma perspetiva é uma psicologia. Peirce visa estimular a noção metafísica (sujeito/objeto – matéria/espírito) e não há divisão entre estes. O plano de continuidade disto é o plano e semiose. A semiótica afeta toda realidade e não deve ser nuca um juízo sobre a realidade. No mesmo contexto de vida, antes de ser meio físico/universal é o meio semiótico. Significação

códigos

montagem

Saussure e Peirce concordam numa coisa: não são unidades que dão à significação é na sua ligação que há estrutura. As categorias Influenciado pela categorização de Kant, que levaram Peirce a criar uma tríade onde desvendou 3 aspetos: •

o aspeto daquilo que é potencial e qualitativo (firstness);



o aspeto daquilo que é atual e sensível (secondness);



por fim, o aspeto daquilo que é matricial e indutor de previsão (thirdness).

A firstness: diz respeito a todas as qualidades puras que, naturalmente, não estabelecem entre si qualquer tipo de relação. Esta qualidade pura traduz-se por um conjunto de possibilidades de algo vir a acontecer ou a ser, como por exemplo, chuva/calor/beleza/ e textura de granito, independentemente do momento em que se venha realizar a manifestação ou o acontecimento concreto: /chove muito hoje/, já atingimos os 30 graus. A secondness: diz respeito á ocorrência, ao agora – aqui, ao estar a ser. Cada ato do presente é sempre uma atualização de qualidades da firstness. A thirdness: compreende a nossa capacidade de previsão e prognostico futuras ocorrências (futuras secondness) na mediada em que o hábito, o código, e as crenças estabilizadas permitam antecipar o que no tempo poderá vir a acontecer. Peirce caracterizou, portanto, a thirdness como um «modo de ser», ou categoria, que institui signos que são matriz de todos os outros que ocorrem na experiência no dia-a-dia. A nossa interpretação é muitas vezes sustentada em signos complexos que atualizam, no quotidiano, o modo de ser da thirdness (e que advêm do conhecimento e do hábito pré-adquirido na comunidade onde nos integramos). De um lado temos, portanto, signos complexos que são como matrizes da própria comunidade onde nos inserimos, a thirdness; do outro lado, temos as ocorrências particulares que se sucedem, ou seja, o próprio uso corrente e bruto dos signos a secondness. Toda esta ligação entre atual e previsão (secondness e thirdness) seria impraticável, se não se tivesse em conta os níveis das qualidades puras da firstness.

Signo, semiose e pensamento Na semiótica de Peirce a noção de signo contempla o contínuo da representação, a partir do qual percebemos e compreendemos o mundo. Um signo ou representamen, é qualquer coisa que está para além em vez de outra coisa, sob um aspeto ou a um título qualquer. Dirige-se a alguém, ou seja, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou talvez mesmo um signo mais desenvolvido. A este signo deu o nome de interpretante do primeiro signo. E este signo está no lugar de qualquer coisa, isto é, do seu objeto. (mas) esta em vez do seu objeto, não sob todos os aspetos. O representamen enquanto veículo do signo, traz-nos tal como um scanner sempre em ação, o objeto (físico ou não) á consciência para logo aparecer sob forma interpretante.

Tipos de signos A divisão dos signos de Peirce mostra-se complexa mas útil. Para Peirce um signo é sempre uma correspondência. Para este, tudo funciona em relação de três categorias. Diz-nos que um signo depende de uma relação estabelecida no plano lógico, esta relação é uma relação triádica. Por um lado, é a relação entre signo, objeto e interpretante e, por outro lado, a relação entre firstness, secondness e thirdness. Peirce - Elementos do signo linguístico Os elementos do signo linguístico são: •

O Representamen- é a parte percetível do signo;



O Objeto- é a coisa que é representada;



O Interpretante- é como o signo é interpretado.

Existem duas noções de objeto, e três de interpretante: Objeto: •

Imediato- diz respeito à maneira particular de representar o objeto dinâmico, fazendoo com apenas algumas características do objeto, de um modo específico.



Dinâmico- O objeto dinâmico é o conjunto de todos os sentidos possíveis que um objeto é capaz de determinar.

Interpretante: •

Imediato- é relacionado com a categoria da primeidade. Trata-se do interpretante percetivo, que descodifica as cores, formas, isto é, os qualisignos em dados sinsignos. São as interpretações imediatas possíveis, independentemente do contexto.



Dinâmico- é relacionado com a categoria da segundeidade. Consiste no efeito direto que o signo produz sobre o intérprete.



Final- Remete para a terceidade. É a conclusão a mente do intérprete chega após os passos anteriores.

Primeira dicotomia dos signos (ao nível do representamen) Qualisigno: é uma qualidade que é um signo. Não pode realmente atuar como signo até que se corporifique, embora essa corporificação já nada tenha a ver com o seu carácter de signo. Exemplo: A cor vermelha, independentemente do vermelho atual que preenche o pano da bandeira F. O qualisigno é um signo típico da firstness. Sinsigno: é uma coisa ou evento existencial ou real que é um signo. Toda e qualquer ocorrência atual, tal como vimos na categoria secondness, é, em cada caso concreto, um Sinsigno. Este corresponde ao ato particular do nosso agir. Exemplo: a personagem B anda neste momento de bicicleta, ou C lê agora e aqui a página deste livro. O sinsigno necessita de lesisignos para existir, mas é um signo direcionado diretamente com a secondness. Lesisigno: é uma lei que é um signo. Todos os lesisignos significam as réplicas, cujas leis elas mesmo antecipam. Cada réplica, quando acontece, é já um sinsigno, mas aquilo que possibilita realizá-las, geri-las e qualificá-las é a lei matriz, ou seja, o próprio lesisigno. Exemplo: lê este livro da esquerda para a direita (sabe como lê-lo é a lei, ou o lesisigno que ensina). O lesisigno é, deste modo, para o representamen, ou para a forma concreta que é ou terá sido representada (texto…) um signo da thirdness.

Segunda tricotomia dos signos (ao nível do objecto) Ícone: é um signo que se refere ao objeto que denota apenas em virtude dos seus caracteres próprios, caracteres que ele liga igualmente possui quer um tal objeto exista ou não. Tudo pode ser ícone de qualquer coisa, desde que seja semelhante a essa coisa e utilizado como seu signo. Exemplo: diagramas (gráficos), imagens (fotografias). O ícone é, desta forma um signo atual que liga dois aspetos qualitativos, embora não o faça a partir da presença efetiva de ambos. Índice: é um signo que se refere ao objeto que denota em virtude de ser realmente afetado por esse objeto, ou seja existe uma ligação direta entre o signo e o seu objeto: os dois estão realmente ligados, de modo presencial, por implicação física e sempre no cerne do acontecimento e da atualidade. Exemplo: é a posição Y numa entrada N que torna um sinal de trânsito aí colocado num índice (pousado na minha secretaria em casa já não o é). Pertence á secondness.

Símbolo: é um signo que se refere ao objeto que denota em virtude de uma lei, normalmente uma associação de ideias gerais que opera no sentido de fazer com que o símbolo seja interpretado como se referindo aquele objeto. Exemplo: aliança - casamento, balança – justiça. Pertence á thirdness.

Terceira tricotomia dos signos (ao nível do interpretante) Rema: é um signo que para o seu interpretante é um signo de possibilidade quantitativa, ou seja, é entendido como representando esta e aquela espécie de objeto possível. Exemplo: uma palavra ou um gesto possível para traduzir A ou B. signo de possibilidade. Pertence á firstness. Decisigno: é um signo que para o seu interpretante é um signo de existência real. Exemplo: proposição completa ou um conjunto integral de gestos que traduzem, no momento atual, o conteúdo B ou C. Constitui uma ocorrência. Pertence á secondness. Argumento: é um signo que, para o seu interpretante, é signo de lei, ou seja, trata-se de um signo cujo interpretante representa o seu objeto, através de premissas de que se extraíram conclusões que tendem a ser verdadeiras. Pertence á thirdness.

A abdução, a ferramenta chave Como Peirce referiu “um argumento é entendido pelo seu interpretante como fazendo parte de uma classe de argumentos análogos” que tende para a verdade. Este processo, diretamente ligado á realização de um argumento pode ocorrer de três modos diferenciados: a dedução, indução e a abdução. A dedução parte de uma afirmação lógica para um universo de objetos. A indução, parte do universo dos objetos para uma afirmação lógica. Para Peirce, um interpretante é um signo mental autorreprodutivo e, portanto, é sempre o aprofundamento de um signo anterior, transformando-se, por natureza, numa adição de conhecimento e experiência face a uma situação prévia da existência. Contudo, se o interpretante é referido por um argumento, então a semiose, ou a autorreprodução sígnica, transforma-se num processo de conhecimento e de significação permanente, no seio do qual a ‘abdução’ começa por formular conjeturas, depois de a ‘indução’ as ter

experimentado, mas antes ainda de a ‘dedução’ concluir, de modo necessário, a partir das premissas entretanto estabelecidas. A abdução constitui a base lógica da semiótica de Peirce. A abdução sugere o que algo pode ser (retira-nos do universo do dever ser, do que é e do que poderá ser e leva-nos para o universo do poder ser). Para Peirce a abdução esta numa posição intermediária entre indução e dedução.

Semiose A semiose é a ação sígnica. Ou seja, traduz-se pela reprodução permanente de interpretantes. Para Peirce a vida mental corresponde (como afirmou Eco) “a uma imensa cadeia sígnica que vai dos primeiros interpretantes lógicos, aos interpretantes lógicos finais”. Para Peirce, o signo, na sua semiótica lógica, é a unidade mínima da significação, algo que funciona por si mesmo. A unidade é constituída pelo significado e pelo significante. A dimensão do significado é a ideia que retiramos do significante, e a dimensão do significante é a dimensão sensorial, material do signo. Para Peirce, o signo é uma unidade que só existe se houver as duas dimensões. A reunião entre a sensação e a significação é o que a semiótica estuda. •

Peirce entende que o pensamento humano é todo semiótico: “todo o pensamento é um signo”.

Peirce faz a relação entre o plano ontológico (firstness, secondness, thirdness) e o plano da representação (representamen, objeto, interpretante). As nove categorias de signo são fruto da relação (cruzamento) das duas tríades (ontológica e da representação)....


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